Uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral, tomada ontem, colocou ponto final no processo eleitoral de São Luís em 2016. Por maioria de votos, a Corte mandou para o arquivo morto recurso de ação movida pelo então candidato a prefeito Eduardo Braide (PMN) contra a reeleição do prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT), acusando-o de cometer abuso de poder durante a campanha eleitoral. A decisão do TRE se deu com base no fato de que, segundo o relator do processo, Ricardo Duailibe, disse não haver encontrado qualquer vestígio de um ato ou ação que pudesse ser caracterizado como abuso de poder por parte do prefeito e candidato à reeleição. No julgamento, a maioria dos juízes colocou ponto final no confronto judicial que Eduardo Braide alimentou contra Edivaldo Jr. mesmo depois de definido, anunciado e sacramentado o resultado das urnas.
A guerra judicial já foi substituída pela guerra política, por meio da qual o deputado Eduardo Braide mantém fogo cerrado contra o prefeito Edivaldo Jr. e sua administração. Esse conflito – que, tudo indica, dificilmente terá trégua ou ponto final – começa a produzir a impressão de que os dois políticos liderarão forças poderosas em luta pelo poder no Maranhão que começa a ser desenhado. Ambos são destaques isolados de uma geração que está em plena ascensão e já se preparando para assumir o comando das correntes partidárias e o controle do Estado e da máquina pública no grande processo político que sucederá à geração hoje comandada pelo governador Flávio Dino (PCdoB) e que tem como expoentes Roberto Rocha (PSDB) e Luis Fernando Silva (PSDB). Não será surpresa se os dois vierem a travar um novo confronto, este pelo Governo do Estado em 2022.
O deputado Eduardo Braide é um político centrado, organizado e que enxerga bem à frente. Em fevereiro de 2016, quando ninguém imaginava que ele viesse a disputar a Prefeitura de São Luís, Braide “cantou” a “pedra” à Coluna. Três meses depois ele já era candidato viável e caminhando para ser o principal adversário do prefeito Edivaldo Jr.. Quase virou o jogo e saiu da disputa muitas vezes maior do que entrara. Ciente do seu novo cacife, Braide decidiu continuar ocupando um lugar de destaque na cena política dedicando parte expressiva do seu mandato a fazer Oposição cerrada ao prefeito. Essa linha de ação é alimentada com as frequentes “pancadas” verbais que desfere na direção do prefeito, com duras críticas suas às ações, principalmente em áreas como Educação, Saúde e mobilidade. Suas atitudes em relação ao prefeito Edivaldo Jr. indicam com clareza que, além de alcançar um mandato de deputado federal em 2018, o grande objetivo de Eduardo Braide nessa primeira etapa da sua carreira é chegar ao Palácio de la Ravardière em 2020. E com a legitimidade de político bem sucedido, mirando o Palácio dos Leões.
Com o lastro de mais vitorioso político da sua geração até aqui – tem dois mandatos de vereador, um de deputado federal e dois de prefeito da Capital -, Edivaldo Jr. tem um futuro largo e auspicioso pela frente. Muito se especula sobre seu próximo passo, e a “suspeita” mais aventada é a de que ele poderá passar o cargo para o vice-prefeito Júlio Pinheiro (PCdoB) e enfrentar as urnas como candidato a vice-governador na chapa do governador Flávio Dino, para, se eleito, se tornar governador em 2022, com direito, é claro, de disputar a reeleição. Político focado nos seus objetivos, dono de uma percepção privilegiada do cenário político centrado, que sabe exatamente onde quer chegar. E no meio politico poucos são os que duvidam de que ele vai chegar lá.
Eduardo Braide e Edivaldo Jr. são dois políticos que trilham o mesmo roteiro, mas certos de que cedo ou tarde se enfrentarão novamente numa disputa por mandatos majoritários. E não será surpresa se s dois se encararem em 2022, protagonizando o grande embate da nova direção pelo comando do Estado.
PONTO & CONTRAPONTO
Roberto Rocha dá voto corajoso contra cautelares impostas pelo Supremo a Aécio Neves
O senador Roberto Rocha (PSDB) ganhou uns quilos de estatura na sessão de ontem do Senado ao ser um dos cinco integrantes da Casa a defender que os senadores dissessem “não” às medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao senador Aécio Neves (PSDB), entre elas a de ter o mandato suspenso e ser proibido de sair de casa à noite. Recém re-convertido ao tucanato, Roberto Rocha surpreendeu seus colegas com um discurso que teve como fundamento a tese segundo a qual a mais alta corte de Justiça do País não tem poderes para impor restrições à liberdade de um senador da República e suspensão ao seu mandato sem que este tenha sido julgado e condenado. Roberto Rocha fez questão de destacar que sua posição contrária não visava “passar a mão na cabeça” do senador Aécio Neves nem afrontar o STF, mas defender, isto sim, a integridade do Senado como instituição. Alegou, por exemplo, que concordar com as cautelares definidas por uma turma da Corte seria autorizar a condenação de um senador que se que ainda não é réu e não demonstrou qualquer interesse em fugir das suas responsabilidades, por exemplo. Com segurança e sem titubear, Roberto Rocha construiu seu discurso com base em sólida argumentação doutrinária e na defesa determinada da independência dos Poderes da República. Em outro momento da sessão, o senador Roberto Rocha reafirmou, ponto por ponto, os fundamentos do seu discurso inicial de defesa da independência e harmonia entre os Poderes. Saiu da sessão com estatura política e parlamentar reforçada.
Jadson Passinho, ex-prefeito ficha limpa de Cedral, entra na corrida ao Palácio dos Leões
A corrida ao Palácio dos Leões ganhou ontem um concorrente de peso: o advogado e ex-prefeito de Cedral Jadson Passinho (DEM). Ele se lançou por meio de um comunicado na internet no qual se apresenta como um político experiente, com militância partidária e suporte ético e moral. Sua candidatura nasceu, segundo anota, com base na sua “consagrada” vida pública, concentrada em cinco mandatos na Prefeitura de Cedral sem responder a nenhum questionamento por improbidade, o que o tornou um gestor público cuja ficha não tem uma nodoa sequer. E se define como um “cidadão respeitado, honesto, competente, preparado e sem preconceito de qualquer natureza”. E encerra seu comunicado com uma indagação no mínimo provocadora: “Existe um candidato que reúna as qualidades de Jadson Passinho Gonçalves?”
Em Tempo: A Coluna não conseguiu atestar se o comunicado é uma manifestação séria e honesta ou uma “fake news”. Se ele se enquadrar no mundo das verdades, o senhor Jadson Passinho é bem vindo e pode dar uma baita contribuição para quebrar alguns paradigmas do cenário político.
São Luís, 17 de Outubro de 2018.
Por mais que Eduardo Braide tente, não com negar que o prefeito está fazendo um bom trabalho.
muito chato esse braide. nunca tera meu voto nessa vida
Não tinha como não colocar um ponto final