A menos que esteja em curso uma articulação subterrânea, mantida em sigilo absoluto, no sentido de recolocar o braço maranhense do PDT na aliança partidária que dá sustentação ao Governo do Maranhão, o partido comandado pelo senador Weverton Rocha continua emitindo fortes sinais de que vai se manter isolado, com cara de oposição. Isso mesmo estando enfraquecido, a ponto de já haver descartado lançar candidato à Prefeitura de São Luís, segundo o vereador Raimundo Penha, um dos aliados do senador na agremiação. Atualmente, apenas os quatro deputados estaduais do PDT – Glaubert Cutrim, Cláudia Coutinho, Osmar Filho e Dra. Viviane – estão declaradamente alinhados ao projeto político e administrativo do governador Carlos Brandão (PSB). Eles decidiram seguir caminho diferente do traçado pela direção partidária, o que não aconteceu com o único deputado federal do partido, Márcio Honaiser, que se mantém fiel à orientação do senador Weverton Rocha. E como não houve até agora um gesto definindo a posição do partido em relação ao Governo Carlos Brandão, o que prevalece no meio político e fora dele é que a fatia maranhense da bancada do PDT no Congresso Nacional está na oposição ao Governo Carlos Brandão.
A erosão política que situação que emagrece o PDT fundado por Jackson Lago e Neiva Moreira é consequência direta do desastre que foi o desfecho da candidatura do seu presidente estadual ao Governo do Estado, fruto azedo da sua equivocada decisão de romper com o então governador Flávio Dino (PSB), com a qual pretendeu que a cisão provocada lhe daria a posição de grande líder e que a maioria do eleitorado lhe daria o Governo do Maranhão. Por aquele projeto, além de ganhar o Palácio dos Leões apoiado pelas forças bolsonaristas, o senador Weverton Rocha calculou também que o senador Roberto Rocha (PTB) seria reeleito derrotando o ex-governador Flávio Dino. O desfecho desastroso abalou seriamente os alicerces da sua liderança dentro do PDT.
Ainda empoderado por quatro anos de mandato senatorial, Weverton Rocha, após derrota cataclísmica, mergulhou por alguns dias, para tratar as feridas quem sonhou com a vitória e acabou num humilhante terceiro lugar. De volta ao cenário, o senador vem reconstruindo aos poucos o seu espaço político nas asas do presidente Lula da Silva, com quem tem boa relação, sendo apontado como o maior avalista da nomeação do presidente nacional do seu partido, Carlos Lupi, para o Ministério do trabalho. No plano estadual, perdeu o controle da Famem, já não tem os 45 prefeitos que ajudou a eleger em 2020, e se mantém distante do Palácio dos Leões. Teve dois encontros casuais com o governador Carlos Brandão, com quem trocou cumprimentos amistosos, mas sem qualquer sinalização – de ambos os lados, vale anotar – no sentido de uma reaproximação política nas bases existentes até o início de 2022.
Ao longo de janeiro o senador Weverton Rocha reuniu o comando estadual do PDT, divulgou intensamente suas relações com o Governo do PT, e de volta ao Senado, vem se esforçando para ganhar visibilidade se posicionando em relação a questões graves, como a tragédia dos ianomâmi, causada pela sanha genocida do presidente Jair Bolsonaro e seu Governo. Com movimentos pensados e pesados, o senador Weverton Rocha tenta frear a erosão que consome o partido, que nem de longe parece a máquina partidária que tinha o controle absoluto de São Luís, onde vem sofrendo sucessivos tombos. E o fato de não ter candidato a prefeito na Capital só reforça esse emagrecimento, que pode resultar numa reviravolta interna.
A política é dinâmica, e dependendo de como for usada, essa faceta pode levar um partido a se revigorar ou sucumbir de vez. O senador Weverton Rocha sabe disso. Resta saber se ele tem planos para recuperar o protagonismo do PDT em São Luís.
PONTO & CONTRAPONTO
Othelino Neto deve se licenciar e atuar temporariamente em Brasília
O deputado estadual Othelino Neto (PCdoB) está de mudança para Brasília. O que não se sabe ainda é em que condições ele se mudará. No meio político correm duas possibilidades. A primeira é que ele se licencie do mandato para assumir a Secretaria de Representação do Governo do Maranhão no Distrito Federal, cargo que o tornará o representante do Governo estadual junto ao Governo Federal, para cuidar de todos os interesses do Maranhão na Esplanada dos Ministérios. A outra possibilidade é que ele assuma um cargo federal, em Brasília, que lhe dê estatura equivalente ao mandato parlamentar. Nos dois casos, o deputado do PCdoB ficará junto da família e, com sua experiência parlamentar e de presidente da Assembleia Legislativa, terá condições de dar suporte à senadora Ana Paula Lobato (PSB), principalmente nessa fase inicial do seu mandato.
Pelo menos sete entre dez observadores da cena política aposta que o deputado Othelino Neto assumirá a Representação do Governo do Maranhão em Brasília.
Itaqui impressiona ministro dos Portos e Aeroportos
Com a autoridade e a experiência de quem foi governador de São Paulo, o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, ficou vivamente impressionado com o que viu no Complexo Portuário do Itaqui, durante vistoria técnica que realizou ali acompanhado do staf da Emap, comandada pelo presidente Ted Lago. Ciente da importância estratégica do complexo, sua primeira constatação foi a de que o Porto do Itaqui “tem sido muito bem gerenciado”. Em relação ao Aeroporto do Tirirical, que hoje tem status de aeroporto internacional, o ministro Márcio França disse que o seu ministério fará ajustes para que o complexo aeroportuário seja incluído no programa “Voa Brasil”, nas rotas que serão criadas ligando as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O programa prevê passagens mais baratas, acessíveis, portanto, à população brasileira em geral.
Após a vistoria, na qual foi acompanhado do secretário de Indústria e Comércio, Cassiano Pereira Jr. e do deputado federal Duarte Jr. (PSB), o ministro Márcio França, que é um dos caciques nacionais do PSB, embarcou para São Paulo, levando boa impressão das estruturas portuária e aeroportuária do Maranhão.
São Luís, 20 de Fevereiro de 2023.