Flávio Dino empossa novos secretários e avisa: “O Governo é o mesmo, e o foco principal permanece o mesmo”

 

Flávio Dino posa com os novos secretários; e em pronunciamento avisa que nada muda na orientação do governo
Flávio Dino posa com os novos secretários; e em pronunciamento avisa que nada muda na orientação do Governo, afirmando que “o governo é o mesmo”

“Nós estamos fazendo a troca de pessoas, mas o foco principal permanece o mesmo. O governo é o mesmo, o caminho administrativo é o mesmo”. Com essas palavras, que funcionaram ao mesmo tempo com informação e orientação, o governador Flávio Dino (PCdoB) deu posse, em ato solene, a sete novos secretários de Estado, dois presidentes de agências governamentais, o diretor do Viva/Procon e presidente da Comissão Central de Licitação. As mudanças se deram porque os titulares desses postos decidiram se desincompatibilizar para enfrentar as urnas nas eleições de Outubro. O ato de posse consumou o mais tranquilo processo de mudança coletiva na estrutura de Governo nos últimos tempos, a começar pelo fato de que o governador recorreu a soluções “caseiras” para preencher as vagas abertas no secretariado e agências, promovendo adjuntos, não dando margem a pressões político-partidárias por cargos. Além disso, assegurou que todos os programas de Governo em andamento não sofrerão alterações, o que, segundo a previsão do governador, garante a continuidade das ações.

A troca de comando em 11 dos mais importantes órgãos da estrutura administrativa do Governo, a começar pela Casa Civil, evidencia com clareza que o governador Flávio Dino realiza, de fato, a mais ampla e arrojada mudança política no Maranhão nos últimos tempos. E a maior evidência é que o Governo vem atuando de maneira uniforme,  relacionando-se com políticos e empresários dentro de padrões civilizados, mas que não têm permitido a negociação de concessões não republicanas. Nos 51 meses de existência do atual Governo, houve, aqui e ali, reclamações pelo “uso político” da máquina pelos secretários-candidatos, mas nenhum registro de escorregões de conduta nem denúncia de desvio de dinheiro público. Não houve também anotações consistentes apontando sinais exteriores de riqueza exibidos por este ou aquele secretário de Estado, o que sugere uniformidade também na conduta da equipe de Governo.

Os auxiliares que deixaram seus cargos para encarar as urnas são políticos militantes, a maioria deles nascida nos embates do movimento estudantil e que teve intensa participação no movimento que os levou ao poder sob a liderança do governador Flávio Dino. Estão, portanto, plenamente  legitimados. O exemplo mais expressivo dessa legitimação política é o ex-secretário de Comunicação e Articulação Política, Márcio Jerry, um político forjado no movimento estudantil e que deu segmento ao seu projeto como militante ativo e destacado na seara partidária de esquerda, o que lhe valeu alcançar a presidência regional do PCdoB, posto do qual atuou como um dos principais articuladores da inovadora campanha de 2014, o que lhe valeu a condição de mais destacado e influente auxiliar do governador Flávio Dino. Com essas credenciais, deixou o secretariado legitimado para encarar o grande desafio das urnas e nele carimbar passaporte para a Câmara Federal.

Os demais desincompatibilizados cumpriram a contendo suas tarefas no Governo. Colocaram em prática os programas anunciados na campanha pelo candidato Flávio Dino, enfrentaram os desdobramentos da crise nacional nas suas áreas de atuação e, segundo os dados estatísticos apresentados pelo Governo e ratificados por outras fontes, não obraram milagres, mas produziram, em maior ou menor grau, resultados previstos pelo Governo. Não será surpresa, portanto, se saírem das urnas reconhecidos pelo eleitorado. Um desfecho natural de um processo reafirmado pelo governador Flávio Dino: “Mantemos a orientação política e administrativa do Governo, no sentido do desenvolvimento com justiça social, muita eficiência e muita seriedade na aplicação do dinheiro público. E por isso mesmo adotamos o critério de continuidade das ações”.

Em Tempo: Foram empossados ontem os titulares das Secretarias de Estado de Comunicação Social e Articulação Política (Secap), Ednaldo Neves; de Agricultura Familiar (SAF), Júlio César Mendonça Corrêa ; de Estado de Desenvolvimento Social (Sedes), Francisco de Oliveira Jr.; de Indústria e Comércio (Seinc), Expedito Jr.; do Trabalho e Renda Solidária (Setres), Silvio Conceição Pinheiros; de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Sagrima), José Edjahilson Bezerra de Souza; da Casa Civil, Rodrigo Lago; da Agência Metropolitana do Estado do Maranhão (Agem) Lívio Jonas Mendonça Corra; da Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural do Maranhão (Agerp), Loroana Santana; do VIVA/Procon, Beatriz Taveira Barros; e da Comissão Central de Licitação (CCL), Luis Carlos Oliveira Filho. Na semana passada, o Comando da Polícia Militar foi assumido pelo coronel Jorge Luongo.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Tucanos reagem mal à nota de José Reinaldo e podem rever convite para que ele ingresse no PSDB

José Reinaldo: declarações incomodaram Roberto Rocha e Sebastião Madeira
José Reinaldo: declarações incomodaram Roberto Rocha e Sebastião Madeira

Se à primeira vista foi interpretada por muitos como a solução para o futuro político do ex-governador e deputado federal José Reinaldo Tavares, a nota que ele divulgou anunciando sua decisão de ingressar PSDB causou mais mal-estar do que animação no ninho dos tucanos. O presidente do partido, senador Roberto Rocha, não comentou o teor da nota, mas o secretário geral, Sebastião Madeira, ex-prefeito de Imperatriz, reagiu de maneira dura e contundente. Eles têm razões de fato para estar incomodados. Na sua nota, José Reinaldo deixa a impressão de que foi ungido pelo governador paulista Geraldo Alckmin, quando na verdade foi uma operação avalizada por Roberto Rocha e Sebastião Madeira. O ponto mais nervoso foi a declaração do ex-governador de que vai trabalhar pelo candidato presidencial Geraldo Alckmin nos palanques de Roberto Rocha e de Eduardo Braide (PMN), que, segundo acredita, será também candidato ao Governo do Estado. O senador Roberto Rocha não gostou nem um pouco do teor da nota, mas por enquanto preferiu se manter em silêncio. Já o ex-prefeito de Imperatriz reagiu indignado e foi claro: José Reinaldo Tavares entrará no PSDB a convite dele, Sebastião Madeira, e de Roberto Rocha, com o aval de Geraldo Alckmin. E a única condição, não formalizada, mas evidente, foi a de que se engaje na campanha de Roberto Rocha para o Governo do Estado, como Rocha e Madeira se engajarão na dele para o Senado. E mais: esse projeto está diretamente associado à candidatura de Geraldo Alckmin à presidência da República, que terá no Maranhão o palanque do PSDB. Se outro candidato a governador, no caso Eduardo Braide, quiser apoiá-lo, que o faça integrando o movimento liderado pelos tucanos, e não pela via contrária. José Reinaldo deve se manifestar a qualquer momento a respeito da reação dos chefes tucanos. Se contemporizar e declarar apoio incondicional a Roberto rocha, terá como resposta a declaração de apoio incondicional de Rocha e de Madeira. Mas se insistir da tese dos “dois palanques”, poderá ser desconvidado a ingressar no PSDB e, assim, perder a melhor situação para ser candidato ao Senado.

 

Declarações de Augusto Lobato praticamente fecharam as portas do PT para Waldir Maranhão

Waldir Maranhão tem situação complicada para entrar no PT
Waldir Maranhão tem situação complicada para entrar no PT

As declarações do presidente regional do partido, Augusto Lobato, dadas após uma reunião em Brasília com a presidente nacional, senadora Gleise Hoffman, parecem haver mandado para o espaço a possibilidade de o deputado federal Waldir Maranhão ingressar no PT e ser indicado pelo partido para a a segunda vaga de candidato a senador na chapa do governador Flávio Dino. Augusto Lobato ratificou o posicionamento do presidente do partido em São Luís, vereador Honorato Fernandes, que descartou, com palavras duras, a presença de Waldir Maranhão nos quadros do partido. Os que admitem o ingresso de Waldir Maranhão no partido. Com a reação contrária em cadeia, a pressão feita por caciques nacionais do partido a favor do deputado foram amenizadas. Eles foram alertados de que ficará muito ruim para o braço maranhense do PT se o comando nacional repetir o uso da força, como fez em 2010, obrigando o partido a se enfileirar na coligação comandada pelo Grupo Sarney, atropelando decisão tomada em congresso estadual em favor de aliança em torno do então deputado federal Flávio Dino, candidato ao Governo do Estado. Nesse contexto, Waldir Maranhão mergulha numa situação crítica, à medida que suas possibilidades partidárias serão reduzidas quase a zero. No comando nacional há algumas vozes que pretendem convencer os dirigentes locais de aceitá-lo no partido e permitir que ele seja candidato à reeleição. A equação contraria muita gente, mas poderá ser uma sápida honrosa, inclusive tirando a sombra do parlamentar do projeto eleitoral liderado pelo governador Flávio Dino. Waldir tem até a noite de sábado (7) para resolver o seu futuro político.

São Luís, 03 de Abril de 2018.

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