Eduardo Braide, Neto Evangelista e Rubens Júnior buscam acordos para escolha de vices

 

Adriano Sarney e Vall Nascimento, Janiselma Fernandes e Jeisael Marx, Carlos Madeira e Jeremias Fernandes e Franklin Douglas e Ribamar Arouche: chapas “puro sangue”

Os candidatos à Prefeitura de São Luís caminham para uma decisão crucial para consolidar sua caminhada em direção às urnas: a escolha dos candidatos à vice. Para boa parte dos que estão no jogo, com chance remota ou nenhuma de chegar ao Palácio de la Ravardière, são escolhas sem maiores dificuldades, tanto que algumas já foram definidas. Já para os candidatos que estão efetivamente na disputa, cada um com possibilidade real de sair das urnas autorizado a assumir o comando e os destinos da máquina administrativa da Capital, a escolha do companheiro de chapa pode turbinar ou inibir o projeto. Eduard Braide (Podemos), Neto Evangelista (DEM) e Rubens Júnior (PCdoB), cada um tem o desafio de escolher o vice que some política e eleitoralmente, a exemplo de Duarte Júnior (Republicanos), que já fez sua escolha, indicada pelo PL, seu parceiro na coligação. Os bastidores estão fervendo por causa desse item, reforçando a certeza de que não podem fazer escolhas equivocadas, sob pena de pagar caro nas urnas.

No primeiro momento, candidatos que parecem não ter lastro para brigar pela ponta, daí porque não encontraram parceiros para coligar, montaram as chamadas chapas “puro sangue”. O candidato do PV, Adriano Sarney, realizou convenção na semana passada e escolheu como vice a fisioterapeuta e lutadora de judô e jiujitsu Vall Nascimento, que milita na causa ambientalista, mas sem suporte político e eleitoral. O candidato do Rede, Jeisael Marx, também sem parceiro partidário, consolidou sua candidatura com solução doméstica: Janiselma Fernandes, uma pedagoga conhecida e que tem no currículo a presidência do Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente. E Carlos Madeira, candidato do Solidariedade, escolheu para vice o jovem capitão-bombeiro Jeremias Fernandes, membro do partido e atuante em comunidades da região Itaqui-Bacanga. Franklin Douglas (PSOL) já definiu o militante José Ribamar Arouche, um dos fundadores do partido, como seu companheiro de chapa.

Entre os candidatos com força para disputar, o único que tem candidato à vice é Duarte Júnior, que deve formalizar a advogada Fabiana Vilar, presidente do PL de São Luís, indicada pelo chefe maior do partido no Maranhão, Josimar de Maranhãozinho, que declarou apoio ao candidato do Republicanos depois de retirar a inviável pré-candidatura de Detinha (PL). Dos outros seis candidatos, Bira do Pindaré (PSB), Yglésio Moises (PROS) e Hertz Dias (PSTU), por não terem aliados para coligações, completarão suas chapas com membros dos seus partidos.

Eduardo Braide tem dois caminhos para escolher seu vice. Ele teria um acordo com o deputado federal Aluísio Mendes, que lhe entregou o Podemos e ingressou no PSC. No jogo das compensações, teriam acordado que o vice seria do PSC. Por outro lado, o PSDB vai cobrar o preço de rifar a pré-candidatura de Wellington do Curso para apoiar o candidato do Podemos indicando-lhe o vice. Nesse jogo de cartas marcadas envolvendo Aluísio Mendes e o senador Roberto Rocha, alguém tem de ceder. O candidato do PCdoB, Rubens Júnior, não terá maiores problemas para definir seu vice. Corre nos bastidores que o Cidadania, comandado pela senadora Eliziane Gama, estaria reivindicando a vaga. Mas o que todos dão como certo é que o candidato a vice de Rubens Júnior será o vereador Honorato Fernandes, a ser anunciado no momento em que o PT ludovicense se desvencilhar do jogo da cúpula nacional e declarar apoio ao candidato do PCdoB.

Tudo indica que a escolha mais complicada é a do vice do candidato do DEM, Neto Evangelista. A lógica sugere com clareza que a vaga seja preenchida com uma indicação do PDT, a começar uma vez que o senador Weverton Rocha é o principal fiador da aliança com o DEM, e pelo fato de seu partido ser o mais enraizado nas entranhas políticas da Capital. Há, porém, rumores de que o PSL estaria tentando inverter a lógica com a pretensão de indicar o vice. Mas o que todas as evidências indicam é que o vice será mesmo do PDT, ainda não definido, mas na hora certa Weverton Rocha sacará o nome do bolso do colete e complementará a chapa.

Os líderes partidários e os candidatos desse time têm ainda um mês para fechar esses acordos.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Lobão Filho no PSL: o que poderia ter sido uma festa acabou como um imbróglio incômodo

Lobão Filho e Chico Carvalho: em vez de uma a,liança forte, um mal-estar incômodo pelo comando do PSL

O que parecia uma espécie de volta por cima, depois da dura derrota que sofreu em 2014 na disputa do Governo do Estado com Flávio Dino e da não renovação do mandato do senador Edison Lobão (MDB) em 2018, o anúncio de que o empresário e ex-suplente de senador, Lobão Filho, se filiaria ao PSL e assumiria o comando do partido no Maranhão, atendendo a convite do comando nacional, acabou se transformando num imbróglio incômodo. No epicentro do mal-estar o presidente do partido no Maranhão há mais de uma década, vereador Chico Carvalho, uma raposa tarimbada, que conhece como poucos as entranhas do mundo político e as nuanças e armadilhas da ciranda partidária, sobrevivente a algumas tentativas de tomar-lhe as rédeas do braço maranhense da agremiação.

A notícia de que Lobão Filho assumiria o comando do PSL no Maranhão surpreendeu, não pelo fato em si, mas pela facilidade com que Chico Carvalho fora convencido de abrir mão do poder de fogo que o comando do partido lhe dá no estado. No ano passado, quando a família Bolsonaro, de olho nos milhões que o PSL recebe do Fundo Partidário e receberá do Fundo Eleitoral, decidiu dar um golpe e apear da presidência o seu fundador, deputado federal Luciano Bivar (PE), bolsonaristas maranhenses, certo de que se dariam bem, fizeram um cerco a Chico Carvalho, quase que o obrigando a deixar o comando do partido. Raposa de faro apurado e amigo de Luciano Bivar, Chico Carvalho se fez de derrotado, agiu nos bastidores e com uma só rasteira derrubou a ex-prefeita Maura Jorge e o médico Alan Garcez, mantendo-se firme no comando partidário.

Agora, segundo relato do próprio Lobão Filho, teria havido uma conversa com Chico Carvalho, que teria aceitado passar o comando estadual do partido para o ex-suplente de senador, contentando-se com o controle da legenda em São Luís. Só que horas depois da tal conversa, Chico Carvalho declarou que não teria havido tal acordo e que só pretende deixar o partido em abril do ano que vem, quando seu mandato presidencial se encerrar. A reação de Chico Carvalho foi bombástica, deixou Lobão Filho numa situação incômoda, obrigando-o a divulgar nota reafirmando as informações da reunião, entornando ainda mais o caldo. O disse-não-disse, que parece ter sido criado por uma cadeia ganhou ecos e, ao que parece, produziu o risco de a operação não se consumar.

Com o comando do PSL, Lobão Filho pretende voltar à política, agora distanciado do Grupo Sarney, e disputar uma vaga na Câmara Federal em 2022. Pelo jeito, terá de iniciar tudo de novo, amarrar um acordo com Chico Carvalho, pois já declarou que não pretende tomar o comando do PSL do Maranhão a partir de uma intervenção traumática.

 

Disputa dura em Imperatriz, S. J. de Ribamar, Timon e Paço do Lumiar e sinal de reeleição em Caxias

 

A corrida sucessória começa a se definir nos cinco maiores municípios maranhenses além da Capital. Em quatro, há disputas renhidas, com desfechos imprevisíveis, e em um, todos os sinais indicam o caminho da reeleição.

Em Imperatriz não há favoritismo largo entre o prefeito Assis Ramos (DEM), o deputado Marco Aurélio (PCdoB), o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB) e o também ex-prefeito Ildon Marques (PP). Para quem conhece bem os humores eleitorais da Princesa do Tocantins, as avaliações só terão sentido quando houver certeza quanto à elegibilidade de Ildon Marques.

Em São José de Ribamar, depois da entrada atropeladora do ex-prefeito Júlio Matos (PSDB), esmagando a vantagem inicial do prefeito Eudes Sampaio (PTB), o cenário começa a sofrer uma lenta, mas evidente, reviravolta, que se dá com a entrada para valer do ex-prefeito Luís Fernando Silva na campanha do prefeito e do senador Weverton Rocha incentivando o candidato do PDT num projeto que envolve sua candidatura do Governo do Estado em 2022

Em Timon, ao contrário do que previam os observadores mais atentos, a candidatura do coronel/PM Hormann Schnneyder (Republicanos), vem mantendo largo favoritismo e recebendo apoios fortes, como o do PSDB – que ali é comandado pelo ex-deputado Alexandre Almeida, e do PROS, levado pelo ex-deputado federal Gastão Vieira em pessoa. Não será surpresa se o Grupo Leitoa, comandado pelo prefeito Luciano Leitoa (PSB), e seu pai, o ex-prefeito Chico Leitoa (PDT), tomarem decisões surpreendentes nas próximas semanas. O ponto de equilíbrio em Timon está sendo a candidatura da ex-prefeita Socorro Waquim (MDB).

Em Caxias, apesar de muito zunzum, o prefeito Fábio Gentil (Republicanos) vai nadando de braçada na direção da reeleição, com larga vantagem sobre o adversário mais forte, o deputado estadual Adelmo Soares (PCdoB), que tem o apoio do Grupo Coutinho. Ali todas as apostas apontam o prefeito como favorito e sem risco de reviravolta.

A situação em Paço do Lumiar é rigorosamente indefinida e imprevisível. A prefeita Paula da Pindoba (Solidariedade), que não é nenhum gênio político, mas conhece como poucos as entranhas eleitorais do município, vai tentando consolidar eu projeto de reeleição.  Tem no seu encalço o candidato Fred Campos (PL), que ganha corpo turbinado pelo apoio do deputado Josimar de Maranhãozinho. No momento, o cenário é de completa indefinição, com muitos observadores acreditando que tudo vai depender da posição a ser adotada pelo prefeito afastado Domingos Dutra (PCdoB).

São Luís, 06 de Setembro de 2020.

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