Dino em contagem regressiva para o desafio de consolidar prestígio, vencer opositores e chegar ao Supremo

Flávio Dino em diferentes momentos de
uma entrevista em 2022

O ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino começa a semana em clima de contagem regressiva para a sabatina e a votação por meio das quais o Senado da República, do qual é membro licenciado (PSB), definirá o seu futuro, aprovando ou não a sua indicação, feita pelo presidente Lula da Silva (PT), para o Supremo Tribunal Federal. Até aqui, todas as projeções apontam que, apesar da forte e intensa pressão que vem sendo feita pela bancada da direita conservadora contra sua indicação, ele terá maioria de votos na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde será sabatinado; as mesmas projeções também sugerem que ele terá no plenário mais do que os 41 votos necessários para se tornar membro da mais alta Corte de Justiça do País. Se for aprovado, Flávio Dino terá de renunciar ao seu mandato senatorial e deixar o comando do Ministério da Justiça. Se não, o mais provável é que ele deixe o Ministério da Justiça e reassuma sua cadeira de senador pelo Maranhão.

Indicado pelo presidente Lula há duas semanas, Flávio Dino iniciou uma verdadeira maratona de contatos em busca de votos, enfrentando a repercussão da declaração de senadores adversários de que a oposição teria 35 dos 81 votos fechados contra sua indicação. E mais do que isso: os senadores oposicionistas, em especial os da extrema-direita conservadora, estariam preparando ciladas para tentar fragiliza-lo na sabatina e forçar a barra para tirar-lhe votos no plenário. Flávio Dino encontrou tempo para visitar senadores em busca de votos, tendo conversado com 51 deles até sexta-feira, afirmando não ter havido um só caso em que o colega visitado tenha lhe dito que não lhe dará o voto.

Após viver vários dias encarando diariamente um turbilhão de notícias desencontradas, o ministro da Justiça encerrou a semana num ambiente bem mais leve, certo de que será aprovado com margem razoável ou até expressiva de votos. Seus adversários, em especial os senadores mais ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) continuam pressionando a bancada oposicionista a se posicionar contra a indicação. A pressão já foi mais forte, nas últimas 48 horas, as vozes mais ativas amenizaram o tom, tendo alguns senadores da direita radical admitido que não há como evitar a aprovação do ministro da Justiça para o Supremo, inclusive pelo fato de ele ser um senador da República. Permanece, no entanto, a expectativa de que a sabatina será tensa.

Um dos políticos mais preparados e combativos da sua geração e da atualidade, Flávio Dino é o púnico que tem no currículo a experiência de atuação nos três Poderes – foi juiz federal por 12 anos, professor de Direito Constitucional, secretário geral do Conselho Nacional de Justiça, deputado federal por um mandato, presidente da Embratur, governador do Maranhão por dois mandatos, senador da República licenciado e ministro da Justiça e Segurança Pública. Essa bagagem, o seu notório saber jurídico e a sua atuação reta como homem de Estado, mostrada na reação à tentativa de golpe materializada no dia 8 de Janeiro, o credenciaram para a escolha do presidente Lula da Silva.

Flávio Dino tem plena consciência de que as tentativas de entravar a sua caminhada são de natureza puramente política, já que não há como questionar a sua competência técnica, nem a sua experiência executiva, nem a sua retidão ética. Os adversários ideológicos veem nele uma pedra na botina do neofascismo à brasileira, caso da tropa de choque da direita radical agrupada em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro, e alguns aliados o querem longe do poder, temendo que ele cresça no cenário político, caso de alguns grupos do próprio PT, que não o querem credenciado para futuras disputas.

A aprovação da sua indicação pelo Senado tirará de cena e aposentará o preparado, experiente e combativo militante político, que voltará a ser o magistrado profissional que foi durante 12 anos. A não aprovação mandará para o Senado da República o político preparado, experiente e combativo militante, que certamente saberá ajustar a sua bússola para medir o enorme horizonte que terá à sua frente.

PONTO & CONTRAPONTO

Duarte Jr. mostra amadurecimento ao anunciar que irá atrás dos votos da esquerda e da direita

Duarte Jr. mostra a razão se
impondo sobre a emoção

O deputado federal Duarte Jr. (PSB) vem dando seguidas demonstrações de que saiu do patamar do jovem político imprevisível para o militante com fortes traços de amadurecimento.

Sua declaração afirmando que não está interessado em saber se o eleitor é de esquerda ou de direita, e que o que interessa é o compromisso com São Luís, mostrou um pré-candidato a prefeito movido pela razão e não pela emoção pura e simples.

Essa nova postura é o resultado de uma vivência política intensa no dia a dia do Congresso Nacional e nos bastidores do Poder em Brasília, onde as posições ideológicas existem, mas são mais utilizadas para exibição para o grande público do que nas mesas de negociação.

Quando diz que vai atrás dos votos da esquerda e da direita em São Luís, justificando a iniciativa com o argumento de que o que está em jogo é a cidade e os problemas enfrentados pela maioria dos mais de 1 milhão de habitantes que ela abriga, ele está mandando um recado de que está mesmo determinado a chegar ao Palácio de la Ravardière.

O movimento do pré-candidato do PSB rascunha as linhas de uma campanha dura.

Pesquisa refez cenário e colocou a disputa em Imperatriz na estaca zero

Josivaldo JP, Rildo Amaral e Marco
Aurélio: no jogo em Imperatriz

A pesquisa DataIlha sobre a corrida para a Prefeitura de Imperatriz produziu três efeitos visíveis.

O primeiro: ao aparecer na liderança apertada, o deputado federal Josivaldo JP (PSD), que vinha jogando no clima do “vai que cola”, passou a acreditar que tem chances reais de vencer a eleição se o quadro de candidatos permanecer o mesmo. Ao mesmo tempo, foi alertado de que será alvo de bombardeio pesado de agora em diante.

O segundo: o deputado Rildo Amaral (PP), que liderava com folga viu sua base fraquejar e descobriu que sua eleição, se vier a acontecer, será fruto de um processo político bem articulado. Se vacilar, corre o risco de ficar para trás.

O terceiro: o ex-deputado estadual Marco Aurélio (PSB), que deixou seu nome no ar como quem não quer nada, viu seu nome ganhar volume e chegar no pelotão da frente.

Conclusão óbvia: ao contrário do que se imaginava há algumas semanas, a disputa pela Prefeitura da segunda e mais importante cidade do Maranhão está praticamente zerado, com os três em condições de chegar lá.

São Luís, 10 de Dezembro de 2023.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *