Depois de ser execrado e ameaçado por líderes e partidos, Waldir Maranhão bate pé e diz que não renuncia

 

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Waldir Maranhão ganha força e avisa a colegas que não renuncia

Quem apostou alto que o deputado federal Waldir Maranhão (PP) seria facilmente destronado da presidência interina da Câmara Federal, rapidamente expelido dos quadros do partido a que pertence e, finalmente, definitivamente extirpado da bancada maranhense com a perda do mandato jogou todas as suas fichas fora. A situação do parlamentar continua crítica, pois ele ainda se encontra sob forte pressão, sua situação continua indefinida e o seu futuro, rigorosamente imprevisível. Por outro lado, os arroubos do primeiro momento ante a repercussão à sua decisão de anular a sessão em que a Câmara Federal aprovou autorização para o Senado da República decidir sobre o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), já não são tão fortes. Waldir Maranhão entendeu que, mesmo tendo caído numa tremenda esparrela e ter se transformado numa espécie de pária no meio parlamentar, continua sendo o presidente interino da Câmara Federal e que, por mais que seus pares esbravejem e o ameacem, ele finca pé porque sabe que só abrirá mão do cargo se quiser. E pelo que tem sido noticiado, ele resolveu pagar para ver ao afirmar, com todas as letras, que não renuncia à presidência interina nem ao cargo de 1º vice-presidente da Mesa Diretora, que não aceita ser escorraçado do PR como querem alguns e menos ainda que lhe tirem o mandato por cassação.

Censurado por seus colegas e ridicularizado e xingado por milhões de brasileiros pró-impeachment que sofreram, durante cerca de 10 horas, na segunda-feira (10), a tensão de anulação meteórica do processo de impedimento da presidente Dilma, sendo, ao mesmo tempo, festejado como “herói” por milhões contrários ao impeachment, Waldir Maranhão avaliou todos os riscos produzidos pelo episódio. Assessorado pela turma de especialistas em manobras regimentais que opera para o presidente afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o presidente interino da Câmara montou na certeza de que não cometeu nenhum crime, pois tudo o que fez foi responder a um recurso impetrado pela defesa da presidente Dilma alegando que a votação do dia 17 de abril foi maculada por erros e vícios. A anulação seria o caminho para que tais vícios corrigidos, situação que obrigaria ao Senado devolver o processo, para que nova sessão fosse realizada, agora cumprindo todas as regras. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), esnobou a anulação e o mandou parar de “brincar de democracia”, obrigando-o a cair na real e rever seu próprio ato no início da madrugada de terça-feira (11), tecnicamente Waldir Maranhão não cometeu crime previsto em lei, tendo somente causado, com a sua histórica e monumental patacoada, somente um susto inicial e horas de perplexidade e profundo e envergonhado mal-estar dentro da instituição.

Em meio a forte pressão política e muita pancadaria verbal, Waldir Maranhão decidiu, não se sabe aconselhado por quem, mergulhar no silêncio, só abrindo exceção para membros da Mesa Diretora e para os líderes cujo colegiado tem forte poder. E ouviu fortes e dramáticos apelos para que renuncie. Mas, já tarimbado no jogo furta-cor que domina os bastidores da Casa, percebeu com clareza que estava, na verdade, sofrendo um jogo de pressão, jogado por espertalhões que querem o cargo. E constatou esse movimento conversando com dois ou três colegas que lhe relataram a armação. Quando ele decidiu endurecer o jogo e partir para o tudo ou nada, as pressões diminuíram, tendo alguns “valentões” já mudando o discurso e admitindo uma saída negociada, que poderá ser até a permanência dele no cargo até fevereiro do ano que vem, quando termina o mandato da atual Mesa Diretora.

Os caciques da Câmara Federal entraram em parafuso quando souberam, pela versão online da coluna Painel do jornal Folha de S. Paulo, que o presidente interino Michel Temer enviou um emissário para conversar com Waldir Maranhão com o objetivo de organizar uma agenda de votação de medidas de fundamental importância para o futuro do novo governo. O movimento do presidente interino da República encheu a bola do presidente interino da Câmara e acendeu a luz vermelha para os caciques que queriam tirá-lo. Tanto que ontem eles próprios admitiam que nenhuma das ações que previram para escorraçar Waldir Maranhão da presidência interina, do 1ª vice-presidência da Mesa e do mandato parlamentar prosperou, dando a entender de que para conseguir alguma coisa terão de sentar e negociar com o próprio.

Waldir Maranho está se equilibrando numa verdadeira corda bamba, situação agravada por uma série de denúncias com fortes suspeitas de maus-feitos que teriam sido praticados pelo deputado.  Ele é acusado de desviar recursos previdenciários de municípios; de não explicar a origem de R$ 600 mil em sua prestação de contas de campanha em contas de campanha, envolvimento com o megaescândalo de corrupção na Petrobras, e para  complicar mais, descobriu-se que um filho dele, médico, que mora em São Paulo, vinha recebendo mensalmente mais de R$ 7 mil como assessor do influente conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Edimar Cutrim, que revelou não conhecê-lo e, pior, avaliou que a imprensa estava fazendo “tempestade em copo d`água”.

Raposas políticas tarimbadas avaliam que o episódio da anulação do processo de impeachment vai render ainda muita zoada, mas nenhum efeito prático contra o deputado Waldir Maranhão. A não ser que lhe falte tutano e ele ceda às pressões, o que agora parece improvável.

 

PONTO & CONTRAPONTO

IstoÉ dá “barrigada” ao noticiar que Roseana coordenadores
17/01/2013. Crédito: Honório Moreira/OIMP/D.A Press. Brasil. São Luis - MA. Governadora Roseana Sarney, lança programação do Carnaval 2013, durante coletiva á imprensa.
IstoÉ blefa quando diz que Roseana Sarney coordenará senadores no impeachment

A revista IstoÉ da semana que passou registrou, numa das suas colunas de notas, que a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) estaria coordenando a bancada maranhense do PMDB em relação ao processo de impeachment. Uma tremenda “barrigada” – notícia falsa no jargão do jornalismo – da revista paulista, já que Roseana não tem qualquer influência junto aos três senadores. O senador João Alberto (PMDB) seja talvez os políticos mais próximos do ex-presidente José Sarney (PMDB), com quem troca figurinhas em tempo integral e, quando é o caso, segue suas orientações. Em relação à Roseana, porém, João Alberto é totalmente independente; os dois se dão bem, mas vez por outra divergem feio e o ex-governador nunca se dobrou. No caso do impeachment, João Alberto votou contra a admissibilidade seguindo o seu próprio senso de avaliação. O senador Edison Lobão (PMDB) também não segue orientação da ex-governadora e votou pela admissibilidade, alertando, porém, que aquele voto não significava sua posição final no processo de julgamento. Há quem garanta que Lobão pode surpreender votado contra o impeachment, mas qualquer que venha a ser sua decisão, ela certamente não terá qualquer influência da ex-governadora. Roberto Rocha (PSB) deu um voto técnico pela admissibilidade, mas não sinalizou qual será seu posicionamento. O que se tem como absolutamente certo é que ele só seguirá a orientação do seu partido. Portanto, a nota de IstoÉ é um caso exemplar de informação mal apurada.

 

Humberto Coutinho tem trajetória e vitórias festejadas por milhares de amigos em Caxias
coutinho festejado
Humberto Coutinho fala a amigos em confraternização realizada em clube

Milhares de amigos se reuniram quinta-feira à noite no Clube Alecrim, em Caxias com um objetivo comum: celebrar, em clima de confraternização, as vitórias que o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Humberto Coutinho (PDT) tem alcançado na vida e na política. Presentes o prefeito de Caxias, Leo Coutinho (PSB), o deputado Ricardo Rios (SD), vereadores, lideranças políticas e conterrâneos de todas as regiões caxienses. Ao lado da esposa Cleide Coutinho e emocionado com o carinho de tantos amigos e correligionários, o chefe do Poder Legislativa agradeceu: “Agradeço a todos os meus amigos que aqui estão presentes nesta confraternização por todas as orações, apoios, sorrisos e abraços que sempre me animaram para continuar a luta. Agradeço, principalmente, a Deus por tudo”.

Humberto Coutinho é, de fato, um maranhense vitorioso: médico e empresário bem sucedido, vem também colecionando vitórias na seara política, não havendo registro de derrota na sua trajetória até aqui. Todas as avaliações feitas até agora sugerem que ele está definitivamente consolidado como um dos grandes líderes políticos do Maranhão na atualidade, a começar pelo fato de que é o mais próximo e franco interlocutor do governador Flávio Dino – que o tem como amigo fiel e parceiro político -, além de ser um dos mais ativos articuladores políticos de todo o estado. Adepto da conversa direta, ao pé do ouvido, que chama de “arroz com feijão”, o líder caxiense já está reeleito para o segundo mandato à frente da Assembleia Legislativa e caminha para consolidar o seu mais audacioso projeto político: conquistar uma cadeira no Senado em 2018. Já é apontado por políticos e observadores do cenário pré-eleitoral como o mais forte nome para uma das vagas na Câmara Alta até aqui.

 

São Luís, 13 de Maio de 2016.

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