Depois de muitos “nunca disse que sou”, Weverton Rocha começa a assumir que é candidato a governador

 

Weverton Rocha admite candidatura ao Governo do Estado em live comandada por Carlos Lupi, presidente do PDT

“Se Deus um dia me permitir governar o meu estado, eu sei que o primeiro desafio é manter o que Flávio Dino começou”. Com essa declaração, feita neste sábado durante uma live comandada pelo presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, o senador Weverton Rocha, que preside o PDT regional, assumiu, de maneira clara, que é candidato a candidato à sucessão do governador Flávio Dino (PCdoB), arquivando de vez a estratégia de, quando provocado sobre o assunto, responder com o pouco convincente “nunca disse que sou candidato”. Com essa declaração, o senador confirma ser o mais candidato dos candidatos a candidato, colocando-se, de vez, num tabuleiro que tem o vice-governador Carlos Brandão (Republicanos), que não esconde sua pré-candidatura, como principal adversário. O presidente Carlos Lupi avalizou entusiasticamente o projeto de poder do senador maranhense, destacando “sua enorme capacidade de articulação” e o seu desempenho no Senado. A live “Café com Lupi” de sábado passou a ideia de que, ainda tratada cuidadosamente como uma possibilidade, a candidatura do senador Weverton Rocha ao Governo do Maranhão já é projeto prioritário do PDT.

Weverton Rocha revelou sua candidatura e seu projeto de ação ao responder algumas indagações de Carlos Lupi sobre o que fará se chegar ao poder. Inicialmente, foi cauteloso, e desenhou o seguinte cenário: “No Maranhão, depois de um ciclo grande, teve um governo, do Flávio Dino, que construiu essa transição. Então, a partir de agora vem o ciclo de disputas propositivas: quem tiver oportunidade vai ter que trabalhar para mostrar que é merecedor de continuar na vida pública. A população está mais exigente, observando mais e cobrando mais”. E completou falando dos grandes avanços feitos pelo Governo Flávio Dino e do potencial agropecuário, turístico e industrial, da importância estratégica do Itaqui, destacando uma série de nichos que podem ser explorados e tornar o Maranhão economicamente mais forte.

O fato é que, depois de avaliar cuidadosamente o cenário de ganhos e perdas políticas que nasceu com as eleições municipais, do qual foi um dos mais ativos construtores, o líder do PDT do Maranhão se move como quem está iniciando uma nova etapa do que parece um projeto para chegar ao poder, desenhado com início, meio e desfecho nas urnas, em Outubro do ano que vem. Para viabilizá-lo, vem azeitando uma megaestrutura, que inclui emissoras de rádio e TV, o comando político da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem), além de pedetistas no comando de 42 municípios, um cacife respeitável, ainda que considerando o desastre estratégico que levou o PDT a perder as poderosas prefeituras de São Luís e Codó. A isso se soma sua indiscutível eficiência, tanto política quanto legislativa, no exercício do mandato de senador da República, atuando na Oposição, mas com equilibrado senso de pragmatismo.

Não há dúvida de que o senador Weverton Rocha é um candidato muito forte ao Palácio dos Leões. Entra na disputa com um cacife invejável e com potencial para crescer durante a campanha. Enfrenta, porém, incógnita: como o governador Flávio Dino se posicionará nessa disputa?  O apoiará? Apoiará o vice-governador Carlos Brandão? Adotará a neutralidade no primeiro turno e apoiará o vencedor no segundo turno? Político já tarimbado, apesar de jovem, o senador sabe que o posicionamento do governador, seja qual for, terá influência decisiva na disputa. Daí sua preocupação de ajustar o discurso e demonstrar o seu alinhamento com Flávio Dino, que é, de longe, a mais forte e importante liderança política do Maranhão na atualidade, exatamente pela histórica transição que construiu, o que lhe dá o direito de pretender passar o bastão para um aliado confiável.

O senador Weverton Rocha sabe que Deus não dá governo de presente a ninguém, e que chegar ao Palácio dos Leões, como Flávio Dino chegou, mais do que fruto da vontade divina, é uma construção que, além de uma megaestrutura, exigirá, mais do que nunca, o uso da sua “enorme capacidade de articulação”, como assinalou o líder pedetista Carlos Lupi.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Indefinição partidária de Bolsonaro atrapalha definições de políticos maranhenses

Indefinição de Jair Bolsonaro retarda definição de Roberto Rocha, Pedro Lucas e Gil Cutrim

Por incrível que possa parecer, o presidente Jair Bolsonaro está sendo responsável por uma série de indefinições partidárias no Maranhão, à medida que vários nomes destacados da política estadual estão aguardando sua escolha partidária para resolver suas pendências. O presidente estaria examinando várias opções, podendo ingressar no Patriotas ou no PTB, ou ainda, numa situação mais remota, retornar ao PSL.

O senador Roberto Rocha, por exemplo, aguarda a definição do presidente para decidir para qual sigla migrará, já que é dada como certa a sua saída do PSDB. Há várias possibilidades para a escolha do chefe da Nação. A tendência inicial do senador é juntar-se ao presidente, filiando-se ao mesmo partido. Mas há quem especule que Roberto Rocha caminha para assumir o PTB, partido já transformado a linha auxiliar do presidente. O certo é que o senador não escolherá um novo partido antes de o presidente fazê-lo.

O deputado federal Pedro Lucas Fernandes, que perdeu o comando do PTB do Maranhão, não depende exatamente da definição partidária do presidente da República para escolher um novo partido. Fala-se que ele está conversando com o PSL, que pode voltar ao controle dos Bolsonaro, e com o PSDB, mudança só possível quando, ou se, o senador Roberto Rocha deixar o partido. É mais ou menos a situação do deputado federal Gil Cutrim, que deixou o PDT e está em busca de um novo partido. Sua escolha só será feita quando houver outras definições, já que seu interesse, como os dos demais “sem partido”, é conseguir uma legenda que fique sob seu comando, o que não está fácil.

Nos bastidores da política nacional corre a especulação de que o presidente Jair Bolsonaro resolverá sua questão partidária até o final deste mês.

 

Destaque

Felipe Camarão: cinco anos de uma gestão de excelência na Educação do Maranhão

Felipe Camarão foi aposta acertada de Flávio Dino para a desafiadora pasta de Educação

Quando, há cinco anos, o governador Flávio Dino, mudou o comando da Secretaria de Estado da Educação, nomeando para o seu comando o jovem advogado Felipe Camarão, muitos ficaram houve surpresa geral. Afinal, mesmo já tendo como lastro passagens bem-sucedidas pelo Procon, Secretaria de Gestão e Previdência, Secretaria de Governo e Secretaria de Culturas, entregar-lhe a fundamental, sensível, complexa e desafiadora pasta da Educação pareceu, à primeira vista, uma aposta muito elevada numa guinada radical. Em poucos meses, a expectativa começou a ser preenchida por resultados surpreendentes, que se avolumaram de tal modo que, cinco anos depois, o Sistema de Educação do Maranhão é muito maior, mais diversificado, mais inclusivo e mais qualificado, resultado de um arrojado processo de desenvolvimento.

Difícil relacionar concisamente o que é o Sistema de Educação do Maranhão comandado por Felipe Camarão, mas basta citar dois dos vários programas em curso, a Escola de Tempo Integral e a Escola Digna, para se ter uma ideia do que esse segmento está vivendo. O primeiro já está implantado em vários em escolas estaduais de vários municípios, proporcionando um nível educacional bem mais elevado que as escolas tradicionais. O segundo, que consiste na substituição de escolas básicas por outras com estrutura, com salas de aula e todo o conforto de uma escola normal. Já são mais de mil espalhadas por povoados de todas as regiões do estado, visto por especialistas como uma verdadeira revolução no ensino público básico do Maranhão.

Mais recentemente, o secretário vem enfrentando com inteligência e muito trabalho o desafio de manter o Sistema de Educação funcionando dentro das limitações imposta pela pandemia do novo coronavírus. Seu último lance é a distribuição de mais de 200 mil kit de internet para que os alunos da Rede Estadual de Ensino se mantenham em atividade. Tudo indica que a coisa vai funcionar.

Advogado por formação e professor de Direito e aos 39 anos, Felipe Camarão é hoje conhecido nos foros educacionais de todo o País como um gestor de excelência, condição que fez dele o quadro que mais tempo permanece à frente da Secretaria de Educação do Maranhão. Tudo isso faz do titular de Seduc um dos nomes mais destacados da sua geração, em quem muitos preveem futuro largo na vida pública.

O governador Flávio Dino sabia o que estava fazendo quando fez sua aposta.

São Luís, 07 de Março de 2021.

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