O plenarinho da Assembleia Legislativa foi palco, segunda-feira, de um ato político que certamente vai entrar para a história dos partidos no Maranhão. Ali, numa reviravolta espetacular, o braço do Democratas (DEM) no estado, que vinha praticamente sem músculos, estancou o processo de emagrecimento e ganhou nova vida, terminando o dia, se não com a robustez de antes, com força suficiente para seguir em frente, em condições até de ganhar mais reforços antes do fechamento da “janela partidária” no dia 2 de abril. A mudança no DEM foi completa: ganhou um novo deputado federal e presidente, Juscelino Resende, que desembarcou do PRP, e dois novos deputados estaduais: Stênio Resende, que deixou o PRTB, e o Cabo Campos, que saiu do PP, mantendo também o deputado Antônio Pereira, o que reforça sua bancada federal e delineia um bom espaço na Assembleia Legislativa. Assim, o partido que já foi a superpoderosa Arena durante a ditadura e, conforme a situação foi mudando, foi rebatizado de Frente Liberal, PFL, PDS, para finalmente, na plenitude do processo democrático, reinventar-se como e Democratas, o conhecido DEM, apontado por muitos como o símbolo maior da direita liberal no Brasil.
O jovem deputado federal Juscelino Rezende, que alguns críticos apontavam como um político sem muito futuro, surpreendeu a todos com essa jogada partidária de mestre, assessorado pelo tio, o deputado Stênio Rezende, uma das raposas mais hábeis do parlamento estadual, tanto que é hoje o decano da Assembleia Legislativa, cumprindo o sexto mandato. Com a tacada, Juscelino Rezende ganhou um espaço de mais visibilidade em Brasília, definindo claramente uma posição de oposição cerrada ao governo do PT, como também abriu caminho para que o DEM iniciasse um amplo processo de reestruturação no Maranhão, com dois objetivos: sair da indigência e ocupar um espaço bem definido no cenário político no qual as cartas são dadas pela aliança comandada pelo governador Flávio Dino (PCdoB), e criar as condições para participar das eleições municipais de outubro com o maior número possível de candidatos a prefeito, a vice e a vereador.
O DEM estava definhando no Maranhão. Presidido até final do ano passado pelo engenheiro Ricardo Guterres, e tendo como controlador de fato o ex-deputado federal Clóvis Fecury, o partido estava sendo usado mais como uma espécie de reserva de domínio do que como uma agremiação integrada à vida partidária do estado. Disposto a dar passos políticos largos, de preferência no comando de um partido, o deputado Juscelino Rezende enxergou no DEM o caminho para realizar seu projeto político. Bateu na porta do comando nacional do partido, relatou a situação da secção no Maranhão e pleiteou o seu comando no estado. A direção do DEM, por sua vez, enxergou no jovem deputado a possibilidade de uma longa sobrevida do partido no Maranhão, e não pensou duas vezes: tirou a legenda do controle dos Fecury e a entregou a Juscelino Resende. Diante da garantia de que teria o controle do DEM no Maranhão, Rezende, com o apoio efetivo do tio, deputado Stênio, realizou uma ampla articulação, que culminou com o evento na Assembleia Legislativa, onde assinou ficha e assumiu a presidência.
Assim, o DEM, que há duas semanas perdera o deputado César Pires, exatamente por causa da movimentação dos Rezende, ficando apenas com o deputado Antônio Pereira, voltou a se encher de gás antes de dar o último suspiro. E o fez numa festa política à qual compareceram 25 deputados estaduais dos mais diferentes partidos, entre eles o presidente da Assembleia Legislativa, Humberto Coutinho (PDT), e os líderes da Casa, com o líder do Blocão, deputado Levy Pontes (PHS), que foi convidado para se filiar, e Roberto Costa, que liderou o PMDB. Além de parlamentares, o prefeito de São Luís, Edivaldo Jr. (PDT), surpreendeu os presente ao participar do ato acompanhado de vários auxiliares e aliados políticos.
Ao assumir o comando do DEM no Maranhão, o deputado federal Juscelino Filho saiu da planície para ocupar espaço no primeiro plano do cenário político maranhense. Ganha força também o deputado Stênio Rezende, que depois de uma longa peregrinação por diversos partidos, ganha um pouco certo, e com a vantagem de ser um dos manda-chuva da agremiação returbinada. E apoiado por Stênio Rezende, Antônio Pereira e Cabo Campos, Juscelino Rezende Filho assumiu também o desafio de contribuir, com seu trabalho político, para que o partido, que de voz da ditadura evoluiu para se tornar a voz da direita liberal e esclarecida, ganhe sobreviva e continue sendo um dos pilares da democracia.
PONTO & CONTRAPONTO
Edivaldo Jr. acerta mais uma ao apoiar o novo DEM
Há cerca de três semanas, a Coluna registrou que o prefeito de São Luís, Edivaldo Jr. se credenciou como forte candidato a renovar o mandato por vários motivos, sendo um dos mais importantes a capacidade de tomar decisões de tomar as decisões políticas certas, como a de deixar o PTC e ingressar no PDT, por exemplo. Essa conduta política se repetiu segunda-feira, quando ele participou, no plenarinho da Assembleia Legislativa, juntamente com o presidente Humberto Coutinho, do ato de renascimento do DEM no Maranhão. Com a presença – que, diga-se, foi saudada com festa -, Edivaldo Jr. se credenciou a ter o DEM na aliança que está montando para embalar sua candidatura a mais um mandato no Palácio de la Ravardière. Em tempos de preparação para um processo eleitoral difícil, o pragmatismo inteligente é fundamental. Cortejar o DEM pode representar nada menos que dois minutos de TV no horário eleitoral gratuito, que, no dizer de um político experimentado, representa “muito mais que ouro em pó”, além de algumas vozes de peso reverberando a seu favor. Com sua participação no evento, o prefeito Edivaldo Jr. dificilmente deixará de ter o DEM como parceiro em outubro, o que reforça muito mais o seu cacife nas urnas.
Convidado para entrar no DEM, Rigo Teles preferiu ficar no PV
Faltou pouco para que o deputado Rigo Teles dissesse adeus ao PV para ingressar no DEM. Parceiro do colega Stênio Rezende na ciranda parlamentar, o deputado de Barra do Corda foi convidado insistentemente para reforçar o DEM no plenário da Assembleia Legislativa, mas ele resistiu tentação e decidiu manter-se nas fileiras do PV. No exwercício9 do quinto mandato, o deputado Rigo Teles vive uma situação delicada. Um dos quatro membros da bancada do PV, ele sofre um processo de isolamento no partido. Isso porque, enquanto o os deputados Adriano Sarney e Edilázio Jr. fazem oposição cerrada e implacável ao Governo Flávio Dino, ele e o deputado Hemetério Weba tentam manter uma relação institucional produtiva com o Palácio dos Leões. Frequentador quase diário da tribuna, Rigo Teles elogia as ações do Governo, destaca a postura do governador e emite todos os sinais de que não pretende entrar em rota de colisão com o governador e seu grupo. Aprovado por uns e criticado por outros, Rigo Teles mantém sua rotina de ocupar a tribuna quase que diariamente, via de regra para falar de problemas de Barra do Corda, com duras críticas ao prefeito Eric Costa (PSC), a quem faz uma oposição dura, mas equilibrada, movido sobretudo pela longa experiência política e parlamentar. Há quem critique duramente essa postura política, mas Rigo Teles sabe que esse é o único caminho para sobreviver na guerra entre as forças que agora comandam o Governo e o que restou do Grupo Sarney.
São Luís, 01 de Março de 2016.
Grandes articulações se consolidando. 2016 promete!
O DEM tem que manter os pés no chão e assim ganhar participação novamente. Se o DEM apoiar de fato a candidatura de Edivaldo, boas parcerias virão por aí.
Tudo bem?
Gostei demais do ponto de vista.
Até mais!
Boa tarde
Gostei muito do seu comentário no seu site.
Beijos!
Marcio Henrique do Guia do Somatodrol
Opa
Admirei muito este blog.
Beijos!
BrasilTuris do Cupom Netshoes