DataIlha aponta empate técnico entre Josivaldo JP e Rildo Amaral na disputa em Imperatriz

Josivaldo JP na frente de Rildo Amaral,
Marco Aurélio e Mariana Carvalho em Imperatriz

Se os números da pesquisa DataIlha, divulgados ontem, sobre a corrida para a Prefeitura de Imperatriz estiverem corretos – e não há motivos para não estarem -, revelando empate técnico entre o deputado federal Josivaldo JP (PSD), que aparece com 22,7% de intenções de voto, e o deputado estadual Rildo Amaral (PP) com 20,9%, com o ex-deputado Marco Aurélio (PSB) com 17,7% e  Mariana Carvalho (Republicanos) com 9,0%, a Princesa do Tocantins, o segundo maior e mais importante município do Maranhão, tende a alimentar uma surpreendente inclinação para tomar decisões fora da curva. E é exatamente por conta dessa tendência que a disputa na “segunda capital” vem sendo acompanhada com atenção pelo “núcleo de ferro” do Governo, onde atua chefe da Casa Civil, Sebastião Madeira, ex-prefeito e conhecedor profundo dos caprichos do eleitor tocantino.

Até pouco tempo, Rildo Amaral surfava na liderança, com Marco Aurélio bem atrás, segundo pesquisas anteriores. A situação mudou, com Josivaldo JP deixando Marco Aurélio cinco pontos atrás, e colocando um 1,8% à frente de Rildo Amaral. Se levada em conta a margem de erro de 3,7%, os dois líderes estão empatados, mas com o detalhe de que o terceiro colocado não está fora da briga, o que indica uma situação de absoluta indefinição a 10 meses da eleição.

Imperatriz vive uma situação ímpar. À frente de um desastre administrativo de sete anos e com 78% de reprovação (segundo o DataIlha), o prefeito Assis Ramos (UB) não deve se envolver na eleição, já que a avaliação da sua gestão não o autoriza a lançar um candidato à sua sucessão, obrigando-o a deixar o caminho livre para quem interessar possa. Nesse ambiente, Rildo Amaral bateu o martelo da sua candidatura logo que as urnas de 2022 confirmaram a sua reeleição para a Assembleia Legislativa. O mesmo aconteceu com Josivaldo JP, quando teve confirmada a sua reeleição, na qual poucos acreditavam. Marco Aurélio saiu das urnas derrotado, mas decidiu pagar para ver e rompeu uma aliança que firmara com Rildo Amaral, que o apoiara em 2020.

Até alguns dias atrás, a liderança de Rildo Amaral era ampla, calcada na sua condição de professor, detentor de vários mandatos de vereador e com bom desempenho na Assembleia Legislativa, com discurso muito focado nos problemas de Imperatriz, causando impressão de que sua caminhada para a vitória parecia irreversível. Só que – e a Coluna registrou – Josivaldo JP, um jovem e inquieto comerciante de feira que se lançou para deputado federal em 2018, pelo antigo PMN, saiu do pleito na primeira suplência e foi beneficiado pela avassaladora votação do candidato Eduardo Braide, de quem ganhou o mandato no final de 2020, quando o colega de partido foi eleito prefeito de São Luís.

Nos dois anos que ganhou na Câmara Federal, Josivaldo JP apreendeu o caminho das pedras e encontrou o filão do Orçamento Secreto, usando o resultado da mineração para renovar seu mandato, deixando para trás ninguém menos que o então deputado federal Edilázio Jr., o todo poderoso chefe do seu partido (PSD) no Maranhão. Há cerca de dois meses, a Coluna anotou que Josivaldo JP estava ganhando a forma de uma perigosa ameaça para Rildo Amaral, ganhando volume e agora lidera, ainda que precariamente, a corrida ao comando da antiga Vila do Frei.

Ainda é muito cedo para se cantar pedra num tabuleiro tão movimentado como está o de Imperatriz, com Marco Aurélio e Mariana Carvalho bem posicionados, de acordo com o que foi revelado pelos números levantados pelo DataIlha. É com base nessa tendência que as forças de comando entrarão em campo, no mais tardar depois do Reinado de Momo.

Em Tempo: A pesquisa DataIlha ouviu 700 eleitores entre os dias 30/11 e 02/12, tem margem de erro 3,7% para mais ou para menos, e intervalo de confiança é 95%.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão avisa que pode ficar neutro na corrida às Prefeituras

Carlos Brandão: neutralidade

“Existe a possibilidade de que eu não participe da eleição. Na maioria dos municípios eu tenho grupos políticos ao meu lado. Então, será que vale a pena? Dos 42 deputados estaduais, 42 me apoiam. Então, para que eu vou entrar numa briga dessas? Prefiro fazer parcerias com aqueles que ganharem”.

Com a frase, dita no contexto de uma entrevista ao jornal O Globo, o governador Carlos Brandão (PSB) sinalizou com clareza o caminho que deve seguir na corrida às prefeituras no ano que vem: a neutralidade onde for possível.

Imperatriz é um exemplo: dificilmente o governador apoiará a candidatura de Josivaldo JP, que não tem alinhamento com o Governo, mas também não é visto como um inimigo. E não tem como não adotar a neutralidade se Rildo Amaral, seu aliado e apoiador na Assembleia Legislativa, e Marco Aurélio, que está sem mandato, mas é aliado de proa e pertence ao seu partido, o PSB, não chegarem a um acordo e mantiverem suas candidaturas.

Nos seus cálculos, a esmagadora maioria dos 217 municípios será palco de disputa entre dois aliados. O seu envolvimento numa dessas refregas eleitorais certamente lhe dará um aliado vitorioso, gerando, na contrapartida, o que pode vir a ser um ex-aliado inconformado.

A neutralidade lhe dará a condição de trabalhar com os vencedores sem romper laços com quem perder.

MP reage com parcialidade e corporativismo à denúncia de Paulo Victor contra Zanony Filho

Paulo Victor e Zanony Filho:
ataque e proteção

 Alguns observadores avaliaram que a nota do Ministério Público sobre a denúncia do presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Paulo Victor (PSDB) contra o promotor Zanony Filho foi parcial e corporativa.

Sem a assinatura do procurador geral de Justiça nem do corregedor geral do Ministério Público, “assinada” pelo Ministério Público como instituição, o que é questionável do ponto de vista da transparência, a nota centra fogo no presidente da Câmara Municipal de São Luís, citado três vezes com nome e sobrenome e outras quatro vezes identificado pelo cargo que exerce. Já em relação ao membro do Ministério Público acusado pelo presidente da Câmara, a nota não o identifica pelo nome. Nas sete vezes em que é citado, é tratado ora como Promotor de Justiça, ora como promotor simplesmente e ora como membro do Ministério Público. Ou seja, na nota ele é só um cargo, sem identidade.

Ao longo da nota, o Ministério Público – e isso quer dizer todos os promotores de Justiça e todos os procuradores de Justiça – interpreta as declarações do vereador-presidente Paulo Victor contra o promotor Zanony Filho quase como a confissão de um crime, mas, curiosamente, não o aponta o promotor como o causador e beneficiário do suposto desvio. Causa perplexidade em qualquer leitor o claro propósito da nota de criminalizar as declarações do presidente da Câmara e quase vitimar o promotor de Justiça acusado.

Não há nenhuma dúvida de que no seu discurso o vereador-presidente Paulo Victor denunciou admitindo que cedeu a uma chantagem do promotor Zanony Filho, que em seguida, diante de mais exigências, reagiu e rompeu o “acordo”, e que obteve a informação de que está sendo investigado pelo Gaeco, furando a carapaça do segredo de Justiça, consciente de que isso pesa sobre o exercício da presidência da Câmara. Mas também parece não haver dúvida de que, a julgar pelo que disse o vereador-presidente, o promotor acusado está de corpo inteiro com chantagista no episódio.

Sem esquecer a importância superior da instituição ministerial, o trabalho intenso e incansável das Promotorias em defesa da lei e em especial a atuação do Gaeco na luta contra o crime organizado, não há como não enxergar que o Ministério Público navegou na parcialidade e no corporativismo na nota sobre a denúncia do presidente da Câmara Municipal de São Luís contra o promotor Zanony Filho.

São Luís, 08 de Dezembro de 2023.

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