Criação de ZPE livra Bacabeira do fantasma da refinaria que não veio

Lula da Silva entrega decreto da ZPE a
Eliziane Gama e livra Bacabeira do
trauma causado pela refinaria
prometida e não construída

A notícia foi impactante e os números nela contidos são muito animadores. O objeto de tanto otimismo é o Decreto nº 12.131, assinado no dia 7 deste mês pelo presidente Lula da Silva (PT), que transforma 2.098,83 hectares, no município de Bacabeira, nos limites com os municípios de Rosário e Santa Rita, no espaço onde será implantada, sem perda de tempo, na Zona de Processamento e Exportação do Maranhão (ZPE). De acordo com o ex-governador José Reinaldo Tavares, secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico e Programas Estratégicos, articulador do projeto com o apoio total do governador Carlos Brandão (PSB), a ZPE maranhense deve gerar 30 mil empregos e movimentar R$ 15 bilhões em cinco anos. A boa nova do presidente Lula da Silva resultou, entre outros fatores, da intensa ação da senadora Eliziane Gama (PSD), a quem o chefe da Nação entregou o decreto, já publicado no Diário Oficial da União, o que torna a ZPE um fato em processo de consumação.

A chegada da ZPE livra Bacabeira do trauma causado pela sufocante frustração que tomou conta do município e da região com o fracasso retumbante do projeto da Refinaria Prêmio III, da Petrobras, anunciado em janeiro de 2010, exatamente pelo presidente Lula da Silva, no seu segundo mandato, que tinha o senador Edison Lobão como ministro de Minas e Energia e quando se preparava para lançar a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), para sucedê-lo, numa parceria com a então governadora Roseana Sarney (MDB), que caminhava para disputar o quarto mandato. O complexo petrolífero, que produziria óleos finos e seria o maior da América Latina, foi lançado à época em Bacabeira, em meio à poeira das máquinas que já preparavam a gigantesca área, numa operação que consumiu mais de R$ 1 bilhão e para nada serviu. Bacabeira se transformou numa espécie de eldorado, recebeu investimentos em infraestrutura e foi atacada por uma furiosa onda de especulação imobiliária. Já nos primeiros momentos do seu governo, a presidente Dilma Rousseff avisou que não haveria refinaria, com avassaladoras consequências para Bacabeira.

Tudo indica agora que Bacabeira, que é o portal de entrada para o Munim e o litoral Nordeste, incluindo os Lençóis Maranhenses, pode voltar a ser a “terra prometida”, mais modesta, mas com efetividade. Isso porque, ao contrário da Refinaria Prêmio III, que dependia exclusivamente da Petrobrás, a ZPE é uma zona que comporta todo tipo de produção industrial para exportação, com vantagens tributárias e fiscais especiais, o que torna seus produtos competitivos no mercado planetário. Na área delimitada poderão se instalar indústrias as mais diversas, como de produtos eletrônicos, confecções e outros bens de uso massivo, mas tudo destinado à exportação. E com a vantagem adicional de ter um complexo portuário de primeira linha no seu quintal, o que pode tornar seus produtos bem mais competitivos.

A ZPE do Maranhão foi primeiro imaginada pelo então presidente José Sarney, em 88, quando fez uma visita à China e ficou empolgado com o que viu em Xangai, a primeira bolha capitalista do sistema comunista chinês. Tentou viabilizar uma no Maranhão, mas a grita da turma da Zona Franca de Manaus foi tão grande que ele arquivou o projeto. Vários governadores, entre ele a própria Roseana Sarney, também tentaram, mas em vão. Enquanto senador, Roberto Rocha investiu num projeto seu, que ficou engatado nas comissões do Senado da República. José Reinaldo Tavares alimentou o sonho e fez o que pôde para viabilizá-lo. Com prestígio em alta com o presidente Lula da Silva, a senadora Eliziane Gama comprou a briga e teve grande peso na decisão do presidente de editar o decreto de criação da ZPE de Bacabeira, livrando Bacabeira do fantasma da refinaria que não veio.

Em Tempo: Com o decreto presidencial, a ZPE de Bacabeira já existe, mas o seu funcionamento dependente agora do alfandegamento da área pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda, com base no projeto aprovado pelo Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação – CZPE.

PONTO & CONTRAPONTO

Nova vice de Duarte Jr. deve atuar para mobilizar a militância do PT

Creuzamar Pinho tem força para mobilizar
a militância do PT durante a campanha

A petista Creuzamar Pinho tem uma tarefa importante na condição de candidata a vice na chapa de Duarte Jr. (PSB). Ela deve galvanizar as fileiras do PT, de modo que a militância do partido ganhe as ruas e mostre sua força.

Quem conhece o braço do PT em São Luís diz que a militância petista é bem maior do que é normalmente vista. O PT tem muitos quadros filiados e um número maior ainda de simpatizantes. Boa parte desse contingente poderá ir para as ruas se a campanha de Duarte Jr. vier a empolgar a massa petista ainda discreta.

Com a força que tem no braço ludovicense do partido, como ficou demonstrado, por exemplo, na reunião que a escolheu para a vaga aberta por Isabelle Passinho, Creuzamar Pinho tem condições de mobilizar boa parte da militância do PT para turbinar a campanha do candidato Duarte Jr..

Braide está seguro de que não será afetado pelo caso do Clio, diz fonte

Eduardo Braide no vídeo em
que afirmou nada ter a
ver com o Clio vermelho

O prefeito Eduardo Braide (PSD) não vai mudar uma vírgula no seu projeto de campanha à reeleição. De acordo com uma fonte próxima ao prefeito de São Luís, Eduardo Braide teria ficado muito incomodado com o caso do Clio vermelho encontrado com R$ 1,9 milhão no porta-malas. Ao mesmo tempo, o prefeito estaria absolutamente seguro de que não pode ser afetado pelo episódio, uma vez que, conforme a fonte, nada tem a ver com a origem e o destino do dinheiro.

Ainda conforme a fonte, o prefeito de São Luís está ciente de que seus adversários políticos podem jogar pesado, mas que está preparado para enfrentar qualquer investida contra ele motivada pelo caso do Clio vermelho e do R$ 1,9 milhão nele transportado.

E vai desafiar os atacantes a provarem o contrário.

Na avaliação dessa fonte, o Clio vermelho foi encontrado num momento em que o prefeito Eduardo Braide teve espaço e tempo para se defender de alguma acusação direta a ele, o que ficaria mais complicado se a pancada fosse desferida em plena campanha eleitoral propriamente dita.

A mesma fonte disse, finalmente à Coluna, que o prefeito está confiante de que sua caminhada rumo à reeleição não será afetada por um caso com o qual ele afirma nada ter a ver.

São Luís, 11 de Agosto de 2024.  

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