Brandão garante que relação com Dino é sólida e que suposta crise é só especulação

Carlos Brandão e Flávio Dino mantêm aliança firme no Maranhão

“Não tem nada disso, é só especulação”. Foi essa a reação do governador Carlos Brandão (PSB) ao ser indagado ontem, pela jornalista Carla Lima, do portal imirante.com, sobre como está a relação dele com o ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública). A especulação foi feita por alguns canais da blogosfera, baseada no fato de que o governador e o ministro não foram vistos juntos durante a festa carnavalesca. Ele explicou que não estava em São Luís na sexta-feira e que o ministro “não estava animado”, e que só não apareceram juntos porque ele preferiu ficar no camarote e em contato com os brincantes, e o ministro optou por brincar num trio-elétrico. O governador Carlos Brandão deixou claro que ele e o ministro Flávio Dino mantêm diálogo permanente e que se encontram sempre que é possível. “Nossa relação é excelente”, declarou o chefe do Executivo.

A relação que envolve o governador Carlos Brandão e o ministro Flávio Dino é hoje condicionada por uma série de aspectos. O mais importante deles é que primeiro comanda um Governo de Estado e trabalha em São Luís e o outro é um ministro de Estado e trabalha em Brasília. A não ser por alguns aspectos de natureza institucional e administrativa, as duas funções quase não têm pontos de ligação. E os que existem são alimentados de maneira institucional, que independe da relação pessoal entre o governador e o ministro. No 8 de Janeiro e seus desdobramentos, por exemplo, o governador do Maranhão deu todo o apoio ao seu alcance ao ministro da Justiça e Segurança Pública, incluindo declarações condenando a tentativa de golpe e mandando policiais militares para a formação de uma força antigolpe. Por sua vez, o ministro respaldou todas as iniciativas do governador no âmbito do Governo Federal, e vice-versa. Nada além disso poderia ter sido feito.

No campo político, não há nenhum motivo aparente, e provavelmente nem subterrâneo, para um afastamento entre o governador Carlos Brandão e o ministro Flávio Dino. Para começar, os dois pertencem ao mesmo partido, o PSB, que tem hoje um senador, um deputado federal, 11 deputados estaduais e uma penca de prefeitos. É absolutamente normal e previsível que eventuais diferenças venham à tona dentro do partido, que, vale anotar, é bem diversificado, com dois grupos que começam a ganhar corpo. Oriundo do PCdoB, Flávio Dino e boa parte do PSB têm uma visão mais à esquerda, mas com viés democrático. Nascido no PFL e forjado no PSDB, Carlos Brandão chegou ao PSB com um perfil de centro, e também com viés nitidamente democrático. As diferenças não atrapalharam a convivência de sete anos e três meses do governador Flávio Dino com o vice-governador Carlos Brandão; muito ao contrário, a relação foi absolutamente normal, sem qualquer tremor causado por visões diferenciadas. Nesse contexto, é claro que o Governo Brandão não será igual ao Governo Dino.

Com seu nome confirmado por uma reeleição acachapante, em um só turno, o governador Carlos Brandão vai realizar o Governo que achar que deve e pode, já tendo sinalizado que manterá e, se puder, ampliará, programas-chave do Governo Flávio Dino, como os restaurantes populares, as escolas dignas e a expansão hospitalar, por exemplo. Mas implantará programas que ele entende necessários, principalmente na área de geração de emprego e renda. Senador da República licenciado, o ministro Flávio Dino comanda a complexa e desafiadora pasta da Justiça e Segurança Pública com a sua visão de Estado e a sua competência institucional, tomando decisões difíceis para recolocar o Brasil na rota da legalidade e da democracia plena. Ambos estão habitando mundos completamente distinto. Não faria sentido um tentar interferir no trabalho do outro.

Independentemente de quem dela participe, relação política sempre produzirá ruídos. Mas no caso de Carlos Brandão e Flávio Dino, os ruídos ainda estão longe de virar tremores.  

PONTO & CONTRAPONTO

Equipe: Brandão anuncia permanência de quatro secretários

Conforme sinalizou durante o Carnaval, Brandão começou a anunciar, via Twitter, a composição da sua nova equipe.

O primeiro nome foi Luzia Waquim, confirmada como secretária-chefe de Gabinete, que vinha acumulando a Secretaria de Governo desde o final de dezembro, quando o então secretário Diego Galdino foi para o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Para quem não sabe, Luzia Waquim é fiel escudeira e dona da mais absoluta confiança do governador Carlos Brandão durante o período em que foi chefe da Casa Civil no Governo José Reinaldo Tavares (2003/2006), o auxiliou nos seus dois mandatos de deputado federal, e cuidou da sua agenda nos sete anos e três meses na Vice-Governadoria.

Na sequência, o governador anunciou a permanência de Tiago Fernandes na Secretaria de Saúde – pondo fim às especulações de que o agora deputado estadual Carlos Lula (PSB) retornaria ao cargo -, Murilo Andrade na Secretaria de Administração Penitenciária e Raul Mochel na Secretaria de Transparência e Controle. Os três secretários foram mantidos com base na avaliação de que estão dando conta do recado no comando dessas pastas, consideradas importantes.

De acordo com o anúncio no Twitter, estão mantidos o coronel Célio Roberto no Corpo de Bombeiros, Anderson Ferreira na presidência do Iterma e Marco Aurélio no comando da Caema.

Novos anúncios serão feitos a qualquer momento, de modo que toda a equipe esteja definida até 04 de março, quando o novo Governo será (re)empossado num grande ato em Imperatriz.

Carnaval de São Luís foi o maior e também o mais político dos últimos tempos

Paulo Victor e Eduardo Braide saíram destacados do Carnaval de São Luís

Parece não haver dúvida de que o Carnaval deste ano em São Luís foi o mais animado e reuniu o maior público nos seus quatro dias até aqui: 1 milhão de foliões – 0  equivalente à população inteira da Capital – passaram pelos circuitos da Litorânea e Beira-Mar durante os quatro dias de reinado de Momo bancados pelo Governo do Estado, e um número bem mais modesto, mas visível, algo em torno de 100 mil, curtiram a Praça da Saudade, o Largo do Caroçudo e as tradicionais ruas do circuito da Madre Deus, organizado pela Prefeitura de São Luís. Outra constatação: foi o Carnaval ludovicense com o mais vivo viés político dos últimos anos e cujos desdobramentos serão evidenciados na corrida ao Palácio de la Ravardière, daqui a 20 meses.

O governador Carlos Brandão (PSB) cumpriu integralmente a promessa de criar as condições para a realização de um Carnaval excepcional, depois da vitória da ciência e da sociedade sobre a Covid-19. O Governo, por meio das secretarias de Cultura, Turismo, Segurança Pública, e com apoio de praticamente todas as demais pastas, montou uma bem organizada estrutura, contratou boas atrações locais e nacionais, mandou a polícia para as ruas, com o suporte do Corpo de Bombeiros. E com a quase milagrosa ajuda de São Pedro, tudo funcionou dentro do previsto.

Por sua vez, o prefeito Eduardo Braide (PSD) fez a sua parte, concentrando seus recursos bem mais modestos na organização da Madre Deus e da Passarela do Samba. O circuito não atraiu multidões, mas justificou sua instalação. A Prefeitura cuidou bem da Passarela do Samba, assegurando uma boa estrutura para o desfile dos blocos tradicionais e das escolas de samba, que resultou num curioso empate entre a Flor do Samba e a Favela – desfecho da ausência da Turma do Quinto, é claro.

O reinado de Momo turbinou a pré-candidatura do presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Victor (PCdoB) – principal responsável pela organização do Carnaval bancado pelo Governo do Estado- à Prefeitura de São Luís, e consolidou o projeto do prefeito Eduardo Braide à reeleição.   

São Luís, 25 de Fevereiro de 2023.

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