Nos momentos finais da disputa para a Prefeitura de São Luís, em Novembro passado, quando sua vitória já estava nitidamente desenhada, o candidato Eduardo Braide (Podemos) anunciou que, se eleito, tinha pronto um “pacote” de ações para os primeiros 100 dias de governo, com o qual, ao mesmo tempo em que já colocaria em prática algumas promessas de campanha, mostraria as linhas gerais da sua gestão no comando do maior e mais importante município do Maranhão. Hoje, completado o marco inicial, pelo menos a maior parte do “pacote” foi tornado realidade, e São Luís dá sinais de estar enfrentando seus enormes problemas com uma gestão focada, que assumiu, se estabeleceu e vem avançando sem alarde. Encontra-se firme no comando de uma equipe de bom nível e bem armada, como um gestor eficiente e confiável, ainda se ajustando ao cargo desafiador, mas parecendo saber exatamente onde está e onde quer chegar. Isso tudo num ambiente contagiado pelo trauma coletivo da pandemia do novo coronavírus, que vem castigando duramente a Capital do Maranhão, abrigo de 1,2 milhão de habitantes, a maior parte dependente dos serviços da Prefeitura.
Nessas primeiras 14 semanas, o prefeito Eduardo Braide priorizou a área da Saúde, tanto que seu primeiro movimento já empossado, na manhã do dia 02/01, um sábado, foi fazer uma visita de surpresa ao Hospital Clementino Moura, o Socorrão II, e logo depois se reuniu com uma equipe técnica para alinhavar o plano municipal de vacinação, quando nada havia ainda sido definido sobre o assunto. A partir de então, mergulhou nesse segmento, agilizando reformas de centros de saúde, instalando novos centros e montando a estrutura que hoje funciona como centros de vacinação – Multicenter Sebrae, Maranhão Novo e Drive Thru na UFMA -, onde milhares de pessoas são atendidas, de acordo com a idade. Anunciou 120 leitos para tratamento da Covid, e terminou o período com o anúncio viabilizado, incluindo 10 leitos de UTI. Em resumo: independentemente da guerra ao novo coronavírus, o prefeito priorizou a saúde, como prometido.
Na mesma pisada, dedicou esforços à Educação, com o diferencial de que a área foi entregue à vice-prefeita Esmênia Miranda, que já deu seguidas demonstrações de que tem o pleno controle da situação, apesar de todos os percalços criados pela pandemia. Uma das providências foi montar um kit-alimentação escolar para as famílias dos estudantes, além das providências para cumprir o semestre letivo. Eduardo Braide também implantou o “Rapidão”, uma alteração oportuna nas rotas do transporte coletivo. A nova gestão tem focado bem nas áreas cultural, com o reforço da Fundação Municipal de Cultura, e do Turismo, com o incremento de ações para tornar São Luís mais atraente. Nesse campo, criou o auxílio emergencial para artistas.
Na área econômica, ampliou o número de empresas beneficiadas com o “Alvará Zero”, entre outras ações, e reuniu-se com stafs do Banco do Brasil e da Caixa em busca de investimentos na cidade, e abriu diálogo com a Agência Espacial Brasileira visando incluir a Capital no seu leque de parcerias. Nas áreas de serviço propriamente ditas – limpeza, fiscalização, trânsito, manutenção da malha viária, entre outras – a nova gestão tem garantido a continuidade da administração passada.
O prefeito Eduardo Braide não se fechou. Ao contrário, sem baixar a guarda e evitando tropeços, vem tentando construir pontes nos planos estadual e federal. Entraves políticos têm dificultado a costura para uma relação eficiente com o Governo do Estado, mas foi ao Palácio dos Leões para a reunião do governador Flávio Dino (PCdoB) com os prefeitos da Ilha para discutir medidas de combate à pandemia. Além disso, o secretário municipal de Saúde, Joel Jr., tem mantido relação afinada e produtiva com o secretário estadual, Carlos Lula, ambos com o aval do prefeito e do governador. No plano federal, Eduardo Braide vem acionando seus aliados na bancada federal para abrir portas na Esplanada dos Ministérios, confiante de que alcançará a bolsa de recursos da União para viabilizar projetos que está alinhavando com o auxílio de técnicos tarimbados como o secretário estadual de Infraestrutura e ex-deputado estadual Max Barros, a ex-presidente nacional do Iphan, Kátia Bogea, e o político, empresário e agitador cultural Joaquim Haickel, entre outros.
É verdade que o prefeito Eduardo Braide recebeu do seu antecessor Edivaldo Holanda Jr. (PDT) uma máquina azeitada, financeiramente ajustada e sem bombas para desativar, o que lhe permitiu assumir o comando e dar as cartas sem interrupções nem perda de tempo. Mas é igualmente verdadeiro que, pelo que se viu nos primeiros 100 dias, o novo prefeito se instalou no Palácio de la Ravardière preparado para governar e enfrentar desafios. Até aqui justificou a eleição, ciente de que seu futuro depende do que alcançar nesse mandato.
PONTO & CONTRAPONTO
Pedro Lucas Fernandes ganha o comando do PSL no Maranhão
O deputado federal Pedro Lucas Fernandes definiu o seu rumo partidário dando uma guinada política de peso, depois de ter sido mandado embora do PTB: rompeu com trabalhismo e se filiou ao PSL, assumindo, incontinenti, o comando do partido no Maranhão. Como é sabido, essa legenda tem hoje duas vertentes, uma comandada pelo fundador e presidente, deputado federal Luciano Bivar (PE), e outra comanda pela turma comanda pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP), que tem feito de tudo para tirar o comando do presidente Bivar. No Maranhão, elegeu apenas dois prefeitos e um deputado estadual Pará Figueiredo, que até hoje não disse a que veio.
O movimento de Pedro Lucas Fernandes tem vários desdobramentos no Maranhão, a começar pelo ingresso do pai dele, Pedro Fernandes, ex-vereador por São Luís, ex-deputado federal por cinco mandatos e atual prefeito de Arame, no partido. Além disso, sua ascensão ao comando da agremiação significa o fim do longevo domínio do vereador Chico Carvalho sobre a legenda no estado.
O desafio de Pedro Lucas Fernandes por assumir o comando do PSL tem várias faces. Primeira: o braço maranhense do PSL é modesto, tendo elegido apenas dois prefeitos, entre eles Lahesio Bonfim, de São Pedro dos Crentes, e que está em franca campanha para o Governo do Estado. Segunda: o partido só tem um deputado estadual, Pará Figueiredo, que nunca disse a que veio. E terceira e mais complexa: o PSL é bolsonarista, o que praticamente o obriga a rezar na cartilha do presidente e sua turma, havendo inclusive a possibilidade de Jair Bolsonaro retornar para os seus quatros, o que deixará Pedro Lucas Fernandes numa situação delicada no cenário político maranhense.
Chama a atenção o fato de o ingresso de Pedro Lucas Fernandes no PSL ter sido avalizado pelo senador Weverton Rocha (PDT), que teria intermediado a migração com o apoio do presidente da Câmara federal, Arthur Lira (PP).
Roberto Rocha fica sem partido até Jair Bolsonaro fazer a escolha
Definitivamente fora do PSDB, cujo comando é agora do vice-governador Carlos Brandão, o senador Roberto Rocha segue sem partido. Ele aguarda a definição do presidente Jair Bolsonaro, para segui-lo ingressando no partido que ele escolher para tentar a reeleição para o Palácio do Planalto. Entre as várias especulações, uma previu que Jair Bolsonaro retornaria ao PSL, que seria entregue a Roberto Rocha no Maranhão. O ingresso do deputado federal Pedro Lucas Fernandes arquiva tal projeto. O senador Roberto Rocha teria desistido de tentar a reeleição, preferindo entrar na briga pelo Palácio dos Leões. Nesse caso., quer fazer dobradinha com o presidente Jair Bolsonaro no mesmo partido. Há quem diga que o presidente está inclinado pelo Patriotas, mas esse partido no Maranhão é domínio do deputado Josimar de Maranhãozinho (PL), representado pelo deputado federal Marreca Filho. O partido só sai dessa seara por uma negociação ampla.
São Luís, 10 de Abril de 2021.
É um vassalo que ficará sem mandato em 2022 porque para o governo do estado não ganha; senador idem, talvez se se candidatar a deputado federal, mas espero que ele assim como os atuais parlamentares federal não consigam a reeleição porque quando o Brasil mais precisa no auge da pandemia com milhares de mortos todos os dias, os parlamentares fingem que estas pessoas não exiatem porque tem que agradar ao insano do Planalto.