André Fufuca e Juscelino Filho se dão bem nas urnas, mantêm ministérios e estão cacifados para 2026

André Fufuca e Juscelino Rezende: bons
resultados eleitorais e cacifes reforçados

O resultado das eleições municipais fortaleceu os deputados federais André Fufuca (PP), atual ministro do Esporte, e Juscelino Filho (União Brasil), atual titular da pasta das Comunicações. O primeiro, que comanda o PP no estado, viu seu partido sair das urnas com 29 prefeitos e uma pequena legião de vereadores, enquanto o partido do segundo emplacou 26 mandatários municipais, juntamente com sua legião de vereadores. André Fufuca pode ter seu cacife aumentado no dia 27, caso o candidato do seu partido, Rildo Amaral, seja eleito prefeito de Imperatriz. Ambos fazem parte da base de apoio do governador Carlos Brandão (PSB), e o cacife de cada um se reflete naturalmente nas suas posições dentro dos seus partidos no plano nacional, dando-lhes força política para continuarem despachando na Esplanada dos Ministérios.

O desempenho do PP nestas eleições consolidou a posição política do ministro André Fufuca, que é uma das vozes mais importantes do partido no plano nacional. Esse reforço lhe assegura o aval do partido para permanecer no Ministério do Esporte, dando sequência a uma gestão que vem agradando o Palácio do Planalto, conforme declarações do próprio presidente Lula da Silva (PT). Em relação ao seu partido, o parlamentar permanece como uma das figuras de proa da legenda – lembrando que, ao ser indicado para ser ministro do Esporte, ele era o líder da bancada do PP na Câmara Federal, um posto com elevado poder de fogo político.

Independentemente do resultado da eleição em Imperatriz, André Fufuca obteve nas urnas municipais o credenciamento para o seu projeto mais arrojado: ser candidato a senador em 2026. Ele já confirmou o projeto e agora trabalha a sua viabilidade. Do ponto de vista partidário, é quase certo que a cúpula do PP lhe dará aval e os meios para bancar a empreitada. O aval inicial de 29 prefeitos (pode ser 30) e uma eventual aliança que o leve a formar chapa com o governador Carlos Brandão lhe dão o gás necessário para alimentar o seu projeto. Nesse sentido, nada existe de finitivo, mas também nada existe que possa inviabilizar o propósito político do ministro.

Ao sair das urnas com 26 prefeitos, o braço maranhense do União Brasil fortaleceu expressivamente o ministro Juscelino Filho. A começar pelo fato de que ele venceu, com larga vantagem, a disputa familiar pelo controle político de Vitorino Freire, sua principal base, derrotando o seu tio Stênio Rezende ao eleger o seu candidato à sucessão da sua irmã, Luana Rezende (UB). Nome forte dentro da legenda na Câmara Federal e no plano nacional, já tendo sido escalado para diversas tarefas de peso, o deputado Juscelino Filho chegou ao Ministério das Comunicações por escolha e indicação do seu partido, uma demonstração de força e prestígio na legenda.

Mesmo enfrentando uma bateria de denúncias de desvios de recursos de emendas por ele enviados para Vitorino Freira, que ganharam repercussão nacional e o colocaram em situação complicada, Juscelino Filho resistiu, convenceu o presidente Lula da Silva de que estava sendo injustiçado, e se manteve firme no cargo. E ganhou fôlego para, juntamente com o deputado federal Pedro Lucas Fernandes, atual presidente do União Brasil no Maranhão, tendo conduzido o partido a um desempenho robusto nas eleições municipais, elegendo 26 prefeitos e dezenas de vereadores. Saiu, portanto, credenciado a manter sua posição política e a pleitear a renovação do mandato.

A julgar pelo andar da carruagem, os dois deputados maranhenses permanecem firmes nos seus cargos ministeriais. Primeiro porque têm o aval dos seus partidos, e depois porque, segundo a avaliação do Palácio do Planalto, estão fazendo a parte que lhes cabe no comando das pastas. E o cacife eleitoral que cada um reuniu nas eleições municipais os credencia, no mínimo, a concorrer à reeleição para a Câmara Federal.

PONTO & CONTRAPONTO

Bolsonaro acusa o golpe das suas declarações agressivas e é alfinetado pelo PL maranhense

Jair Bolsonaro disparou contra Josimar de Maranhãozinho e quase atingiu Mariana Carvalho

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sentiu a reação às suas declarações destemperadas contra o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que comanda o PL no Maranhão, tendo também agredido os maranhenses ao indagar se no estado não tem gente honesta. Suas declarações repercutiram mal em todo o estado, mas o impacto negativo mais forte se deu em Imperatriz, à medida que colocou a candidata do Republicanos, Mariana Carvalho, numa situação delicada, uma vez que ela recebera o apoio do comando estadual do PL.

A prova cabal de que o ex-presidente sentiu o autogolpe ficou evidenciada no vídeo que ele gravou reafirmando o apoio a Mariana Carvalho, mas quase que admitindo que pisou na bola ao falar demais. Com o vídeo, Jair Bolsonaro praticamente encerrou sua participação no segundo turno da eleição em Imperatriz, onde esteve na campanha do 1º turno e havia prometido voltar na corrida do 2º turno, mas a julgar pelo teor da declaração, não mais irá.

Além do mais, o ex-presidente teve de encarar uma nota dura, sem ser agressiva, do presidente do PL maranhense, Hélio Soares, em defesa do líder maior do partido no estado, Josimar de Maranhãozinho. Na nota, ele sai em defesa dos deputados Josimar de Maranhãozinho e Pastor Gildenemir, e dispara:

“Os referidos parlamentares não são condenados em nenhum processo judicial, estando ambos em pleno gozo de seus direitos políticos, dentre os quais se inclui a elegibilidade para qualquer cargo eletivo na República Federativa do Brasil”.

A ironia ferina da declaração está no fato de que, ao contrário de Josimar de Maranhãozinho, o ex-presidente da República foi condenado e não pode ser candidato nem a vereador até 2030.

Podemos somou seus ganhos e se deu conta de que vai governar para 430 mil eleitores

Fábio Macedo: dois grandes municípios

É verdade que o braço maranhense do Podemos elegeu apenas dois vereadores. Mesmo assim, o presidente regional do partido, deputado federal Fábio Macedo, não tem muito do que reclamar. E a explicação é a seguinte: o partido elegeu os prefeitos de São José de Ribamar, Júlio Matos, e Pinheiro, André da RalpNet.

Segundo maior município da Ilha de Upaon Açu, São José de Ribamar é a quinta maior unidade municipal do Maranhão, com 245 mil habitantes. Por sua vez, Pinheiro está entre os 15 maiores municípios maranhenses, com população de 84 mil habitantes, ostentando a condição de cidade-polo da Baixada Ocidental.

Em resumo: com apenas dois prefeitos eleitos, o Podemos alcançou uma população de 430 mil maranhenses.

São Luís, 19 de Outubro de 2024.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *