Ana Paula Lobato visita Senado, se diz ansiosa para trabalhar, ciente dos desafios que terá de enfrentar

Acompanhada do marido, o deputado Othelino Neto, Ana Paula Lobato em visita ao plenário do Senado da República, onde deverá trabalhar a partir de fevereiro do ano que vem

A vice-prefeita de Pinheiro Ana Paula Lobato (PSB), 1ª suplente do senador eleito Flávio Dino (PSB), visitou ontem o Senado da República, onde atuará a partir de fevereiro na vaga do titular, que assumirá o Ministério da Justiça e Segurança Pública no Governo do presidente eleito e diplomado Lula da Silva (PT). Acompanhada do marido, o presidente da Assembleia Legislativa Othelino Neto (PCdoB), a futura senadora conheceu o plenário e outras dependências da Casa ciceroneada pela senadora Eliziane Gama (Cidadania). Ana Paula Lobato não escondeu o seu encantamento com o ambiente, espacialmente o plenário, grande espaço de embates, e, visivelmente emocionada, se declarou ansiosa para assumir a cadeira, “para trabalhar pelo Maranhão e pelo Brasil”. Se não houver mudanças no roteiro, Ana Paula Lobato deverá permanecer no Senado nos próximos quatro anos, período que corresponde à existência do Governo Lula da Silva e, por dedução lógica, à permanência do senador Flávio Dino no comando do Ministério da Justiça.

Ana Paula Lobato se tornará senadora num momento espacialmente delicado da política brasileira, que exigirá firmeza e habilidade políticas, bom senso, capacidade de avaliar cenários e se situar corretamente em cada contexto, além de um bom conhecimento das regras parlamentares. Esse cabedal se torna necessário à medida que o Senado da República, mudado em um terço na última eleição, reunirá forças governistas integradas por bons quadros, que farão contraponto às forças de direita e bolsdonaristas, que parecem estar dispostas a fazerem de tudo para criar obstáculos ao Governo do presidente Lula da Silva. Todas as previsões feitas por analistas sugerem que, pelo menos nos primeiros anos, o Congresso Nacional será um grande palco do conflito político e ideológico que ganhou forma no Brasil nos últimos anos e se evidenciou ostensivamente durante a campanha eleitoral, com rescaldos ainda ativos.  

Alinhada à bancada governista, Ana Paula Lobato terá o desafio de substituir Flávio Dino, um político extremamente preparado e experiente e que, não tivesse sido convocado para o estratégico Ministério da Justiça e Segurança Pública, seria um dos mais destacados integrantes da bancada governista, para enfrentar bolsonaristas como Sérgio Moro, eleito senador por Santa Catarina, e o general e atual vice-presidente Amilton Mourão, que representará o Rio Grande do Sul no Senado. E por conta desses fatores, a atuação de Ana Paula Lobato será observada com atenção, pelo menos nos primeiros momentos. Na condição de quem respira política partidária e parlamentar 24 horas por dia e sete dias por semana, Ana Paula Lobato tem plena consciência do que a espera e, a julgar pelo seu estado de ânimo, está determinada a encarar e superar o desafio.

Enfermeira por formação, com atuação empresarial, e nascida de uma família com profundas raízes políticas em Pinheiro, cidade-berço de José Sarney e onde são famosos os embates entre os Mendes, os Paiva, os Genésio…, Ana Paula Lobato sabe o que é confronto político. Ela abraçou definitivamente a atividade política ao casar-se com o economista, jornalista e atual deputado estadual reeleito para o terceiro mandato Othelino Neto, presidente da Assembleia Legislativa há quatro anos, e no momento em busca de mais um mandato presidencial de dois anos. Elegeu-se vice-prefeita de Pinheiro em 2020 e foi eleita agora 1ª suplente na chapa do senador eleito Flávio Dino em outubro. Não se trata, portanto, de uma cristã-nova nessa seara. Muito ao contrário. Jovem, inteligente e com rico DNA político, reúne as condições para exercer um mandato politicamente atuante e legislativamente produtivo.

Em Tempo: Ana Paula Lobato tem uma chance remota, mas real, de se tornar senadora titular, o que ocorrerá se forem confirmadas as especulações sobre possível nomeação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF). Essa possibilidade está prevista para abril, quando a atual presidente da Corte, ministra Rosa Weber, completar 75 anos e se aposentar.

PONTO & CONTRAPONTO

Capelli será o Nº 2 do Ministério da Justiça

O governador Flávio Dino e o secretário de Comunicação Ricardo Capelli em reunião de trabalho no Palácio dos Leões

Não era esperada, mas não foi de todo uma surpresa, a escolha indicação do jornalista Ricardo Capelli, atual secretário de Comunicação do Governo do Maranhão, para o cargo de secretário-geral do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o que lhe dá status de “vice-ministro” na pirâmide hierárquica da pasta a ser comandada pelo senador eleito Flávio Dino. A indicação abre caminho para o governador reeleito Carlos Brandão (PSB) reformular a área de comunicação no seu próximo Governo.

Ricardo Capelli foi um dos integrantes do chamado “núcleo de ferro” formado em torno do governador Flávio Dino. Primeiro atuou em Brasília, como secretário-chefe do escritório do Governo do Maranhão em Brasília, fazendo ponte entre o governador e secretários com autoridades federais em todos os setores e níveis atuando também fortemente na área de comunicação.

Com a eleição de Márcio Jerry para a Câmara Federal criou um vácuo do comando da Comunicação estadual. Para resolver o problema, Flávio Dino convocou Ricardo Capelli para comandar a Comunicação do seu Governo e preparar as bases para a campanha eleitoral. Ele topou e deu conta do recado.

Considerado um quadro de excelência, a começar pelo fato de que Flávio Dino é um dirigente extremamente exigente, Ricardo Capelli não terá maiores dificuldades em assumir o comando administrativo do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Marcelo Tavares vai presidir o TCE

Marcelo Tavares, presidente eleito do TCE

Menos de um ano depois de chegar à Corte, o advogado e ex-deputado estadual Marcelo Tavares foi eleito ontem para o comando do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para os próximos dois anos. Fruto de uma articulação intensa realizada após o fracasso da tentativa de reeleição por parte do atual presidente Washington Oliveira, sua eleição só não foi unânime porque o conselheiro Caldas Furtado votou contra.

Marcelo Tavares é tecnicamente preparado e politicamente hábil. Não foi sem razão que foi deputado por três mandatos e presidiu a Assembleia Legislativa, tendo ainda comandado a estratégica Casa Civil no Governo Flávio Dino, de onde só saiu para o TCE, no ano passado, depois de ter seu nome aprovado unanimemente pelo parlamento estadual. Gestor exigente, sob seu comando o TCE funcionará com regularidade.

Em Tempo: Está em curso uma corrida discreta, mas intensa, para a vaga do conselheiro Edmar Cutrim, que se aposentará no próximo mês.

São Luís, 15 de Dezembro de 2022.

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