Acordão no MDB: João Marcelo deve assumir a presidência tendo Hildo Rocha como vice-presidente

João Marcelo assumirá presidência do MDB tendo Hildo Rocha como vice; André Campos continua no comando do partido em São Luis e Roberto Rocha em Bacabal

Tudo indica que o braço maranhense do MDB encontrou o caminho para superar a crise interna e fazer uma transição sem traumas no comando do partido. Depois de uma série de articulações intestinas, as lideranças emedebistas costuraram um acordo pelo qual o deputado federal João Marcelo será o presidente regional do partido, substituindo ao senador João Alberto, e tendo como vice o deputado federal Hildo Rocha. O martelo ainda não foi batido, mas todos os sinais emitidos informalmente por fontes do partido indicam que os principais caciques emedebistas – incluindo o ex-presidente José Sarney e a ex-governadora Roseana Sarney -,  estão de acordo com a fórmula, que apagará o incêndio que vinha devastando as relações internas no MDB. A entrega da presidência do MDB ao deputado João Marcelo contempla a ala jovem do partido, que se rebelou contra a substituição do senador João Alberto por uma liderança da “velha guarda”, prestigiando também essa corrente com a entrega da vice-presidência ao deputado federal Hildo Rocha. Com a costura desse acordo, os caciques do MDB acreditam que que a crise partidária, provocada por um “choque de gerações”, estará superada.

O entendimento dentro do MDB resolve uma série de problemas que o partido vinha enfrentando desde a dura derrota que sofreu nas urnas em 2018. Liderada pelo deputado estadual reeleito Roberto Costa, a nova geração do partido exigiu que o comando lhe fosse entregue, para permitir uma mudança radical na atuação da agremiação. Ocorreu que a ex-governadora Roseana Sarney também pretendia assumir a presidência do MDB maranhense e não convenceu os jovens de que esse seria o caminho mais adequado para tirar o partido da areia movediça em que foi atirado ao ser trucidado nas urnas. A situação ganhou peso e gravidade de impasse, levando as lideranças a realizar uma longa e cuidadosa negociação para resolvê-lo.

Líder do movimento dos jovens, o deputado Roberto Costa propôs um acordo para entregar o comando do partido a Assis Filho, que é o presidente nacional do MDB Jovem e até o dia 31 de dezembro foi secretário Nacional da Juventude, cargo que lhe deu status de liderança dentro do partido. Só que os chefões do MDB maranhense, e até mesmo alguns jovens ponderaram que, mesmo sendo um quadro importante do partido, Assis Filho não exerce um mandato eletivo e isso reduz drasticamente suas chances de vir a dirigir o partido. Diante desse cenário, Roberto Costa e Hildo Rocha firmaram posições e se posicionaram para disputar o comando partidário em Fevereiro. Seria uma guerra, que poderia de, em vez de unir o partido, sacudi-lo de tal maneira que o MDB poderia sair desse confronto irremediavelmente dividido, podendo até mesmo se transformar num partido nanico. Houve até emedebista de peso falando em deixar o partido.

O acordão que está na fase final de costura muda completamente o cenário de conflito doméstico do MDB, dando ao partido a possibilidade de se recauchutar e se preparar para os embates que se avizinham: as eleições municipais de 2020 e as eleições gerais de 2022. Sociólogo por formação, que nasceu e cresceu respirando política, o deputado federal João Marcelo é um político sério, que defende intransigentemente o grupo a que pertence. Para comandar o MDB, contará com os conselhos do pai, senador João Alberto, uma das mais importantes e bem-sucedidas raposas políticas do Maranhão, que dirige o MDB desde o início da década de 1990 do século o passado. Tem noção clara de que os conflitos internos e as derrotas eleitorais recentes são fruto de um desgaste natural de um grupo que está há muito tempo no poder e cujas lideranças mais experientes esgotaram seus repertórios para atrair o eleitorado.

Se o acordão for mesmo consumado com João Marcelo na presidência estatual, o deputado estadual Roberto Costa será confirmado na presidência do MDB de Bacabal, enquanto André Campos permanecerá à frente do Diretório de São Luís.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Sérgio Moro aprenderá muito se se desarmar e conhecer o que está sendo feito em Pedrinhas

Sérgio Moro, agora ministro da Justiça e Segurança Pública ,  deveria conhecer o que está sendo feito por Flávio Dino  no complexo penitenciário de Pedrihas

Não há milagre nem rios de dinheiro gastos à toa resolverão a crise carcerária no Brasil. O caminho é um só: gestão. E o socorro aos estados no combate ao crime organizado, que vem sendo feito com o uso da Força Nacional, um instrumento militar limitado, só será resolvido com total integração entre União, Estados e Municípios e com a criação da Guarda nacional, com 10 mil homens permanentemente prontos para entrar em ação.

São sugestões que o governador Flávio Dino deixou no ar com a autoridade de quem comanda um processo que vem dando certo. Para começar, o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, que já foi considerado o pior dos infernos prisionais brasileiros, é hoje uma prisão que caminha para tornar-se uma referência. Cinco anos depois da última rebelião ali ocorrida com derramamento de sangue e atos assombrosos de brutalidade, Pedrinhas é hoje uma penitenciária que, apesar dos problemas que ainda enfrenta, já funciona com ordem e disciplina, e caminha para se tornar uma referência. E tudo isso foi conseguido com uma gestão eficiente, que limita concessões.

Flávio Dino tem alertado o Governo Federal para a necessidade urgente de substituir a Força Nacional, que não tem corpo permanente e é formada com a convocação de quadros qualificados das Polícias Militares, desfalcando os aparelhos estaduais de segurança, por uma Guarda Nacional, com efetivo permanente de 10 mil homens prontos para entrar em ação a qualquer momento, deixando as forças policiais livres para cumprir suas tarefas. O melhor exemplo é a Guarda Nacional norte-americana, que faz a segurança interna dos Estados Unidos, atuando contra o crime, terrorismo, desastres naturais, etc.. Na avaliação do governador maranhense, a criação da Guarda Nacional é crucial para o Brasil de agora.

Queira ou não, o ministro Sérgio Moro ganharia muito se examinasse com cuidado p que está sendo feito nesta área no Maranhão.

 

Braide quer um partido que lhe garanta liberdade para atuar e disputar eleições

Eduardo Braide estuda  convite feito pelo PSL e  outros partidos

O deputado federal eleito Eduardo Braide vai mesmo deixar o PMN, para ingressar numa nova agremiação partidária até o final deste mês. Ele disse à Coluna que trabalha com cinco opções, mas que só tomará essa decisão próximo do final do prazo. Ele declarou que gosta do PMN e poderia continuar como um dos seus quadros, mas o partido não alcançou votos suficientes para continuar existindo com os benefícios na legislação partidária nem aceitou se fundiu com outras agremiações e, assim, ganhar status de partido com direito a fundo partidário e tudo o mais. Braide procura um partido que lhe dê uma margem de atuação, como o direito de votar contra a Reforma da Previdência, por exemplo. Ele acha que pode encontrar uma agremiação com essa flexibilidade, permitindo-lhe cumprir seu mandato com liberdade e ocupar o espaço que lhe for possível na Câmara Federal. E lhe dê as condições formais para disputar a Prefeitura de São Luís com segurança.

São Luís, 15 de Janeiro de 2019.

 

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