A 120 dias das eleições, corrida ao Palácio dos Leões desacelera e entra em “banho maria”

 

Carlos Brandão e Weverton Rocha estão na frente, seguidos de Edivaldo Jr. e Lahesio Bonfim, e de Simplício Araújo, Enilton Rodrigues e Hertz Dias, que não conseguem sair do ponto de partida

Faltando exatos 120 dias para as eleições, o quadro da disputa pelo Governo do Maranhão encontra-se num momento de “banho maria”. São sete pré-candidatos, estando o governador Carlos Brandão (PSB) e o senador Weverton Rocha (PDT) brigando pela dianteira; o ex-prefeito de São Luís Edivaldo Jr. (PSD) e o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio (PSC) travando uma guerra de vida ou morte no campo intermediário pela terceira colocação, e o suplente de deputado federal Simplício Araújo (Solidariedade), Enilton Rodrigues (PSOL) e Hertz Dias (PSTU) estacionados no ponto de partida, aparentemente sem condições de absorver gás para arrancar em busca de uma posição menos incômoda. O foco principal, claro, está na disputa pela cabeça, que de acordo com a última pesquisa, realizada no início de maio, há cerca de um mês, portanto, a vantagem estava com o governador Carlos Brandão, tendo ele interrompido a liderança do senador Weverton Rocha. E num segundo plano, as atenções estão voltadas para o embate entre Edivaldo Jr. e Lahesio Bonfim, tendo o primeiro aparecido na última pesquisa com uma vantagem mínima sobre o segundo, dentro da margem de erro, ou seja, uma situação absolutamente indefinida.

No início de maio, o governador Carlos Brandão conseguiu definir sua chapa, confirmando o advogado Felipe Camarão (PT) como vice, enquanto o ex-governador Flávio Dino (PSB) confirmou sua pré-candidatura a senador, inclusive preenchendo a vaga de primeiro suplente com a vice-prefeita de Pinheiro, Ana Paula Lobato (PCdoB). A definição antecipada foi apontada como um ganho político importante para o governador, que então mais à vontade para buscar suporte político e eleitoral ao seu projeto de reeleição. A chapa Brandão/Dino ganhou o peso político que esperava com a confirmação da aliança PSB/PT, com o aval do ex-presidente Lula da Silva, líder folgado na corrida presidencial, com vantagem excepcional no Maranhão, onde sua campanha será coordenada pelo ex-governador Flávio Dino. Por conta de uma cirurgia no rim, Caros Brandão, suspendeu temporariamente sua pré-campanha.

No contrapeso, o senador Weverton Rocha não se abalou com a perda de suporte político dentro da aliança governista e, sem perder tempo, consolidou o rompimento com o grupo que o fez senador em 2018, e foi buscar munição política e suporte eleitoral na seara adversária. Seu primeiro passo foi romper declaradamente com o ex-governador Flávio Dino, e no mesmo impulso tornar mais agressiva sua disputa comum o governador Carlos Brandão. Numa guinada surpreendente, Weverton Rocha bandeou-se para o campo bolsonarista, primeiro engrossando, junto com seus apoiadores mais próximos, as fileiras da pré-candidatura do senador Roberto Rocha (PTB) à reeleição, de quem foi inimigo declarado. Em seguida firmando uma aliança com o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), entregando-lhe a vaga de pré-candidato a vice, para a qual o chefe maior do bolsonarismo no Maranhão indicou o seu fiel escudeiro, o deputado estadual Hélio Soares (PL). Com a ausência temporária de Carlos Brandão, Weverton Rocha aproveitou para intensificar sua campanha, inclusive em São Luís.

O embate entre Edivaldo Jr., lastreado por dois mandatos bem-sucedidos na Prefeitura de São Luís, e Lahesio Bonfim, que tem como lastro um mandato e meio igualmente bem-sucedido de prefeito de São Pedro dos Crentes, pela terceira colocação no ranking das preferências na verdade tem como objetivo principal alcançar e tomar o lugar do atual segundo colocado, o senador Weverton Rocha. Assim como o governador e o senador, os ex-prefeitos trabalham com a ideia de dois turnos, acreditando, cada um ao seu modo, e com base nos números de agora, ter condições enfrentar o governador Carlos Brandão, no round final da corrida ao Palácio dos Leões. Embora ainda seja cedo para cravar uma visão definitiva, não é exagero registrar que os três pré-candidatos restantes não deram até agora sinais de que ainda podem largar.

O período junino servirá a todos os pré-candidatos como um período especial para pedir votos, mas o jogo para valer só será jogado mesmo quando o governador Carlos Brandão retomar sua pré-campanha.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Flávio Dino mantém fogo cerrado contra o ´orçamento secreto`

Flávio Dino: crítico implacável do  “orçamento secreto” criado no Congresso Nacional

O ex-governador Flávio Dino (PSB) avança para se tornar um inimigo implacável do chamado “orçamento secreto”, por meio do qual deputados federais e senadores usam bilhões de reais de recursos orçamentários em emendas que não precisam ser identificadas. Para ele, “o orçamento é secreto, mas o roubo é público”. Trata-se, na sua avaliação, de “uma estranha e nova equação implantada no Brasil”.

Flávio Dino tem usado as redes sociais e eventuais entrevistas para manter uma crítica severa ao polêmico instrumento parlamentar de manipulação de recursos públicos, convencido de que muito dinheiro está sendo desviado por essa brecha sem regra clara.

Em um dos posts mais recentes sobre o assunto, o ex-governador bateu forte: “Todos os dias são revelados escândalos do tal ´orçamento secreto`, que é inconstitucional, ilegal e imoral”. E avisou, a quem interessar possa: “Se chegar ao Senado, lutarei pelo fim dessa invenção e jamais usarei dinheiro de ´orçamento secreto`.

A julgar pelo que têm dito as pesquisas sobre a corrida à única vaga em disputa na Câmara Alta nessas eleições, o chamado ´orçamento secreto` vai ganhar um inimigo implacável, que conhece as regras do jogo e sabe o que fazer para varrê-lo da vida pública nacional.

 

MDB maranhense pode deixar Lula se Simone Tebet decolar

Se decolar, Simone Tebet poderá contar com José Sarney e Roseana Sarney

É de expectativa o clima no braço maranhense do MDB em relação à disputa para a presidência da República. O que restou do chamado Grupo Sarney, incluindo o ex-presidente José Sarney, que é presidente de honra do partido no plano nacional, e a ex-governadora Roseana Sarney, que preside o partido no estado, está dividido. O grupo maior, controlado pelos dois líderes, mantém, agora mais discretamente, o projeto de apoiar a candidatura do ex-presidente Lula da Silva (PT), enquanto outra banda, bem menor, da qual participa, por exemplo, o deputado federal Hildo Rocha, avaliza a ainda instável aliança MDB/PSDB/Cidadania em torno da senadora emedebista Simone Tebet. Tudo pode mudar se a aliança partidária for confirmada e a senadora mato-grossense consolidar seu projeto de candidatura e decolar nas intenções de voto, criando, por exemplo, poder de fogo para desbancar Ciro Gomes (PDT) do terceiro lugar. Nesse caso, José Sarney e Roseana Sarney poderão respaldaras aposta do MDB.

São Luís, 03 de Junho de 2022.

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