Wellington do Curso “invade” Imperatriz, bate forte no prefeito Assis Ramos e é atacado por Rildo Amaral

 

Wellington do Curso “invade” a seara política de Imperatriz, ataca Assis Ramos e recebe o troco de Rildo Amaral

As duras críticas feitas pelo deputado estadual Wellington do Curso (PSDB) ao prefeito de Imperatriz, Assis Ramos (DEM), e a rebordosa que recebeu do deputado estadual Rildo Amaral (Solidariedade), é o resultado de duas incongruências. A primeira é a audaciosa movimentação de Wellington do Curso, que tem base firme em São Luís, mas vira e mexe “invade” “territórios” que estão fora do seu raio de ação política, causando estragos de um lado e levando pancadas de outro. E a segunda é a confirmação, cada vez mais gritante, de que não é mais possível imaginar o Brasil parlamentar sem o voto distrital, que deve ser item prioritário na primeira reforma política que vier a ser realizada pelo Congresso Nacional. Com esse sistema – que pode ser integral ou misto -, essas refregas, que são marcas da política estadual e acontecem com muita frequência, gerando às vezes desdobramentos nada republicanos, dificilmente acontecerão.

Pelo sistema atual, um deputado estadual pode ser eleito com os votos de uma microrregião, mas ganha o direito de falar em nome de todas as regiões, como se tivesse sido votado expressivamente em todas elas. Isso dá ao deputado Wellington do Curso, e a qualquer um dos seus colegas de parlamento, o direito de desembarcar em qualquer município maranhense, fiscalizar as condições de funcionamento de escolas e casas de saúde, por exemplo, e, de acordo com as suas conclusões, elogiar ou criticar duramente o prefeito. Pode fazer isso em São Luís, Pedro do Rosário, Parnarama, Carutapera, Imperatriz, com total garantia institucional. Ao disparar sua metralhadora verbal contra o prefeito de Imperatriz, acusando-o de incompetência na gestão do Hospital Municipal, Wellington do Curso usou plenamente o direito que lhe é garantido pelo mandato parlamentar, que lhe assegura também total liberdade de expressão e manifestação do pensamento, desde que não extrapole os limites da ética e do decoro.

O problema é que, na maioria dos casos, os ataques do deputado tucano encontram pela frente o contra-ataque de deputados que representam aquelas regiões “invadidas”. No caso de Imperatriz, a reação partiu do deputado Rildo Amaral, que reagiu respaldado pelo fato de ter sido vereador de peso na Princesa do Tocantins, de ter sido eleito deputado estadual com milhares de votos da cidade, e ainda ter relação de colaboração com o prefeito Assis Ramos. E foi com esse cacife que Rildo Amaral espinafrou Wellington do Curso: “A cidade de Imperatriz não aceita aproveitador chegar lá falando o que não conhece”.  E avisou que Imperatriz costuma ser “impiedosa” com “aproveitadores”. Pelo tom que deu à reação, Rildo Amaral sinalizou com clareza que vai jogar muito mais pesado se Wellington do Curso resolver treplicar, o que é muito o provável, uma vez que o parlamentar tucano já tem o “couro grosso” por conta das pancadas que tem recebido nas suas incursões institucionalmente corretas, mas politicamente perigosas, que já fez em “territórios alheios”.

No que diz respeito ao caso em si, soa no mínimo estranho que Wellington do Curso tenha se abalado de São Luís para Imperatriz com o objetivo de estocar a gestão do prefeito Assis Ramos. Para começar, sua base principal é São Luís, onde faz Oposição zoadenta, mas já sem muito eco, ao prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT) e ao Governo Flávio Dino (PCdoB). Além do mais, vem se colocando clara e enfaticamente como pré-candidato a prefeito da Capital, aproveitando o cacife de mais de 100 mil votos que recebeu no pleito de 2016 e que embalou sua reeleição para a Assembleia Legislativa. Sua incursão crítica por Imperatriz não faz qualquer sentido, a não ser pelo fato de que tem o direito institucional de fazê-la, mesmo que o resultado tenha sido a rebordosa desgastante disparada pelo deputado tocantino Rildo Amaral em defesa do prefeito Assis Ramos.

No sistema distrital ou distrital misto, situações como essas dificilmente aconteceriam. O confronto entre representantes regionais se daria num outro nível.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Com os votos de Eliziane e Weverton, Senado derruba Decreto das Armas e impõe dura derrota a Bolsonaro

Eliziane Gama e Weverton Rocha ajudaram a derrubar o decreto armamentista que Roberto Rocha tentou salvar

Estava escrito nas estrelas que o nocivo Decreto das Armas por meio do qual o presidente Jair Bolsonaro (PSL) atropelou o Estatuto do Desarmamento e tentou transformar o Brasil num País armado, receberia um “chega-prá-lá” no Congresso Nacional. A tendência foi confirmada ontem, quando o Senado, pelos votos favoráveis de 47 senadores e contrários de 28, derrubou o Decreto presidencial. Os senadores que votaram pela derrubada do famigerado decreto, entre eles os maranhenses Eliziane Gama (Cidadania) e Weverton Rocha (PDT), impuseram uma dura derrota ao presidente belicista, numa indicação da clara de que o Decreto armamentista sofrerá o mesmo destino na Câmara Federal. Eliziane Gama e Weverton Rocha confirmaram, com os seus votos, sua rejeição anunciada ao Decreto desde que ele foi editado pelo presidente Jair Bolsonaro, reafirmando o argumento segundo o qual mais armas significaria mais violência e mais mortes no Brasil, que já figura como um País violento mesmo com as fortes restrições à posse e porte de armas de fogo. Na contramão do que pensa a maioria dos brasileiros, que se manifestou contra o Decreto presidencial, o senador Roberto Rocha (PSDB) votou a favor, demonstrando, de maneira enfática, as suas afinidades políticas e ideológicas com o presidente Jair Bolsonaro, de quem é um entusiástico apoiador. A derrubada do Decreto das Armas no Senado mostrou que os senadores Eliziane Gama e Weverton Rocha estão sintonizados com a banda majoritária da sociedade, enquanto o senador Roberto Rocha preferiu se confirmar como integrante da marcha bolsonariana da insensatez.

 

Roberto Costa ajuda os “Os Caras de Onça” a conseguir sede em prédio do Governo

Roberto Costa (centro) entre Diego Galdino (de preto) e André Campos: diálogo e acordo sobre sede para grupo de arte que atua na comunidade do Desterro

O deputado estadual Roberto Costa (MDB) está cada vez mais experiente no que no jargão parlamentar é conhecido como “política de resultado”, o que o torna um dos membros mais ativos da Assembleia Legislativa. Essa postura mais uma vez praticada ontem, quando o parlamentar emedebista intermediou, em nome do presidente da casa, Othelino Neto (PCdoB), uma negociação entre o secretário de Cultura, Diego Galdino, e os integrantes da Fábrica de Arte “Os Cara de Onça”, que atua no bairro do Desterro, em São Luís. A negociação produziu dois resultados altamente positivos. A primeira: o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura, vai restaurar o prédio onde a Fábrica de Arte funciona. A segunda: “Os Caras de Onça” terão espaço garantido no prédio reformado, e receberão aluguel social para bancar estadia prédio alugado no qual permanecerão trabalhando durante a reforma do prédio para onde se mudarão quando a reforma for concluída, conforme garantia dada pelo secretário Diégo Galdino. “Os Cara de Onça” é um grupo formado por jovens da comunidade do Desterro e outras áreas do Centro Histórico, que desenvolvem atividades culturais e sociais voltadas para jovens da comunidade formada pelo Desterro e adjacências. Roberto Costa abraçou a bandeira do grupo e se colocou como intermediário para negociar um acordo com o secretário Diego Galdino e os líderes da Fábrica de Arte, que foi intermediado pelo presidente Othelino Filho. O secretário de Cultura reagiu positivamente à proposta dos integrantes de “Os Caras de Onça” e lhes assegurou que a reforma do prédio será feita e que eles vão continuar a usá-lo nas atividades da Fábrica de Arte.

São Luís, 19 de Junho de 2019.

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