Um aspirante ao Governo do Estado não pode ser candidato de si mesmo, e não irá muito longe se não for conhecido em todo o Estado, principalmente se não dispuser de um suporte partidário que lhe assegure tempo no rádio e na TV. Essas foram algumas das condições que o deputado Eduardo Braide (PMN) relacionou que, na opinião dele, um candidato a governador precisa dispor para ter condições mínimas de entrar na corrida sucessória. Ele admitiu, em entrevista ao jornalista Paulo de Tarso Jr. e publicada na edição de Domingo (18) de O Imparcial, não contar ainda com nenhuma dessas condições: não é candidato de um movimento político partidário, não é conhecido em grande parte do território estadual, e até aqui não conta com uma aliança partidária que lhe assegure algum tempo no rádio e na TV durante a campanha. Mas, independentemente dessas deficiências, Eduardo Braide afirma estar “decidido a ser governador” e que está trabalhando para conseguir as condições que lhe faltam, movido pela crença segundo a qual há no povo maranhense “um sentimento de construção de uma via alternativa”.
O deputado Eduardo Braide é um político nato e uma raposa em formação. Advogado, tem como lastro um período na presidência da Caema no de Governo José Reinaldo Tavares, outro com o secretário de Orçamento Participativo na gestão do prefeito João Castelo na Prefeitura de São Luís, e finalmente dois mandatos de deputado estadual, passando de falcão governista a gavião oposicionista. Demonstrou tirocínio quando percebeu a fragilidade dos adversários do prefeito Edivaldo Jr. (PDT) e jogou certo para tirá-los do caminho. Faltou-lhe fôlego quando teve de encarar um prefeito que resolveu enfrentá-lo de igual para igual e apoiado por uma máquina partidária forte e pelo aval do governador do Estado. Não ganhou a Prefeitura, mas saiu da disputa politicamente cacifado. Incensado por adversários ferozes do governador Flávio Dino, que não acreditam no futuro da ex-governadora Roseana Sarney (MDB), tenta sair do curso natural, que seria um mandato estratégico de deputado federal, a partir do qual definiria sua rota por mandatos majoritários, como prefeito e governador.
Na entrevista, Eduardo Braide justifica seu projeto imediato revelando que na corrida municipal teve acesso a pesquisas que indicaram a inclinação de parte do eleitorado por uma suposta terceira via para o Governo do Estado. Tais pesquisas, segundo ele, o apontavam sempre como terceiro colocado na preferência do eleitorado. E é com essas informações que ele se diz decidido a entrar numa disputa em que, em vez de Edivaldo Jr., que não é afeito a confrontos abertos, enfrentará o governador Flávio Dino, um político forjado nas assembleias estudantis e hoje com estatura até para disputar a Presidência da República, segundo têm registrado analistas de quilate elevado da imprensa nacional. E também a ex-governadora Roseana Sarney, que tem como suporte quase 14 anos de Governo. E ainda o senador Roberto Rocha, que mesmo imerso em conflitos, é hábil no jogo discursivo.
Até agora, as posições partidárias caminham para a montagem de alianças, estando a maioria das principais agremiações (PCdoB, PDT, PT, DEM, PSB, PTB, PRB, PP, PPS, PROS, entre outras) já se alinhando ao projeto de reeleição do governador Flávio Dino, e outras caminham (PMDB, PV, Podemos, Avante, PSD, PTN, entre outros) para fechar com Roseana Sarney, podendo alguns nanicos se aliar ao PSDB em torno da candidatura de Roberto Rocha. É verdade que ainda não existe coligação formal e que os acertos serão ajustados até maio, mas é verdade também que negociações e acertos já estão em curso e que – pelo menos até aqui – nenhuma deles envolve o PMN de Eduardo Braide. Isso não significa que ele não venha reunir pequenos partidos ainda soltos e liderar uma gente que lhe dê algum tempo na TV.
Como revela a entrevista, Eduardo Braide é um político ousado, mas sua ousadia é sempre baseada em cálculos, e esses certamente não estão desenhando o cenário dos seus sonhos. Ele sabe também que um passo errado nesse momento pode prejudicar sua carreira promissora. Sabe ainda, e principalmente, que sua candidatura é, nesse contexto, um lance de altíssimo risco político, que pode levá-lo ao paraíso ou ao purgatório.
PONTO & CONTRAPONTO
Flávio Dino premia Rodrigo Lago ao deslocá-lo da Transparência para a Casa Civil
Não surpreendeu a decisão do governador Flávio Dino (PCdoB) de deslocar o advogado Rodrigo Lago, atual secretário de Transparência e Controle, para assumir a importante pasta da Casa Civil com a desincompatibilização do também advogado e ex-deputado Marcelo Tavares (PSB), que mais uma vez disputará uma cadeira na Assembleia Legislativa. Rodrigo Lago será uma espécie de chefe informal do “núcleo duro” que assessora o governador Flávio Dino. O papel do novo chefe da Casa Civil ganhará mais espaço e força com a saída do secretário de Comunicação Social e Articulação Política, jornalista Márcio Jerry, até aqui o mais próximo e influente membro da equipe do atual Governo.
Descendente de uma família que respira política – é filho do ex-deputado Aderson Lago -, Rodrigo Lago faz parte da elite de advogados da sua geração na qual o governador Flávio Dino foi buscar bons quadros para exercer postos-chave no seu Governo, a exemplo de Carlos Lula, que vem colocando nos eixos e dando eficiência ao complexo e desafiador Sistema Estadual de Saúde, e Antônio Nunes, que coordena as ações da máquina estadual no comando da Secretaria de Governo.
O remanejamento de Rodrigo Lago para a Casa Civil confirma o que já era visível por dois ângulos. O primeiro foi a sua consolidação da sua posição no chamado “núcleo duro” de assessores mais próximos do governador. O segundo é também uma demonstração de reconhecimento do chefe do Executivo ao amplo e bem sucedido trabalho de tornar ao atual Governo do Maranhão o mais transparente entre os governos estaduais de todo o País, conforme estudo de especialistas canadenses, realizado na Fundação Getúlio Vargas (FGV) e apresentado semana passada durante um encontro nacional de Ouvidorias.
Além de Marcelo Tavares e Márcio Jerry, que será candidato à Câmara Federal, deixarão o Governo os secretários Adelmo Soares (Agricultura Familiar), deputado Neto Evangelista (de Desenvolvimento Social), Simplício Araújo (Indústria e Comércio), e Duarte Júnior, presidente Procon/Viva.
Em Tempo: Rodrigo Lago será o terceiro membro da sua família a ocupar a Casa Civil do Governo do Estado desde a reabertura democrática. O primeiro foi o diplomata e empresário – que implantou a Coca-Cola no Maranhão – Eduardo Lago, que foi o chefe da Casa Civil no primeiro ano do Governo de Epitácio Cafeteira (PMDB), de Janeiro de 1987 a Abril de 1990. E o segundo foi o então deputado estadual Aderson Lago (PDT), seu pai, que foi chefe da Casa Civil do Governo Jackson Lago (PDT), de Janeiro de 2007 a Maio de 2009.
Uso de cores partidárias em prédios públicos em São João Batista gera punição a prefeito
O prefeito de São João Batista, João Dominici (PSDB) está com bens indisponíveis até o valor de R$ 141 mil. Motivo: o prefeito mandou pintar os principais prédios públicos da cidade de amarelo e azul, as cores do partido dos tucanos, ignorando solenemente recomendação do Ministério Público no sentido de que não usasse tais cores na pintura das estruturas. De acordo com a Ação Civil Pública protocolada pela Promotoria de Justiça da Comarca, ao pintar os prédios com as cores do partido a que pertence, João Dominici “feriu o princípio da impessoalidade na administração pública”. O argumento foi acatado e o prefeito, punido. E não foi por falta de aviso. Em janeiro de 2017, iniciando o mandato, o prefeito mandou fazer a pintura. Foi alertado pela Promotoria de que estava ferindo tais princípios. Só que o prefeito esnobou o alerta e a recomendação. Em seguida, o MP requisitou a documentação relativa aos procedimentos licitatórios para a contratação da pintura. De novo o prefeito João Dominici deu de ombros e não respondeu. E por último, o MP recomendou que o prefeito pagasse do próprio bolso o trabalho para desfazer a pintura tucana. João Dominici não deu a mínima. Foi então acionado na Justiça, que acatou a proposta do MP e determinou o bloqueio de no mínimo R$ 141 mil em bens de João Dominici para bancar o trabalho de cobrir com outras cores as marcas tucanas em São João Batista. Pelo menos enquanto João Dominici for prefeito. Ele avisou que vai brigar contra a punição, que considera injusta.
Em Tempo: O que chama atenção nessa encrenca, que parece sem importância, é o fato de João Dominici ser um político com um respeitável lastro de experiência: engenheiro civil, foi por muitos braço direito de José Reinado Tavares no DNOCS, bem como secretário de Infraestrutura do seu Governo. Naquele período enfrentado graves acusações de desvio, que deram origem a uma CPI na Assembleia Legislativa, na qual travou um ácido pugilato verbal com o deputado Max Barros.
São Luís, 19 de Março de 2018.
Ta ficando cada vez mais agitada essa disputa para o governo, vamos aguardar e ver quem realmente irá disputar essa corrida ao Governo.
Braide ta atirando pra tudo quanto é lado, não têm nem chance de ganhar como governador.
Esse Braide vai é pro ”purgatorio”
Se o principio da impessoalidade fosse cumprido de verdade o Castelão não teria cerca vermelha, o procon não teria um boneco do duarte midia, e o logo do governo não teria a cor do comunismo.