Condenação de Tadeu Palácio por improbidade reforça o estigma que atingiu parte dos ex-prefeitos de São Luís

 

Tadeu Palácio, Conceição Andrade e Gardênia Castelo: sem futuro político depois da prefeitura de São Luís
Tadeu Palácio, Conceição Andrade e Gardênia Castelo: sem futuro político depois da prefeitura de São Luís

A anunciada condenação do ex-prefeito Tadeu Palácio, por improbidade administrativa, em decisão de primeira instância da Justiça estadual, sob a acusação de haver causado danos ao erário no valor de R$ 186.716,90, consolida uma tendência de que – com exceção de Jackson Lago, e de Edivaldo Jr., que está no exercício do segundo mandato – parte dos prefeitos eleitos da Capital enfrentou problemas, emagreceu politicamente e acabou praticamente apagada do cenário político de São Luís. Esse desdobramento atingiu os ex-prefeitos Gardênia Castelo (1985/1989), Conceição Andrade (2003/2007), Tadeu Palácio (2002/2009) e arranhou João Castelo (2009/2013). Todos sofreram fortes perdas políticas e enfrentaram situações as mais incômodas, decorrentes de denúncias feitas pelo Ministério Público. A maioria simplesmente desapareceu do mapa político e partidário de São Luís e do Maranhão, se não afundaram, sofreram desgastes fortes e perderam votos a influência nas definições políticas.

O estranho processo começou com a ex-prefeita Gardênia Castelo (PDS), que recebeu uma verdadeira consagração nas urnas, eleita que foi em outubro de 1985 contra o deputado federal Jaime Santana, apoiado pelo então presidente José Sarney (PMDB) e fez campanha com o slogan “Força Total”. O espetacular desfecho nas urnas parece ter funcionado como uma senha para que Gardênia Castelo, respeitada ex-primeira-dama do Estado e tendo naquele momento o marido João Castelo como senador da República em oposição ao presidente, sofresse todo tipo de boicote, tendo por isso realizado uma gestão pobre em matéria de realizações, apesar do esforço extremo que fez para reverter esse quadro. Depois de deixa a Prefeitura em 1989, quando passou o bastão para Jackson Lago (PDT), Dona Gardênia esteve somente mais uma vez no centro das atenções: foi candidata à vice-presidente da República em 1989, na chapa do catarinense Espiridião Amin (PDS), após o quê dedicou-se exclusivamente a apoiar a trajetória do marido e as campanhas da filha, sem ser protagonista em nenhum outro momento.

A advogada Conceição Andrade (PSB), que chegou à Prefeitura pela força do apoio do então prefeito Jackson Lago ao vencer o ex-governador João Alberto (PFL), que entrou na disputa como franco favorito despois de ter feito um Governo que surpreendeu o Maranhão fez um governo conturbado, enfrentando todo tipo de problema político com o PDT, com o qual rompeu, aliando-se a João Castelo e ao senador Epitácio Cafeteira (PMDB). Sofreu um intenso processo de boicote na Câmara Municipal, que a impediu, por exemplo, de contratar empréstimos que seriam fundamentais para dar um pouco de alento à sua gestão. Eleita como líder política respeitada, depois de ter sido deputada estadual atuante e em franca ascensão, Conceição Andrade terminou seu mandato praticamente só, depois de queimar todos os seus cartuchos políticos ao apoiar a candidatura de João Castelo exatamente contra Jackson Lago, que venceu a eleição e tratou de apagar até vestígios da sua passagem pelo Palácio de La Ravardière. Depois de ser prefeita, Conceição Andrade nunca mais venceu uma eleição.

O oftalmologista Tadeu Palácio chegou à Prefeitura de São Luís depois de ter sido vereador e escolhido pelo PDT para substituir a Domingos Dutra (PT) como candidato a vice de Jackson Lago no pleito de 2000. Reeleito, Jackson Lago decidiu renunciar em 2002 para disputar o Governo do Estado naquele ano. Palácio causou boa impressão nos seus primeiros atos – entre eles o de limpar a cidade. Com boa vontade e surfando no prestígio de Jackson Lago, Tadeu Palácio fez um governo eficiente, tecnicamente correto e sem rasgos de inovação nem ousadia maiores gestos de ousadia. Mas, curiosamente, foi se afastando do PDT e perdendo força e prestígio na mesma proporção. Passou o bastão para João Castelo em janeiro de 2009, depois de torrar todas as suas fichas na candidatura sem futuro do ex-deputado Clodomir Paz. Tadeu Palácio comandou a Prefeitura da Capital por seis anos e deixou o cargo dando a impressão de que seguiria em frente. A realidade, porém, revelou-se cruel: o ex-prefeito não conseguiu sequer eleger o irmão deputado federal, perdeu espaço, desapareceu do mapa político e agora é brindado com uma condenação por improbidade administrativa, o que, se confirmada pelo Tribunal de Justiça, suspenderá seus direitos políticos por cinco anos.

Político vencedor apesar das várias derrotas que amargou durante sua trajetória, João Castelo sofreu dura decepção ao ser derrotado pelo jovem deputado federal Edivaldo Jr. no pleito de 2016, já que tinha como certa sua reeleição. Sua eleição para a Câmara Federal em 2014 avisou que não era mais o campeão de votos de outros tempos.

Edivaldo Jr. (PDT) vem sinalizando fortemente que não terá sua trajetória perturbada por esse “estigma” que embaraça prefeitos de São Luís. Eleito e reeleito, o atual prefeito de São Luís tem demonstrado surpreendente habilidade política ao agir como político experiente, gerando a expectativa de que está se preparando para dar passos mais largos após deixar o Palácio de la Ravardière na esteira da aliança que cultiva com o governador Flávio Dino (PCdoB).

 

PONTO & CONTRAPONTO

Judiciário define data e regras para a eleição da nova direção do Tribunal de Justiça

 

Pleno do Tribunal de Justiça elegerá a nova cúpula do Judiciário
Pleno do Tribunal de Justiça elegerá a nova cúpula do Judiciário

O Tribunal de Justiça divulgou ontem as regras por meio das quais o Colégio de Desembargadores, composto por 27 membros, elegerá o novo presidente do Poder Judiciário, o vice-presidente e o corregedor geral de Justiça, que substituirão, respectivamente, aos desembargadores Cleones Cunha, Maria das Graças Duarte e Anildes Cruz. Estão no páreo os três desembargadores mais antigos e que ainda não presidiram a instituição: José Joaquim Figueiredo dos Anjos, Nelma Sarney e Marcelo Carvalho. A eleição acontecerá na próxima quarta-feira (04/10) em sessão administrativa do Pleno do Tribunal de Justiça, que será iniciada às 9h. A eleição para os três cargos se dará por maioria em votação secreta. Os eleitos terão mandato de dois anos e não há reeleição. Detalhe importante: o desembargador eleito para qualquer um dos cargos será obrigado a aceitá-lo, já que a recusa só pode ser formalizada antes da eleição. Os eleitos serão empossados na terceira quarta-feira de dezembro. Os bastidores do Poder Judiciário estão fervendo, pois até agora não foi feito um acordo a respeito de quem será o quê, situação indicativa que os três candidatos irão mesmo para a disputa voto a voto.

 

Bancada deve repetir a votação sobre a nova denúncia contra o presidente Temer

Se g=for denunciado de novo, Michel temer terá o apoio da maioria da bancada maranhenseHildo Rocha
Bancada  vai repetir votos

Todos os sinais estão indicando que a bancada federal maranhense repetirá a divisão na votação que autorizará ou não que o Supremo Tribunal Federal abra processo para investigar o presidente Michel Temer (PMDB).

Os deputados Hildo Rocha (PMDB), João Marcelo (PMDB), Sarney Filho (PV) – que deixará o Ministério do Meio Ambiente para reassumir a cadeira por dois dias para participar da votação -, Aluísio Mendes (PTN), Júnior Marreca (PEN), Cléber Verde (PRB), Pedro Fernandes (PTB), André Fufuca (PP), José Reinaldo Tavares (PSB), Victor Mendes (PSD), Juscelino Filho (DEM) votarão a favor do presidente.

Já os deputados Weverton Rocha (PDT), Deoclídes Macedo (PDT), Rubens Jr. (PCdoB), Zé Carlos (PT), Waldir Maranhão (PTdoB), Luana Costa (PSB) e Eliziane Gama (PPS) votarão pela autorização para que o presidente seja investigado.

É aguardar para conferir.

São Luís, 28 de Setembro de 2017.

 

 

 

 

 

 

Um comentário sobre “Condenação de Tadeu Palácio por improbidade reforça o estigma que atingiu parte dos ex-prefeitos de São Luís

  1. Os prefeito de São Luís sempre fizeram um trabalho que deixaram a desejar, pelo meno um está fazendo diferente. Edivaldo ainda vai fazer muito por São Luís até o final do mandato.

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