Consciente do elevado grau do seu desgaste político e de que as chances de um candidato próprio seriam mais que remotas, o PT decidiu participar da corrida para a Prefeitura de São Luís de uma maneira mais pragmática: vai integrar a grande aliança partidária em torno da candidatura do prefeito Edivaldo Jr. (PDT). Sem condições políticas e eleitorais de fazer exigências, o partido de Lula e Dilma decidiu negociar espaço na coligação para emplacar o candidato a vice-prefeito, disputando a vaga com o PCdoB, que funciona como uma espécie de aliado preferencial do PDT, e com outros partidos que aspiram a vaga, como o PTB, o exemplo. Na próxima semana, o partido definirá os nomes que proporá como opções para a escolha do companheiro de chapa do prefeito Edivaldo Jr..
Se, por um lado, escolheu o lado em que estão seus aliados no plano nacional – PDT, PCdoB e PTB, por exemplo -, e o campo político liderado pelo governador Flávio Dino (PCdoB), evitando a tentação de se juntar com agremiação tentam estrangulá-lo no plano nacional, por outro, o PT pode estar entrando num campo de atrito se, de fato, estiver mesmo pretendo a vaga de vice. Isso porque já estaria acertado que o companheiro de chapa do prefeito deve sair dos quadros do PCdoB. Esse projeto só não será concretizado se o partido do governador abrir mão da vaga, o que parece improvável, ou impossível mesmo, a começar pelo fato de que os comunistas do B têm se desdobrado para fortalecer sua base política. E abrir mão de um posto como o de vice-prefeito de São Luís não combina com os seus movimentos até aqui. Dai a explicação corra n os bastidores que o vice de Edivaldo Jr. pode ser até Márcio Jerry, o mais atuante e influente secretário do Governo Flávio Dino e ocupa a presidência estadual do PCdoB, posto-chave na estrutura política do governador. Assim, a menos que seja por concessão do PCdoB, o PT dificilmente fará o vice do prefeito na corrida à reeleição.
Mas enquanto a ficha não cai, a cúpula estadual do PT e o comando municipal do partido trabalham internamente preparando terreno o que der e vier. Na perspectiva de conseguir a vaga de candidato a vice-prefeito, os líderes do partido sondam nomes, entre eles o advogado Mário Macieira, ex-presidente da OAB, que foi listado como um dos nomes que o partido teria se tivesse optado por lançar candidato a prefeito. Macieira tem uma boa história de profissional que se formou nas lutas do movimento estudantil, com fortes laços com São Luís, onde o pai, o economista Roberto Macieira foi prefeito, e trazendo também no currículo a condição de neto da médica Maria Aragão, um dos mais importantes nomes da esquerda maranhense em todos os tempos.
Depois do racha e do desgaste que sofreu por conta da aliança que manteve com o PMDB no Maranhão por mais de uma década, situação que chegou ao extremo nos dois anos do Governo Jackson Lago (2007/2009), quando o partido foi dividido em duas correntes – uma continuou com Roseana Sarney (PMDB) e outra que permaneceu firmemente na oposição, o PT agora tenta juntar as duas bandas e voltar de novo a ser um partido inteiro. Sabe que isso não será fácil, que as diferenças que se consolidaram são imensas e que a crise que corrói o partido no plano nacional tem seus desdobramentos nas searas estadual e municipal.
Ao mesmo tempo em decide entrar na coligação liderada pelo PDT, que tem o PCdoB como aliado preferencial, o PT também leva seus trunfos, sendo o principal deles o seu tempo de TV – o maior entre todos os partidos -, que dará uma enorme vantagem à campanha do prefeito Edivaldo Jr. à reeleição. Esse item faz a diferença diante dos demais partidos, que nem chegam perto. Por esse viés, o PT será peça de expressiva importância para a coligação, contribuindo decisivamente para que o prefeito Edivaldo Jr. realize uma campanha sem a limitação da falta de espaço.
Não há dúvida de que a escolha do companheiro de chapa do prefeito Edivaldo Jr. será um capítulo à parte, tendo o PT como um dos protagonistas.
PONTO & CONTRAPONTO
Fábio Câmara descarta ser vice de Wellington do Curso
A cúpula do PMDB tentou, mas o vereador Fábio Câmara bateu pé e não aceitou compor com o deputado Wellington do Curso (PP) como candidato a vice. Faz exatamente o que alguns líderes do partido alertaram quando tentaram impedir que o braço da agremiação em São Luís lhe fosse entregue como garantia de que ele seria candidato a prefeito. Quando as últimas pesquisas foram divulgadas, informando que Wellington do Curso estava no pelotão da frente disputando ombro a ombro com Eliziane Gama (PPS) e Edivaldo Jr. (PDT), o deputado Roberto Costa chegou a conversar sobre o assunto com candidato do PP. que não descartou a possibilidade de um acerto político nessa direção. Mas a conversa não andou porque o vereador pemedebista avisou que não abre mão da candidatura a prefeito. Especulou-se que Fábio Câmara poderia ser vice de Eliziane Gama, mas ao que parece, tudo não passou de especulação, porque nem Câmara nem as lideranças pemedebistas tocaram no assunto.
Deputados veem de perto a retomada das obras na BR-135
Máquinas em funcionamento e a garantia de que as obras foram retomadas em ritmo acelerado. Foi o que viram e ouviram ontem os deputados estaduais membros da Comissão de Obras e Serviços Públicos da Assembleia Legislativa, e os deputados federais maranhenses que integram a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara Federal ao visitarem o canteiro de obras da duplicação da BR-135, no Campo de Perizes. A visita pode ser considerada um marco, porque é a primeira nesse nível que acontece desde que os tratores voltaram a funcionar, há duas semanas, depois das fortes pressões que fizeram grupos de parlamentares estaduais e federais contra o Governo Federal, chegando a ameaçar boicote à votação de matérias de interesses do Governo. A pressão funcionou, infelizmente só depois de quase dois anos de adiamentos, paralisações, protestos, promessas, mentiras por meio dos quais o Governo Federal tentou transformar a duplicação da BR-135, no trecho entre o Estreito dos Mosquitos até Bacabeira no mais odiento e injustificado jogo de empurra. As pressões finalmente funcionaram, e todos torcem para que continuem funcionado, para não deixar que a duplicação da BR-135 volta a ser um engodo e se torne, de fasto, uma realidade, pois ela é o mais importante equipamento rodoviário da estrutura rodoviária maranhense. Participaram da visita os deputados estaduais Eduardo Braide (PMN), Wellington do Curso (PP), Júnior Verde (PRB), Zé Inácio (PT) e os deputados federais João Marcelo (PMDB), Alberto Filho (PMDB), Hildo Rocha (PMDB), Juscelino Filho (DEM), Weverton Rocha (PDT) e Rubens Júnior (PCdoB). A retomada das obras é um exemplo claro de que quando os políticos deixam as diferenças de lado e se juntam em torno de uma causa comum a coisa funciona.
São Luís, 11 de Julho de 2016.