A pesquisa Econométrica que mediu a corrida para a Prefeitura de São Luís, divulgada ontem por O Estado do Maranhão, confirmou a tendência de polarização entre o prefeito Edivaldo Jr. (PDT), com 20%, e a deputada federal Eliziane Gama (PPS), com 24,3%, mas trouxe também o deputado estadual Wellington do Curso (PP), com 16,9% como fator de desequilíbrio e com gás para invadir a ponta e se tornar um dos polos. Demonstrou também que com 6,8%, 2,6% e 2,6, respectivamente, Rose Sales (PMB), Fábio Câmara (PMDB) e João Bentivi (PHS) estão amarrados no segundo time, aparentemente sem menor chance de reação. Os números, que nem de longe podem ser considerados a tendência definitiva da corrida na Capital, indicam que o embate caminha para um segundo turno intenso, traumático e rigorosamente imprevisível. Se for esse o cenário, as chances maiores de realizar uma campanha mais sólida e convi9ncente será do prefeito Edivaldo Jr., pelos diversos fatores que se combinam em torno do seu projeto de reeleição.
Um dado, porém, coloca a pesquisa sob o risco de não estar interpretando corretamente a realidade pré-eleitoral de São Luís, exatamente por não incluir os deputados estaduais Eduardo Braide (PMN) e Bira do Pindaré (PSB), dois nomes de destaque na vida parlamentar e políticos com grande trânsito no eleitorado da Capital. Braide é um nome que tem potencial para atrair votos na classe média, com fôlego para avançar, enquanto Pindaré já foi testado em eleições na Capital, sempre com bom desempenho. Sem os dois, a pesquisa ficou capenga, pois omitiu dois nomes que poderiam, por exemplo, alterar mexer nos percentuais mesmo sem alterar a posição revelada, ou alterar os percentuais e até a ordem mostrada pela Econométrica. Isso não significa dizer que os números não sejam confiáveis. São, sim, porque a Econométrica é uma empresa correta, que jamais maquiaria resultados. Pode ter acontecido que o contratante tenha fornecido os nomes a serem avaliados, que é comum em pesquisas feitas antes das convenções partidárias definirem seus candidatos, o que é o caso do atual levantamento.
Mas levando-se em conta o apurado pela Econométrica com os nomes que pesquisou, o resultado é uma espécie de empate técnico em cadeia, considerando-se os 3,1% de margem de erro e os 95% do intervalo de confiança. Numa avaliação grosseira, que use integralmente a margem de erro, Wellington do Curso, que aparece com 16,9%, pode estar com 20% ou com 12,1%, enquanto o prefeito Edivaldo Jr. pode estar com até 23,1% ou com 16,9%, podendo ainda Eliziane Gama com 21,2% ou até com 27,2%. Ou seja, por conta das variações, os três nomes da ponta podem estar enrolados.
Nesse cenário de enrosco, o prefeito Edivaldo Jr. leva uma grande vantagem sobre os demais: a campanha dele reúne as condições para ser a mais consistente. Primeiro porque seu governo tem uma gestão limpa, sem rastro de irregularidades, desvios nem casos explícitos de corrupção; depois, porque tem uma obra já volumosa em andamento; e finalmente, por estar mostrando o quanto é produtivo e benéfico uma relação de parceria com o Governo do Estado, mesmo em tempos de crise e de aperto orçamentário. Além disso, pode mostrar que encontrou o rumo e que sabe exatamente o que fazer no segundo mandato.
Eliziane Gama tem duas alternativas de discurso de campanha. A primeira será atacar os pontos frágeis da gestão atual em relação a obras não realizadas e mostrar projetos originais da sua lavra que, se implantados, melhorarão a qualidade de vida na cidade. A outra é partir para um ataque cruento ao prefeito, o que não parece ser o caminho adequado, porque sugerirá falta de propostas. Já o deputado Wellington do Curso é um franco atirador, que tem ligação forte com extratos periféricos e uma ampla rede de contatos por intermédios dos seus cursos, anda de mototáxis pela cidade e registra em vídeos buracos e engarrafamentos eventuais, filas em pronto-socorro, problemas em escolas, enfim, usa pequenos fatos para infernizar o dia a dia do prefeito Edivaldo Jr, com discursos feitos em tom dramático na Assembleia Legislativa, entrevistas, etc., o que lhe tem dado ânimo e alguma musculatura.
Em resumo: a pesquisa Econométrica publicada ontem por O Estado do Maranhão certamente traduziu a realidade de uma corrida com os nomes relacionados. Mas deixou no ar uma nuvem de dúvidas por não ter incluído os deputados Eduardo Braide e Bira do Pindaré.
Em tempo: segundo o jornal O Estado do Maranhão, a pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA-08340/2016, ouviu 997 eleitores em 57 bairros, com margem de erro de 3,1% e intervalo de confiança de 95%.
PONTO & CONTRAPONTO
Pesquisa pode tirar Fábio Câmara da corrida à Prefeitura
Há alguns meses, a Coluna registrou que se viesse a ser lançado candidato do PMDB à Prefeitura de São Luís, mobilizando os diversos partidos que fecham com o Grupo Sarney, o vereador Fábio Câmara (PMDB) poderia vir a ser um candidato competitivo. O registro foi muito comentado, com praticamente todos os leitores concordando com a avaliação. Mas o que veio depois disso foi surpreendente. O vereador Fábio Câmara brigou com a cúpula do PMDB, passou situações desagradáveis e seu projeto foi efetivamente minado, mas segurou a pressão e conseguiu ser colocado no patamar de pré-candidato do PMDB. Mas o que parecia ser uma trajetória que o levaria ao pelotão da frente se transformou num fiasco, pois os números das pesquisas revelaram um pré-candidato sem cacife eleitoral para bancar a condição de candidato do maior partido do Maranhão. A pesquisa Econométrica publicada neste fim de semana por O Estado do Maranhão encontrou um Fábio Câmara no mesmo patamar de João Bentivi, ou seja, 2,6%, apanhando feio da sua colega vereadora, Rose Sales, que alcançou dignos 6,8%, quando a expectativa era a de que ele apareceria com dois dígitos ou parto disso. A pesquisa pode ser o motivo para que adversários de Câmara estavam procurando para tentar tirá-lo do páreo e dar outro destino ao PMDB na corrida à Prefeitura de São Luís.
Dino tem pepino para descascar em Imperatriz
O governador Flávio Dino deve bater o martelo em relação a como o PCdoB vai se posicionar na corrida para a Prefeitura de Imperatriz. Ele tem três caminhos ali: lançar candidato próprio, que pode ser o deputado marco Aurélio (PCdoB); pode também orientar o PCdoB a fechar apoio com o PDT em torno da candidatura da enfermeira Rosângela Curado; ou pode ainda fechar uma aliança com o prefeito Sebastião Madeira (PSDB) em torno de um nome tucano. Todos os indícios surgidos até aqui sugerem que o governador Flávio Dino tem um pepino político gigantesco para resolver na Princesa do Tocantins se não quiser ficar, ele e seu partido, em conflito com a aliados, quando a meta de todos é vencer a eleição
São Luís, 11 de Junho de 2016.
Nota-se Crescimento de EDH , estagnação de Eliziane e ainda a inconscitencia de Wellington . O Prefeito Edivaldo ainda mantém maior vantagem
Fabio ta fora , o PMDB ja estuda compor a vice com candidatos mais fortes