Duas definições, se confirmadas, poderão movimentar fortemente a corrida para a Prefeitura de São Luís, podendo inclusive abalar a previsão de que a situação caminha para uma disputa direta entre o prefeito Edivaldo Jr. (PDT), que tentará a reeleição na liderança de uma ampla coligação partidária, e a deputada Eliziane Gama (PPS), que após alguns tropeços, deu o primeiro passo firme na corrida ao ganhar o apoio do PSDB e, assim, tirar do páreo três pré-candidatos do partido: o deputado federal João Castelo e os deputados estaduais Neto Evangelista e Sérgio Frota. Uma definição pode ser a candidatura do deputado estadual Eduardo Braide (PNM), que está sendo montada de maneira discreta, mas com muito entusiasmo; e a outra é a decisão que for tomada dentro do PSB, onde se arrasta a pré-candidatura do deputado estadual Bira do Pindaré, e o projeto ainda não revelado do senador Roberto Rocha.
O projeto de candidatura do deputado Eduardo Braide até agora só existe nos discursos que ele fez na Assembleia Legislativa, há cerca de um mês, para anunciar que será candidato a prefeito. Ganhou alguma repercussão nas inserções do partido na TV, que vêm sendo usadas para anunciar esse projeto de disputar a eleição para a Prefeitura. Braide informou à Coluna que seu projeto de disputar a eleição de prefeito da Capital é consistente e que está sendo elaborado em bases realistas, ou seja, levando em conta principalmente o peso dos principais nomes que estão no páreo. Garante que tem feito pesquisas para consumo interno e que as informações apuradas lhes dão a certeza que existe espaço para uma candidatura como a dele, “com chance de chegar primeiro”.
Considerado um dos quadros da nova geração mais comprometidos com o que muitos definem como a “boa política”, o deputado do PMN acha que pode mudar o cenário que está sendo desenhado por uma plataforma propositiva, que deixe de lado as futricas de bastidores, o confronto agressivo e os ataques pessoais. Ele acredita que os debates devem ser o ponto alto da campanha, os momentos em que os candidatos serão obrigados a mostrar o que têm para oferecer ao eleitorado. E afirma que tem um projeto para São Luís. Politicamente hábil e dotado de boa formação, Braide é dono de grande habilidade com as palavras, de uma postura de bom moço, de bom chefe de família e católico praticante, Braide reúne todas as condições para se apresentar como um candidato preparado e confiável. E com detalhe que poderá fazer a diferença: pode se mostrar politicamente independente, mas com portas abertas em todas as direções partidárias.
O outro fator que pode desestabilizar a polarização Edivaldo Jr./Eliziane Gama será uma definição no PSB, que pode ser a candidatura do deputado Bira do Pindaré ou outra solução montada pelo senador Roberto Rocha, que pode ser a candidatura do próprio – que ele não descartou, mas que ninguém acredita – ou a candidatura do filho dele, o vereador Roberto Rocha Jr. a prefeito ou a vice dentro de um grande acordo com um dos candidatos viáveis, que pode ser o deputado Wellington do Curso (PP) ou o próprio deputado Eduardo Braide. O problema é que o PSB vive uma crise, com a corda esticada a tal ponto que a essa altura ninguém espera um desfecho do tipo “e eles viveram felizes para sempre”.
No segundo mandato de deputado estadual, mas com militância política que remonta aos anos 80 do século passado como um dos mais ativos quadros do PT, Pindaré é um político experiente e preparado, com bom nível de informação e com trajetória politicamente correta até aqui. Se vier a ser o candidato do PSB com o apoio do senador Roberto Rocha, poderá tornar-se um candidato viável. No momento, o clima entre os dois grupos é de beligerância, com a diferença que o senador leva larga vantagem como controlador do partido em São Luís, o que significa dizer que o deputado só será candidato se Roberto Rocha abraçar o projeto.
A polarização em andamento poderá ser quebrada e o desfecho da corrida eleitoral será imprevisível se Eduardo Braide e Bira do Pindaré entrarem na briga para valer.
PONTO & CONTRAPONTO
Empréstimo do BNDES e nhenhenhém
A oposição, liderada pelo deputado Adriano Sarney (PV), decidiu tirar o conforto do governador Flávio Dino (PCdoB) em relação ao mega empréstimo do BNDES – R$ 3,2 bilhões – deixado, em parte pelo Governo Roseana Sarney (PMBD). Questiona agora como o dinheiro está sendo gasto, tentando levantar uma sombra de suspeita sobre os projetos em andamento bancados por esses recursos, defendidos pelos governistas, tendo á frente o líder do Governo, deputado Rogério Cafeteira (PSB). Na verdade, é um nhenhenhém de oposição respondido com nhenhenhém por vozes governistas. Para começar, Roseana Sarney não deixou tais recursos para Dino. Sabia que não aplicaria tudo no seu Governo e acreditava o que sobrasse seria investido pelo seu sucessor, que acreditava seria Luis Fernando Silva (PMDB). O vento virou, Luis Fernando desistiu da candidatura, Lobão Filho (PMDB) assumiu e amargou dura derrota. Antes de sair, porém, Roseana arrumou a casa, certa de que seu sucessor vasculharia minuciosamente as contas públicas em busca de malfeitos. Assim aconteceu, as contas foram vasculhadas, mas nada foi encontrado que pudesse ganhar status de escândalo. Em relação ao empréstimo do BNDES, Dino fez uma auditagem informal, foi ao banco e propôs a revisão dos projetos a serem bancados com os recursos, ajustando tudo ao seu programa de Governo. Na semana passada, um grupo de deputados governistas e oposicionistas foi ao BNDES em busca de malfeitos de um e de outro governo com dinheiro do empréstimo. Perderam tempo, porque a diretoria informou que nada houve de errado nos dois governos, salvo uma irregularidade técnica aqui, uma falha acolá, mas nada que pudesse sequer colocar o empréstimo em discussão. O nhenhenhém sobre o contrato vai continuar, com os oposicionistas dizendo que Dino só está trabalhando porque Roseana lhe deixou a maior fatia do empréstimo e os governistas, que não podem contestar a dádiva, reagem dizendo que ele está gastando melhor. Nada além disso – pelo menos até aqui.
São Luís, 31 de Maio de 2016.
Pouco provavel um desses dois ser candidato . Braide deve ta so ensaiando candidatura para ter recall em 2018 e Bira esta inviabilizado dentro do PSB
Os dois tem ótimas carreiras, mas será que estão preparados para um cargo tao alto e de tamanha cobrança?. Acredito que seja somente especulação.