Velten assume TRE-MA reafirmando a democracia e prometendo combate a abusos nas eleições

Paulo Velten e Francisca Galiza assumem a Justiça Eleitoral observados pelo prefeito
Eduardo Braide (e), a deputada-presidente Iracema Vale e o ministro Juscelino Filho

Com o compromisso declarado de trabalhar para “proteger a saúde do processo eleitoral, livrando-o de abusos de poder político e econômico, fraudes, irregularidades e de qualquer sorte de intervenção externa indevida capazes de tirar a virilidade da nossa democracia representativa”, o desembargador Paulo Velten assumiu ontem a presidência do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MA). Ele chega ao comando da Corte com o desafio de preparar a Justiça Eleitoral para as eleições gerais de 2026, nas quais serão eleitos no Maranhão o presidente da República, o governador, dois senadores, 18 deputados federais e 42 deputados estaduais e que, no entendimento de muitos, essas eleições serão uma das mais importantes de todas as acontecidas no País desde a redemocratização. O pleito será realizado com base uma legislação eleitoral mais ajustada e com o sistema de votação eletrônica definitivamente consolidado e cada vez menos sujeito a ataques de extremistas. Na mesma solenidade, a desembargadora Francisca Galiza assumiu o comando da Corregedoria Geral Eleitoral.

Na sua fala, o desembargador Paulo Velten, que ocupava o cargo de corregedor depois de ter realizado uma gestão inovadora e produtiva no Tribunal de Justiça, sinalizou sobre a linha de trabalho que adotará no comando da Justiça Eleitoral:  “Aqui nesta Corte esse trabalho será feito com o empenho de todos e todas e de diversas formas, com julgamento dos processos, preparação das eleições gerais de 2026, intensificação de cursos e capacitação pela EJE, ampliação das atividades da Ouvidoria e uma ampla campanha de conscientização e resgate do significado e responsabilidade do voto, esse importante e complexo dispositivo da democracia tão vilipendiado nos dias que ocorrem”.

Membro de uma geração que ainda viveu efeitos da ditadura e que tem se posicionado de maneira cada vez mais contundente em defesa do estado democrático de direito, Paulo Velten reforçou, na sua fala, que a defesa da democracia deve ser feita, não apenas pelas instituições, mas “por todos os brasileiros e brasileiras, que têm o compromisso com o país”, com as novas e futuras gerações, independente do seu espectro político-ideológico. “Precisamos investir numa mudança de cultura geracional, instruir jovens a participarem do processo político, do debate público esclarecido e fazê-los perceber, desde cedo, que vale a pena fazer a coisa certa”, assinalou, enfático, o novo presidente da Justiça Eleitoral no Maranhão.

A corregedora geral Francisca Galiza, que integra a mais nova geração da magistratura no Maranhão, se manifestou na mesma linha. Primeiro, faz reverência a Judith de Oliveira Pacheco, primeira mulher a se tornar juíza de direito por concurso público e, nessa condição, compor a Justiça Eleitoral como corregedora, atuando fortemente no combate à fraude eleitoral. E com base nesse exemplo e na condição de sétima mulher a assumir a Corregedoria Eleitoral, Francisca Galiza foi franca e direta:  “Comprometo-me a exercer minhas funções com ética, profissionalismo e inteligência emocional, tendo a lei como bússola e a busca pela justiça como norte, com todo o meu esforço e dedicação para contribuir na melhoria contínua dos serviços da Justiça Eleitoral”.

Como é tradição, a posse do novo presidente do TRE-MA foi um ato concorrido, com a participação das principais autoridades do Estado. Ali compareceram a presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB), assim com o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que é deputado federal (União) licenciado, e o prefeito reeleito de São Luís Eduardo Braide (PSD), entre outras autoridades e personalidades presente à posse.

Como a posse do novo comando, a Justiça Eleitoral do Maranhão começa, de fato, os preparativos para as eleições a serem realizadas daqui a 19 meses, sendo que o seu primeiro passo será a definição do calendário eleitoral, que entrará em vigor no início do ano que vem.

PONTO & CONTRAPONTO

Repórter Tempo chega à primeira década com o sentimento do dever jornalístico cumprido

Flávio Dino, José Sarney, Carlos Brandão, Roseana Sarney, Eliziane Gama, Iracema Vale, Roberto Costa, Eduardo Braide, Márcio Jerry, André Fufuca, Juscelino Filho, Felipe Camarão, Rubens Jr., Othelino Neto e Paulo Vitor foram, entre muitas outras, personalidades que pontificaram na última década e ocuparam espaço em Repórter Tempo

Repórter Tempo completa hoje 10 anos, alcançando 2.976 edições, todas autorais, registrando, grosso modo, cerca de 2,2 milhões de acessos ao longo desse período, números modestos para um veículo de comunicação virtual, as quantidades são superlativas, mas extremamente significativos para os da sua natureza, uma vez que se impôs o desafio de levar ao internauta/leitor uma informação qualificada cujo conteúdo vai além do quê, quem, onde, quando, como e porquê.

A Coluna teve a política e as relações de poder no Maranhão como foco central, evitando estender a sua abrangência para além das fronteiras do estado. Nasceu, portanto, com o propósito de ser um veículo maranhense, voltado para o dia-a-dia e os movimentos das forças que compõem o sempre ativo, complicado e agitado tabuleiro da política, nos quais raposas e aspirantes a raposa jogam diariamente uma mistura de xadrez e dama.

E como não poderia deixar de ser, ao longo da sua existência, Repórter Tempo fez registros comentados, muitos com pretensões interpretativas, dos passos de personalidades fora da curva como José Sarney, Roseana Sarney, José Reinaldo Tavares, com registros eventuais sobre Epitácio Cafeteira e Jackson Lago; figuras mais recentes, da geração liderada por Flávio Dino e Carlos Brandão, e da qual fazem parte Roberto Rocha, Weverton Rocha, Eliziane Gama, Humberto Coutinho, Othelino Neto, Márcio Jerry, Rubens Jr., Felipe Camarão e Roberto Costa, e mais recentemente e em grande destaque Eduardo Braide, Iracema Vale, e, num viés mais recente, Paulo Victor, entre muitos outros em plena atividade, como os dois jovens deputados federais e hoje ministros da República: André Fufuca e Juscelino Filho.

Nessa década, a figura mais proeminente do cenário político maranhense foi o ex-juiz federal, ex-deputado federal, ex-governador do Maranhão, senador da República e hoje ministro do Supremo Tribunal Federal, depois de uma destacada atuação como ministro da Justiça, protagonizando uma trajetória sem paralelo na história recente do Maranhão e do País, sem nenhum tropeço. Vale registrar também a ascensão da ex-vereadora e ex-prefeita de Urbano Santos, Iracema Vale, que vem se consagrando como a primeira mulher a comandar o Poder Legislativo do Maranhão em 190 anos de História. E a do ex-deputado federal e atual governador Carlos Brandão, que chegou ao comando do Estado por ter compreendido, como poucos, esse período de mudanças profundas e irreversíveis na vida do Maranhão.

O Repórter Tempo é um registro interpretado e comentado, com um olhar isento – às vezes deixado de lado por manifestações honestas de reconhecimento – sobre as atividades dessas lideranças, que apesar dos altos e baixos e das contradições deram à Coluna o ânimo necessário para continuar. E nessa linha, o olhar do Repórter Tempo procurou também o Poder Judiciário na esfera estadual e, mais recentemente, por circunstância, na esfera federal.

A Coluna fez também incursões modestas, mas honestas, no resgate de fatos diferenciados e relevantes da vida cultural do Maranhão. Resgatou, por exemplo, o dia em que o então presidente José Sarney reuniu em São Luís presidentes e primeiros-ministros de países de língua portuguesa, primeiro grande passo para a consolidação do idioma e dos traços da cultura da lusofonia. Com uma visão puramente jornalística, sem qualquer pretensão crítica, tirou das prateleiras do esquecimento alguns livros importantes, registrando, por exemplo, “Norte das Águas”, o magistral livro de contos do escritor José Sarney sobre o Maranhão profundo; o importante e revelador “Província”, a alentada reunião de artigos definitivos do poeta Nauro Machado sobre a literatura, a arte e a cultura do Maranhão; e também “A Greve de 51”, o valioso registro do historiador Benedito Buzar sobre um dos momentos mais importantes e decisivos da história recente do estado.  

 Com a mesma disposição e o mesmo interesse cultural, Repórter Tempo navegou na história recente da Música Popular do Maranhão, resgatando discos de importância fundamental como “Pedra de Cantaria”, que registra os passos inovadores de compositores jovens. E fez o registro jornalístico de joias da MPM, como “Shopping Brazil”, de Cesar Teixeira, “Contradições”, de Chico Maranhão, e três exemplares da obra mais recente e monumental de Josias Sobrinho.

É com o sentimento de gratidão aos seus leitores – muitos espontaneamente fidelizados desde os primeiros posts – com renovada disposição e com esse olhar além da fórmula padrão do Jornalismo que Repórter Tempo fecha nesta data um ciclo e dá continuidade ao registro comentado dos fatos mais relevantes da vida política e cultural do Maranhão.

São Luís, 25 de Fevereiro de 2025.      

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