O presidente regional do MDB, empresário Marcus Brandão, é o novo coordenador da campanha do candidato do PSB, deputado federal Duarte Jr., à Prefeitura de São Luís. O martelo foi batido no final da semana e a escolha foi confirmada por ele próprio na manhã de ontem. Com a definição, a pré-campanha do candidato socialista sai de um período de crise e incertezas e entra nos eixos, baixando a tensão e eliminando as dúvidas que vinham provocando tremores na aliança partidária governista em relação à disputa para o comando político e administrativo da Capital, com ecos para 2026. Para muitos, Marcus Brandão, irmão e braço forte do governador Carlos Brandão (PSB) na seara política e partidária, é o nome acertado para a tarefa.
Numa situação de absoluta normalidade na seara da aliança governista, Marcus Brandão dificilmente seria incluído numa lista de prováveis para o posto. Para começar, ele preside o MDB no estado, mas o MDB de São Luís, presidido pelo deputado federal Cléber Verde, declarou e vai apoiar formalmente a candidatura do prefeito Eduardo Braide (PSD) à reeleição, uma situação incomum e sem igual. Logo, Marcus Brandão vai coordenar a campanha de Duarte Jr. informalmente, uma vez que não poderá falar oficialmente em nome do seu partido. Ou seja, vai trabalhar da maneira mais discreta possível. Até porque ele sabe, como poucos, puxar os cordéis dessa sinuosa e escorregadia seara da política.
Marcus Brandão é conhecido nos bastidores da política como um “profissional” em matéria de coordenação de campanhas eleitorais, à medida em que participou, como coordenador, de todas as bem-sucedidas campanhas do irmão Carlos Brandão – duas para deputado federal, duas para vice-governador e uma para governador, essa com eleição em turno único. Em seguida, comandou a delicada e nada fácil operação por meio da qual assumiu o controle do MDB estadual e substituiu ninguém menos que a deputa federal Roseana Sarney na presidência do partido. Tudo isso agindo discretamente, movimentando-se basicamente nos bastidores, onde conheceu cada ´mandachuva` da política estadual e municipal, incluindo os de São Luís.
No meio político, o empresário Marcus Brandão é apontado como um articulador acostumado com bons resultados. Ele deve, portanto, colocar a pré-campanha e mais na frente a campanha propriamente dita numa rota que possa levar o candidato a um patamar que lhe dê a chance de virar o jogo, já que, pelo que se sabe até agora, o prefeito Eduardo Brande lidera com folga as intenções de voto, segundo as pesquisas feitas até aqui. Ontem, ele previu a possibilidade de eleição do candidato socialista, por considerar que o prefeito Eduardo Braide está enfrentando dificuldades políticas que podem fragilizar a sua condição eleitoral. E pareceu acreditar que Duarte Jr. pode virar o jogo e vencer a eleição.
No caso de Duarte Jr., uma coordenação de campanha confiável e eficiente é fundamental para que ele, candidato, ganhe autonomia de voo e se entregue inteiramente à briga pelo voto. E isso significa dizer lutar sem descanso para seduzir o eleitor, mas também manter harmonia e unidade da sua base de apoio político, sem a qual as coisas ficam muito, mas muito mesmo, difíceis. Duarte Jr. já tem experiência de sobra nesse jogo e sabe o que deve ser feito por ele próprio como candidato de uma aliança heterogênea.
O fato é que, avalizado pelo governador Carlos Brandão e, certamente, apoiado pelos líderes da aliança partidária que sustenta o projeto de candidatura, e somando esse suporte à sua experiência em campanhas, Marcus Brandão se torna, a partir de agora, um fator decisivo para a corrida de Duarte Jr. à Prefeitura de São Luís. Sem esquecer, é claro, de que o obstáculo a ser vencido não é um adversário qualquer.
PONTO & CONTRAPONTO
Tudo na linha: Brandão viaja e deixa Camarão no comando do Governo
A viagem do governador Carlos Brandão (PSB) ao Panamá, entre os dias 9 e 12, uma semana depois dos tremores que resultaram na saída do vice-governador Felipe Camarão (PT) da coordenação da campanha do deputado federal Duarte Jr. (PSB), mostra que, se o episódio deixou alguma rusga, essa está cuidadosamente camuflada.
Começa com o fato de que a substituição temporária do governador pelo vice, como manda a ordem constitucional, se dará dentro da normalidade e com todos os seus ingredientes, sendo o mais importante dele a exoneração temporária de Felipe Camarão do comando da Secretaria de Estado de Educação, que também será assumido interinamente pelo número dois da pasta, Anderson Lindoso.
Ou seja, pelo menos até ontem à noite, não havia qualquer rumor de mudança nesse rito. Menos ainda na relação do governador com seu vice, que pelo visto permanece de pé, em que pesem eventuais diferenças. Isso porque o tremor da semana passada aconteceu e foi resolvido com concessões de parte a parte, o que não deve mais acontecer, segundo fontes dos dois lados.
Outro aspecto é que o governador Carlos Brandão viaja com a absoluta segurança de que o governador interino não meterá os pés pelas mãos. Ao contrário, agora como sempre agiu desde que assumiu, reforçando a confiança mútua necessária para manter a estabilidade.
Viagem: Governador tenta intercâmbio entre o Canal do Panamá e o Porto do Itaqui
O governador Carlos Brandão viaja ao Panamá acompanhado do presidente da Emap, Gilberto Lins, numa missão que, além de conhecer o complexo portuário daquele país, pode resultar no estreitamento de laços entre o Panamá e o Maranhão por meio de protocolos a serem firmados entre os dois governos.
Esses documentos poderão, por exemplo estabelecer critérios por meio dos quais o Porto do Itaqui tenha interesses na região caribenha, para fazer o despacho de cargas, com origem ou destino ao estado, via Canal do Panamá. É de interesse do Governo do Maranhão e da Emap discutir eventuais possibilidades de cooperação bilateral entre as autoridades portuárias dois governos.
Se forem de fato efetivadas, como está previsto e agendado, essas tratativas representam redução de custos pela proximidade com o Caribe, o que potencializa um escoamento eficiente de mercadorias do Maranhão, que possui o maior porto público do Arco Norte.
Tendo como base o célebre o revolucionário Canal do Panamá, que liga os oceanos Atlântico e Pacífico, uma das maiores proezas da engenharia no século passado, o Panamá é hoje a segunda maior economia da América Central.
São Luís, 09 de Julho de 2024.