A corrida à Prefeitura de São Luís está consolidando mais, a cada dia, a polarização entre o prefeito Eduardo Braide (PSD) e o deputado federal Duarte Jr. (PSB), e além da movimentação política e partidária de cada um deles, ambos começam a travar confrontos verbais sobre os itens de uma agenda de interesse público. Em meio a fortes alfinetadas relacionadas com a educação, a saúde e a infraestrutura da cidade, passando por malha viária e trânsito, um embate sobre um tema crucial para a Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade: a preservação dos casarões coloniais. O desabamento de um deles no Centro Histórico, na semana passada, ensejou disparos críticos de Duarte Jr. a Eduardo Braide, que revidou e teve de encarar a tréplica.
Ocorreu que, ao tomar conhecimento de que o prédio – que já estava semidestruído, com as paredes sustentadas por escoras – desabara, Duarte Jr. resgatou dos seus arquivos um vídeo em que o então candidato a prefeito Eduardo Braide, posicionado em frente ao tal prédio, prometia cuidar do acervo arquitetônico de São Luís. Diante da repercussão do vídeo nas redes sociais, Eduardo Braide revidou explicando que o casarão é propriedade de um estrangeiro, que deixou o País, mas está sendo processado por haver abandonado a obra.
No seu revide, o prefeito Eduardo Braide disparou chumbo grosso em direção ao deputado federal Duarte Jr.: “Aos oportunistas que não conhecem a nossa cidade: o Centro Histórico de São Luís possui 6.000 imóveis tombados (federal e estadual). Desses 6.000, mais de 4.500 são de propriedade particular. O casarão que desmoronou hoje (8), pertence a um proprietário estrangeiro que já foi acionado e condenado pela justiça a fazer a restauração do imóvel, mas não fez”.
Duarte Jr. absorveu a pancada e contra-atacou: “Quantas vezes Braide foi a Brasília em busca de uma solução para o Centro Histórico? Zero! Oportunista é quem promete reformar e cuidar do Centro Histórico na eleição e depois finge que não tem responsabilidade. Ou mentiu quando prometeu cuidar ou mente agora quando diz que não tem responsabilidade. São Luís precisa de um prefeito que não minta”.
Em meio ao bate-rebate entre os dois pré-candidatos, o prefeito Eduardo Braide mandou um recado duro aos proprietários que não cuidam dos casarões: desapropriação. Isso porque grande parte deles estão mergulhados em brigas familiares de muitos herdeiros. Por seu turno, o deputado federal Duarte Jr. acusou o prefeito de não ir a Brasília garimpar recursos para preservar o acervo arquitetônico colonial de São Luís, o que significa dizer que ele sabe onde estão estes recursos e como buscá-los. Melhor será ainda se os dois candidatos usarem a campanha para assumir o compromisso de resolver esses problemas. Não com soluções mirabolantes e inviáveis, mas com projetos pé-no-chão, viáveis.
O importante nesse confronto foi que os pré-candidatos se mostraram atentos e ágeis nos ataques e contra-ataques. E o mais interessante: se não apresentaram soluções claras para resolver esse enorme desafio do Poder Público maranhense, pelo menos sinalizaram que não estão indiferentes ao problema. Afinal, o acervo arquitetônico colonial é o lastro que garante a São Luís o título de Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade, conferido pela Unesco, que pode cassá-lo se o conjunto de casarões não for devidamente preservado.
O fato político-eleitoral é confrontos como esse indicam que o prefeito Eduardo Braide e o deputado federal Duarte Jr. estão plenamente cientes de que a disputa será mesmo entre os dois. Isso porque, pelo menos por enquanto, os demais pré-candidatos – Wellington do Curso (Novo), Yglésio Moises (PRTB), Saulo Arcangeli (PSTU), Flávia Alves (Solidariedade) e Fábio Câmara (PDT) – estão fora do debate, uma vez que, se estão inseridos, ou acham que estão, suas manifestações não repercutem, não são motivo de comentários nem causam discussões.
Em Tempo: o comentário foi todo feito com base nas informações divulgadas pelo sempre bem informado blog do jornalista Clodoaldo Corrêa.
PONTO & CONTRAPONTO
Iracema comanda festa e inaugurações no aniversário de Urbano Santos]
A presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB) liderou ontem uma grande festa comemorativa aos 94 anos de Urbano Santos. Ali, ela e a população da cidade e convidados inauguraram a reforma do Centro Escolar “Ester Flora de Araújo”, dotada de quadra poliesportiva. Entregaram também o novo Mercado Municipal “Waldemar Melo”, e a Praça Municipal. E entregaram à população a joia da coroa: a pavimentação da MA-225, no trecho Urbano Santos – Barreirinhas.
Foi uma grande festa, organizada pelo prefeito Clemilton Araújo (PSB), alinhado de primeira hora da deputada Iracema Vale e que busca a reeleição. A presidente da Assembleia Legislativa considera Urbano Santos como o seu berço político, já tendo sido ali prefeita eleita e reeleita e, antes, vereadora por quatro mandatos consecutivo.
As obras realizadas em Urbano Santos contaram com o apoio decisivo do governador Carlos Brandão (PSB). Escola, mercado e praça são importantes para o município. Mas o item mais destacado da relação de obras é o trecho da Ma-222 que liga Urbano Santos a Barreirinhas. Essa é parte dos investimentos que estão sendo feitos para melhorar e ampliar o acesso rodoviário a Barreirinhas, o grande polo turístico, mundialmente conhecida como o Portal dos Lençóis Maranhenses.
Juiz amplia afastamento e pode encerrar a carreira da prefeita do Paço do Lumiar
No dia em que a prefeita de Paço do Lumiar, Paula Azevedo (PCdoB), foi afastada do cargo por 50 dias, por suspeita de corrupção, pela desembargadora Maria da Graça Amorim, a Coluna ouviu fontes isentas e chegou à conclusão de que provavelmente o seu destino seria não mais reassumir o mandato, que termina no dia 31 de dezembro. A chave para o encerramento da gestão dela foi a posse do seu vice, Ivaldo Alves, que chegou atirando e nomeando quatro a mulher e três parentes para cargos-chave.
Não deu outra. Ontem, o juiz Titular do Termo Judiciário da 1ª Vara de Paço do Lumiar, Gilmar Vale, em outra decisão, acolhendo os argumentos de uma Ação por Improbidade Administrativa, determinou o afastamento da prefeita Paula Azevedo, agora por 180 dias, ou seja, meio ano. Isso significa dizer que a prefeita não poderá mais retornar ao cargo.
No final da semana passada, depois de um tempo calada, a prefeita Paula Azevedo divulgou um vídeo no qual diz que está sendo vítima de ação política e de uma “injustiça” no plano judicial. A prefeita afastada disse que acredita da Justiça, que está tranquila e que tem o apoio do povo. A decisão do juiz Gilmar Vale joga por terra tudo o que a prefeita falou na sua tentativa de se defender e voltar são cargo.
São Luís, 11 de Junho de 2024.