Aval de Dino reforça favoritismo de Othelino Neto para novo mandato de presidente do Legislativo

Othelino Neto reforça seu cacife para presidir a Assembleia no primeiro biênio do novo mandato

A eleição da Mesa da Assembleia Legislativa para o primeiro biênio (2023/2024) da nova legislatura será realizada no dia 1º de fevereiro, mas, pelo andar da carruagem das articulações, a escolha do presidente será decidida ainda neste ano, ficando o mês de janeiro para o preenchimento dos demais cargos. E, como já frisou esta Coluna, todos os ventos sopram até aqui na direção do atual presidente, o deputado reeleito Othelino Neto (PCdoB), que já se declarou candidato e vem trabalhando intensamente para atrair eleitores entre os deputados novos e os reeleitos. Um sinal forte do poder de fogo da sua candidatura foi emitido no último sábado: ao participar de uma reunião do braço maranhense do PCdoB, o senador eleito Flávio Dino (PSB), declarou que a eleição de Othelino Neto para novo mandato presidencial “está bem encaminhada”. Ou seja, a essas alturas, o presidente já tem votos suficientes para garantir sua eleição. Mas ainda é cedo para cantar vitória, uma vez que não se sabe ainda se haverá candidato de oposição.

Uma avaliação numérica da Assembleia Legislativa eleita em outubro indica com clareza o favoritismo do atual presidente. Se a eleição fosse realizada agora, Othelino Neto seria eleito sem maiores problemas. Para começar, o seu partido, o PCdoB, lhe garante cinco votos, e o seu principal aliado, o PSB, deve assegurar-lhe os seus 11 votos, o mesmo acontecendo com o PP, que lhe dará três votos, assim como o MDB, que entra com dois votos, e o Podemos, que fecha a conta mínima com dois votos. Essas bancadas totalizam 23 votos, número suficiente para garantir o novo mandato a atual presidente do Poder Legislativo.

Mas a eleição do presidente da Assembleia Legislativa vai muito além de uma mera definição numérica. Ela é, antes de tudo, o resultado de amplas e intrincadas negociações, que passam pelo preenchimento dos demais cargos da Mesa Diretora e de definições sobre posicionamentos políticos ao longo do mandato. Um exemplo: controlada pelo deputado federal reeleito Josimar de Maranhãozinho, que comanda o partido no estado, a bancada do PL tem cinco deputados, que votarão em quem o comando partidário, ou seja, Josimar de Maranhãozinho, determinar. No jogo parlamentar estadual, é quase certo que, caso o PL não lance um candidato ou não venha a fazer parte da base de apoio a um eventual candidato de oposição – até agora não há um só indicador de que este venha a ser lançado.

Nos bastidores, corre uma especulação meio furta-cor, segundo a qual os quatro deputados do PDT estariam sendo orientados a tentar articular uma candidatura de oposição contando com os cinco votos do PL, dois do União Brasil, dois do PSD e dois do PSC e um do Republicanos, totalizando 16 votos, número suficiente para o lançamento de uma candidatura com potencial para brigar. O problema é que nesse grupo não há uma liderança de peso, confiável e com prestígio suficiente para medir forçar com Othelino Neto, que teve seu prestígio político testado durante a campanha eleitoral, sendo reeleito como o segundo candidato mais votado. Assim, mesmo tendo claro que eleição é um jogo político imprevisível, cheio de armadilhas, pelo cenário rascunhado até aqui, dificilmente Othelino Neto não será o novo presidente da Casa que ele preside desde 2018.

A chave para a eleição do deputado reeleito Othelino Neto será o posicionamento do governador Carlos Brandão (PSB), que agora lidera a aliança partidária montada e consolidada por Flávio Dino. O governador não quer tratar neste mandato de eleição que ocorrerá no novo mandato, a ser iniciado em 1º de janeiro. Mas vale anotar que até aqui, apesar do silêncio do governador, todos os sinais indicam que sua inclinação é no sentido de apoiar a candidatura do presidente da Assembleia Legislativa a novo mandato à frente da Casa.

PONTO & CONTRAPONTO

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São Luís, 06 de Dezembro de 2022.

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