Após ter definido a base política do seu projeto de candidatura, que tem como argamassa forças da direita identificadas com a linha política e ideológica do presidente Jair Bolsonaro (PL), e montar uma gigantesca estrutura de pré-campanha, com suporte em emissoras de rádio e TV e na blogosfera, o que vem fazendo dele um pré-candidato competitivo ao Governo do Estado, o senador Weverton Rocha (PDT) deu partida numa estratégia que pode ser bem-sucedida, mas pode também se revelar um erro de elevado teor explosivo. Ele decidiu partir para provocar o confronto com o governador Carlos Brandão (PSB), pré-candidato à reeleição e que, segundo a pesquisa mais recente, feita pela Econométrica, lidera a corrida ao Palácio dos Leões, com vantagem fora de todas as simulações com a margem de erro. Já criticou gastos pontuais com o São João, tentou transformar em escândalo o valor de verbas governamentais para eventos, provocou o governador com dados estatísticos sobre pobreza e fome, e agora está batendo forte na posição do governador Carlos Brandão em relação à redução do ICMS para baixar o preço dos combustíveis. Não se sabe se por cautela ou por não dispor mesmo de informações sobre deformações cabeludas no Governo, o senador aposta numa pauta sem nitroglicerina suficiente para causar danos à atual gestão e à imagem do governador.
Ao tentar provocar o governador Carlos Brandão para o embate verbal, o senador Weverton Rocha sinaliza que o discurso segundo o qual ele reúne as condições para fazer o “Maranhão mais feliz”, produzindo o milagre econômico com a geração de emprego e renda para os maranhenses, como se isso fosse possível com o preparo que ele se dá, não vem causando o impacto que ele esperava. Com o discurso recém adotado, o senador parece ignorar que a crise econômica, que reduziu o emprego e a renda, é um problema nacional, afeta igualmente os 27 estados e a Federação como um todo. Mais do que isso, o pré-candidato do PDT tenta empanar os avanços que o Maranhão alcançou nos últimos sete anos e meio, se destacando nacionalmente com o maior programa de segurança alimentar do país com mais de 130 restaurantes populares, com o gigantesco programa de saúde e com o desafiador programa educacional, para citar apenas três itens do Governo Flávio Dino, integralmente mantido pelo governador Carlos Brandão.
Se vai entrar nessa seara, deve lastrear-se de informações e de propostas, o que parece não ser o caso do seu discurso até aqui. Ao assumir a defesa do consumidor de combustíveis cobrando redução drástica da alíquota do ICMS, embarcando numa jogada infrutífera do presidente Jair Bolsonaro, o senador Weverton Rocha pode chegar num beco sem saída. Isso porque ele sabe que a redução no preço final será irrisória, e que isso pode causar mais estragos à receita do Estado do que gerar benefícios para donos de veículos. A discussão vai longe, mas a conta não vai demorar a chegar, e seria interessante que o senador dissesse claramente o que pose ser feito para cobrir o rombo. Interessado que está no assunto, o eleitor certamente não se sentirá contemplado se a crítica não for acompanhada de uma proposta de solução.
No momento em que propõe o confronto direto e aberto, o senador Weverton Rocha é esperto o suficiente para saber que nesse jogo “o pau que dá em Chico, dá em Francisco”. Isso significa dizer que ele deve estar preparado para as rebordosas que certamente serão disparadas na sua direção tão logo ele vier a intensificar seus ataques. O governador Carlos Brandão não é um provocador. Quem o conhece sabe que ele dá volta no quarteirão para não entrar numa briga de esquina; ao mesmo tempo, tem pavio curto quando a provocação o alcança. Mas também, tem experiência política suficiente para saber quando não deve aceitar provocação. O senador Weverton Rocha certamente avaliou bem o uso dessa estratégia, podendo ter tomado algumas cautelas, certo de que colocará o governador Carlos Brandão nas cordas. Se, por outro lado, a avaliação não tiver sido cuidadosa, o resultado poderá ser desastroso para ele e para o seu projeto de poder.
A evolução dos fatos dirá em breve se o pré-candidato pedetista fez gol de placa ou se atrapalhou e fez gol contra.
PONTO & CONTRAPONTO
O Jornal Nacional deu destaque a dois políticos maranhenses
O primeiro foi o senador Weverton Rocha, que foi livrado de uma acusação grave de desvio de conduta por decisão da desembargadora Maria das Graças ????, que considerou inválidas algumas provas usadas na denúncia feita pelo Ministério Público. Ao comentar a decisão da magistrada, o senador Weverton Rocha disse que a Justiça reconheceu sua defesa baseada no argumento de que a acusação teve natureza política. O problema o Ministério Público pode reapresentar a denúncia com novas provas. Por enquanto, o senador está livre da aporrinhação.
O outro foi o deputado federal Bira do Pindaré, líder do PSB na Câmara Federal, que juntam ente com outros líderes da Oposição, contestou a maneira como a presidência da Casa está conduzindo a tramitação de Projetos de Emendas à Constituição. Na sua fala, o parlamentar maranhense foi preciso, mostrando as aberrações e chamando atenção para o absurdo que está sendo cometido sob a presidência do deputado alagoano Arthur Lira (PP), que segue as orientações do Palácio do Planalto. Falando para o País, Bira do Pindaré mostrou segurança e serenidade.
Se vier a ser vice de Lahesio, Gutemberg dará volta por cima
Ganharam força nas últimas horas os rumores segundo os quais o vereador Gutemberg Araújo (PSC) pode mesmo vir a ser o escolhido para a vaga de vice na chapa a ser liderada por Lahesio Bonfim. Se a escolha for confirmada, Gutemberg Araújo dará uma enorme vota por cima. Explica-se: exercendo o sexto mandato consecutivo, ele setor uma das principais referências da Câmara Municipal, respeitado pela sua postura sempre equilibrada. Com esse respaldo, Gutemberg Araújo tentou coroar sua carreira elegendo-se presidente da Câmara Municipal. Formou um grupo de 12 vereadores e recebeu o aval do prefeito Eduardo Braide (sem partido), que o declarou seu candidato. Não deu certo. Seu projeto não se sustentou diante do furacão em que se transformou a candidatura do vereador Paulo Victor (PCdoB). Diante da situação, decidiu retirar sua candidatura, evitando uma derrota acachapante. Se vier a ser candidato a vice de Lahesio Bonfim, o respeitado vereador terá dado uma grande volta por cima.
São Luís, 06 de Julho de 2022.