Sucessão: Edivaldo Jr. tem pré-candidatura firme, mas precisa de ação política mais forte

 

Edivaldo cumprimenta eleitor durante sua incursão pela região do Baixo Parnaíba

“Nós temos condições de chegar ao segundo turno!” A afirmação, enfática, é do deputado estadual César Pires, o principal articulador do projeto de candidatura do ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr., ao Governo do Estado, pelo PSD. Bem colocado nas pesquisas de intenção, tendo aparecido na terceira colocação em cenário sem a ex-governadora Roseana Sarney, o ex-prefeito vem realizando uma pré-campanha sem muito alarde, mas com a perspectiva de ser intensificada ainda neste mês. Mais do que isso, as especulações segundo as quais Edivaldo Holanda Jr. poderia rever seu projeto não prosperaram, e pelo visto não prosperarão. “A candidatura está firme e consolidada, com grande potencial para crescer”, avisa César Pires, para quem o ritmo da pré-campanha será acelerado a partir de Abril, quando o quadro das pré-candidaturas ganhar um desenho definitivo. A mesma avaliação é feita pelo presidente regional do PSD e principal avalista do projeto, deputado federal Edilázio Jr..

Escudado em dois mandatos de vereador de São Luís, meio mandato de deputado federal e dois de prefeito da Capital, Edivaldo Holanda Jr. decidiu disputar o Governo do Estado atendendo, primeiro, ao seu projeto político e, depois, ao projeto maior do PSD, que o escolheu como uma aposta com potencial de viabilidade. A limitação da sua ação política a São Luís está exigindo dele um mergulho na seara política do interior, onde o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), o senador Weverton Rocha (PDT), prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PTB), e o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) transitam com facilidade. As incursões que fez até agora fizeram dele um fato novo na briga pelo poder no Maranhão, mas ainda não produziram o lastro necessário para que sua pré-candidatura deslanche.

No campo político, Edivaldo Holanda Jr. os articuladores têm tentado atrair nomes de peso para o seu campo, como, por exemplo, Josimar de Maranhãozinho, que já teria descartado a possibilidade de uma aliança do PSD com PL no estado. A cúpula da sua candidatura acredita ainda numa eventual aliança com PSD com o MDB, mantendo um canal de diálogo aberto com a ex-governadora Roseana Sarney. Ao mesmo tempo, nos bastidores corre que o pré-candidato do PSD estaria encontrando dificuldades no eleitorado evangélico – que hoje representa cerca de 30% dos votos maranhenses -, o que exigirá dele uma ação mais efetiva e decidida junto a esse importante segmento eleitoral. Outro campo complicado para um acesso produtivo é o terreno dos prefeitos, que já está amplamente minado, com a maioria dos líderes municipais já posicionada. Além disso, precisa agregar valor político e eleitoral à sua pré-candidatura por meio de uma base com deputados estaduais e federal.

Edivaldo Holanda Jr. tem ciência da necessidade dessa engenharia política, principalmente levando em conta o fato de que seus concorrentes já estão jogando pesado em cada uma dessas searas. Político experiente, que já participou de várias cúpulas de campanhas majoritárias no estado, o deputado César Pires avalia que até aqui o ex-prefeito de São Luís fez exatamente o que tinha de ser feito. Mas advoga, porém, que a partir de agora a ação política do pré-candidato do PSD seja bem mais ousada, a começar pelo fato de que os concorrentes – em especial o vice-governador Carlos Brandão e o senador Weverton Rocha – vêm demonstrando forte disposição de jogar mais pesado ainda com o objetivo de avançar mais ainda no campo das intenções de voto.

A situação do pré-candidato do PSD ao Governo do Estado parece muito clara. Ele tem potencial de crescimento, mas precisa superar a timidez e “colocar faca nos dentes e sangue nos olhos”. Afinal, é um ex-prefeito de São Luís bem avaliado, mas que tem como concorrentes um vice-governador que será governador daqui a menos de três meses, e um senador com pleno poder de fogo do mandato.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

PT deve seguir alinhado a Flávio Dino, diz novo presidente

PT pode fazer dobradinha de Lula da Silva com Carlos Brandão e Flávio Dino

Depois de fazer declarações que produziram mais dúvidas do que certezas, o novo presidente do PT no Maranhão, Francimar Melo, se manifestou indicando que o partido deve seguir alinhado ao governador Flávio Dino (PSB). Esse alinhamento pode significar muita coisa, entre elas a possibilidade de o braço petista no estado vir apoiar a pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), numa dobradinha com o ex-presidente Lula da Silva no Maranhão, como quer uma banda do partido liderada pelo ex-presidente e atual vice-presidente Augusto Lobato, como espera Flávio Dino.

Em entrevista à Central de Notícias, o agora dirigente petista no Maranhão foi claro quando se manifestou em relação à corrida sucessória estadual: “Nessa decisão do dia 31 (de Janeiro) em que os partidos estarão se posicionando, possivelmente podemos até sinalizar uma posição, mas uma coisa temos clareza, e isso a direção nacional nos orienta: nossa posição converge para a continuidade do Governo Flávio Dino. Estamos no Governo e marcharemos juntos”.

Francimar Melo avalia que essa tendência pode se consolidar, mas avisa que qualquer posição do partido em relação à corrida sucessória será o resultado do diálogo entre a representação maranhense e a cúpula nacional do PT.

 

Cúpula do União Brasil no Maranhão confirmará apoio a Weverton Rocha

Weverton Rocha terá o apoio de Juscelino Filho e Pedro Lucas pelo União Brasil

O braço maranhense do União Brasil, partido que está nascendo da fusão do DEM com o PSL, e que no Maranhão tem como líderes os deputados federais Juscelino Filho (DEM) e Pedro Lucas Fernandes (PSL), deverá manter seu apoio à pré-candidatura do senador Weverton Rocha (PDT). Uma série de especulações levantaram a possibilidade de um recuo, mas a Coluna ouviu fontes confiáveis que garantiram que os dois deputados que dividirão o comando do União Brasil no Maranhão manterão seu apoio ao senador Weverton Rocha. Juscelino Filho e Pedro Lucas Fernandes  declararam apoio ao senador pedetista quando ele  se lançou pré-candidato, e vêm mantendo suas posições, que deverá ser confirmada na reunião do dia 31.

São Luís, 11 de Janeiro de 2022.

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