Arquivos mensais: janeiro 2025

Braide domina São Luís sem adversários e pode chegar em 26 como um candidato forte

Eduardo Braide no ato em que vetou o
aumento do seu salário de R$ 25 para
R$ 35 mil: um bom mote para 2026

Depois de passar pelo ciclo de quase duas décadas dominado por Jackson Lago e pelo PDT, que tiveram influência marcante na vida da cidade, e pelo período em que pontificaram João Castelo (PSDB), com um mandato, e Edivaldo Holanda Jr. (PTC/PDT), com dois mandatos, mas que não deixaram marcas fortes na vida política dos ludovicenses, São Luís vive o momento protagonizado pelo prefeito Eduardo Braide (PSD). Ao contrário dos seus antecessores, que tiveram suportes os mais diversos para tocar seus projetos administrativos e políticos, o atual prefeito atua praticamente sozinho, sem uma base política e partidária que lhe dê sustentação plena, o que o torna um caso um caso raro, senão único, no vasto tabuleiro da política maranhense.

Alguns exemplos mostram a diferença do que acontece agora em São Luís. Em Imperatriz, Rildo Amaral (PP) foi eleito com o apoio de uma rede de partidos e lideranças, como o govenador Carlos Brandão (PSB), o ministro do Esporte André Fufuca (PP), o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB) e o deputado federal Josivaldo JP. Em Timon, o prefeito Rafael Brito (PSB) enfrentou o poderio dos Leitoa apoiado por uma frente que reuniu o governador Carlos Brandão, a ex-prefeita Socorro Waquim (MDB) – sua vice, e o deputado Leandro Bello (Podemos). E em Bacabal, além do apoio do governador Carlos Brandão, o prefeito Roberto Costa (MDB) contou com o prefeito Edvan Brandão e os deputados Davi Brandão e Florêncio Neto, ambos do PSB.

Na Capital, Eduardo Braide encarou praticamente sozinho (só uma banda do MDB o apoiou) o poderio da aliança governista – aí incluído o PT do presidente Lula da Silva – liderada na campanha pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Victor (PSB) e mobilizada em torno do deputado federal Duarte Jr. (PSB), além do que restou do PDT e outras forças sem expressão política e eleitoral. Numa campanha avassaladora, com discurso centrado nos resultados obtidos no primeiro mandato, quebrou todos os paradigmas da política convencional e se reelegeu em turno único.

Mais do que a sua reeleição, o prefeito Eduardo Braide eliminou de vez praticamente todos os vultos políticos que lhe poderiam fazer sombra. Nenhum ex-prefeito (não contam Jackson Lago e João Castelo, já falecidos) a começar pelo mais recente, Edivaldo Holanda Jr., que deu as cartas no município durante oito anos, é hoje páreo para enfrenta-lo nas urnas, já que simplesmente desapareceram do tabuleiro político do maior, mais rico e mais importante município do Maranhão.

Hoje, além de algumas vozes sem maior peso, como os deputados Yglésio Moises (PRTB) e Wellington do Curso (Novo) que discursam criticando-o, às vezes até asperamente, mas sem nenhum eco. Praticamente não existe opositor com força para causar ranhuras à sua blindagem. E admitam ou não alguns observadores, além de Duarte Jr., o único adversário que lhe causou algum incômodo nos últimos tempos foi o vereador-presidente Paulo Victor (PSB), um político ousado, que convive com controvérsias e que demonstrou ser audacioso o suficiente para provoca-lo e desafiá-lo, mas que foi contido pela frieza glacial de Eduardo Braide, que faz política com a razão e não com a emoção, calculando milimetricamente cada um dos seus bem-sucedidos movimentos.

É com esse lastro que o prefeito Eduardo Braide dá as cartas em São Luís com uma força que só dois antecessores tiveram – Epitácio Cafeteira, eleito em 1965, Jackson Lago, que se elegeu em 1988,1996 e 2000. E o coloca numa posição que pode levá-lo à disputa de 2026 para o Governo do Estado, principalmente se a aliança governista estiver rompida e lhe abrir espaço para entrar na briga com alguma segurança. Com a sua frieza lógica, o prefeito de São Luís poderá se tornar um adversário muito difícil na guerra pelo Palácio dos Leões.

Os líderes da base governista sabem disso, e sabem também que a unidade é o caminho para evitar o risco.

PONTO & CONTRAPONTO

Eliziane faz forte atuação política preparando terreno para a corrida à reeleição

Eliziane Gama na visita ao vice-governador
Felipe Camarão na semana passada: abrindo
vias para a busca da reeleição em 2026

A senadora Eliziane Gama (PSD) vem sinalizando com clareza que já abriu contagem regressiva para 2026. Ela percorreu o Maranhão durante a campanha eleitoral, se lançou pré-candidata à presidência do Senado, foi cautelosa na briga por prefeituras, está incluída na lista de ministeriáveis e vem atuando, nos bastidores e a céu aberto, para evitar que o racha na base governista seja consumado. Isso depois de ter sido vice-líder do Governo no Congresso Nacional.

Não é pouca coisa para um político da sua estatura. Afinal, nem metade dos 81 senadores conseguiu a visibilidade que ela alcançou nos últimos tempos, com protagonismo em duas CPIs importantes – a da Covid e a do 8 de Janeiro, da qual foi relatora -, sem contar o fato de que foi e continua sendo uma das principais articuladoras da bancada feminina na Câmara Alta.

Eliziane Gama se movimenta tendo como foco a sua reeleição a para o Senado. E o faz com essa abrangência porque tem a noção exata do que vem por aí, muito embora a equação para a disputa senatorial ainda não esteja definida. Esse quadro só terá formatação definitiva quando o governador Carlos Brandão bater martelo e anunciar se será ou não candidato a senador.

Por enquanto, ela vai fazendo a sua parte nesse tabuleiro, mantendo neutralidade na briga entre dinista e brandonistas, dando apoio declarado ao governador Carlos Brandão e conversando com dinistas, como a visita que fez na semana passada ao vice-governador Felipe Camarão (PT), que também tem investido em apelos pela união.

Novos deputados serão empossados nesta segunda-feira, 06

Catulé Jr., Edson Araújo, Keké Teixeira e
Batista Segundo: posse nesta segunda-feira.

Deputados estaduais por direito líquido e certo desde o 1º minuto de janeiro, quando os titulares Rildo Amaral (PP), Rafael Brito (PSB), Roberto Costa (MDB) e Juscelino Marreca (PRD) assumiram, respectivamente, as prefeituras de Imperatriz, Timon, Bacabal e Santa Luzia, os ex-suplentes Catulé Júnior (PL), Edson Araújo (PSB), Keké Teixeira (PDB) e João Batista Segundo (PRD) serão empossados formalmente hoje, na Assembleia Legislativa.

Todos receberão as chaves dos seus gabinetes e devem apresentar à presidente Iracema Vale a relação dos seus assessores, podendo ou não manter alguns dos atuais nas suas equipes. A estreia dos novos parlamentares no plenário, porém, só acontecerá no dia 1º de fevereiro, quando o parlamento estadual abrirá a próxima legislatura. Todos estão em São Luís desde a semana passada.

No plano federal, o suplente de deputado federal Ivan Júnior (União Brasil) será empossado formalmente hoje na vaga que pertence ao atual ministro Juscelino Filho (Comunicações), que vinha sendo ocupada pelo primeiro suplente Benjamin Oliveira (UB), que é o novo prefeito de Açailândia.

Agora primeiro suplente do União Brasil, Ivan Júnior milita politicamente na área do Itaqui-Bacanga, tendo saído das urnas como 6.647 votos nas eleições de 2022. Foi também candidato a vereador de São Luís, mas não conseguiu votos suficientes para se eleger.

São Luís, 05 de Janeiro de 2025.

Corrida para 26: tudo indica que base governista se unirá com Camarão e Brandão

Já se volta a falar na chapa Felipe Camarão/Carlos Brandão para Governo e Senado nas eleições de 2026

Faltam ainda 16 meses para a desincompatibilização, 20 para as convenções partidárias e 22 para as eleições de 2026. Para muitos, o pleito ainda está muito distante, mas para quem está no jogo da disputa pelo voto, essa distância parece bem menor. É o caso dos candidatos a candidato a governador, senador, mandatos majoritários cuja conquista depende da formação de uma base, da ação de grupos bem articulados por meio de alianças partidárias bem forjadas.

No Maranhão, a contagem regressiva para a disputa pelo Palácio dos Leões e as duas cadeiras de senador começa agora. Nesse contexto, há projetos já bem delineados, como o do vice-governador Felipe Camarão (PT) para o Governo do Estado, havendo ainda projetos em formação, como o do secretário Orleans Brandão (MDB), ambos na seara governista, e os do prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), do ex-senador Roberto Rocha (sem partido), do ex-prefeito de Santa Rita Hilton Gonçalo (Mobiliza), e o do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (Novo), cogitando-se ainda uma improvável candidatura do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL). Serão todos candidatos? Provavelmente não, mas como a política é imprevisível, só o tempo e as circunstâncias políticas futuras dirão.

Uma avaliação fria certamente concluirá que o projeto mais consistente é o do vice-governador Felipe Camarão, se ele, claro, for apoiado pelo governador Carlos Brandão. Se o governador Carlos Brandão renunciar para disputar o Senado – e não há nada que justifique uma mudança nesse roteiro -, Felipe Camarão será governador a partir de abril de 2026 e, como aconteceu com Carlos Brandão, assumirá o Governo e será naturalmente candidato à reeleição, tendo o atual governador como companheiro de chapa para o Senado.  

Orleans Brandão só será candidato na hipótese, muito remota, de, por alguma circunstância não prevista, Carlos Brandão decidir permanecer no cargo até o final do mandato. Se isso não acontecer, está construindo lastro que lhe garantirá uma cadeira na Câmara Federal.

Em relação ao Senado, o roteiro é ainda mais nítido. Se as lideranças seguirem a lógica – e não há nenhum motivo justo para fazerem o contrário -, as duas vagas serão disputadas pelo governador Carlos Brandão (PSB) e pelo ministro André Fufuca (PP) e pelos senadores Eliziane Gama (PSD) e Weverton Rocha (PDT), que devem buscar a reeleição. Nesse caso, uma única dúvida envolve o senador Weverton Rocha, cujos aliados se dividem entre ele tentar a renovação do mandato ou investir tudo em nova tentativa de chegar ao Palácio dos Leões. Ele próprio já alimentou essa dúvida, mas ultimamente parece inclinado a tentar a reeleição.     

Uma crise, cujo estopim ninguém consegue identificar com precisão, vem há tempos minando a aliança governista, praticamente causando o rompimento e dando origem a um grupo ligado ao hoje ministro Flávio Dino (STF), identificado como dinismo, e outro ligado ao governador Carlos Brandão, chamado brandonismo. Concentrado na Assembleia Legislativa, o “jogo de poder” chegou ao ápice no final do ano que passou, com a guerra pelo comando da Casa, cujo resultado foi judicializado e as duas correntes aguardam o desfecho.

Os ânimos serenaram na virada do ano, deixando no ar a impressão de que estão sendo criadas as condições para que a crise seja estancada e a aliança governista seja restaurada na sua plenitude. E nesse caso, o desdobramento mais lógico será uma chapa Felipe Camarão como governador buscando a reeleição em 2026 tendo Carlos Brandão como companheiro de chapa para o Senado. Assim, manterá uma tradição que começou com José Sarney (Arena) em 1970 e chegou a Flávio Dino (PSB) em 2022, e só interrompida em 1986, com a permanência do governador Luiz Rocha (PDS) no cargo até o fim do mandato, e em 2006, quando o governador José Reinaldo Tavares (PTB) decidiu cumprir seu mandato até o último dia em apoio à vitoriosa candidatura de Jackson Lago (PDT) ao Governo do Estado. Luiz Rocha e José Reinaldo Tavares pagaram preço político elevadíssimo por conta da decisão de permanecer no cargo.

Nada disso precisa acontecer. Basta vontade política de sentar, resolver diferenças e ajustar o curso.

PONTO & CONTRAPONTO

Discurso conciliador de Braide repercute no meio político

Eduardo Braide falou em união no seu discurso de posse

Repercutiu fortemente o discurso de posse do prefeito Eduardo Braide (PSD) para o segundo mandato, principalmente quando ele falou em união.

Inicialmente, pareceu um recado conciliador à Câmara Municipal, com o objetivo de evitar o confronto permanente que marcou o seu primeiro mandato, quando teve mais de dois terços dos vereadores numa dura oposição comandada pelo presidente Paulo Victor (PSB).

Uma leitura mais apurada da sua fala sugere, com nitidez, que o prefeito de São Luís falou de uma união mais ampla, de um projeto maior, entendido por alguns como o prenúncio de uma caminhada ao Governo do Estado em 2026.

Iracema vibra com a posse dos filhos em Barreirinhas e em Urbano Santos

Vinícius Vale abraçado por Iracema Vale em Barreirinhas

A presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB) não cabe em si com a posse dos seus filhos Vinícius Vale (MDB), que assumiu a Prefeitura de Barreirinhas, e Herlon Júnior (PSB), que é o novo vice-prefeito de Urbano Santos.

Ela aposta alto no desempenho administrativo de Vinícius Vale, que é engenheiro civil e, segundo fontes que o conhecem, sabe o que fazer para dar à Barreirinhas a sua verdadeira dimensão, que é ser o grande portal dos Lençóis.

Herlon Júnior, por sua vez, inicia seu aprendizado político como vice-prefeito de Urbano Santos, preparando-se para ser o sucessor do prefeito reeleito Clemilton Barros, que deve apoiá-lo na corrida sucessória de 2028.

O alto astral da chefe do parlamento maranhense deve se manter nas alturas se a Suprema Corte confirmar a sua eleição de presidente do Legislativo para o biênio 2025/2026.

São Luís, 03 de Janeiro de 2025. 

Novos prefeitos: São Luís, Bacabal e Imperatriz são exemplos do que acontece nos demais municípios

Eduardo Braide recebeu o mandato dele próprio; Roberto Costa recebeu a faixa do
aliado Edvan Brandão e Rildo Amaral pretende colocar Assis Ramos na cadeia

Os 217 municípios receberam ontem novos dirigentes, eleitos no pleito de outubro do ano passado. Eles formam um mosaico diversificado no campo político e na orientação partidária e são expressões destacadas da nova geração da política maranhense, que estão encontrando as situações as mais diversas, que vão de prefeituras bem cuidadas até as quase soterradas no atoleiro da má gestão. As prefeituras de São Luís, Bacabal e Imperatriz são exemplos perfeitos dessas situações. A Capital empossou o prefeito Eduardo Braide (PSD), reeleito em turno único; Bacabal viveu e aplaudiu uma passagem de comando de um prefeito bem avaliado, Edvan Brandão (PSB) para um aliado apontado como um quadro competente, Roberto Costa (MDB), e Rildo Amaral recebeu Imperatriz mergulhada no caos administrativo e financeiro, fruto da má gestão do prefeito que sai, Assis Ramos (UD).

Eduardo Braide foi empossado para um novo mandato com a autorização de mais de 400 mil eleitores, que o reelegeram no 1º turno em reconhecimento à gestão inovadora e eficiente que realizou nos últimos quatro anos. No seu discurso de posse, no auditório da Fiema, cedido à Câmara Municipal, o prefeito de São Luís fez um rápido balanço da sua gestão, enumerou obras mais destacada, como o Elevado do Tirirical, entre várias outras, como hospital, creches, escolas. E elencou para o segundo mandato, sem ter de enfrentar uma pandemia, como aconteceu em 2021, uma série de obras importantes, como o Elevado da Forquilha, o Socorrão II, o Canal da Cidade Olímpica e o novo Mercado Central. Eduardo Braide assume o segundo mandato fortalecido politicamente tanto que seu nome já aparece na lista dos prováveis candidatos a governador em 2026, podendo entrar na briga pelo Palácio dos Leões.

O caso do emedebista Roberto Costa em Bacabal tem semelhanças e a diferença. É que ele foi eleito em outubro passado e recebeu ontem do prefeito Edvan Brandão uma prefeitura organizada, com obras e sem problemas de gestão muito graves, tanto que o prefeito que sai foi à posse, passou a faixa, foi aplaudido e seguiu para casa reconhecido. Com a autoridade de quem ajudou muito para o sucesso da gestão passada, Roberto Costa assume o comando de Bacabal com força e prestígio que o permitem enfrentar grandes problemas que ainda desafiam os bacabalenses, como o abastecimento de água, que é deficiente e está na pauta do novo prefeito como uma prioridade. Bacabal é, portanto, um exemplo o prefeito que sai e passou a faixa para o prefeito que entra, num ato republicano. E com a vantagem de que o prefeito que chega reúne condições de fazer muito mais. Roberto Costa tem excelente relação com o Governo do Estado e com o Governo Federal, o que lhe dá espaço para buscar nas duas esferas os recursos necessários para resolver as demandas de Bacabal, que é o epicentro político, econômico e cultural da Região do Médio Mearim.

Imperatriz, a segunda maior e mais rica cidade maranhense, protagoniza uma situação inversa. Ali, o prefeito Rildo Amaral recebeu a faixa das mãos de uma professora, uma vez que o ex-prefeito não foi convidado para a cerimônia de posse. Ele deixou para o novo prefeito uma cidade mergulhada em problemas urbanos, com dívidas e graves distorções administrativas em áreas como a da Saúde. Os problemas ali são tão desafiadores que, durante a campanha, o candidato Rildo Amaral anunciou que, se eleito, levaria o prefeito que sai às barras da Justiça e, se for o caso, para a cadeia. Após o juramento, o seu primeiro ato administrativo foi a extinção da Zona Azul, um sistema de administração de estacionamento pago implantado pela gestão anterior e que, segundo ele, vinha infernizando a população imperatrizense. Ao mesmo tempo feliz, mas demonstrando indignação com a situação da prefeitura, o novo prefeito fechou seu discurso fazendo uma promessa: “Prometo que nunca mais, nunca mais, Imperatriz vai passar pelo que passa hoje. Renasce, Imperatriz!”

Não há dúvida de que entre os demais municípios maranhenses existem casos muito parecidos com os três exemplos.

PONTO & CONTRAPONTO

Paulo Victor e João Alberto protagonizam situações diferentes quanto a comandar Câmaras

Paulo Victor foi de novo eleito presidente; João Alberto abriu mão e apoiou
a candidatura da vereadora Natália da Costa para a presidência

A maratona de posses de vereadores em todo o Maranhão produziu várias situações diferentes. Duas delas, uma em São Luís e outra em Bacabal, mostraram perspectivas diversas em relação ao poder.

Em São Luís, a pedra cantada há muito tempo foi confirmada com a eleição do vereador Paulo Victor (PSB) para novo mandato de presidente da Câmara Municipal. Como estava previsto, ele foi eleito com os votos de 29 – incluindo o dele próprio – dos 31 vereadores. Apenas dois vereadores não lhe deram o voto: Douglas Pinto (PSD), que foi o mais votado e é do partido do prefeito Eduardo Braide, e Flávia Bertiher (PL), bolsonarista que atua na contramão do partido no Maranhão.

Paulo Victor foi eleito presidente liderando a chapa “Deuteronômio 31:6”, inspirada na passagem bíblica que reza: “Sejam fortes e corajosos. Não tenham medo nem fiquem apavorados por causa delas, pois o Senhor, o seu Deus, vai com vocês; nunca os deixará, nunca os abandonará”.

Com a eleição para presidente, a terceira consecutiva, o vereador Paulo Victor entra para a crônica da Câmara Municipal de São Luís como um dos poucos presidentes a comandarem a Casa por seis anos, ininterruptamente.

O caso de Bacabal é exatamente o inverso e se respalda numa trajetória política rica e completa. Ali, João Alberto, o ex-deputado estadual, ex-deputado federal, ex-prefeito de Bacabal, ex-vice-governador, ex-governador do Maranhão e ex-senador da República, além de ser padrinho político e aliado de primeira linha do prefeito Roberto Costa, decidiu fechar sua vitoriosa carreira como vereador de Bacabal, sua terra natal.

A sua gigantesca estatura política e a sua condição de mais votado entre os eleitos em outubro, naturalmente lhe deram o e status de candidato natural à presidência das Câmara Municipal de Bacabal. Mas ele surpreendeu ao decidir não se candidatar a presidente, preferindo exercer seu mandato como um vereador comum, sem exercer qualquer cargo na Mesa Diretora.

Na condição de vereador mais idoso, João Alberto assumiu ontem a presidência da Câmara Municipal para presidir a sessão em que ele e seus colegas foram empossados e elegeram a Mesa Diretora, que escolheu como presidente a vereadora Natália da Costa.

Foi muito aplaudido.

Quatro suplentes assumem como titulares na Assembleia Legislativa e um na Câmara Federal

Catulé Jr., Edson Araújo, Keké Teixeira e Batista
Segundo são os novos deputados estaduais

Com a posse dos agora ex-deputados estaduais Rildo Amaral (PP), Rafael Brito (PSB), Roberto Costa (MDB) e Juscelino Marreca (PRD) nas prefeituras de Imperatriz, Timon, Bacabal e Santa Luzia, os seus respectivos suplentes Catulé Jr. (PL), Edson Araújo (PSB), Keké Teixeira (MDB) e João Batista Segundo (PRD) assumiram ontem como titulares na Assembleia Legislativa.

Catulé Júnior é advogado, já disputou várias eleições, foi secretário de Estado do Turismo durante o Governo Flávio Dino, é considerado um dos políticos mais ativos de Caxias e da região Leste. Com ele, a bancada do PL vai ganhar uma voz forte e um parlamentar que certamente participará dos grandes debates da Casa.

Edson Araújo volta ao parlamento estadual depois de dois anos. Ele já exerceu três mandatos e não conseguiu se reeleger em 2022. Engenheiro de pesca, Edson Araújo tem sua ação política centrada nesse setor, atuando na seara sindical dos pescadores maranhenses. Não é afeito à tribuna nem a debates no plenário. Vai substituir um dos deputados mais ativos do parlamento estadual.

Keké Teixeira assumirá a vaga do deputado Roberto Costa, considerado por muitos um dos mais importantes articuladores políticos do Maranhão nos últimos tempos.   

João Batista Segundo (PRD), que assumirá na vaga de Juscelino Marreca, que assumiu ontem a prefeitura de Santa Luzia, tem experiência, uma vez que já ocupou a cadeira por algum tempo e foi candidato à Prefeitura de Pinheiro, ficando em segundo lugar na corrida.

O advogado Ivan Júnior (União Brasil) é o novo deputado federal do Maranhão. Ele assumiu a vaga que pertence ao deputado federal Juscelino Filho (União Brasil), atual ministro das Comunicações. A vaga vinha sendo ocupada pelo médico Benjamin de Oliveira (UB), que tomou posse ontem como prefeito de Açailândia.

Segundo suplente do União Brasil, Ivan Júnior milita politicamente na área do Itaqui-Bacanga, tendo saído das urnas como 6.647 votos nas eleições de 2022. Foi também candidato a vereador de São Luís, mas não conseguiu votos suficientes para se eleger.

São Luís, 02 de Janeiro de 2025.