Arquivos mensais: novembro 2021

Felipe Camarão e Weverton Rocha travam disputa pelo apoio de Lula; Carlos Brandão corre por fora

 

Lula da Silva (centro) tem apoio disputado por Felipe Camarão e Weverton Rocha na corrida ao Governo

Líder folgado na corrida à Presidência da República, com cacife para vencer, com boa vantagem, todos os concorrentes, a começar pelo presidente Jair Bolsonaro (ainda sem partido), num eventual segundo turno da eleição presidencial do ano que vem, sendo favorito disparado no Maranhão, o ex-presidente Lula da Silva (PT), está sendo disputado fortemente por dois pré-candidatos ao Palácio dos Leões: o secretário de Educação Felipe Camarão (PT) e o senador Weverton Rocha (PDT). Os dois estão em campanha aberta e renhida pelo apoio do líder petista, que deverá se posicionar em breve, provavelmente depois que o governador Flávio Dino (PSB) reunir, em algum dia deste mês, os partidos da base governista, para bater o martelo do consenso em torno de um candidato do grupo à sua sucessão. Além deles, numa outra perspectiva, o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) também se movimenta para atrair o apoio do ex-presidente, tendo inclusive já obtido o aval comando petista no Maranhão, num processo político complicado que ainda está em evolução. No momento, a queda de braço por Lula da Silva está sendo travada mais ostensivamente pelo petista e pelo pedetista.

Não é uma disputa entre concorrentes cordatos. Felipe Camarão e Weverton Rocha estão usando todos os espaços e estratagemas que podem numa pré-campanha para convencer o ex-presidente a se manifestar por um deles, recorrendo também, cada um a seu modo, a artifícios de mídia para convencer o eleitorado de que estão com Lula da Silva e que Lula da Silva está com ele. Desde o início da semana, Felipe Camarão veicula nas suas redes sociais e em espaços aliados dele na internet um cartaz em que ele e Lula da Silva aparecem sorrindo como aliados. Weverton Rocha não ficou atrás: há alguns dias ônibus circulam em São Luís com um cartaz com imagem em que ele aparece ao lado do líder petistas como velhos parceiros.

Essa medição de força pelo apoio do ex-presidente ganhou intensidade nos últimos dias, devido principalmente ao fato de que Felipe Camarão submeterá hoje seu projeto de candidatura ao aval do PT, apostando, naturalmente, que a eventual aceitação do seu pleito pelo partido significará o alinhamento automático do ex-presidente Lula da Silva à sua pré-candidatura. A investida de Felipe Camarão, que já conta com importantes setores do PT maranhense, tem recebido críticas de porta-vozes informais do pré-candidato pedetista. Eles implicam com o fato de Felipe Camarão ser oriundo do DEM e recém convertido ao petismo pretender o apoio de Lula da Silva, enquanto Weverton Rocha, tendo nascido e crescido no PDT, um dos aliados preferenciais do PT, estaria mais próximo e mais identificado com o líder petista.

Na disputa pela influência do líder petista na corrida ao Governo do Estado, Felipe Camarão estaria em vantagem devido ao fato de pertencer ao partido, independentemente de sua conversão ao petismo ser recente. Há, porém, quem veja Weverton Rocha com maior cacife para ganhar o apoio do ex-presidente, devido principalmente ao fato de que, mesmo numa relação de muitos tapas e beijos, os PT e PDT sempre estiveram do mesmo lado. Esses pontos favoráveis a cada um sugerem que muita água ainda rolará até que Lula da Silva anuncie sua escolha.

Ao contrário do que muitos imaginam, a disputa entre Felipe Camarão e Weverton Rocha pelo apoio de Lula da Silva não está desanimando o vice-governador Carlos Brandão, que corre por fora articulando uma aliança com o PT, que já contou com o aval da cúpula estadual do partido. Carlos Brandão sabe que suas chances nessa disputa são modestas, mas acredita que o apoio do PT e de Lula da Silva ao seu projeto de candidatura não uma impossibilidade, e pode se tornar uma realidade.

Vale destacar que o troféu desse jogo vai além do puro e simples apoio de Lula da Silva. Junto com ele, o PT garante bom tempo de TV e rádio e a mobilização da sua militância, instrumentos importantes na corrida ao voto.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Lahesio Bonfim entra no PTB e será liderado pela terrivelmente evangélica Mical Damasceno

Lahesio Bonfim entra no PTB para ser liderado por Mical Damasceno e Roberto Jefferson na corrida aos Leões

O prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, já não é mais um sem-partido, como continua seu ídolo maior, o presidente Jair Bolsonaro, que está enfrentando enormes dificuldades para encontrar um abrigo partidário. Semanas depois de anunciar que se filiaria a “um grande partido” para disputar o Governo do Estado, Lahesio Bonfim armou barraca no PTB, que depois de ter vivido bons momentos como o legado político de Getúlio Vargas e João Goulart, encontra-se hoje relegado à condição de um simulacro de partido.

O terrivelmente evangélico prefeito de São Pedro dos Crentes, um município terrivelmente evangélico, será liderado pela terrivelmente evangélica deputada Mical Damasceno, escalada pelo presidente nacional, o visivelmente desequilibrado ex-deputado federal Roberto Jefferson – preso exatamente por se tornar um desequilibrado armado e perigoso – para comandar o braço maranhense da agremiação. E é nessa condição, com as “bênçãos” de Roberto Jefferson e Mical Damasceno, que ele pretende oficializar sua candidatura, apresentando-se como “o melhor prefeito da história do Maranhão”.

De acordo com as pesquisas divulgadas até aqui, o agora petebista Lahesio Bonfim contabiliza pelo menos um ganho real nessa corrida: disputa, de igual para igual, a sexta colocação na preferência do eleitorado com o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL).

 

CPI sobre transportes pode prestar grande serviço a São Luís

CPI proposta por Marquinhos e Chico Carvalho poderá desmontar o engodo do “ônibus novo” e esclarecer o domínio do “transporte alternativo” em São Luís

Se vier a instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar, sem manipulações, o serviço municipal de transporte coletivo, como querem os vereadores Marquinhos (DEM) e Chico Carvalho (PROS), a Câmara Municipal de São Luís terá uma oportunidade de ouro para prestar um bom serviço à população da Capital.

Para começar, poderá desmontar a farsa segundo a qual a frota de ônibus tem sido renovada. Poderá mostrar que isso não existe e o que tem sido vendido como veículos saídos de fábrica são, na verdade, refugos adquiridos por ninharia a grandes frotas de São Paulo e restaurados de modo a parecerem novos. Ontem, numa reportagem reveladora, a TV Mirante mostrou pelo menos três ônibus da frota “renovada” em pane nos acostamentos, atrapalhando o tráfego.

A CPI poderá virar pelo avesso e colocar em pratos limpos o que de fato ocorre para que a população de São Luís seja tão maltratada por um serviço de transporte urbano obsoleto e ineficaz. E também oferecer ao usuário uma explicação plausível para o domínio ostensivo do chamado “transporte alternativo” – automóveis, vans e uma frota fora de controle dos carros ligados a aplicativos -, que “atropelam” o sistema de coletivos e infernizam o trânsito em determinadas áreas da cidade.

Em Tempo: A CPI da Câmara Municipal poderá finalmente informar ao contribuinte o destino do VLT, um mini trem que custou R$ 5 milhões, pagos à vista, em 2012, pela gestão que terminava, e que ligaria o Aterro do Bacanga ao Aeroporto do Tirirical, mas que foi arrancado dos trilhos e trancafiado num galpão no Anjo da Guarda, de onde nunca mais saiu.

Como se vê, a CPI tem muito a investigar e a esclarecer.

São Luís, 04 de Novembro de 2021.

Marco Aurélio anuncia saída do PCdoB para ingressar no PSB, que deve ganhar mais força

 

Marco Aurélio: migrando do PCdoB para o PSB, conforme ele mesmo anunciou

O deputado estadual Marco Aurélio, líder do bloco governista na Assembleia Legislativa, anunciou que vai deixar o PCdoB para ingressar no PSB. A migração partidária do parlamentar, que te, por base a Região Tocantina, é marco expressivo no cenário político maranhense do momento, onde é intensa a movimentação migratória na seara dos partidos. Além disso, a conversão do deputado tocantino ao socialismo democrático tem uma série de implicações, que vão dos efeitos da mudança na trajetória do próprio parlamentar ao tamanho que o partido comandado pelo governador Flávio Dino vai alcançar. O movimento de Marco Aurélio deve consolidar outros projetos de mudança para o PSB, como o do deputado Antônio Pereira, também de base tocantina, que anunciou: deixará o DEM para se tornar um militante do PSB. Com a migração, o deputado Marco Aurélio, que vinha atuando alinhado ao senador Weverton Rocha (PDT) na corrida prévia ao Palácio dos Leões, poderá dar uma guinada quando filiado ao PSB. A mudança se dará quando a janela para troca partidária se abrir, conforme ele próprio previu.

O passo anunciado pelo deputado Marco Aurélio não é um movimento qualquer, a começar pelo fato de que ele não é um deputado qualquer. Professor por profissão e político por convicção, Marco Aurélio é um deputado diferenciado, que alia consciência política a ética política, o que o torna um exemplo de parlamentar bem próximo do chamado “politicamente correto”. Foi assim nos dois mandatos de vereador de Imperatriz, e está sendo assim nos dois mandatos na Assembleia Legislativa, onde chegou em 2015 como um dos ases do movimento vitorioso nas eleições de 2014. Governista convicto, aliado de proa do governador Flávio Dino, sempre atuou como tal dentro e fora do plenário, não deixando qualquer réstia de dúvida sobre sua posição. Assim disputou, sem sucesso, a Prefeitura de Imperatriz em 2020, mas saiu das urnas com a trajetória e a dignidade intactas.

Com a filiação do deputado Marco Aurélio, o governador Flávio Dino vê seu novo partido ganhar um quadro de excelência, e abrindo caminho para outras filiações, como a do também deputado tocantino Antônio Pereira, que anunciou sua saída do DEM para ingressar no PSB. Marco Aurélio deverá comandar o braço do partido na Região Tocantina, a partir de Imperatriz, onde tem sua base mais forte – a tarefa de comandar o PCdoB naquela região sempre foi do secretário de Infraestrutura, Clayton Noleto, pré-candidato a deputado federal. A expectativa é a de que, junto com Clayton Noleto e Antônio Pereira, forme na macrorregião política polarizada por Imperatriz uma frente de apoio ao candidato que vier a ser apoiado pelo governador Flávio Dino e pelos partidos da sua base.

Já contando com os deputados Duarte Jr. e Edson Araújo, dois “bons de voto”, o PSB ampliará significativamente seu cacife na Assembleia Legislativa com a filiação do deputado Marco Aurélio. Nos bastidores, especulações preveem mais pelo menos cinco filiações ao PSB, em março, o que dará ao partido a maior bancada na base de apoio do Governo Carlos Brandão (PSDB). Especula-se também que, além de Rubens Júnior, que deve deixar o PCdoB, outros dois deputados federais poderão ingressar no PSB, igualando-se, numericamente, ao PL, controlado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho. Há quem preveja que o PSB será bem maior, mas isso só será confirmado com a abertura da janela, em março, quando parlamentares poderão mudar de partido sem correr o risco de perder o mandato, conforme a regra em vigor.

Na nota que divulgou anunciando a migração, Marco Aurélio agradeceu acolhida do PCdoB pelos anos que pertenceu aos seus quadros: “Foram 12 anos de muitas lutas e vitórias. Sou grato por todo o companheirismo! Essas lutas continuarão, pois permaneceremos do mesmo lado, o lado do povo. Estarei me filiando ao PSB, partido do governador Flávio Dino e nossa jornada segue com muita gratidão, renovando nossos compromissos de luta”.

A ciranda de migrações partidárias deve ganhar intensidade nos próximos meses.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Moro no Podemos tira Braide da zona de conforto e aciona artilharia de Dino

Sérgio Moro no Podemos mexe com Eduardo Braide e atrai Flávio Dino para o confronto

Se vier a ser confirmada, a filiação do ex-ministro Sérgio Moro ao Podemos, anunciada para o próximo dia 10, abrindo caminho para disputar votos, provavelmente na corrida à Presidência da República, terá desdobramentos no cenário político do Maranhão.

Para começar, vai tirar o prefeito Eduardo Braide da “zona de conforto” por não ter candidato a presidente e atirá-lo para a linha de frente da campanha do ex-ministro, seu colega de partido. Figura proeminente do Podemos, por comandar uma cidade com mais de 600 mil eleitores, onde Sérgio Moro não é visto com simpatia, o prefeito de São Luís certamente será acionado pelo comando partidário para entrar na “guerra” eleitoral, na qual o provável candidato do Podemos enfrentará seu ex-líder e hoje arqui-inimigo, o presidente Jair Bolsonaro (ainda sem partido), e sua vítima judicial e hoje inocentada, o ex-presidente Lula da Silva (PT), que não quer vê-lo nem pelas  costas, quando mais sentado na cadeira que ele ocupou quando comandou o País. Não se sabe o que o sempre discreto e reservado prefeito Eduardo Braide pensa do projeto de candidatura presidencial do ex-chefe da Lava Jato.

Na outras ponta, a provável candidatura de Sérgio Moro enfrentará oposição implacável do governador Flávio Dino (PSB), que o criticou duramente pelas lambanças da Lava Jato e pela sua decisão de deixar a magistratura para ser ministro do Governo Bolsonaro. Para se ter uma ideia do que virá por daí, caso Sérgio Moro se candidate a presidente, ontem, tão logo foi informado da iminente filiação dele ao Podemos, Flávio Dino postou no Instagram: “O conceito de justo não é adequado para um juiz que foi declarado incompetente e suspeito pelo Supremo Tribunal Federal. Tampouco pode ser considerado justo alguém que alimentou e serviu alegremente a Bolsonaro até ser descartado”.

Como se vê, vem chumbo grosso por aí.

 

Fantástico mostra obra suspeita do Fórum de Imperatriz e constrange o Judiciário

Carcaça do Fórum de Imperatriz constrange o TJ

É de constrangimento e tensão o clima criado nos bastidores do Tribunal de Justiça do Maranhão por causa da reportagem veiculada domingo (31/10), no Fantástico, da Rede Globo, revelando o escandaloso caso da construção do Fórum de Imperatriz, que já consumiu R$ 75 milhões do contribuinte maranhense, está com as obras suspensas e com a aparência de escombros abandonados, e que, segundo cálculos do momento, precisa de R$ 147 milhões para ser concluído. O escândalo foi mostrado no quadro “Cadê o dinheiro que estava aqui?!”, que via de regra aborda crimes graves de corrupção no serviço público.

A obra começou na presidência da desembargadora Cleonice Freire, já falecida, e ganhou corpo da gestão do desembargador-presidente Guerreiro Júnior, quando estancou por falta de dinheiro e de dotação orçamentária. Os presidentes seguintes – desembargadores Cleones Cunha, José Joaquim Figueiredo dos Anjos e Lourival Serejo (atual) – não souberam o que fazer com o esqueleto, que começou sendo de concreto e depois passou a ser de estrutura metálica, e não tem dotação orçamentária para ser concluído.

O caso foi denunciado pelo Ministério Público, que além de apontar irregularidades cabeludas na execução da obra, ocupa o prédio ao lado, bem estruturado e que foi construído com módicos R$ 9 milhões.

O destino do “esqueleto judiciário” de Imperatriz é incerto. Até o momento só tem servido para constranger a cúpula do Poder Judiciário do Maranhão.

São Luís, 03 de Novembro de 2021.

Braide superou crise dos transportes na mesa de negociações, evitando tensões e confrontos

 

Eduardo Braide anuncia o fim da greve nos transportes: negociação sem confronto

O sistema de transporte coletivo de São Luís voltou a operar ontem, no final da tarde, e o serviço deve ser plenamente normalizado neste feriado, Dia de Finados, depois de 12 dias de paralisação. E com um compromisso respeitado: aumento de 5% nos salários dos rodoviários – motoristas e cobradores -, mas sem um centavo de aumento nas passagens. O ponto final na greve, que fora causada por um descompasso nos custos e pela reivindicação por aumento salarial por rodoviários, foi possível depois de intensas negociações, durante as quais o prefeito Eduardo Braide (Podemos) manteve o compromisso de não autorizar majoração no valor das tarifas, evitando assim que o ônus desse acordo saia do bolso do cidadão. Foi a primeira vez em anos que a “peleja” anual de rodoviários, empresários do setor e Prefeitura de São Luís terminou sem que a fatia maior da conta tenha sido debitada diretamente na conta do usuário, na forma de aumento de tarifa. E mais do que isso: em nenhum momento dos dias parados houve atos de violência, além da tensão natural que esse tipo de situação produz.

Na edição do dia 26, com a greve em andamento, a Coluna comentou o quadro daquele momento registrando a postura de firmeza e habilidade com que o prefeito Eduardo Braide vinha conduzindo a crise, e prevendo que ele não se dobraria ao jogo de pressão das “cobras criadas” desse sistema – empresários e líderes sindicais rodoviários. E também previu que muito provavelmente ele articularia uma solução oferecendo algum “subsídio” bancado com dinheiro público, mas que pouparia o usuário de pagar a conta no arremate final. O comentário provocou alguns comentários em sentido contrário, entre eles uns afirmando que o prefeito não suportaria a pressão e se dobraria concedendo o aumento de tarifa reivindicado pelos empresários com o aval dos rodoviários. Os fatos mostraram que a Coluna estava com a razão.

Dessa vez, a paralisação impôs os mesmos transtornos à população e danos corrosivos de sempre à economia municipal, principalmente na área de comércio, mas ocorreu sem tensões nem confrontos de rua, sem ônibus incendiados nem prisão de manifestantes. Isso foi possível, em grande medida, devido à postura do prefeito Eduardo Braide, marcada pelo pragmatismo, pela firmeza e pelo bom senso. Ele permitiu que a corda fosse esticada na medida certa, mas sem deixar que a fanfarronice política levasse o jogo de interesse um toma-lá-dá-cá. O processo foi tão bem conduzido que não restou espaço para a turma periférica da política pudesse tirar “uma lasca” em benefício próprio. Isso porque o prefeito encarou a pressão naturalmente, sem dar à greve uma roupagem catastrófica.

A chave dessa “normalidade” foi o fato de o prefeito Eduardo Braide ter se preparado reunindo meios para colocar na mesa de negociações, como auxílio emergencial e aumento de salário para os rodoviários e subsídios da Prefeitura às empresas – R$ 12 milhões em quatro meses, segundo o deputado estadual Yglésio Moyses (PROS), evitando assim que uma conta chegasse ácida aos mais de 600 mil usuários diários do sistema em São Luís. Foi assim, buscando concessões e compensações, que ele chegou a um aumento de 5% nos salários, 6% no vale-alimentação, o não desconto dos dias parados e nenhum centavo a mais nas tarifas, por enquanto.

No comentário do dia 26, a Coluna anotou que o prefeito Eduardo Braide é um político centrado, que se movimenta com o juízo e não com o fígado, que amadurece suas posições calculando possibilidade de ganho e risco de perda. Quando, no início da greve, ele declarou que não haveria aumento de preço nas passagens de ônibus, certamente já tinha cacife para sentar à mesa de negociações. E não foi surpresa quando ontem anunciou o fim da greve sem que o valor das passagens tenha sido aumentado, valendo a avaliação de que ele passou na sua segunda “prova de fogo”- a primeira foi a pandemia. Até quando essa normalidade permanecerá é difícil prever, mas quem conhece o prefeito Eduardo Braide sabe que ele não será apanhado de surpresa, sem munição para contra-atacar.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Weverton repete evento de massa em Peritoró, dando força à pré-campanha

Weverton Rocha recebe o apoio do prefeito Luiz Amovelar Filho (PT) e do presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto, no evento de Peritoró

Articuladores da pré-campanha do senador Weverton Rocha (PDT) ao Governo do Estado deixaram Peritoró, na noite de sábado, em clima de euforia com o resultado da edição do projeto “Maranhão mais feliz” naquele município. Um deles afirmou não ter dúvidas de que o líder pedetista será candidato a governador, “em qualquer situação”, com cacife para chegar ao Palácio dos Leões. Para essa fonte, três aspectos do evento de Peritoró indicaram a força do senador nessa faze prévia da corrida aos Leões: a presença massiva da população de Peritoró, o discurso do prefeito de Coroatá, Luiz (PT), e o apoio do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), ao projeto de candidatura.

No seu discurso, o senador Weverton Rocha se disse entusiasmado com os eventos da pré-campanha: “Além da adesão da classe política, a população como um todo tem participado em grande número. Isso nos dá a responsabilidade de saber que estamos no caminho certo e, claro, nos preparar para esse importante desafio, que é ajudar o Maranhão a ser mais feliz”, disse o senador.

Antes dele, o deputado Othelino Neto, o mais ativo e importante avalista do projeto, destacou a série de eventos “Maranhão mais feliz”, assinalando que, neles, o pré-candidato do PDT tem ouvido e anotado as demandas das regiões por onde tem passado, e que a população está assimilando e se envolvendo no projeto. “É muito bom ver que, a cada edição, mais pessoas estão participando e levando a mensagem desse grande movimento que tem buscado ouvir a população para a construção de um estado cada vez mais forte”, frisou o parlamentar.

Já o prefeito reeleito de Coroatá, Luiz da Amovelar Filho (PT), declarou apoio determinado a Weverton Rocha, o que reforça seus movimentos na corrida pelo apoio petista. “Assim como eu fui o prefeito mais jovem da história de Coroatá, com apenas 21 anos, eu tenho certeza que você vai ser o governador mais jovem do nosso estado”, declarou. O prefeito de Peritoró, Josué Júnior (PP), disse acreditar no movimento e num eventual governo de Weverton Rocha. Outros prefeitos marcaram presença: o de Cajari, José Constâncio (PDT), a de Pedreiras, Vanessa Maia (Solidariedade) e o de São Benedito do Rio Preto, Wallas Rocha (PSC), participaram do ato, totalizando 85 prefeitos que já marcaram presença no “Maranhão Mais Feliz”. A eles se somaram os deputados estaduais Neto Evangelista (DEM) e Ciro Neto (PP), vice-prefeitos, ex-prefeitos, vereadores, entre outras lideranças.

 

Brandão se mostra coerente ao participar da prévia tucana para presidente

Na presença de Tasso jereissati e de José Reinaldo, Carlos Brandão declara apoio a Eduardo Leite na prévia tucana

O vice-governador Carlos Brandão se posicionou pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, nas prévias do seu partido, o PSDB, para escolher o candidato a presidente da República. Ao contrário do que alfinetaram alguns adversários, sua participação no processo tucano de escolha de candidato presidencial mostra que o vice-governador tem identidade partidária. Isso não significa que ele esteja impedido de batalhar pelo apoio do PT. Faz parte do jogo político, principalmente nas montagens para eleições. Vale lembrar que Carlos Brandão não caiu de paraquedas no PSDB. Ele foi deputado federal duas vezes pelo partido e só o deixou em 2016 quando o senador Roberto Rocha, usando o peso do mandato recém iniciado, retomou o controle do partido, que manteve até 2021, quando Carlos Brandão, que estava abrigado no Republicanos, retomou o controle do ninho dos tucanos no Maranhão. O fato é que o vice-governador parece saber exatamente o que está fazendo quando participa da prévia e escolhe seu candidato a candidato a presidente pelos tucanos.

São Luís, 02 de Outubro de 2021.