Arquivos mensais: junho 2016

Pesquisa diz que Madeira perdeu força e está com sua liderança em crise no comando de Imperatriz

 

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Madeira: liderança em crise em Imperatriz

A serem exatos – ou pelo menos próximos da realidade – os números encontrados pelo instituto Escutec sobre a avaliação da atual gestão de  Imperatriz, o prefeito Sebastião Madeira (PSDB) caminha para fechar seus oito anos com um dos piores desempenhos que se tem notícia no comando daquela Prefeitura até aqui. De acordo com o Escutec, pesquisa recente revela que o tucano Sebastião Madeira é aprovado por 27,5% da população e reprovado por 71,7%. É sabido que há prefeitos em situação, com baixo percentual de aprovação, mas a reprovação do prefeito tocantino, sete anos e cinco meses após 89 meses de gestão é uma das mais elevadas que se tem notícia. E, mais do que ser sintoma de que a segunda maior e mais importante cidade do Maranhão, está em curso um desastre administrativo que tem como principal responsável o prefeito Sebastião Madeira, um político com bom lastro, que sonhava disputar o Senado, mas que diante da revelação estatística, corre o risco de tentar um retorno à Câmara Federal ou vestir o pijama e se dedicar às suas memórias.

É curiosa a situação do prefeito de Imperatriz. Isso porque, mesmo de um partido hostilizado pelas forças que dominam o cenário político do Maranhão – de um lado o Grupo Sarney capitaneado pelo PMDB, e de outro o PDT, que tinha como líder inconteste ex-governador Jackson Lago – Madeira conseguiu se equilibrar na corda bamba política. No seu primeiro mandato, conseguiu firmar uma improvável aliança com a governadora Roseana Sarney (PMDB), articulada e alimentada pelo então secretário chefe da Casa Civil, Luis Fernando Silva, que depois assumiu a pasta da Infraestrutura, ampliando a aliança com o tucano. O resultado foi uma serie de obras, que lhe deram boa avaliação no primeiro mandato e o levaram à reeleição. A providencial aliança com Roseana se transformou em apoio declarado à candidatura de Luis Fernando ao Governo do Estado, posição que manteve até a desistência do secretário, a três meses das convenções para pleito geral de 2014, no qual acabou declarando apoio ao candidato Flávio Dino (PCdoB), com quem até aqui tem tido uma relação de altos e baixos, tanto que não é muito festejada pelos porta-vozes.

Nas eleições de 2012, reelegeu-se na esteira da boa relação com o Governo Roseana Sarney, mas a verdade é que vem sofrendo um processo de isolamento no Governo Flavio Dino, do qual conseguiu algumas parcerias, que, no entanto, não resultaram em compromisso político. Junto com a perda de força administrativa, Madeira vem perdendo também força política. A virada em Brasília pode até estancar esse processo de fragilização, mas não suficiente para lhe permitir uma recuperação rápida, de modo a participar, com alguma influência, da disputa para a sua própria sucessão. Os nomes a ele ligados têm os piores percentuais de intenção de voto. O mais provável é que participe da campanha de maneira discreta e pouco influente.

Médico por formação, que teve como guru o então deputado federal Cid Carvalho (PMDB), que na primeira corrida à Prefeitura, nos anos 80 do século passado, lhe cunhou o célebre slogan de campanha “Madeira neles!”, Sebastião Madeira é um dos mais hábeis e experientes políticos maranhenses na segunda metade do século passado. Depois de duas tentativas mal sucedidas, elegeu-se prefeito em 2008 numa traumática e polêmica disputa em que teve como adversário o empresário, ex-interventor e ex-prefeito Ildon Marques, numa campanha em que houve de tudo, inclusive a denúncia, nunca comprovada, de que o tucano teria contratado um pistoleiro para liquidar o adversário que deveria vencer nas urnas. Assumiu a Prefeitura de Imperatriz em janeiro de 2009, na esteira de uma bem sucedida carreira como deputado federal, um dos quais coincidiu com o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, período em que reinou na região da chamada Grande Imperatriz com o peso político das emendas parlamentares que conseguiu liberar e com as pequenas obras conseguidas com a boa vontade dos aliados que ocupavam na época a Esplanada dos Ministérios.

O Sebastião Madeira de agora é bem diferente do político que assumiu a Prefeitura há sete anos e meio como a grande esperança de Imperatriz e da Região Tocantina, visto como o líder que criaria o Maranhão do Sul. Parece bem menos forte politicamente do que antes, embora seja precipitado e incorreto concluir que seu projeto imediato seja a aposentadoria.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Parque Independência: mal-estar entre criadores e Governo
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Como Jackson Lago, Flávio Dino quer o Parque Independência nas mãos do Estado

Um ofício disparado ontem da Secretaria de Estado de Gestão e Previdência repetiu uma situação de tensão e constrangimento nas relações entre o Governo do Estado e a classe produtora ocorrida em 2017, mais ou menos no mesmo período. No ofício de ontem, disparado com o aval do Palácio dos Leões, a secretária adjunta de Gestão e Previdência, Maria de Lourdes Bastos Ribeiro, comunica ao presidente da Associação dos Criadores do Maranhão, Assub Neto, que ele deve entregar as chaves do Parque Independência em 24 horas a contar da hora do recebimento da comunicação. Em 2007, o ofício, autorizado pelo então governador Jackson Lago (PDT), aterrissou no gabinete do então presidente da Associação dos Criadores, Cláudio Azevedo. Tanto naquele momento quanto agora, a exigência do Governo do Estado para que a Associação dos Criadores entregue o Parque Independência causou um tremendo mal-estar entre o Palácio dos Leões e os produtores. Em 2007, a iniciativa do Governo Jackson Lago gerou larga repercussão, com manifestações de alguns segmentos da classe patronal, mas sem que o Governo voltasse atrás. O Parque voltou para o controle da Associação dos Criadores no Governo Roseana Sarney, que lhe devolveu em forma de comodato. Agora o Governo quer o Parque de volta e, pelo tom do ofício da secretária adjunta de Gestão e Previdência, a devolução terá de ser feita sem acordo, sem conversa e fim de papo.

Para lembrar: o Parque Independência abrigou, por décadas, a célebre Exposição Agropecuária do Maranhão (Expoema), que durante muitos anos foi item de destaque no calendário festivo de São Luís, durante o qual o setor produtivo fazia negócios e a população se divertir com a exposição de gado e cavalos e shows sertanejos que atraiam milhares. A Expoema teve seu ponto alto em meados dos anos de 1980, durante o Governo Luis Rocha, quando o Parque Independência explodia em festa.

Ribamar Alves entre os 100 melhores prefeitos do país?!
Difícil acreditar que seja uma homenagem honesta

Depois de sair chumascado de uma até agora mal explicada acusação de violência sexual contra uma estudante de 18 anos, tendo amargado semanas na cadeia, o prefeito de Santa Inês, Ribamar Alves (PSB), reapareceu em “grande estilo”. Informação amplamente divulgada registrou que ele foi “diplomado” por uma certa Associação Nacional dos Prefeitos e Vice-prefeitos da República federativa do Brasil (ANPV), que o apontou como um dos 100 melhores prefeitos do país, destacando-se em sustentabilidade, meio ambiente, segurança pública e combate às drogas. Nada contra a homenagem, se ela fosse honesta e baseada em informações acreditadas sobre o desempenho do prefeito de Santa Inês. A “láurea” concedida ao prefeito de Santa Inês deixa no ar uma sensação de reconhecimento remunerado, do tipo de muitas “homenageadoras” que atuam por aí. A Coluna não tem interesse em desqualificar a gestão do prefeito Ribamar Alves, mas suspeita fortemente de que ele esteja, de fato e por mérito, entre os 100 melhores no universo dos 5.570 prefeitos brasileiros. Isso porque não se tem conhecimento de que em Santa Inês esteja em curso programa bem sucedido que estimula a cultura da sustentabilidade; que ali esteja em andamento um programa excepcional de preservação do meio ambiente; que por ação da Prefeitura Santa Inês seja uma das cidades mais seguras da região; ou que o prefeito Ribamar Alves esteja entrando para a história por conta de um programa eficiente e exemplar de combate às drogas. Ao contrário, Santa Inês, um entroncamento de economia vibrante, parece enfrentar problemas sérios naquelas e em outras áreas. Uma pena que não dê para aplaudir o prefeito Ribamar Alves.

 

São Luís, 01 de Junho de 2016.

 

Braide e Pindaré podem fazer a diferença e quebrar a polarização entre Edivaldo Jr. e Eliziane Gama em São Luís

 

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Eduardo Braide e Bira do Pindaré podem desequilibrar a polarização provável entre Edivaldo Jr. e Eliziane Gama

Duas definições, se confirmadas, poderão movimentar fortemente a corrida para a Prefeitura de São Luís, podendo inclusive abalar a previsão de que a situação caminha para uma disputa direta entre o prefeito Edivaldo Jr. (PDT), que tentará a reeleição na liderança de uma ampla coligação partidária, e a deputada Eliziane Gama (PPS), que após alguns tropeços, deu o primeiro passo firme na corrida ao ganhar o apoio do PSDB e, assim, tirar do páreo três pré-candidatos do partido: o deputado federal João Castelo e os deputados estaduais Neto Evangelista e Sérgio Frota. Uma definição pode ser a candidatura do deputado estadual Eduardo Braide (PNM), que está sendo montada de maneira discreta, mas com muito entusiasmo; e a outra é a decisão que for tomada dentro do PSB, onde se arrasta a pré-candidatura do deputado estadual Bira do Pindaré, e o projeto ainda não revelado do senador Roberto Rocha.

O projeto de candidatura do deputado Eduardo Braide até agora só existe nos discursos que ele fez na Assembleia Legislativa, há cerca de um mês, para anunciar que será candidato a prefeito. Ganhou alguma repercussão nas inserções do partido na TV, que vêm sendo usadas para anunciar esse projeto de disputar a eleição para a Prefeitura. Braide informou à Coluna que seu projeto de disputar a eleição de prefeito da Capital é consistente e que está sendo elaborado em bases realistas, ou seja, levando em conta principalmente o peso dos principais nomes que estão no páreo. Garante que tem feito pesquisas para consumo interno e que as informações apuradas lhes dão a certeza que existe espaço para uma candidatura como a dele, “com chance de chegar primeiro”.

Considerado um dos quadros da nova geração mais comprometidos com o que muitos definem como a “boa política”, o deputado do PMN acha que pode mudar o cenário que está sendo desenhado por uma plataforma propositiva, que deixe de lado as futricas de bastidores, o confronto agressivo e os ataques pessoais. Ele acredita que os debates devem ser o ponto alto da campanha, os momentos em que os candidatos serão obrigados a mostrar o que têm para oferecer ao eleitorado. E afirma que tem um projeto para São Luís. Politicamente hábil e dotado de boa formação, Braide é dono de grande habilidade com as palavras, de uma postura de bom moço, de bom chefe de família e católico praticante, Braide reúne todas as condições para se apresentar como um candidato preparado e confiável. E com detalhe que poderá fazer a diferença: pode se mostrar politicamente independente, mas com portas abertas em todas as direções partidárias.

O outro fator que pode desestabilizar a polarização Edivaldo Jr./Eliziane Gama será uma definição no PSB, que pode ser a candidatura do deputado Bira do Pindaré ou outra solução montada pelo senador Roberto Rocha, que pode ser a candidatura do próprio – que ele não descartou, mas que ninguém acredita – ou a candidatura do filho dele, o vereador Roberto Rocha Jr. a prefeito ou a vice dentro de um grande acordo com um dos candidatos viáveis, que pode ser o deputado Wellington do Curso (PP) ou o próprio deputado Eduardo Braide. O problema é que o PSB vive uma crise, com a corda esticada a tal ponto que a essa altura ninguém espera um desfecho do tipo “e eles viveram felizes para sempre”.

No segundo mandato de deputado estadual, mas com militância política que remonta aos anos 80 do século passado como um dos mais ativos quadros do PT, Pindaré é um político experiente e preparado, com bom nível de informação e com trajetória politicamente correta até aqui. Se vier a ser o candidato do PSB com o apoio do senador Roberto Rocha, poderá tornar-se um candidato viável. No momento, o clima entre os dois grupos é de beligerância, com a diferença que o senador leva larga vantagem como controlador do partido em São Luís, o que significa dizer que o deputado só será candidato se Roberto Rocha abraçar o projeto.

A polarização em andamento poderá ser quebrada e o desfecho da corrida eleitoral será imprevisível se Eduardo Braide e Bira do Pindaré entrarem na briga para valer.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Empréstimo do BNDES e nhenhenhém
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Adriano Sarney e Rogério Cafeteira debatem sobre os rumos do empréstimo concedido pelo BNDES

A oposição, liderada pelo deputado Adriano Sarney (PV), decidiu tirar o conforto do governador Flávio Dino (PCdoB) em relação ao mega empréstimo do BNDES – R$ 3,2 bilhões – deixado, em parte pelo Governo Roseana Sarney (PMBD). Questiona agora como o dinheiro está sendo gasto, tentando levantar uma sombra de suspeita sobre os projetos em andamento bancados por esses recursos, defendidos pelos governistas, tendo á frente o líder do Governo, deputado Rogério Cafeteira (PSB). Na verdade, é um nhenhenhém de oposição respondido com nhenhenhém por vozes governistas. Para começar, Roseana Sarney não deixou tais recursos para Dino. Sabia que não aplicaria tudo no seu Governo e acreditava o que sobrasse seria investido pelo seu sucessor, que acreditava seria Luis Fernando Silva (PMDB). O vento virou, Luis Fernando desistiu da candidatura, Lobão Filho (PMDB) assumiu e amargou dura derrota. Antes de sair, porém, Roseana arrumou a casa, certa de que seu sucessor vasculharia minuciosamente as contas públicas em busca de malfeitos. Assim aconteceu, as contas foram vasculhadas, mas nada foi encontrado que pudesse ganhar status de escândalo. Em relação ao empréstimo do BNDES, Dino fez uma auditagem informal, foi ao banco e propôs a revisão dos projetos a serem bancados com os recursos, ajustando tudo ao seu programa de Governo. Na semana passada, um grupo de deputados governistas e oposicionistas foi ao BNDES em busca de malfeitos de um e de outro governo com dinheiro do empréstimo. Perderam tempo, porque a diretoria informou que nada houve de errado nos dois governos, salvo uma irregularidade técnica aqui, uma falha acolá, mas nada que pudesse sequer colocar o empréstimo em discussão. O nhenhenhém sobre o contrato vai continuar, com os oposicionistas dizendo que Dino só está trabalhando porque Roseana lhe deixou a maior fatia do empréstimo e os governistas, que não podem contestar a dádiva, reagem dizendo que ele está gastando melhor. Nada além disso – pelo menos até aqui.

 

 

São Luís, 31 de Maio de 2016.