Disputa indefinida e resultado imprevisível em Imperatriz, Timon, Pinheiro e Balsas

De cima para baixo: Imperatriz: disputam Josivaldo JP, Rildo Amaral, Nilson Takashi, Mariana Carvalho e Marco Aurélio; Timon estão no páreo Rafael, Dinair Veloso e Henrique Júnior; Balsas: disputam Celso Henrique e Alan da Marissol; e Pinheiro estão fortes André da RalpNet, Batista Segundo,
Kaio Hortegal e Geraldo Junior

É rigorosamente indefinida a corrida eleitoral em quatro dos mais importantes municípios do Maranhão: Imperatriz, Timon, Pinheiro e Balsas. Nessas unidades, a disputa está sendo renhida, com mudanças dramáticas nas posições indicadas inicialmente pelas pesquisas de opinião. Devido a essa intensa movimentação nas preferências do eleitorado, segundo as pesquisas feitas até agora, não há como apontar favoritos, exatamente porque os nomes não têm conseguido deslanchar, ganhando folga na dianteira. E alguns candidatos que já foram favoritos disparados encontram-se agora em situação crítica, ou já ficando para trás ou seriamente ameaçados pelos concorrentes.

Imperatriz, segundo maior município maranhense com 273 mil habitantes, cinco candidatos – Rildo Amaral (PP), Josivaldo JP (PSD), Mariana Carvalho (Republicanos), Nilson Takashi (Novo) e Marco Aurélio (PCdoB) – no páreo. Durante a pré-campanha, a indicação era Rildo Amaral e Josivaldo JP disputariam o segundo turno. De algumas semanas para cá, Mariana Carvalho ganhou força e passa a impressão de que pode alcançar os dois e entrar na briga pelo segundo turno. Nilson Takashi está se movimentando como quem pode ser um grande aliado para o segundo turno, enquanto Marco Aurélio, agora com forte apoio do PT, pode crescer. Nesse momento, a única certeza é a de que haverá segundo turno, faltando definir quem estará nele. Há quem acredite que, com o apoio forte do PT, Marco Aurélio possa reagir, mas isso só a campanha vai dizer. Ali também concorrem Gabriel Araújo (PCB) e Justino Filho (PMB).

Em Timon, terceiro maior município do Maranhão, com 175 mil habitantes, o cenário é também rigorosamente indefinido. Nas pesquisas iniciais, o deputado Rafael (PSB) aparecia na liderança, sendo avaliado como o franco favorito. Ocorre que de algumas semanas para cá a prefeita Dinair Veloso (PDT), reagiu fortemente e, de acordo com avaliações mais recentes, tenta a reeleição com pequena vantagem. Isso porque Henrique Júnior (PL), candidato que inicialmente não parecia ter força, entrou na disputa para valer, desequilibrando a situação. Mesmo assim, a disputa no momento está entre o deputado Rafael e a prefeita Dinair Veloso. Vale lembrar que a prefeita Dinair Veloso é apoiada pelo grupo Leitoa, que controla o poder em Timon há mais de duas décadas, e ao qual Rafael já pertenceu. Em Timon também concorre a Dra. Dilcimar (Novo).

Em Pinheiro, a mais importante cidade da Baixada Ocidental Maranhense, com 84 mil habitantes, a situação impressiona pela mudança de cenário. Ali, André da RalpNet (Podemos) estava disparado na liderança, passando a impressão de que ninguém poderia sequer ameaça-lo. Mas o cenário vem mudando radicalmente desde a entrada em cena do suplente de deputado estadual João Batista Segundo (PL), do médico Kaio Hortegal (PP), lançado pelo prefeito Luciano Genésio, e de Geraldo Júnior (União Brasil). André da RalpNet vem perdendo consistência, enquanto João Batista Segundo e Kaio Hortegal avançam praticamente nivelando a disputa. A corrida eleitoral em Pinheiro chegou a um ponto em que é difícil prever um desfecho. Ali concorrem outros candidatos: Coronel Senilson (Republicanos), Filho Coqueiro (Avante), Josias do Açaí (DC) e Professor Dimas (Rede), nenhum com chance de entrar, de fato, na disputa.

Um dos cenários mais surpreendentes da corrida para as eleições municipais do Maranhão ocorre nesse momento em Balsas, com 102 mil habitantes e o mais importante município da região sul e um dos mais ricos do Maranhão. Ali, o prefeito Eric Silva (PDT), dono de uma liderança indiscutível, escolheu para sucedê-lo o vice-prefeito, Celso Henrique (PP), que saiu na frente com grande vantagem. Ocorre que o seu adversário, o empresário Alan da Marissol (PRD), apoiado pelos grandes produtores do agronegócio, de viés bolsonarista, ganhou corpo e teria virado o jogo. Um político da região avalia que a situação hoje em Balsas é favorável a Alan da Marisol, embora aliados do prefeito Eric Silva afirmem que o cenário é outro. Em Balsas também concorre Francisco Cunha (Novo), mas sem chance na disputa.

Esses municípios contrastam, por exemplo, com São Luís, São José de Ribamar, Bacabal e Barreirinhas, por exemplo, onde, pelo menos por enquanto, a corrida vai sendo liderada com larga vantagem por, respectivamente, Eduardo Braide (PSD), Júlio Matos (Podemos), Roberto Costa (MDB) e Vinícius Vale (MDB).

PONTO & CONTRAPONTO

Pesquisa confirma ampla liderança de Roberto Costa em Bacabal

Roberto Costa lidera com ampla vantagem; Marcos
Miranda é segundo e Plínio Oliveira
não tem qualquer chance

Pesquisa Prever/Grupo Mirante, que ouviu 657 eleitores bacabalenses no período de 19 a 21 deste mês confirmou o que outros levantamentos já haviam informado sobre a corrida pela prefeitura de Bacabal, na qual o deputado Roberto Costa (MDB) é líder inconteste.

Os números são os seguintes: Roberto costa lidera com 62,7% das intenções de voto, contra 28,8% de Marcos Miranda (União Brasil), 1,8% de Plínio Oliveira (Novo) e 0,3% de Jansen Penha (Mobiliza).

Esse resultado demonstra que o eleitorado de Bacabal já está praticamente todo já posicionado em relação à sucessão do prefeito Edvan Brandão, uma que apenas 6,4% dos eleitores ouvidos pelo instituto Prever formam o contingente dos que não votarão em nenhum dos candidatos, votarão nulo ou ainda não sabem em quem votarão.

E nessa direção, nada menos que 67,4% do eleitorado disseram acreditar que Roberto Costa será o próximo prefeito de Bacabal, enquanto 20,9% afirmam que será o candidato Marcos Miranda.

Mesmo com essa posição confortável, o deputado Roberto Costa não quer nem saber de “já ganhou”, preferindo mergulhar na campanha percorrendo as áreas urbana e rural de Bacabal, para consolidar esse cacife e, se possível, ganhar mais apoio.

– Aqui não tem essa história de “já ganhou”, não. Vamos continuar trabalhando no mesmo ritmo até o dia da eleição – avisou o candidato do MDB.

Em Tempo: A pesquisa Prever/Grupo Mirante tem margem de erro de 3,8 pontos percentuais para mais ou para menos, intervalo de confiança de 95% e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA-07006/2024.

“Problemas de agenda” adiam incursão de Bolsonaro ao Maranhão

Yglésio Moises informou sobre o
adiamento da visita de Jair Bolsonaro

Problemas de agenda adiou a incursão política que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) faria ao Maranhão para cumprir dois compromissos, um em Imperatriz, em apoio à candidata do Republicanos, Mariana Carvalho, à Prefeitura de lá, e outro em São Luís, em apoio à candidatura do deputado Yglésio Moises, candidato do PRTB ao Palácio de la Ravardière. Os compromissos foram adiados para setembro.

Foi essa a explicação dada ontem pelo deputado Yglésio Moises, em conversa com jornalistas na Assembleia Legislativa.

Nas rodas de conversa política correram outras versões. Uma delas, a de que Jair Bolsonaro “simpatizaria” com Imperatriz, onde tem muitos adeptos quer apoiar a candidata do Republicanos, mas teria um “pé atrás” com São Luís, onde sabe que a maioria esmagadora não quer conversa com a sua linha de direita radical e golpista.

O deputado Yglésio Moises, por sua vez, garante que o ex-presidente virá a São Luís em setembro, em apoio à sua candidatura.

São Luís, 30 de Agosto de 2024.

Operação 18 Minutos pode causar alterações na disputa em Paço do Lumiar

Fred Campos (centro) mantém campanha
intensa em Paço do Lumiar

Ainda não veio a público informação segura de que tenha havido alguma alteração no cenário da disputa para a Prefeitura de Paço do Lumiar, depois da Operação 18 Minutos, por meio da qual o braço da Polícia Federal alcançou advogados, juízes e desembargadores envolvidos em corrupção pesada e que atingiu em cheio o líder nas pesquisas, Fred Campos (PSB) que, segundo informações não confirmadas, estaria usando tornozeleira eletrônica. Em meio aos fatos concretos e a uma onda incontrolada de especulações, pelo menos duas pesquisas estariam sendo feitas neste momento com o objetivo de avaliar o tamanho do dano que a ação da PF causou ao candidato do PSB.

A situação do advogado Fred Campos, que as pesquisas realizadas até aqui apontaram como virtualmente eleito, detentor de uma vantagem avassaladora sobre os demais concorrentes, deu margem para que os seus adversários na disputa, o empresário Francisco Neto (Novo) e o médico Felipe Gonçalo (Mobiliza) mudassem os rumos das suas campanhas. Eles estão enxergando a possibilidade concreta de mudar o jogo, acreditando que Fred Campos pode perder consistência rever o seu projeto de candidatura. A mesma mudança de ânimo alcançou o comitê de campanha do vereador Jorge Maru (Solidariedade), que tinha o apoio da ex-prefeita Paula Azevedo (PCdoB), e da candidata Luana Peixoto (DC), respectivamente colocados na quarte e na quinta colocação na corrida.

Desde que a Polícia Federal desembarcou no Palácio da Justiça e em escritórios de advocacia, há duas semanas, desmontando o que chamou de “organização criminosa”, composta por quatro desembargadores, dois juízes e vários advogados, entre eles o ex-deputado federal Edilázio Jr., presidente estadual do PSD, e Fred Campos, a corrida à Prefeitura de Paço do Lumiar sofreu uma mudança radical. Afinal, depois do traumático afastamento e, logo em seguida, a cassação da prefeita Paula Azevedo, acusada de corrupção na sua administração, ninguém esperava que o líder nas pesquisas, cujo discurso era em parte baseado em denúncias de desvios na gestão municipal, apoiado inclusive pelo novo prefeito, Inaldo Pereira (PSDB), fosse alvo de um revés tão avassalador.    

O novo cenário deixou, por exemplo, entusiasmado o prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo, chefe do Mobiliza, quer comanda um time de candidatos na região. Ele orientou o candidato do seu partido, Felipe Gonçalo, a intensificar a sua campanha adotando uma postura mais agressiva, apostando que o jogo pode mudar. Tanto que uma das primeiras frases do candidato numa entrevista esta semana foi “Eu sou ficha limpa”, numa clara alusão à situação de Fred Campos. Os chefes do Novo no estado transformaram a candidatura de Francisco Neto, segundo colocado nas pesquisas, em prioridade, acreditando na mudança de cenário. Há quem espere até que o candidato do PSB venha a deixar a corrida à prefeitura, o que parece improvável, pelo menos até aqui.

Um dos dez maiores municípios do Maranhão, com 125 mil habitantes, Paço do Lumiar tem tido uma existência política e administrativa conturbada. Uma vez que a maioria dos prefeitos que por lá passaram acabaram afastados e alvos da Polícia e da Justiça. Uma ex-prefeita andava de tornozeleira eletrônica. Na gestão de Domingos Dutra (PCdoB), parecia que o município finalmente encontrara um rumo, mas problemas de saúde o obrigaram a se afastar, passando o bastão para a vice-prefeita Paula Azevedo, que concluiu o primeiro mandato sem maiores problemas, se reelegendo com folga. Ela, porém, foi seduzida pelos desvios e acabou cassada. Não há, portanto, um município com avida política e administrativa mais tumultuada do que Paço do Lumiar.

Há muito de especulação no ambiente político luminense, mas que o escândalo mudou o cenário, mudou. Mesmo com Fred Campos mantendo sua candidatura. Ainda não há informação segunra ais notícias

PONTO & CONTRAPONTO

Imperatriz tem disputa com desfecho imprevisível

Polarização entre Josivaldo JP e
Rildo Amaral estaria ameaçada
por Mariana Carvalho

A corrida à Prefeitura de Imperatriz poderá ter um desfecho surpreendente. Até o momento, todas as informações apontam para uma disputa renhida entre o deputado estadual Rildo Amaral (PP) e o deputado federal Josivaldo JP (PSD). Os indicadores sugerem que os dois se enfrentarão em segundo turno.

Mas há quem chame a atenção para a candidata do Republicanos, Mariana Carvalho, cuja candidatura estaria ganhando corpo, surgindo no horizonte como uma ameaça real aos dois líderes. A representante do Republicanos vem ganhando espaços e poderá ser beneficiada com o fato de que tem três minutos no horário eleitoral gratuito no rádio e na TV, além do suporte do seu partido.

As expectativas se voltam também para o ex-deputado estadual Marco Aurélio (PCdoB), que ganhou o apoio declarado do PT, depois que foi a Brasília com sua vice, Vânia do PT, tendo sido recebido e incentivado pelo presidente Lula da Silva (PT). No final da semana, o vice-governador Felipe Camarão, hoje o maior nome do PT no estado, esteve em Imperatriz em apoio à candidatura de Marco Aurélio.

No meio dessa disputa encontra-se uma espécie de anticandidato, Nilson Takashi (Novo), que teria um bom naco de intenções de voto, podendo ser a chave para o desfecho da corrida à Prefeitura da antiga Vila do Frei.

Pesquisa mostra Barreirinhas inclinada a apostar na mudança

Vinícius Vale lidera contra
Léo Costa e Amilcar Rocha

O eleitorado de Barreirinhas está emitindo sinais de que pretende fazer uma mudança radical no status quo político que domina a cidade há anos. Ali, numa guerra eleitoral entre o passado e o futuro, a maioria parece inclinada a apostar no novo, parecendo compreender a nova estatura da cidade depois que os Lenções Maranhenses foram declarados Patrimônio Natural da Humanidade.

Pesquisa do instituto Econométrica divulgada ontem reforçou essa impressão. Ali, o jovem engenheiro Vinícius Vale, candidato do MDB, lidera com folga a corrida para a Prefeitura, com 57% das intenções de voto. Na sequência, o ex-prefeito (duas vezes) Léo Costa candidato do Podemos, tem 30% e o atual prefeito, Amilcar Rocha, candidato do PCdoB à reeleição, aparece com apenas 7,8% das preferências.

Na pesquisa Econométrica chama atenção o fato de que praticamente não há eleitores insatisfeitos, que pretendem votar em branco ou anular o voto, que são apenas 2,9%; nem indecisos, que não souberam ou não quiseram responder, esses são menos ainda: 2,2%. Ou seja, esses números indicam que, ainda no início da campanha eleitoral, o eleitorado de Barreirinhas já está posicionado para as eleições, o que não impede que haja alguma alteração durante a campanha.

A pesquisa quis saber a expectativa do eleitorado barreirinhense em relação ao desfecho da eleição: nada menos que 69,5% dos entrevistados disseram acreditar que Vinícius Vale será eleito, enquanto 22,7% apostam que o prefeito de Barreirinhas será Léo Costa. São 69,5% dos entrevistados que dizem que Vinicius Vale vence as eleições. Outros 22,7% apontaram Léo Costa e 4,5% acreditam que o prefeito Amílcar Rocha será reeleito.

Em Tempo: Contratada pelo Grupo Mirante, a pesquisa ouviu 449 eleitores entre os dias 15 e 17 de agosto, tem margem de erro de 4,6 pontos percentuais, para mais ou para menos, tem intervalo de confiança de 95% e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA – 00450/2024.

São Luís, 28 de Agosto de 2024.

Em mensagem correta, Camarão sinaliza que não há crise por sua saída da Seduc

Felipe Camarão no vídeo em que fez
agradecimentos a Flávio Dino e a
Carlos Brandão

O vice-governador Felipe Camarão (PT) consumou ontem o processo de mudança na Secretaria de Estado de Educação, de onde saiu após mais de sete anos, comandando a pasta ao longo de seis anos nos governos Flávio Dino (PCdoB/PSB) e um ano e cinco meses no governo Carlos Brandão (PSB). Em vídeo, ele disse que combateu “o bom combate”, agradeceu a Flávio Dino e Carlos Brandão pela oportunidade que lhe deram, e creditou grande parte da sua bem-sucedida gestão ao apoio que recebeu de professores, servidores e estudantes. Destacou algumas conquistas, como o programa Escola Digna e o aumento das escolas de tempo integral. E disse que vai continuar trabalhando pelo fim do analfabetismo no estado.

Pelo tom e descontração com que falou, Felipe Camarão desmontou completamente a impressão de que sua saída da pasta se deu em meio a uma crise de natureza política. Tranquilo e sem qualquer traço de mágoa ou coisa parecida, distribuiu efusivos de francos agradecimentos aos dois governadores com os quais trabalhou. Em relação ao governador Carlos Brandão, se colocou à disposição para trabalhar em qualquer área, deixando claro que a unidade da base governista não foi comprometida por conta da sua saída da pasta.

A mensagem, feita em tom ameno e sem qualquer traço de trauma pessoal ou político, mostrou um Felipe Camarão maduro, equilibrado e muito consciente do seu papel como vice de um governo de aliança, na qual ele e seu partido, o PT, são parte importante. Ao mostrar que a sua saída do comando da pasta foi um fato normal, o vice-governador deixou claro que nomeação de secretário, seja ele quem for, é uma prerrogativa exclusiva do governador do Estado, e fim de conversa. Tanto que não houve sequer rumor de que o vice-governador tenha resistido à decisão. Muito ao contrário.

Na condição de vice-governador, Felipe Camarão tem agora o desafio de se consolidar como um quadro político com estatura para trabalhar pela estabilidade da aliança hoje liderada pelo governador Carlos Brandão. Para ele, o importante agora é atuar para que as forças governistas saiam vitoriosas nas eleições municiais, cacifadas, portanto, para dar as cartas nas eleições gerais de 2026. Nesse contexto, o seu papel é trabalhar pela agregação, afinado com o governador Carlos Brandão.

Não é segredo que o vice-governador Felipe Camarão se movimenta para concretizar um projeto de poder no qual o governador Carlos Brandão renunciará para ser candidato ao Senado e ele, Felipe Camarão, assumirá o comando do Estado para ser candidato à reeleição. Diferenças do governador com o grupo comandado pelo hoje ministro Flávio Dino (STF) colocaram em risco esse projeto, motivando Carlos Brandão a pensar numa drástica mudança de roteiro. Ele tem deixado muito claro que seu governo não será espaço de interferências e que numa situação de crise incontornável, está disposto até mesmo a permanecer no cargo até o final do seu mandato. Mais do que isso, apoiaria um candidato do seu grupo à sua sucessão.

É óbvio que esse desfecho traumático não interessa ao vice-governador Felipe Camarão. Daí a necessidade de que sua habilidade política e o seu cacife de ser candidato do presidente Lula da Silva (PT) sejam usados com bom senso político, para evitar que a grande aliança partidária montada por Flávio Dino em 2014 e mantida com firmeza por Carlos Brandão se desfaça fragilizando os dois grupos. Isso porque, a julgar pelo cenário de agora, o governador Carlos Brandão tem força para dar as cartas e mudar as regras do jogo.

A mensagem politicamente inteligente do vice-governador Felipe Camarão sinalizou de que ele não tem interesse numa crise que venha a desmontar a aliança partidária à qual pertence.

PONTO & CONTRAPONTO

Yglésio promete integrar “carrinhos” ao sistema de transporte e criar o Hospital do Servidor

Yglésio Moises promete
mudar saúde municipal

Transformar o Socorrão I em Hospital do Servidor Municipal e do Diabético, integrar os chamados “carrinhos-lotação” ao sistema de transporte de massa, transformar o Centro Histórico, melhorar as condições das praias e implantar um calendário cultural em parceria com o Governo do Estado. Esses, entre outros, são itens do programa de gestão do candidato do PRTB à Prefeitura de São Luís Yglésio Moises, expostos ontem, em entrevista ao portal imirante.com. Ele também prometeu melhorar o padrão de qualidade das escolas do município e estudar a possibilidade de adotar o passe livre para estudantes no sistema municipal de transporte de massa.

Representante da direita bolsonarista na corrida à Prefeitura de São Luís, Yglésio Moises criticou o fato de o prefeito Eduardo Braide (PSD), que é candidato à reeleição, haver comemorado o Ideb 5,5 como nota de avaliação do sistema municipal de educação. “Estudante hoje em dia não tem dinheiro para nada, nem para se alimentar. Vai para a escola e não aprende e vem um prefeito comemorar Ideb de 5,5. Ninguém vence na vida com nota 5. Ele comemorar essa nota é de uma mediocridade”, disparou o candidato do PRTB.

O candidato, que é médico e já dirigiu o Socorrão I, justificou a proposta de transformação do Hospital Djalma Marques em Hospital do Servidor Municipal e do Diabético: “São 30 mil servidores que não têm cobertura adequada. Comigo vão ter. Eu vou fazer o hospital do servidor municipal”.  E usou o mesmo tom para a proposta de incorporar os “carrinhos” ao sistema de transporte de massa.

Finalmente, o candidato do PRTB, que está como 4º na corrida às urnas, conforme as pesquisas mais recentes, disputando a terceira colocação com o candidato do Novo, Wellington do Curso, prometeu valorizar o Centro Histórico de São Luís, trabalhando uma parceria com o Governo do Estado. Por essa parceria, ele propõe criar um calendário anual de manifestações culturais.

E concluiu: “Pessoas sérias nunca prometem coisas sem ver estudo de viabilidade. Se for possível – dentro de uma visão de política de gratuidade -, eu vou fazer”.

Em Tempo: O candidato Yglésio Moises foi sabatinado pelos jornalistas Carla Lima, Linhares Júnior e Adriano Soares.

André Fufuca comemora vantagem de Felipe dos Pneus em Santa Inês

André Fufuca apoia Felipe dos Pneus em Santa Inês

 Principal fiador político da candidatura do prefeito de Santa Inês, Felipe dos Pneus (PP) à reeleição, o ministro do Esporte, André Fufuca, está comemorando o resultado da mais recente pesquisa sobre a corrida sucessória naquele município.

De acordo com o levantamento, Felipe dos Pneus tem 43,39% das intenções de voto contra 20,86% da deputada Solange Almeida (PL) e 18,43% do ex-prefeito Valdivino Cabral e 1,29% de Vieira Oliveira. Além disso, a pesquisa revela que 51% dos entrevistados acreditam que a eleição será vencida pelo prefeito Felipe dos Pneus.

Em Tempo: Feita pelo instituto Exata, a pesquisa ouviu 700 eleitores, tem margem de erro de 3,33% e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA 05367/2024.

São Luís, 27 de Agosto de 2024.

Troca na Seduc e muito nhenhenhém ainda não levaram Brandão e Dino ao rompimento

Apesar dos tremores, Carlos Brandão tem dado
demonstrações de apoio a Felipe Camarão

Os bastidores do poder e as centrais de especulação encontram-se inflamados desde que o governador Carlos Brandão (PSB) trocou o comando da Secretaria de Estado de Educação, exonerando o vice-governador Felipe Camarão (PT) e nomeando para o posto Jandira Dias. Foi uma mudança conversada, os vai-não-vai e os nhenhenhéns que a a antecederam, em especial o episódio em que o vice-governador assumiu e desistiu de coordenar a campanha do deputado federal Duarte Jr. (PSB) à Prefeitura de São Luís, sinalizaram a existência de uma crise na relação do governador Carlos Brandão com o agora ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino, cujo grupo estaria sendo afetado por decisões do Governo. Para os que veem as coisas por esse ângulo, a mudança na Seduc seria um “ato de traição” do governador ao ministro, pois quebraria suposto acordo pelo qual os partidários de Flávio Dino teriam o controle de várias secretarias. Mas no meio político tem muita gente pensando diferente.

Para começar, a troca de comando na Seduc foi um ato legal legitimado pelo fato de o governador ser detentor da prerrogativa (diga-se, do poder) institucional de fazer as mudanças que bem entender na sua equipe de primeiro escalão. Depois, o vice-governador Felipe Camarão esteve no cargo por um tempo equivalente a dois governos, o que não é comum. O próprio Flávio Dino, quando governador, fez inúmeras trocas na sua equipe ao longo de sete anos e três meses, e nenhuma delas causou tamanha onda de especulação. No que diz respeito ao tal acordo, vale lembrar que em política – como em qualquer outra relação -, qualquer acordo pode ser revisto, repensado ou até mesmo cancelado, dependendo da vontade uma das partes ou das duas. E nenhum governador é ingênuo o suficiente para abrir mão de poder dentro do próprio espaço que comanda.

Na onda especulativa, chegou-se a divulgar e existência de um clima de rompimento do governador Carlos Brandão com o ministro Flávio Dino, que estaria atuando em defesa do grupo que liderou e que ficou sem comando desde o momento em que ele renunciou ao mandato de senador para se tornar ministro da Suprema Corte, o que significou, segundo o próprio ministro, afastar-se definitivamente da seara política, como é dever de um magistrado. Tem havido altos e baixos na relação do governador Carlos Brandão com o Grupo Dinista? Tem. O Grupo Dinista tentou “peitar” o governador? Tentou. O governador e seus aliados reagiram? Reagiram. Mas nenhum dos embates pontuais causou rompimento aberto e ostensivo.

Nenhum observador da cena política maranhense precisa de bola de cristal para perceber que, assim como o governador Carlos Brandão, nenhum outro chefe de Estado abriria mão de poder. Isso está na lógica fria do cálculo político. Ele não foge à regra: tem um grupo, tem aliados e tem parceiros. A lógica do poder manda que ele se esforce para agregar e manter o lastro político e partidário mais amplo possível. E, de certa maneira, é o que está acontecendo no tabuleiro político do Maranhão.

Na posição que ocupa nesse cenário, o vice-governador Felipe Camarão dá a impressão de que está fazendo a sua parte, ou seja, assimilando bem os movimentos do governador Carlos Brandão e tratando de trabalhar duro para ampliar a sua base política. Isso porque, até aqui, o governador Carlos Brandão não se declarou rompido com ninguém. Só tem deixado claro que o Governo é dele e que não aceita interferências. E até onde é possível observar, mantém uma relação normal com o vice-governador, a quem entrega o bastão sempre que se afasta, numa demonstração de que, pode até haver ruídos na relação, mas esses não comprometeram a confiança que assegura o convívio institucional.

Nhenhenhém à parte, o vice-governador Felipe Camarão, estimulado pelo fato de que poderá ser governador e candidato a governador, numa aliança em que Carlos Brandão seja candidato a senador, aproveita agora o seu tempo mergulhando nas articulações para turbinar candidaturas do PT, como a do petista Chiquinho da FC em Codó, e de aliados do seu partido e do grupo partidário governista, como a de Dinair Veloso (PDT) em Timon, e a de Duarte Jr. em São Luís.  Afinal, é o fruto desse intenso trabalho político o que de fato interessa.

Em conversas fechadas, o governador Carlos Brandão tem dito não é hora de brigar. Mas, perguntado se essa hora vai chegar, ele responde: “Vamos aguardar os acontecimentos”.

PONTO & CONTRAPONTO

Nota sobre suposto apoio de Lula para o Senado deixa perguntas sem respostas

Carlos Brandão tem vaga e apoio garantidos, mas não há
definição de Lula e aliados sobre Weverton
Rocha, André Fufuca e Eliziane Gama

Circulou em alguns nichos a informação segundo a qual teria havido em Brasília, no comando do PT e em salas do Palácio do Planalto, conversas que teriam resultado na seguinte decisão: a grande aliança PT/PSB vai apoiar a candidaturas do governador Carlos Brandão (PSB) ao Senado e a do senador Weverton Rocha à reeleição. De acordo com a nota, o Palácio do Planalto teria batido martelo pelo senador pedetista.

A escolha do comando político do Governo Central pela candidatura do governador Carlos Brandão ao Senado em 2026 já prego batido com ponta virada desde que saiu o resultado das eleições de 2022, com a eleição dele em turno único. E tudo indica que, apesar dos tremores na aliança, a opção pela candidatura do governador permanece firme.

Já em relação à suposta escolha pela candidatura do senador Weverton Rocha à reeleição alguma coisa não está afinada. Não se diga que o senador pedetista não tenha força no Governo Federal. Tem sim. Mas acontece que a senadora Eliziane Gama (PSD), que tem prestígio junto a Lula da Silva e a seu Governo, é candidata à reeleição, e o deputado federal (PP) e atual ministro do Esporte André Fufuca vem trabalhando para no seu projeto de candidatura à Câmara Alta.  

O presidente Lula da Silva e o PT vão virar as costas para a senadora Eliziane Gama (PSD), que foi importantíssima na campanha presidencial, comprou brigas homéricas em defesa do Governo e, até onde se sabe, é candidata à reeleição? Não apoiará a candidatura do seu ministro do Esporte, de quem fala maravilhas?

Difícil imaginar esse cenário.

Braide não aceita que Clio vermelho com carga milionária caia na sua mesa

Eduardo Braide disse em vídeo que nada tem a ver som o caso
Eduardo Braide em vídeo: nada sabe

O prefeito Eduardo Braide tomou uma decisão: não vai deixar que os R$ 1,9 milhão encontrados no porta-malas do Clio Vermelho caia sobre o seu birô de trabalho no Palácio de la Ravardière. Aos poucos interlocutores com quem trata do assunto, o prefeito tem reafirmando que nada tem a ver com o caso, e que não aceita ser nele envolvido.

Eduardo Braide tem dito a interlocutores que não compreende os esforços que seus adversários para vincula-lo ao dinheiro e ao automóvel apenas pelo fato de que neles estão presentes parentes seus, como o médico Antônio Braide. O prefeito considera injusto que alguns queiram envolve-lo no episódio, estando disposto a bater às portas da Justiça para rebater qualquer insinuação agressiva nesse sentido.

De acordo com uma fonte credenciada, o prefeito considera que já falou tudo o que tinha para falar sobre o assunto.

São Luís, 25 de Agosto de 2024.

Disputa em Imperatriz é direta e sem a influência das máquinas do Estado e da Prefeitura

Josivaldo JP, Rildo Amaral, Nilson Takashi,
Mariana Carvalho e Marco Aurélio: disputa
aberta, sem influência de máquinas

De todas as disputas por prefeituras em curso no Maranhão, a que mira a Prefeitura de Imperatriz é a que menos influência está recebendo das administrações estadual e municipal. Ali, o governador Carlos Brandão, devido ao fato de o seu partido, o PSB, não ter candidato à sucessão do prefeito Assis Ramos (??), preferiu não se posicionar. Só o vice-governador Felipe Camarão (PT) abraçou a candidatura do ex-deputado Marco Aurélio, filiado ao PCdoB, portanto candidato da Federação Brasil Esperança (PT/PCdoB/PV) e que conta com o apoio de vozes do PSB. Já o ministro do Esporte, André Fufuca é o padrinho assumido do candidato do seu partido, o PP, deputado estadual Rildo Amaral. E a chave para reunir as forças aliadas do Governo estadual é a quase certa realização de segundo turno na Princesa do Tocantins, para cujo comando são candidatos o deputado estadual Rildo Amaral, Josivaldo JP(PSD), Mariana Carvalho(Republicanos), Nilson Takashi(Novo). A movimentação das correntes governistas é no sentido de evitar que o deputado federal Josivaldo JP, a suplente de deputada federal Mariana Carvalho ou o empresário Nilson Takashi chegue ao segundo turno muito forte.

Imperatriz é a segunda maior e mais importante cidade do Maranhão, responsável por parte expressiva da arrecadação estadual e ganhando estatura para retomar o projeto de se tornar a capital do aspirado Estado do Maranhão do Sul. Ali, as últimas eleições mostraram o crescimento das forças de direita, principalmente as de viés bolsonarista, representado nessa disputa pela candidata Mariana Carvalho, que por intermédio do presidente estadual do Republicanos, deputado federal Aluísio Mendes, criou uma ponte com o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, que prometeu participar pessoalmente da sua campanha.

Ali, as forças governistas, que poderiam se unir formando um bloco política e eleitoralmente poderoso, decidiram se dividir, apesar dos esforços do governador Carlos Brandão para que a união fosse efetivada. De um lado ficou o deputado Rildo Amaral, apoiado pelo ministro André Fufuca; do outro está o ex-deputado estadual Marco Aurélio, apoiado pelo vice-governador Felipe Camarão por conta da escolha da militante petista Vânia do PT para vice, numa chapa da Federação Brasil esperança.

O fato de o prefeito Assis Ramos, que chega ao fim do segundo mandato no pico da impopularidade, não ter lançado um candidato, preferindo evitar mais desgastes à sua já desgastada imagem, abriu caminho para que os candidatos à sua sucessão estejam mais à vontade para pedir votos. Sem a poderosa máquina municipal se movendo em favor de um candidato, os concorrentes estão na disputa em condições de igualdade nesse aspecto. O mesmo ocorre em relação ao Governo do Estado, que está realizando obras em Imperatriz, mas sem divulga-las relacionando-as com qualquer candidato.

É evidente que essa situação poderá mudar no segundo turno, já que, conforme pesquisas recentes, Rildo Amaral e Josivaldo JP seguem polarizando a corrida, produzindo a impressão de que ninguém vencerá no primeiro e que os dois caminham para se enfrentar na segunda volta. Ambos estão atentos aos movimentos de Mariana Carvalho, que está incluindo Jair Bolsonaro na sua campanha, e os de Marco Aurélio, que na semana passada foi a Brasília com Vânia do PT e de lá retornou com imagens do presidente Lula da Silva (PT) manifestando apoio aos dois.

O fato é que a polarização de Rildo Amaral e Josivaldo JP vem perdendo consistência, dando a impressão de que a disputa para valar se dará no segundo turno, seja com eles ou com outros. E, dependendo da situação do momento, o governador Carlos Brandão poderá se posicionar. Mas a experiência e o ambiente poderão aconselha-lo a se manifestar, mas permanecendo distanciado do embate. E com disposição para receber com bons fluídos o vencedor, seja quem for.

PONTO & CONTRAPONTO

Ação de Creuzamar na campanha de Duarte Jr. faz Esmênia intensificar corrida de Braide

Esmênia Miranda e Creuzamar Pinho: candidatas
a vice com ações importantes

A entrada em cena de Creuzamar Pinho (PT) como vice do candidato Duarte Jr. (PSB), acendeu luz amarela no comando de campanha do prefeito Eduardo Braide (PSD) alertando para que a atual vice-prefeita e candidata à reeleição Esmênia Miranda (PSD) intensifique a sua participação na campanha.

A explicação é simples: Creuzamar Pinho é militante experiente do PT, com experiência em movimentos sociais e mobilização de rua. Além da sua importância como líder popular do partido, com muito serviço prestado ao PT, Creuzamar Pinho tem papel importante na aproximação de Duarte Jr. com grupos mais distantes do Movimento Negro e quilombolas, além de grupos do movimento sindical.

Creuzamar Pinho substituiu Isabelle Passinho, que renunciou ao posto de vice de Duarte Jr. por motivo de saúde. Ela representava movimentos por mais acesso a deficientes e outros segmentos carentes e não amparados pela Prefeitura de São Luís.

A vice-prefeita Esmênia Miranda, que foi oficial da PM e é professora de História na rede pública, tem também o seu viés de militante, que certamente vai colocar em prática nesse novo cenário.

Sem espaço no rádio e na TV, Wellington, Yglésio e Saulo farão campanha no corpo-a-corpo

Wellington do Curso, Yglésio Moises e Saulo
Arcangeli: fora da campanha eletrônica

A informação de que não terão espaço no horário eleitoral gratuito no rádio e na TV, que começa a partir do dia 30 de agosto tirou de tempo três candidatos à prefeitura de São Luís: Wellington do Curso (Novo), Yglésio Moises (PRTB) e Saulo Arcangeli (PSTU). Eles representam partidos que não têm representação no Congresso Nacional suficiente para assegurar-lhes direito à propaganda no rádio e na TV.

A restrição, por conta da inexpressividade das suas legendas, foi um duro golpe nas pretensões de e Wellington do Curso e de Yglésio Moises. Sem máquinas partidárias nem militância, os dois são outsiders que atuam na política apenas com a desenvoltura pessoal, que exploram nas redes sociais e teriam o horário eleitoral gratuito como seu grande suporte de campanha. Eles terão de conquistar o eleitorado com aperto de mão e tapinha nas costas.

Saulo Arcangeli “sofrerá” menos, uma vez que o seu partido, o PSTU sua maneira de atuar numa campanha eleitoral é exatamente no contato direto com a população.

São Luís, 24 de Agosto de 2024.

Com moderados e radicais na disputa, a direita está levando vantagem em São Luís

Eduardo Braide, Wellington do Curso e Yglésio
Moises representam, respectivamente, a direita
moderada, a furta-cor e a radical,
na corrida eleitoral em São Luís

O anúncio de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desembarcará em São Luís no dia 28 para participar de ato de campanha do deputado Yglésio Moises (PRTB), candidato ao Palácio de la Ravardière, confirma o cenário de que, no geral, a direita, nos seus diversos campos, está dominando a corrida pelo comando administrativo e político da Capital do Maranhão. São candidatos por diferentes vieses direitistas o prefeito Eduardo Braide (PSD), que representa a direita moderada e democrática; o deputado estadual Wellington do Curso (Novo), que vem de um nicho militar, mas se identifica com a democracia; e o deputado Yglésio Moises (PRTB), que surpreendeu meio mundo ao migrar da centro-esquerda para o ramo mais radical da direita: o bolsonarismo.

Com base na última pesquisa DataIlha, somados, os percentuais de intenção de voto para candidatos da direita totalizam mais de 55%, enquanto que a soma de preferências pelos candidatos da esquerda, nos seus mais variados vieses – Duarte Jr. (PSB), Fábio Câmara (PDT), Franklin Douglas (PSOL), Saulo Arcangeli (PSTU) e Flávia Alves (Solidariedade) – não foi além de 28%.

Universalmente, quando se fala de direita, fala-se de um espectro abrangente, que vai da direita aberta, plenamente identificada com o estado democrático de direito, que aposta na democracia liberal, como a norte-americana e as da Europa e também como a brasileira, até sua versão mais radical, conservadora, simpática a regime de força, até mesmo a ditaduras militares, como pregam os militantes do bolsonarismo.

O prefeito Eduardo Braide é a imagem acabada da direita pé no chão, democrática, ainda que conservadora em alguns itens da pauta de costumes. Para ele, o Estado não deve se envolver na economia, por exemplo, e as liberdades individuais devem ser plenas; institucionalmente, com todos os Poderes fortes o suficiente para evitar que um interfira nos outros, vivendo, portanto, em harmonia. Advogado por formação, o prefeito Eduardo Braide é um católico padrão, praticante e conservador, mas respeita a liberdade de culto. E não avaliza aventuras golpistas, considerando inaceitável o que aconteceu em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023. O prefeito de São Luís nada tem a ver com o bolsonarismo.

Por seu turno, o deputado Wellington do Curso pratica uma espécie de direita furta-cor, uma vez que demonstra inconsistência ideológica. Tanto que já esteve filiado ao PSB, o melhor exemplo da esquerda moderada. Mas a sua formação tem por base a que domina a cultura dominante no Exército brasileiro, no qual foi soldado engajado e chegou a sargento. E nessa função foi usado como uma espécie de “olheiro” da inteligência militar. Está perfeitamente à vontade no partido Novo, que é o extremo do liberalismo, mas aparentemente sem simpatia por regimes de força.

O caso mais extremo entre os candidatos de direita à Prefeitura de São Luís é o deputado Yglésio Moises. Nascido na esquerda moderada, tendo renovado o seu mandato como candidato do PSB, o parlamentar fez uma migração ostensiva e calculada para a direita, abrigando-se na ala radical, que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro como líder máximo. Num processo espantoso, ele mudou radicalmente o seu discurso, incorporando os principais itens políticos e ideológicos do bolsonarismo – como a ideologia de gênero, por exemplo. Para o candidato do PRTB, um partido de direita periférico, o Supremo Tribunal Federal é fonte de supressão de liberdade, o 8 de Janeiro não foi mais do que uma ação de baderneiros, sem qualquer viés golpista, e como não poderia deixar de ser nesse caso, o ex-presidente Jair Bolsonaro é tão somente uma vítima de perseguição. Yglésio Moises aposta que o novo discurso faça dele líder do bolsonarismo em São Luís e no Maranhão.

A julgar pelos que têm informado as pesquisas, nesse campo a esmagadora maioria dos eleitores entrevistados está dando preferência a uma direita mais identificada com a democracia.

PONTO & CONTRAPONTO

“Vovó Franca” abre o enfrentamento verbal entre Eduardo Braide e Duarte Jr.

Eduardo Braide reagiu à provocação de Duarte Jr.
e entrou na ciranda dos confrontos de campanha

Nada de obras estruturantes, nada de cuidados com o patrimônio arquitetônico da cidade, nada de problemas no sistema municipal de educação, e menos ainda os desafios do sistema de Saúde na Capital. O assunto que motivou o primeiro embate verbal direto entre o prefeito e candidato à reeleição Eduardo Braide (PSD) e o seu oponente Duarte Jr., candidato do PSB, foi a humilde Creche-Escola “Vovó Franca”, localizada nos confins da periférica Vila Riod.

Foi anunciado que a Prefeitura contratará, por R$ 7,7 milhões, a “Vovó Franca” para organizar a festa de comemoração do aniversário de 412 anos de São Luís. Pegando como gancho a confusão em que se transformou a contratação da Creche-Escola “Jujú Cacaia”, no Maiobão, para organizar o Carnaval do ano passado, o atento candidato Duarte Jr. disparou duras críticas ao prefeito Eduardo Braide, acusando o governo dele de corrupção.

O prefeito Eduardo Braide reagiu acusando o candidato do PSB de tentar proibir a comemoração do aniversário de São Luís e de se envolver em assuntos que não são da sua alçada. Com a reação, o prefeito se afastou de novo da posição de indiferença a brado de adversário e resolveu tomar satisfação.

Claro que era tudo o que Duarte Jr. estava querendo com o ataque: tirar o prefeito da fortaleza do silêncio e colocá-lo no tabuleiro da disputa. E aproveitou para turbinar o seu discurso de ataque cobrando do prefeito explicações sobre o caso do Clio vermelho e sua carga milionária, numa jogada destinada a colocar o Eduardo Braide no chão batido da disputa.

Se isso terá algum desdobramento que seja favorável ao candidato Duarte Jr., isso não se sabe. Mas o que ficou evidenciado é que o prefeito Eduardo Braide foi por ele tirado da sua zona de segurança para entrar no embate direto entre os candidatos.

Reprimenda por uso da imagem de Jackson Lago causa incômodo a Fábio Câmara

Imagem que causou mal-estar na família de Jackson Lago

Não bastassem as enormes dificuldades para viabilizar a sua candidatura, conforme promessa feita por ele próprio à cúpula do seu partido, o candidato do PDT à Prefeitura de São Luís, Fábio Câmara, passa pelo dissabor de uma reprimenda da família do ex-governador Jackson Lago à sua iniciativa de incluir a imagem do líder brizolista em peça da sua campanha.

Há, claro, controvérsia em relação à atitude dos familiares do ex-prefeito de São Luís, e muito provavelmente nada mudará, mas isso não impede os parentes de Jackson Lago de se manifestar contrários ao uso da imagem do ex-líder pelo candidato do PDT à Prefeitura de São Luís com fins eleitoreiros. Fábio Câmara busca exatamente mostrar uma identidade que nunca teve com o ex-líder, que dominou a política ludovicense desde que se elegeu prefeito em 1988 e liderou o seu grupo por pelo menos duas décadas, até seu falecimento, depois de ter sido três vezes prefeito das Capital.

Provavelmente haverá um acordo e Fábio Câmara poderá usar a imagem de Jackson Lago, apostando que ela o ajudará a tirar a sua candidatura de uma incômoda e desgastante inércia.

São Luís, 23 de Agosto de 2024.

Edilázio Jr. perde assessoria na Petrobras, pode perder o comando do PSD e deixar a política

Edilázio Jr. deve deixar a política

A menos que haja uma reviravolta absolutamente imprevisível, o ex-deputado federal e atual suplente Edilázio Jr. (PSD) pode estar encerrando a sua antes promissora carreira política. Integrante, segundo a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, do grupo de 14 investigados (magistrados e advogados) que comporiam uma organização criminosa que armava processos fajutas, sugava milhões dos cofres do velho e bom Banco do Nordeste, e em seguida dividiam a bolada. Numa dessas operações fraudalentas, a quadrilha teria sacado R$ 14 milhões, numa ação que levou apenas 18 minutos entre a liberação do alvará e o saque em dinheiro vivo.

Por isso, Edilázio Jr. está usando tornozeleira eletrônica, perdeu o disputadíssimo cargo de assessor da Presidência da Petrobras e deve perder também a presidência do PSD no Maranhão. Ou seja, além do provável ponto final na trajetória política, o ex-deputado e agora ex-assessor da cúpula da petroleira, poderá perder o seu precioso registro na OAB e o direito de advogar, deixando de ter presença influente no mundo jurídico e judiciário do Maranhão. Isso sem contar o fato de que a sua principal âncora, a desembargadora Nelma Sarney, de quem é genro, também está fora desse contexto, e como ele, usando tornozeleira eletrônica por conta da trama criminosa contra o BNB.

Já advogado conhecido, Edilázio Jr. teve uma carreira política surpreendente. Começou em 2010, aos 31 anos, quando se elegeu deputado estadual pelo PV com 58.191 votos, sendo reeleito em 2014 com 56.239 votos. Resolveu voar mais alto em 2018 elegendo-se deputado federal, ainda pelo PV, com mais de 106 mil votos.

No primeiro mandato de deputado estadual foi influente na Assembleia Legislativa, por ser um dos porta-vozes do Governo Roseana Sarney (MDB) no qual tinha trânsito livre, poder de fogo que usou para se fortalecer politicamente. Tanto que se reelegeu sem maiores esforços. Com a eleição de Flávio Dino para o Governo do Estado, passou a ser oposição, jogando pesado contra o Governo do PCdoB. Usando a velha e surrada retórica da “Guerra Fria”, que identifica todo governo de esquerda de “comunista”, transformou o governador Flávio Dino num “Stalin” tupiniquim, comparando o Maranhão com a URSS. Sua catilinária continuou na Câmara Federal, para a qual se elegeu em 2018 com mais de 106 mil votos.

Membro da bancada federal, apoiou declaradamente o Governo Jair Bolsonaro (PL), do qual passou a ser defensor fiel durante quatro anos. Nesse período, continuou batendo forte no Governo e no governador Flávio Dino. Foi nessa época que deixou o PV e se filiou ao PSD, tornando-se o seu presidente no Maranhão, tendo sido um dos incentivadores da fracassada candidatura do ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Jr., ao Governo do Estado, em 2022. No plano nacional, abraçou a candidatura do presidente Jair Bolsonaro à reeleição, atirando chumbo grosso contra a candidatura do ex-presidente Lula da Silva (PT) à Presidência da República.

Ontem, depois de confirmada a demissão da Petrobras, circularam rumores a respeito do futuro do atual suplente de deputado federal. No que respeita ao PSD, correram rumores sobre ser pouco provável que ele seja excluído dos seus quadros. Ao mesmo tempo, deu-se como certa a sua substituição na presidência do partido. Os nomes cotados para assumir o comando do PSD no Maranhão são a senadora Eliziane Gama, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, que comanda o partido na capital, e o deputado federal Josivaldo JP, no momento candidato a prefeito de Imperatriz. Pode ser também que a cúpula nacional decida “pagar para ver no que vai dar a “Operação 18 Minutos”.

Mas o fato é que Edilázio Jr. dificilmente voltará à ciranda da política e às rodas influentes no Judiciário do Maranhão.

PONTO & CONTRAPONTO

Paulo Victor reúne força política e prestígio eleitoral na largada da sua corrida à reeleição

Paulo Victor entre Duarte Jr., Orleães Brandão,
Carlos Brandão, Felipe Camarão e André Fufuca

O vereador Paulo Victor (PSB), presidente da Câmara Municipal de São Luís, mostrou, na noite de terça-feira (20), porque é o nome mais destacado da política ludivicense depois do prefeito Eduardo Braide (PSD) e do deputado federal Duarte Jr. (PSB), que, de fato, estão disputando o Palácio de la Ravardière. O lançamento da sua candidatura a mais um mandato no parlamento ludovicense foi mais concorrido do que as convenções que escolheram seis dos oito candidatos a prefeito. E com um peso político fora do normal.

Paulo Victor recebeu no lançamento da sua candidatura à reeleição de vereador o candidato a prefeito do seu partido, deputado federal Duarte Jr. (PSB), o governador Carlos Brandão (PSB), o vice-governador Felipe Camarão (PT), ministro do Esporte André Fufuca e o coordenador da campanha, Marcus Brandão (MDB), além de outras personalidades da aliança partidária governista.

O vereador Paulo Victor mostrou força e causou a impressão de que será um dos candidatos mais votados na disputa por vagas na Câmara Municipal. Essa força política é o resultado de uma construção cuidadosa, por meio da qual ele colocou a Câmara Municipal no epicentro da política ludovicense, o que há muito não acontecia.

Com movimentação às vezes polêmica, ele saiu de uma posição discreta, e com uma série de ações surpreendentes elegeu-se presidente da Casa por aclamação e, a partir daí, firmou posição pessoal como adversário do prefeito Eduardo Braide, atraindo mais da metade do parlamento municipal para o seu campo político-partidário.

O governador Carlos Brandão expressou o que pensa em relação ao presidente da Câmara Municipal: “Fiz questão de estar hoje ao lado do nosso amigo. Paulo Victor, eu reconheço o teu trabalho e não tenho dúvidas que você vai ser um dos vereadores mais bem votados desta cidade”.  

PL altera bancada estadual abrindo vaga para Rosângela Vidal e Felipe Arnon

Rosângela Vidal e Felipe Arnon fazem juramento diante da presidente da Mesa Diretora do parlamento, Iracema Vale

A bancada do PL na Assembleia Legislativa sofreu ontem duas alterações temporárias. Tomaram posse por 120 dias, em sessão comandada pela presidente Iracema Vale (PSB), os suplentes Rosângela Vidal e Felipe Arnon. A primeira ocupa a vaga aberta pela deputada Fabiana Vilar, que se licenciou, e o segundo substitui a deputada Solange Almeida, que é candidata à Prefeitura de Santa Inês.

Ao tomar posse, Rosângela Vidal, uma administradora de Itinga que recebeu 13.867 votos, agradeceu a oportunidade de exercer o mandato, ainda que temporariamente: “Quero aqui agradecer primeiramente a Deus, por ter me dado essa oportunidade de representar cada maranhense e agradecer, em especial, a Josimar (de Maranhãozinho) e à Detinha, que me fizeram o convite para compor a chapa, e ao povo do Maranhão, que acreditou e que me deu a oportunidade de estar aqui hoje”.

Já Felipe Arnon, que recebeu 9.770 votos, dos quais cinco mil em São Luís, já é conhecido pelas suas posições de extrema direita, militante das fileiras bolsonaristas, defensor do slogan “Deus, pátria, família e liberdade”, o mesmo pregado pelos bolsonaristas.

No seu primeiro discurso, Felipe Arnon também agradeceu:  “É um momento de muito orgulho. Desde 2014 que lutamos no movimento de direita em defesa dos valores que acreditamos. No exercício deste mandato, pretendo honrar e defender cada um dos mais de cinco mil votos que recebi em São Luís. Esse mandato é de vocês que acreditam nos valores que defendemos”.

Os dois disseram que se sentiram acolhidos pelos agora colegas deputados.

São Luís, 22 de Agosto de 2024.

DataIlha: Braide perde pontos, mas ainda tem gás para vencer no primeiro turno

Eduardo Braide lidera, seguido por Duarte Jr.,
enquanto Wellington do Curso e Yglésio Moises
medem força e Flávia Alves, Fábio
Câmara, Franklin Douglas e Saulo Arcangeli
estão embolados com quase nada

O prefeito Eduardo Braide (PSD) permanece na ponta, disparado como favorito na corrida para renovar o mandato no comando da Prefeitura de São Luís. A nova pesquisa DataIlha, divulgada ontem, trouxe, no entanto, um forte sinal de alerta para o prefeito. De acordo com o levantamento, Eduardo Braide tem 49,5% das intenções de voto, seguido do deputado federal Duarte Jr. (PSB) com 24,5%. Na sequência, aparecem Wellington do Curso (Novo) com 3,6%, Yglésio Moises (PRTB) com 2,5%, Fábio Câmara (PDT) com 1,5%, Flávia Alves (SD) com 0,4, Saulo Arcangeli (PSTU) com 0,4% e Franklin Douglas (PSOL) com 0,1%. Na mesma pesquisa, 8,7% dos entrevistados disseram que não votarão em nenhum deles, e 8,3% não souberam ou não quiseram responder.

A pesquisa DataIlha indica que o prefeito Eduardo Braide perdeu mais de seis pontos percentuais na comparação com a pesquisa anterior, divulgada no dia 23 de julho, ou seja, há menos de um mês. A queda de 56,1% para 49,5% pode ser reflexo do caso do Clio vermelho e sua carga milionária, no qual estão envolvidos familiares e pessoas próximas ao prefeito de São Luís. Isso não significa ainda que ele esteja impedido de vencer a corrida no primeiro turno, uma vez que, pelo limite da margem de erro, que é de três pontos percentuais para mais ou para menos, o prefeito pode cair para até 47,1%, mas também pode chegar a até 53%, no caso liquidando a fatura já no primeiro turno.

A perda de seis pontos percentuais em relação à pesquisa do DataIlha de um mês atrás é fato de importância suficiente para motivar o prefeito Eduardo Braide a mobilizar os seus recursos de campanha e sair em busca de estabilizar a situação atual ou, se possível, ampliar a sua vantagem, que já é muito larga. Isso significa dizer que ele não deve permitir que o Clio vermelho e sua carga milionária se firmem como mote barulhento e decisivo da campanha já em curso. Afinal, ele próprio veio a público dizer que nada tem a ver com o caso e, ao que tudo indica, ganhou o amparo da sua base eleitoral

O deputado federal Duarte Jr., vendo o seu principal adversário perder algum fôlego, comemorou o descolamento da sua candidatura ao alcançar 24,5 % das intenções, podendo cair para 21,1% ou chegar a 27,5%, se aplicada a margem de erro. O importante agora, para ele, é aproveitar o empurrão e investir o que puder para dinamizar sua corrida. Duarte Jr. tem claro que é muito difícil reverter esse cenário atual, embalado pelo fato de ter um adversário que, além de estar no cargo, sabe jogar esse jogo como poucos. Os primeiros momentos do candidato socialista indicam que ele resolveu mesmo não se deixar impressionar pelo poder de fogo do favorito.

A pesquisa DataIlha não foi generosa com Wellington do Curso e Yglésio Moises. Ambos aparecem com menos de cinco pontos percentuais, o que significa dizer que, pelo menos até aqui, as suas candidaturas não são competitivas, uma vez que eles dificilmente terão gás suficiente para romper a polarização confirmada pelo levantamento. Assim como Wellington do Curso e Yglésio Moises, os candidatos Fábio Câmara, Saulo Arcangeli, Flávia Alves e Franklin Douglas sabem que nesse jogo não há mágica nem milagre, e que só lhes resta fazer o dever de casa e sair a campo.

Todos têm pouco mais de 40 dias para usar os recursos de campanha tentando seduzir o eleitorado.

Em Tempo: Bancada pelo próprio instituto, a pesquisa DataIlha ouviu 1 mil eleitores entre os dias 14 e 16 de agosto, tem margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos, e intervalo de confiança de 95% e está registrada a Justiça Eleitoral sob o nº MA-00225/2024.

 PONTO & CONTRAPONTO

Leões acompanham atentos o desenrolar da disputa por prefeituras da Ilha

Leões acompanham a disputa em São Luís,
São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa

O Palácio dos Leões acompanha com muita atenção a corrida eleitoral na Ilha de Upaon Açu, especialmente o desempenho dos candidatos declaradamente apoiados pelo governador Carlos Brandão (PSB).

Em São Luís, a orientação aos aliados é arregaçar as mangas e fortalecer a candidatura do deputado federal Duarte Jr. (PSB) para uma decisão em segundo turno contra o prefeito Eduardo Braide (PSD), que ameaça liquidar a fatura em turno único.

Em São José de Ribamar, a aposta palaciana é na candidatura do presidente da Câmara Municipal, vereador Dudu Diniz (PSB), que enfrenta o poder de fogo do prefeito Júlio Matos (Podemos), que até agora lidera a corrida com larga vantagem. Em São José de Ribamar, o candidato governista conta com o apoio determinado do ex-prefeito Luiz Fernando Silva e o da presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB).

No conturbado município de Paço do Lumiar, todas as fichas do Governo estão colocadas na candidatura do advogado Fred Campos (PSB), líder disparado nas intenções de voto, mas fortemente alvejado na semana passada na “Operação 18 Minutos”, que atingiu duramente o Poder Judiciário do Maranhão e alguns advogados. As primeiras avaliações concluíram que Fred Campos tem fôlego para seguir com a campanha e vencer a eleição.

E em Raposa, as fichas governistas foram depositadas no experiente ex-prefeito José Laci (PSB), que enfrenta ali o favoritismo consistente do prefeito Eudes Barros (PL).

Nas contas de um governista graduado, o projeto mais viável é o de Fred Campos em Paço do Lumiar.

Timon está sendo palco de uma dura disputa entre Dinair e Rafael

Rafael e Dinair Veloso disputam a
dianteira, mas com Henrique Jr. no meio

São muitas e desencontradas as informações sobre a corrida para a Prefeitura de Timon, que tem a prefeita Dinair Veloso (PDT) de um lado tentando a reeleição, o deputado Rafael (PSB) do outro, brigando para chegar lá pela primeira vez, e no centro o vereador Henrique Jr. (PL), que não lidera, mas está impedindo uma definição.

O maior problema é que ali a base do Governo se dividiu. De um lado está a prefeita apoiada pelo Grupo Leitoa, domina o município há pelo menos duas décadas, e conta com o apoio de senador Weverton Rocha (PDT), e do vice-governador Felipe Camarão (PT), que no caso segue orientação do comando nacional do PT.

Do outro lado, o deputado Rafael se movimenta com o apoio determinado do governador Carlos Brandão e de boa parte dos partidos da base governista.

E no dentro do campo da disputa está o candidato Henrique Jr. (PL), bolsonarista que entrou na corrida com o aval declarado do chefe maior do PL no Maranhão, deputado federal Josimar de Maranhãozinho.

Com números diferentes, as pesquisas mais recentes mostram um cenário confuso, que ora apontam a prefeita Dinair Veloso na liderança e ora apresentam o deputado Rafael como favorito.

São Luís, 20 de Agosto de 2024.

Duarte Jr. abre campanha disparando contra Braide, disposto a reverter cenário das pesquisas

Duarte Jr. com criança beneficiada pelos mutirões
de visão por ele promovidos em São Luís

O candidato do PSB à Prefeitura de São Luís, deputado federal Duarte Jr., iniciou ontem sua campanha usando dois ingredientes básicos e eficientes: uma caminhada pelo centro da cidade que pretende governar e uma entrevista à Rádio Mirante News FM, durante a qual disparou duras declarações destinadas a minar o poder de fogo do prefeito Eduardo Braide (PSD), que concorre à reeleição e é favorito segundo as pesquisas, sendo, portanto, o seu alvo preferencial na disputa. Segundo colocado na preferência do eleitorado, conforme todos os levantamentos divulgados até agora, Duarte Jr. deixou claro, nesses primeiros passos da corrida às urnas, que fará uma campanha com dois eixos centrais: apresentar propostas para melhorar a vida da cidade e pregar contra a atual administração.

E como não poderia ser diferente, durante a caminhada, Duarte Jr. reafirmou que seu governo será focado nas soluções dos problemas da cidade. E durante a entrevista, centrou fogo contra o prefeito Eduardo Braide, usando principalmente o episódio do Clio vermelho e sua carga milionária como munição. “O (Eduardo) Braide não tem mais legitimidade moral para ocupar essa função, porque cadeira de prefeito não é lugar para suspeito”, disparou, sinalizando o tom que vai dar ao seu discurso de campanha contra o prefeito de São Luís.

O candidato socialista, que tem o apoio de 11 partidos e o aval declarado do Palácio dos Leões, contando ainda com o apoio do comando nacional do PSB, a cúpula do PT e a simpatia, também declarada, do presidente Lula da Silva (PT), comemorou a decisão da Justiça contrária a um pedido de Eduardo Braide para que ele, Duarte Jr., retirasse das suas redes sociais declarações nas quais o candidato do PSB indaga sobre o envolvimento de familiares do prefeito no episódio do Clio vermelho. “O prefeito quer esconder, e é por isso que ele me processou, para eu não falar mais sobre o assunto, mas nós ganhamos a ação porque nós não inventamos os fatos, os fatos estão aí e ele precisa esclarecer”, declarou o principal adversário do prefeito Eduardo Braide.

Duarte Jr. deflagra sua campanha sabendo exatamente o tamanho do desafio que precisa vencer nas próximas seis semanas. Tem noção precisa de que o Eduardo Braide de agora, prefeito e candidato à reeleição, é muito mais forte do que o adversário de 2020, quando era apenas um deputado federal. Isso sem contar o fato de que, segundo as pesquisas, o prefeito de São Luís é bem avaliado, dado fundamental em qualquer análise. Não será, portanto, uma guerra fácil, ainda que se leve em conta a máxima segundo a qual eleição só se comemora depois dos votos contados e do resultado proclamado.

Duarte Jr. é um político inteligente e já experiente o suficiente para medir e pesar a sua participação numa corrida eleitoral em andamento. Ele confia na sua capacidade de seduzir o eleitorado, principalmente os mais jovens, e já tem vivência para manter de pé o seu discurso de campanha. Além disso, acredita na força eleitoral da aliança partidária que representa e, mais ainda, no apoio do governador Carlos Brandão (PSB) e do vice-governador Felipe Camarão (PT) e dos fluídos emanados de Brasília para embalar sua candidatura.

A julgar pelos movimentos iniciais da sua campanha, Duarte Jr. não pretende ser um figurante nessa corrida à Prefeitura de São Luís. O tom das suas primeiras declarações no período oficial da corrida mostra que ele está disposto a pagar para ver. Isso porque ele parece convencido mesmo de que tem um projeto para São Luís e está determinado a defendê-lo durante a campanha. E tem usado a sua descomunal força de vontade como a base da sua ainda curta, mas já rica, trajetória política.

Em resumo: o candidato do PSB iniciou sua campanha demonstrando que não está impressionado com as informações das pesquisas que mostram o favoritismo do prefeito Eduardo Braide. E vai tentar virar esse jogo.

PONTO & CONTRAPONTO

Afastamento de desembargadores submeteu colegiado do TJ a forte constrangimento

Situação de Guerreiro Jr., Nelma Sarney,
Marcelino Weverton e Luiz Gonzaga Filho
constrange o colégio de desembargadores

É de constrangimento e expectativa o clima entre os desembargadores maranhenses por causa da decisão do STJ de afastar os desembargadores Guerreiro Jr., Nelma Sarney, Marcelino Weverton e Luiz Gonzaga Filho das suas funções, proibi-los de frequentar o Palácio da Justiça – inclusive o acesso aos seus gabinetes –, manter contato com outros investigados e, principalmente, submetê-los a monitoramento, ou seja, ao uso de tornozeleira eletrônica.

Na sexta-feira, chegou ao Palácio Clóvis Bevilácqua ofício do STJ concedendo cinco dias para que o comando do Tribunal de Justiça – aí incluída a Corregedoria Geral da Justiça – informe sobre o cumprimento das medidas contra os desembargadores sob investigação. E a julgar pelo que disse a nota da direção do TJ, divulgada no final dia em que a Polícia Federal desembarcou nos gabinetes desses magistrados, as medidas serão cumpridas, até nova decisão em contrário.

Entre os desembargadores há uma certeza: nenhum dos quatro colegas deles afastados voltará a atuar no plenário, devendo seguir, direto para a aposentadoria compulsória. O mesmo destino pode estar esperando os dois juízes supostamente envolvidos na operação criminosa quer arrancou milhões de reais do Banco do Nordeste. As vagas serão preenchidas por juízes de quarta entrância até que o TJ providencie os substitutos por meio da promoção de juízes e da indicação da OAB, que agora parece destravada.

Vale lembrar que uma das maracutaias levou apenas 18 minutos para ser forjada e autorizada, com emissão de alvará, para que advogados também envolvidos sacassem alguns milhões ilegalmente turbinados, para serem rateados entre os envolvidos na trama.

Registro

Candidatura de Sílvio Santos a presidente teve Lobão como principal articulador

Sílvio Santos teve candidatura
presidencial articulada por Edison Lobão

O comunicador Sílvio Santos tentou ser candidato a presidente da República pelo Partido Municipalista Brasileiro (PMB) em 1989, quando o então governador de Alagoas, Fernando Collor (PRN), e o então deputado federal Lula da Silva (PT), entre outros nomes, se preparavam para disputar a sucessão do então presidente José Sarney (PMDB), na primeira eleição direta para o comando do país após a ditadura. Mas a Justiça Eleitoral rejeitou o registro da sua candidatura por ser ele dono de uma emissora de TV.

A candidatura de Sílvio Santos encantou muitos segmentos da direita liberal, e teve o então senador Edison Lobão (PFL) como um dos principais articuladores. Há quem diga que foi o senador maranhense quem levou a ideia ao dono do SBT. Na época ainda sessentão e no auge do sucesso como apresentador e empresário, Sílvio Santos aceitou o convite, fazendo de Edison Lobão o seu principal aliado e conselheiro, mas que por ser de outro partido preferiu não aparecer muito.

Sílvio Santos e Edison Lobão já eram amigos naquela época, havendo quem afirme que o projeto da candidatura do apresentador ao Palácio do Planalto foi do próprio senador maranhense. Edison Lobão sabia que, mesmo pouco afeito à política, simpatizava com a ideia da candidatura.

O projeto não deu certo, mas a amizade entre os dois continuou, tanto que quando Edison Lobão foi candidato a governador em 1990, Sílvio Santos vez por outra elogiava o amigo nos seus animados programas domingueiros.

São Luís, 18 de Agosto de 2024.

Braide mostra segurança, descarta relação com o Clio vermelho e reafirma que nada teme

Eduardo Braide se manteve sereno e respondeu sem titubear às perguntas sobre o Clio

Se alguém apostou que o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), se deixaria abater pela artilharia pesada contra ele disparada por causa do Clio vermelho encontrado numa rua do bairro Renascença com R$ 1,1 milhão em espécie no porta-malas, pode ter cometido um grave erro de avaliação e perdido feio. Isso ficou muito claro, ontem de manhã, durante a entrevista que ele concedeu à Rádio Mirante News FM, na condição de candidato à reeleição. O prefeito foi sabatinado sem rodeios, e quando confrontado com o caso, foi direto: “Quem tem que ter medo de polícia é bandido. Então, eu não tenho medo de polícia. Ao contrário, eu acredito na polícia e espero que ela avance nas investigações, e, em caso de qualquer ilegalidade que possa ser encontrada, que os culpados sejam punidos na forma lei, não tem nenhum problema em relação a isso daí. Quem não deve, não teme”.

Eduardo Braide manteve a mesma postura exibida no vídeo em que falou do assunto pela primeira vez, na semana passada, e reafirmou o que vem dizendo sobre o caso: nada tem a ver com o dinheiro encontrado no Clio vermelho, apoia sem reservas a investigação policial, e se algo de errado for encontrado, que o culpado ou os culpados sejam submetidos aos rigores da lei, independentemente de quem sejam. Ou seja, doa a quem doer.

Na emissora, numa conversa franca com jornalistas, Eduardo Braide foi o de sempre: seguro, racional, sem elevar a voz, sem fazer gestos histriônicos, enfim, um dirigente municipal com os pés no chão e uma personalidade política muito diferente da média. Quando perguntado sobre a declaração de um advogado afirmando que o Honda Fit que deu apoio ao motorista do Clio vermelho “era usado por toda a família”, o que naturalmente o incluiu, o prefeito reagiu com a frieza que lhe é peculiar, classificou a declaração de “mentirosa”. Mais do que isso, deixando patente que ele não fez uso de tal veículo, como insinuara o advogado na sua declaração, anunciou: “Ele vai responder a uma ação criminal, porque ele fez uma afirmação mentirosa. Que ele prove na Justiça”.

A racionalidade e o pragmatismo do prefeito de São Luís durante a entrevista ficaram mais evidenciados na resposta que deu quando lhe perguntaram sobre o seu relacionamento com o governador Carlos Brandão (PSB): “O meu relacionamento com o governador sempre foi institucional. Eu sempre busquei ter harmonia. As vezes que tive necessidade de conversar com o governador, peguei o telefone, liguei para ele para tratar de algum assunto institucional. Da mesma forma, quando ele quis conversar comigo em relação a algum assunto institucional, ele pegou o telefone e me ligou. Cheguei a fazer visita a ele lá no Palácio dos Leões, como foi amplamente divulgado”.

E no que diz respeito a essa relação no campo político, o que muitos veriam como um problema, um foco de crises, o prefeito Eduardo Braide minimiza e transforma numa equação simples: “Nós temos um fato: um candidato, que é o candidato da oposição, é do partido do governador, é apoiado pelo governador. Então, o governador do Estado tem um candidato a prefeito, que é do partido dele, que não sou eu. Então, é natural isso, é da democracia, ele tem todo o direito de escolher o candidato que ele quer apoiar. O que não pode acontecer, e não aconteceu até hoje, é a falta de relação institucional”.

A objetividade do prefeito Eduardo Braide foi claramente evidenciada quando tratou de um dos temas mais sensíveis do seu mandato: a tensa e praticamente inexistente relação com a Câmara Municipal, tendo a maioria dos 31 vereadores como adversários, enfrentando ali uma CPI para investigar contratos de emergência, a começar pelo presidente da Casa, vereador Paulo Victor (PSB). Na sua lógica política, antes de se relacionar com vereadores, o prefeito “deve se relacionar com o povo”. E arrematou: “Determinados vereadores querem agir politicamente. E aí, eu acho que, nesse momento, não dá para aceitar determinadas posições”.

E também nesse caso reduziu o tamanho do problema, afirmando que apesar dos tremores que acontecem à sua volta, ele tem conseguido governar, detendo o controle da situação, uma vez que conhece os adversários e as dificuldades, e sabe do seu potencial para se reeleger. Tanto que já assumiu um compromisso: se reeleito for, cumprirá o mandato integralmente, ou seja, ficará no cargo até o dia 31 de dezembro de 2028, descartando rumores segundo os quais, nesse caso, renunciaria em 2026 para disputar o Governo do Estado.

PONTO & CONTRAOONTO

Supremo ignora pressão dos chefes do Congresso e dá respaldo à decisão de Dino sobre “Emendas PIX”

Flávio Dino tem decisão sobre
“Emendas PIX” respaldada pelo STF

De nada adiantou a tentativa dos chefes das duas Casas do Congresso Nacional, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL) de, pressionados pelas forças que se mobilizaram, agiram para convencer o Supremo Tribunal Federal (STF) a derrubar a decisão do ministro Flávio Dino de suspender a liberação de recursos para as chamadas “Emendas PIX”. Ontem, o plenário virtual da Corte formou maioria conformando a liminar do ministro, mantendo assim a suspensão das “Emendas PIX”.

Como se sabe, essas emendas são enviadas diretamente pelo deputado federal ou pelo senador para a prefeitura que ele desejar, sem a necessidade de um projeto nem de informar o destino e menos ainda de informar no que o dinheiro será gasto.Além de suspender o pagamento, que significa “segurar” a liberação de cerca de R$ 18,5 bilhões (o equivalente a 70% do Orçamento do Maranhão para 2024), o ministro Flávio Dino havia determinado que as “Emendas PIX” já pagas sejam auditadas, salvo aquelas que bancam obras já em andamento, com identificação, e as que estejam sendo usadas em situações como as enchentes no Rio Grande do Sul.

As decisões do ministro Flávio Dino mexeram com as bancadas, que por sua vez partiram para o contra-ataque. Ontem, os chefes do Congresso Nacional pediram que o presidente do STF, ministro Luiz Roberto Barroso, suspendesse, mas o ministro Flávio Dino já havia requerido que a suspensão ou não da sua medida seja decidida pelo plenário virtual do Supremo, que sem perdas de tempo formou maioria para respaldar a sua decisão.

No plano geral, chama a atenção o fato de que, mesmo fazendo zoada e ameaças, líderes do Senado e da Câmara Federal finalmente entenderam que as “Emendas PIX” são uma excrescência e já trabalham no sentido de modificá-las, dando-lhe alguma transparência, e também avaliam a possibilidade de extinguir tal fórmula, que dificilmente continuará existindo depois da decisão do ministro Flávio Dino.

Ana Paula não aprova anistia para dívidas partidárias aprovada por Weverton e Camacho

Ana Paula votou contra projeto polêmico avalizado
por Weverton Rocha e Bene Camacho

Dois dos três senadores maranhenses, Weverton Rocha (PDT) e Bene Camacho (PSD) votaram a favor da Emenda Constitucional da Anistia, que garante perdão total às dívidas dos partidos acumuladas nos últimos cinco anos e que não cumpriram as cotas para negros nas campanhas eleitorais recentes. A senadora Ana Paula Lobato (PDT) votou contra, por considerar o perdão uma medida ilegal.

Com a aprovação da PEC, os partidos serão perdoados das suas dívidas, irregularidades e até desvios criminosos no período de 2018 a 2023. Isso significa que o Congresso Nacional vai mandar para o arquivo morto nada menos que R$ 23 bilhões em pendências acumuladas pelos partidos, valor que, segundo algumas entidades ligadas a transparência, pode ser muito maior.

Os senadores Weverton Rocha e Bene Camacho votaram favoráveis à anistia “ampla e irrestrita” das maracutaias feitas pelos partidos com os bilhões do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral. Weverton Rocha atuou como um dos chefes nacionais do PDT, e também como presidente do partido no Maranhão. Bene Camacho certamente acatou a pressão do chefão nacional do PSD, Gilberto Kassab, que defendeu a PEC da Anistia desde a sua apresentação.

A senadora Ana Paula Lobato atuou na contramão do seu partido, o PDT, posicionando-se contrária à anistia que manda para o arquivo morto as tramoias financeiras feitas pelos partidos nos últimos anos.

São Luís, 16 de Agosto de 2024.