Por mais que seus números estejam sendo criticados, principalmente pela inclusão da deputada federal Roseana Sarney (MDB), mesmo diante do fato consumado de que o seu partido apoiará formalmente o projeto de reeleição do prefeito Eduardo Braide (PSD), a pesquisa DataIlha sobre a corrida à Prefeitura de São Luís desembarcou no meio político como um pacote recheado de recados destinados a todos os candidatos. Isso porque, os números do levantamento que de fato interessam são os dois cenários da pesquisa estimulada, um com Roseana Sarney (MDB) e outro sem ela. Os demais percentuais encontrados na consulta, tipo “rejeição” e avaliações dos governos municipal e estadual são questões periféricas, que pouco ou quase nada têm a ver com a preferência do eleitorado em relação aos candidatos.

No primeiro cenário, o prefeito Eduardo Braide lidera com 50,6%. O deputado federal Duarte Júnior (PSB) aparece em segundo com 22,55%, enquanto Roseana Sarney surge em terceiro com 11,4%. Os demais candidatos foram assim posicionados na preferência do eleitorado: Wellington do Curso (Novo) com 2,7%, Yglésio Moyses (PRTB) com 1,5%, Fábio Câmara (PDT) com 1%, Flávia Alves (Solidariedade) 0,4 e Saulo Arcangeli (PSTU) 0,2%. Os demais não chegaram a 1%. 6,2% disseram que não votarão em nenhum deles e 3,5% não souberam ou não quiseram responder.

No segundo cenário, este sem Roseana Sarney, Eduardo Braide amplia sua vantagem aparecendo com 56,1%, seguido de Duarte Jr. com 23,6%, Wellington do Curso com 3,4%, Yglésio Moyses com 2%, enquanto Flávia Alves e Saulo Arcangeli não alcançaram 1%. Nesse cenário, 7,3% disseram que não votariam em nenhum deles se a eleição fosse agora, e 6% não souberam ou não quiseram responder.

Os números desenham dois cenários muito claros e mandam um recado geral: o prefeito Eduardo Braide é o franco favorito na disputa, com possibilidade de liquidar a fatura logo no dia 6 de outubro. Os percentuais o alertaram para que não cometa erros e mantenha os pés no chão. O recado mais forte, estridente e cheio de alertas, foi mandado para o deputado federal Duarte Jr., que foi impactado pelos números no início da manhã, após uma noite de sono provavelmente relaxante por conta da megaconvenção que o sacramentou candidato do PSB. Os números foram duros, desfavoráveis, e lhe disseram que o desafio de chegar ao Palácio de la Ravardière desalojando o atual prefeito é bem maior do que ele imaginava.

Outro recado forte para os dois líderes da corrida: se a eleição fosse agora e houvesse segundo turno, o prefeito Eduardo Braide seria reeleito com 61,5% dos votos contra 26,1% de Duarte Jr..

No caso da deputada federal Roseana Sarney, incluída graciosamente na lista de pré-candidatos, o recado da pesquisa também foi contundente: ela não teria chance nessa disputa, e a julgar pelos números, seu cacife não anda lá essas coisas no eleitorado da Capital. Wellington do Curso foi alertado de que suas chances são remotas, o mesmo acontecendo com o deputado Yglésio Moyses, o que pode ser interpretado como uma reação negativa dos seus simpatizantes à sua guinada para a direita radical, bolsonarista, com violentos ataques ao presidente Lula da Silva (PT) e ao ministro Flávio Dino (STF). Os números do DataIlha, finalmente, avisaram a Fábio Câmara (PDT), a Flávia Alves e a Saulo Arcangeli que, pelo menos até aqui, suas presenças na disputa não faz muito sentido.

Resumo da opereta: a pesquisa DataIlha chegou para informar que, ainda que tenha havido alguma distorção – o que parece não ser o caso -, a corrida para Prefeitura de São Luís caminha para uma definição antecipada. Para evitar esse desfecho, o deputado federal Duarte Jr. terá de reagir e virar o jogo. Ele tem dois meses para isso.

Em Tempo: A pesquisa DataIlha ouviu mil eleitores nos dias 17 e 18, tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos, intervalo de confiança de 95% e está registrada no TSE sob o protocolo MA-05974/2024.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão vai à Índia, onde os Lençóis podem se tornar patrimônio da humanidade

O governador Carlos Brandão embarca hoje para a Índia, onde participará, em Nova Deli, da 46ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas (ONU), durante a qual seus integrantes decidirão se os Lençóis Maranhenses serão oficialmente reconhecidos como Patrimônio Natural da Humanidade, seguindo os passos de São Luís, que já detém o título de Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido pela Unesco.

Os Lençóis Maranhenses disputam o título com várias outras regiões do planeta. O governador esteve na sede da Unesco, em Paris, no ano passado, onde apresentou o projeto e defendeu a titularização dos Lençóis. Nos contatos que fez na Cidade das Luzes, Carlos Brandão mergulhou no otimismo, acreditando que a região maranhense recém transformada em um dos destinos naturais mais do planeta, será reconhecida como Patrimônio da Humanidade.

Para acompanhar de perto a escolha e fazer um lobby saudável em defesa da joia natural maranhense, o governador Carlos Brandão (PSB) seguirá para Nova Deli liderando uma pequena comitiva formada por secretários e técnicos especializados.

A viagem do governador Carlos Brandão à Índia durará nove dias, e nesse período o Governo do Estado será comandado pelo vice-governador Felipe Camarão (PT), no mais normal e rotineiro processo de substituição temporária garantido pela Constituição do Estado. Para assumir, Felipe Camarão será temporariamente exonerado da Secretaria de Educação, devendo assumir em seu lugar o secretário-adjunto Anderson Lindoso.

Braide pode mudar estratégia em relação à vaga de vice

Uma reunião realizada ontem na sede municipal do MDB levantou a possibilidade de o prefeito Eduardo Braide rever sua posição em relação à manutenção da vice-prefeita, professora Esmênia Miranda, como candidata à reeleição. Isso porque líderes emedebistas ludovicenses, capitaneados pelo presidente municipal do partido, deputado federal Cleber Verde, como apoio do suplente de deputado federal no exercício0 do mandato, Hildo Rocha, estariam pressionando o prefeito nesse sentido.

Com base em informação de fontes com trânsito no Palácio de la Ravardière, o prefeito Eduardo Braide estaria inclinado a manter a chapa vencedora em 2020, levando em conta o fato de que a professora Esmênia Miranda preenche todos os requisitos de um bom vice – é preparada, discreta, não extrapola suas funções e é leal ao prefeito e seu projeto de poder.

O prefeito Eduardo Braide, por sua vez, é um político pragmático, que mede e planeja cada passo que dá nessa seara. E se por acaso vier a mudar seu plano em relação à vaga de vice na sua chapa, o fará levando em conta as regras do jogo. Isso pode significar, por exemplo, apoiá-la na conquista de uma cadeira na Câmara Municipal.

São Luís, 23 de Julho de 2024.

No embalo de uma convenção na qual demonstrou muita força política ao lotar o ginásio Castelinho numa tarde de domingo, o deputado federal Duarte Jr. foi sacramentado candidato do PSB à Prefeitura de São Luís, tendo como companheira de chapa a advogada Isabelle Passinho (PT). O peso político da chapa ficou demonstrado com a presença entusiasmada do governador Carlos Brandão (PSB), da deputada-presidente Iracema Vale (PSB), do vice-governador Felipe Camarão (PT) e da senadora Eliziane Gama (PSD) e do ministro do Esporte André Fufuca, além de deputados federais e estaduais e dirigentes partidários. Duarte Jr. se presentou aos apoiadores como sendo a versão do “Novo Testamento”, afirmando que a do “Velho Testamento” ficou para trás. Ele calçou as sandálias da humildade política para se declarar “um candidato de grupo”, por entender que “não existe candidato sem grupo”. Isso depois de o governador Carlos Brandão o apontar como “uma esperança para São Luís”.

Duarte Jr. fechou com chave de ouro a primeira etapa da sua corrida ao Palácio de la Ravardière. Com o apoio do governador Carlos Brandão e o aval do grupo ligado ao ex-senador Flávio Dino, e ainda de grupos como o comandado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), ele conseguiu amarrar o apoio de toda a coligação governista, formando um leque que vai da esquerda moderada à direita não radical. Com o suporte da maioria dos atuais vereadores, ele se tornou, de fato, um oponente à altura do prefeito Eduardo Braide (PSD), que busca a reeleição e lidera as pesquisas de intenção de voto.

Diante de alguns milhares de manifestantes, muitos apoiadores de candidatos a vereador, Duarte Jr. se mostrou bem diferente de quatro anos atrás, quando foi apontado por muitos como arrogante e pouco afeito à política de grupo. “Compreendi que sozinho não se consegue construir nada. Para construir tem que ter grupo, amizade e propósito. E foi isso que nós fizemos nos últimos quatro anos. Unimos os nossos parceiros”. E foi mais longe: “O povo tem de entender que lugar de político não é brigando um com o outro. Lugar de político é o de brigar por vocês. É o que estamos fazendo juntando a direita com a esquerda em São Luís”.

E foi nessa linha que o governador Carlos Brandão se manifestou com um discurso forte: “Com a candidatura de Duarte Jr. nós estamos plantando a semente da esperança, a semente da fé e a semente da mudança”. E também a deputada-presidente Iracema Vale: “Estou dando o meu apoio, o apoio de uma mulher do interior, simples, humilde e que teve muitos votos em São Luís. Além de companheiro de caminhada, Duarte Jr. é um homem simples, que veio para a política com as suas próprias forças. Um homem trabalhador como todos nós”.

O fato é que agora, com o suporte que conseguiu formar ao se firmar como unanimidade dentro da aliança governista, com o aval declarado do governador Carlos Brandão, Duarte Jr. tem agora o desafio de liderar essa grande engrenagem político-partidária nos próximos setenta dias. Ele pareceu ter noção clara do tamanho do desafio que será enfrentar o prefeito Eduardo Braide, um político hábil, que sabe se movimentar e que vai enfrentar o principal opositor no comando da máquina municipal cuja gestão tem sido bem avaliada pelo eleitor de São Luís. Duarte Jr. tem o desafio de reverter a tendência favorável ao prefeito de São Luís.

A convenção do PSB entra para a crônica dessas eleições como uma demonstração de que Duarte Jr. conseguiu unir o grupo em torno do seu projeto de poder, tendo para isso o apoio declarado do governador Carlos Brandão, a simpatia também declarada do presidente Lula da Silva (PT) e o aval não declarado, mas efetivo, do ministro Flávio Dino.   

PONTO E CONTRAPONTO

PSB confirma Fred Campos em Paço do Lumiar, tendo como vice Mariana Brandão (MDB)

O advogado e empresário Fred Campos está consolidado como candidato do PSB à prefeitura de Paço do Lumiar. Ele foi confirmado em convenção do partido na noite de sábado, numa festa partidária que reuniu o governador Carlos Brandão e o vice-governador Felipe Camarão. A oficialização da candidatura foi o ponto alto de uma grande articulação política e partidária que ele conseguiu realizar nos últimos meses, em meio a uma crise política e de gestão em que o município foi mergulhado. Terá Mariana Brandão (MDB) como vice.

O candidato do PSB e da aliança governista a prefeito de Paço do Lumiar lidera todas as pesquisas com larga vantagem sobre os seus adversários posicionados até agora, a começar pelo vereador Jorge Marú (?), apoiado pela prefeita afastada Paula Azevedo (PCdoB), e também Felipe Gonçalo (Mobiliza), que entrou na corrida recentemente. Os candidatos, somados, não chegam à metade das intenções de voto de Fred Campos.

Com chances reais de eleição, à medida que até aqui não apareceu um candidato com estatura e suporte políticos para enfrentá-lo, Fred Campos saiu da convenção já pensando numa pauta de trabalho, que deve começar com um esforço para livrar Paço do Lumiar do estigma de ser uma cidade-problema, tanto no aspecto político quanto na seara da gestão, marcada por anos de desacertos administrativos, como os que resultaram no afastamento da prefeita Paula Azevedo.

Coletivo Movimento pode fazer política de alto nível em São Luís

São Luís vai entrar para a história como um dos poucos municípios brasileiros a eleger um Coletivo para a Câmara Municipal. Em 2020 o Coletivo Nós, formado por militantes do PT, foi eleito e, ao contrário do que muitos previram, se transformou num ativo e produtivo “vereador” da Capital, atuando como porta-voz das comunidades mais esquecidas do Poder Público. No meio político a expectativa dominante é a de que o Coletivo Nós se reeleja.

No campo da esquerda um novo grupo se articula para disputar uma vaga no parlamento ludovicense. Trata-se do Coletivo Movimento, que tem como um dos articuladores o professor universitário Ed Wilson, o que lhe assegura um elevado padrão de qualidade política. A participação dele na disputa eleva a qualidade do debate sobre São Luís, onde o posicionamento da Câmara Municipal ainda é centralizado nos problemas dos bairros levantados pelos vereadores que têm essas regiões como bases eleitorais.

A formação do Coletivo Movimento é bem vinda para a disputa para a Câmara Municipal.

São Luís, 22 de Julho de 2024.

Com a escolha da advogada e ativista política Isabelle Passinho para vice do deputado federal Duarte Jr. (PSB), na corrida à Prefeitura de São Luís, o PT não apenas se firma por sua força política na Capital e no Maranhão como um todo, como também assume uma grande fatia de responsabilidade como suporte da chapa de oposição ao prefeito Eduardo Braide (PSD), candidato à reeleição. Isso porque a direção nacional do PT tem orientado no sentido de que, não obstante eventuais divergências, o partido deve se mobilizar e sair a campo para apoiar os seus candidatos a prefeito, a vice-prefeito e a vereador. Em São Luís, a presidente nacional da agremiação, Gleide Hoffmann, já colocou essa estratégia, tendo o comando estadual e municipal já sinalizado que a militância se envolverá na campanha pela eleição de Duarte Jr. e Isabelle Passinho.

Em princípio, a escolha do nome do PT para vice de Duarte Jr., que vinha se dando entre Isabelle Passinho e a suplente de vereadora Creuzamar Pinho, após a retirada do deputado estadual Zé Inácio, seria definida na manhã de sábado. No entanto, as lideranças decidiram antecipar o processo, reunindo-se na noite de sexta-feira para bater martelo. Isabelle Passinho, que já vinha sendo apontada como favorita no partido, foi confirmada. E a escolha, que ocorreu sem maiores tensões foi comunicada ao governador Carlos Brandão e ao candidato Duarte Jr.. Na sequência, Duarte Jr. e Isabelle Passinho se reuniram com o governador Carlos Brandão, que também torcia pela ativista.

Na avaliação geral, a escolha de Isabelle Passinho para vice de Duarte Jr. foi um tiro certeiro. Primeiro por se tratar de uma mulher, equilibrando com a vice-prefeita, professora Esmênia Miranda (PSD), que concorre à reeleição. Depois, a companheira de chapa de Duarte Jr. tem sólida formação em direito, é militante política e tem ativismo reconhecido em defesa dos direitos dos deficientes e também das mulheres. Portanto, Isabelle Passinho não é neófita em política, muito ao contrário, o seu ativismo é intenso e permanente. Sua escolha foi comemorada pelas fileiras do PT – com algumas vozes contrárias, é verdade – e dentro do PSB, deixando o candidato Duarte Jr. e o governador Carlos Brandão entusiasmados.

O segundo ponto é que o PT tem agora a motivação que precisava para mobilizar a sua militância em São Luís e ir à luta pela eleição de Duarte Jr. e Isabelle Passinho. Afinal, se a chapa for eleita, o PT assumirá parte da responsabilidade pelo eventual Governo municipal. E exatamente por saber que tudo depende do mais difícil: derrotar o prefeito Eduardo Braide, que vem demonstrando muito poder de fogo político e eleitoral, à medida que todas as pesquisas divulgadas até aqui o apontaram com o franco-favorito, e com uma vantagem difícil de reverter. Daí o desafio do PT de mobilizar sua militância na Capital e motiva-la para ir às ruas em busca de votos para os seus candidatos, incluindo no pacote os aspirantes petistas à Câmara Municipal.

Após se reunir com as lideranças petistas, o governador Carlos Brandão declarou:  “Em diálogo e unidade com representantes do PT, decidimos que a vice do nosso pré-candidato a prefeito Duarte Júnior será a competente advogada e ativista em prol das pessoas com deficiência, Isabelle Passinho. Estaremos juntos nessa jornada por uma São Luís melhor e mais próspera para todos!”

Já o candidato Duarte Jr. comemorou a escolha de Isabelle Passinho para vice: “Muito feliz por ter ao meu lado, como companheira de chapa e pré-candidata a vice-prefeita de São Luís, a advogada e ativista em prol das pessoas com deficiência do PT, Isabelle Passinho. Isabelle foi minha aluna na Universidade, minha assessora parlamentar na Assembleia Legislativa do Maranhão, e preenche todos os requisitos para me ajudar a tornar São Luís uma cidade verdadeiramente inclusiva”.

Em resumo, Duarte Jr. vai para a sua convenção na tarde desse domingo livre dessa preocupação.

PONTO & CONTRAPONTO

Escolhido em votação, Franklin Douglas será o candidato da Federação PSOL/Rede

O advogado e professor Franklin Douglas será o candidato da Federação PSOL/Rede à Prefeitura de São Luís. A decisão foi tomada ontem, pouco antes da meia-noite, ao final de uma votação por meio da qual líderes e militantes do PSOL votaram para escolher entre Franklin Douglas e a militante Ana Paula Martins. Franklin Douglas foi o mais votado e teve seu nome confirmado.

A disputa restrita ao PSOL se deu porque o Rede decidiu retirar a candidatura de Janiselma Fernandes, lançada em março, mas que não obteve o apoio da maioria. Além disso, a cúpula do partido considerou a possibilidade de Janiselma Fernandes alcançar bom desempenho na disputa por uma cadeira na Câmara Municipal.

Vaga de candidato a prefeito ficou a cargo do PSOL, onde Franklin Douglas e Ana Paula Martins se credenciaram para disputar. Na noite de sexta-feira, os partidos se reuniram para escolher entre os dois, mas o dia terminou sem definição. Ontem, diante da impossibilidade de decidir por consenso, o PSOL decidiu fazer uma eleição prévia com os dois candidatos, que terminou às 23 horas com a vitória de Franklin  Douglas, que foi confirmado.

A participação de Franklin Douglas na disputa pela Prefeitura de São Luís garante que haverá debates animados, pois uma das principais características do candidato do PSOL é ser duro nas críticas e nas denúncias.

Marco Aurélio lança candidatura em Imperatriz tendo Vânia do PT como vice

A Federação Brasil Esperança, que congrega PT, PCdoB e PV, lançou ontem a candidatura do ex-deputado estadual Marco Aurélio (PCdoB) à Prefeitura de Imperatriz, tendo como vice a militante Vânia do PT. Marco Aurélio é um dos 11 candidatos ao comando político e administrativo da Princesa do Tocantins. Avalizada por muitos e contestada por alguns, pesquisa mais recente mostrou um cenário em que a corrida está polarizada entre o deputado federal Josivaldo JP (PSD) e o deputado estadual Rildo Amaral (PP), e com Mariana Carvalho (Republicanos) e Nilson Takashi (Novo), e o agora candidato do PCdoB na quinta posição.

Um dos deputados estaduais mais atuantes nos dois mandatos que exerceu na Assembleia Legislativa, Marco Aurélio não conseguiu a reeleição. Ele tentou ser o candidato do PSB em Imperatriz, mas não conseguiu o apoio da legenda, retornando ao PCdoB, que lhe deu a legenda para ser candidato. Ele se afastou do grupo governista e decidiu se candidatar fora dessa área de influência.

A indicação de Vânia do PT para ser candidata a vice, e se o partidão realmente se mobilizar, a candidatura de Marco Aurélio pode ganhar um impulso.

São Luís, 21 de Julho de 2024.

O PSB realiza neste domingo a convenção por meio da qual oficializará a candidatura do deputado federal Duarte Jr. à Prefeitura de São Luís. O parlamentar obteve o consenso no partido e será confirmado sem concorrente na agremiação. Ele vai para a convenção sem uma preocupação: a escolha do seu vice, que sairá das fileiras do PT numa disputa que tem de um lado a suplente de vereador Creuzamar Pinho, militante petista nos bairros de São Luís, e a advogada Isabelle Passinho, militante política focada em direitos das mulheres e das pessoas com deficiência física. O PT vai bater o martelo sobre o vice de Duarte Jr. hoje, numa reunião do partido cuja programação prevê o anúncio da escolhida no início da tarde.

A convenção do PSB vai, na verdade, sacramentar a candidatura do deputado federal Duarte Jr., à medida que não existe qualquer óbice a esse projeto dentro do partido. Duarte Jr. conseguiu ganhar o apoio entusiasmado do comando nacional do PSB, da direção estadual, que tem à frente o governador Carlos Brandão, e da direção municipal hoje comandada pelo vereador Paulo Victor, presidente da Câmara e um dos coordenadores da campanha. Esse suporte do partido é fruto de uma bem articulada movimentação do socialista, que se firmou como um oponente à altura do prefeito Eduardo Braide, em condições de levar a disputa para um segundo turno, tornando o resultado absolutamente imprevisível.

Fora do PSB, Duarte Jr. conseguiu juntar todos os partidos da aliança liderada pelo governador Carlos Brandão, a começar pelo PT, cuja direção nacional e o próprio presidente Lula da Silva estimularam a direção estadual e também o comando ludovicense a apoiar o candidato do PSB. Recentemente, Duarte Jr. ganhou o apoio formal do União Brasil, fechando o lastro da sua candidatura com PSB, PT, PCdoB, PV, PP, Cidadania, PRD, PSDB, Podemos, Patriotas, além do apoio informal de parte PSD e do MDB.

No jogo das articulações para a formação da sua base partidária, Duarte Jr. foi além do que os observadores previram. Ele fechou o grupo ganhando o presidente estadual do MDB, Marcus Brandão, como coordenador da sua candidatura e, muito provavelmente, da sua campanha. A iniciativa do presidente emedebista, além de fazer um contraponto ao presidente municipal do partido, deputado federal Cléber Verde, que, à revelia da direção estadual, decidiu apoiar o projeto de reeleição do prefeito Eduardo Braide, a tarefa assumida por Marcus Brandão é vista também como a confirmação do apoio do governador Carlos Brandão à candidatura do socialista.

É com base no potencial do parlamentar, no suporte partidário que ele reúne, e ainda no fato de que não existe opção melhor nos quadros do partido que o PSB vai sacramentar a candidatura de Duarte Jr. à Prefeitura de São Luís, com o desafio de superar o favoritismo do prefeito Eduardo Braide e chegar ao palácio de la Ravardière. Duarte Jr. vai para a convenção de amanhã – a partir das 15h no Ginásio Castelinho – como a grande aposta da aliança governista, em particular do PSB, para chegar ao Palácio de la Ravardière nas eleições de outubro, para comandar, se eleito for, o maior e mais importante município do Maranhão.

PONTO & CONTRAPONTO

Após longa discussão, Federação PSOL/Rede adia para hoje escolha do candidato a prefeito

A Federação PSOL/Rede não chegou a um acordo interno para a escolha do seu candidato a prefeito de São Luís. A reunião no qual o assunto foi tratado durou mais de seis horas, sem que o PSOL chegasse a uma definição entre o professor e advogado Franklin Douglas e a professora Ana Paula Martins.

A disputa entre quadros do PSOL se dá pelo fato de que o Rede voltou atrás com a candidatura da professora Janiselma Fernandes, lançada havia meses. Numa cuidadosa avaliação interna, os líderes do Rede chegaram à conclusão de que Janiselma Fernandes será mais útil disputando uma cadeira na Câmara Municipal. Ela foi candidata a prefeita em 2020, tem nome político consolidado.

O nome mais cotado é Franklin Douglas, um político de posições firmes, um discurso forte de oposição, que foi bem avaliado nos debates em 2020, exatamente por não poupar ninguém do seu verbo afiado.

A discussão será retomada hoje, quando a Federação decidirá quem será o candidato a prefeito

Em Tempo: A Coluna não conseguiu obter imagem de Ana Paula Martins.

Braide teria comunicado a aliados a continuação da vice Esmênia Miranda

O prefeito Eduardo Braide (PSD) teria comunicado aos seus aliados que vai manter a vice-prefeita Esmênia Miranda (PSD) como candidata à reeleição. Os dois vêm exercendo o mandato sem problemas. Houve pressão para que o prefeito mudasse de ideia e candidatasse a vice-prefeita à Câmara Municipal, mas ele não caiu na conversa e decidiu mantê-la e vai tentar a reeleição com chapa “puro sangue”.

Na avaliação do prefeito e do seu entorno, a vice-prefeita Esmênia Miranda tem sido a parceira ideal. Cumpre fielmente o seu papel e não se transformou num fardo político. Ao contrário, tem respeitado as regras do jogo, só aparecendo quando sua presença é necessária. De uns tempos para cá, a vice-prefeita passou a integrar a comitiva do prefeito em atos administrativos e inaugurações, numa demonstração de que a chapa continua alinhada.

Em política, principalmente em se tratando de uma corrida às urnas, tudo pode mudar, de repente, por conta de alianças que possam render votos, às vezes de maneira traumática. Mas esse não parece ser o futuro da atual vice-prefeita de São Luís.

São Luís, 20 de Julho de 2024.  

Pesquisa do Instituto Prever sobre a corrida sucessória em São José de Ribamar, divulgada ontem, mostra que, cerca de um mês após o último levantamento, o cenário da disputa continua praticamente inalterado, com o prefeito Júlio Matos (Podemos) liderando com nada menos que 48,5% de intenções de voto, enquanto seus concorrentes, somados, têm pouco mais da metade disso. O vereador e presidente da Câmara Municipal Dudu Diniz (PSB) tem 14%, seguido do jornalista Guilherme Mulato (Novo), com 11,7%, e do médico Pedro Rocha (PMN) com 5%. A pesquisa encontrou ainda 12% de eleitores que não souberam ou não quiserem responder e 8,8% que não votariam em nenhum deles, anulariam o voto ou votariam em branco.

Os números da pesquisa não surpreenderam. O próprio clima em São José de Ribamar está indicando no dia a dia o favoritismo do prefeito Júlio Matos, enquanto os seus adversários não conseguem avançar, o que reduz as suas chances na disputa. Júlio Matos, ao contrário, segue liderando com folga, causando a forte impressão de que suas chances de reeleição são, de fato, reais. Tanto que muitos dos seus críticos, que batiam forte na sua gestão e na sua ação política, estão mudando paulatinamente os seus discursos, alguns já admitindo que o cenário favorável ao prefeito dificilmente sofrerá alteração.

No tabuleiro da disputa na Cidade do Padroeiro, a situação mais delicada é a do vereador presidente Dudu Diniz. Ele foi lançado com o apoio da deputada Iracema Vale (PSB), presidente da Assembleia Legislativa, que tem forte influência no município, mas o projeto de candidatura do chefe do Legislativo ribamarense não decolou, colocando o PSB e a seara governista numa saia justa. A mesma situação vive o pré-candidato Guilherme Mulato, lançado pelo Novo como um quadro que poderia virar o jogo, mas que também não se mexeu na preferência do eleitorado ribamarense, a exemplo de Pedro Rocha, que permanece na quarta colocação.

Quarto maior e mais importante município maranhense, hoje com 245 mil habitantes, São José de Ribamar é o segundo mais importante município da Ilha e tem condição geopolítica que interessa ao Palácio dos Leões. Mas pelo visto a aliança governista não vai funcionar ali, uma vez que, segundo a nova pesquisa, a gestão do prefeito Júlio Matos é aprovada por 58% da população e nada menos que 62,5% dos entrevistados disseram acreditar que o chefe do Executivo vai renovar o mandato. Esses números informam que nenhum dos atuais candidatos tem cacife para enfrenta-lo de igual para igual. Além disso, mesmo que fosse canalizada para um dos candidatos, a soma de indecisos não cobriria a diferença.

O cenário atual em São José de Ribamar poderia sofrer alguma mudança se, por exemplo, o ex-prefeito Luiz Fernando Silva decidisse entrar na disputa ou declarasse apoio firme a algum candidato. Mas ainda assim o favoritismo dificilmente será revisto, principalmente se o quadro de candidatos permanecer esse.

É claro que entre o agora e a eleição serão mais de setenta dias, tempo para que qualquer situação eleitoral seja alterada, desde que existam condições para isso. No caso da disputa para a Prefeitura de São José de Ribamar, todas as informações analisadas sugerem que essa tendência é muito forte, o que dá ao prefeito Júlio Matos a possibilidade real de se reeleger. Ele sabe disso e, com a larga experiência acumulada, vem tomando todos os cuidados para não derrapar, evitando comprometer o cenário que está sugerindo que ele compre um paletó novo para nova posse.

Em Tempo: Contratada pela Rádio e TV Difusora, a pesquisa do Instituto Prever ouviu 600 eleitores entre 2 e 6 de julho, tem margem de erro de 3,3%, para mais ou para menos, intervalo de confiança de 95% e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA-0208/5/2024.

PONTO & CONTRAPONTO

Fred Campos consolida neste sábado o seu projeto de candidatura em Paço do Lumiar

Depois de algumas tentativas que não deram certo, o empresário e ex-vereador Fred Campos (PSB) vai, finalmente, consolidar o seu projeto de disputar a Prefeitura de Paço do Lumiar. Ele próprio está anunciando a convenção que será realizada neste sábado (20) para formalizar sua candidatura, tendo como vice Mariana Brandão (MDB).

Fred Campos, que já foi duramente atacado pela esquerda em Paço do Lumiar e já foi nome de proa do PL de Josimar de Maranhãozinho, deu um chega-prá-lá na direita e agora é o candidato da centro-esquerda maranhense, comandada pelo governador Carlos Brandão, que resolveu apostar no seu cacife e no seu projeto de poder para Paço do Lumiar.

As pesquisas mais recentes o mostram com favoritismo inconteste, à medida que ele tem mais que o triplo de intenções de voto do seu principal adversário, o vereador-presidente da Câmara de Paço do Lumiar, Jorge Marú (PSDB), apoiado para prefeita afastada Paula da Pindoba (PCdoB), que dificilmente retornará ao cargo. Nenhum sinal ou evidência indica que haverá mudança de rumo no sétimo maior município do Maranhão, hoje com 127 mil habitantes.

Ele manifesta entusiasmo com a sua provável eleição, mas sabendo que encontrará uma prefeitura com muitos problemas, que começaram com o agravamento da saúde do então prefeito Domingos Dutra (PCdoB), que teve de se afastar, e que se agravaram na gestão de Paula da Pindoba.

Divisão do MDB em São Luís está sacramentada e sem retorno

É de fato singular a situação do MDB em relação à Prefeitura de São Luís. O partido está dividido e participando efetivamente das duas candidaturas, configurando um caso raro no cenário político estadual.

De um lado está a Comissão Provisória municipal, presidida pelo deputado federal Cléber Verde, que já bateu martelo e vai apoiar formalmente a candidatura do prefeito Eduardo Braide (PSD) à reeleição. Quando assumiu o comando do partido na Capital, Cléber Verde montou uma Comissão Provisória com maioria fiel a sua orientação, o que lhe dá poder para formalizar o apoio do partido ao prefeito. Além disso, Cléber Verde é um dos principais coordenadores da campanha de Eduardo Braide à reeleição.

Por outro lado, a cúpula estadual do partido, liderada pelo empresário Marcus Brandão, decidiu apoiar a candidatura do deputado federal Duarte Jr. (PSB) ao Palácio de la Ravardière. E mais do que isso, o líder emedebista assumiu nada menos que a coordenação da campanha do candidato socialista, tornando esse cenário mais complexo e curioso ainda.

E a essas alturas do campeonato, não há como reverter essa situação. Tanto que as duas bandas do partido já lidam com ela normalmente.

São Luís, 19 de Julho de 2024.

Licenciada por quatro meses, período em que está sendo substituída pelo seu segundo suplente, o médico e político tocantino Bene Camacho, a senadora Eliziane Gama (PSD) encontra-se atuando em três frentes. Primeiro, para surpresa de muitos, tornou-se secretária de Estado da Juventude do Governo Brandão; depois, atua dando apoio a candidatos a prefeito em todas as regiões do Maranhão – entre eles Duarte Jr. (PSB) em São Luís -, e finalmente trabalha, por meio de articulações nos bastidores, a sua candidatura à presidência do Senado da República. Com esses movimentos, a senadora maranhense dá claras demonstrações de que está politicamente forte, mantém-se fiel ao grupo governista e opera mirando a reeleição, à qual deve se candidatar nas eleições de 2026.

Eliziane Gama está credenciada, em todos os aspectos, para elaborar o seu projeto de reeleição. Nestes cinco anos e meio de Senado, ela foi, de longe, o quadro mais destacado da bancada maranhense na Câmara Alta. Nesse período, jogou abertamente, mostrou com clareza de que lado estava, foi linha de frente no grande movimento que elegeu o presidente Lula da Silva PT, encarou o desafio – do qual muitos correram – de assumir a espinhosa relatoria da CPI da Covid no Senado, decidiu mudar de partido – migrou do Cidadania para o PSD – numa grande operação destinada a fortalecer o Governo Lula da Silva, tornou-se vice-líder do Governo no Congresso Nacional e agora pleiteia a presidência do Senado da República, num movimento em que quebra paradigmas já como candidata.

A senadora Eliziane Gama não é um quadro político qualquer. Ao contrário de muitos políticos, ela venceu com segurança e solidez as eleições das quais participou – perdeu apenas uma eleição, à Prefeitura de São Luís, no início da década passada. Foi duas vezes deputada estadual, exercendo muito bem esses mandatos; uma vez deputada federal, com atuação destacada e elogiada, principalmente como membro da CPI da Petrobras, e agora é senadora, com atuação intensa e reconhecida pela qualidade da sua produção legislativa.

Política com rasgos de independência, Eliziane Gama costuma traçar os seus próprios caminhos, mas sem deixar de pertencer a um lado e ser incorporada a um grupo, como foi em relação ao movimento liderado por Flávio Dino, e agora no que diz respeito à aliança comandada pelo governador Carlos Brandão (PSB). Nesse contexto, ela sabe que tem um cenário difícil pela frente, no qual as vagas no Senado, ocupadas por ela e pelo senador Weverton Rocha (PDT), serão disputadas, uma pelo chefe do Poder Executivo e outra pelo deputado federal André Fufuca (PP), atual ministro do Esporte. Esse contexto sugere que a eleição para as duas vagas no Senado será uma corrida complicada e de desfecho absolutamente imprevisível.

Uma avaliação correta e isenta sobre a política Eliziana Gama certamente concluirá que a senadora está politicamente cacifada pelo Governo Lula da Silva, mas precisa transformar esse cacife em dividendos eleitorais. E é exatamente aí que a senadora do PSD encontra o ponto crítico da equação política por meio da qual ela buscará a reeleição no ano que vem. A complicação começa com o fato de o senador Weverton Rocha haver decidido abandonar a corrida ao Governo do Estado e apostar todas as suas fichas no projeto de reeleição. E avança com a pré-candidatura do ministro do Esporte, que tem dado seguidas demonstrações de que o seu projeto senatorial é para valer.

Há algum tempo, correu nos meandros políticos maranhenses o factoide segundo o qual a senadora Eliziane Gama estaria revendo o seu projeto de reeleição e avaliando a possibilidade de disputar uma cadeira na Câmara Federal. Seus movimentos de agora, como a candidatura à presidência do Senado, indicam o contrário. Eles sugerem que, pelo menos por enquanto, a senadora do PSD está se preparando mesmo é para brigar pela reeleição.

PONTO & CONTRAPONTO

União Brasil sacramenta apoio a Duarte Jr.

Os comandos estadual e municipal do União Brasil confirmaram o apoio do partido à candidatura do deputado federal Duarte Jr. (PSB) à Prefeitura de São Luís. A ratificação aconteceu terça-feira, numa reunião do candidato socialista e o coordenador da sua campanha, Marcus Brandão, presidente regional do MDB, com o presidente regional do partido, deputado federal Pedro Lucas Fernandes, e com o chefe do partido em São Luís, vereador Marquinhos.

Na conversa, os três amarraram a participação do partido na campanha do candidato a prefeito, tendo como contrapartida o apoio de Duarte Jr. à chapa de candidatos do União Brasil à Câmara Municipal. Após a reunião, o deputado federal Pedro Lucas Fernandes disse que o partido aposta em Duarte Jr., por enxergar nele a possibilidade de uma ligação do Governo de São Luís com o Governo do Estado e com o Governo Federal.

O apoio do União Brasil a Duarte Jr. foi sacramentado na semana passada, em Brasília, após uma articulação do partido com o PSB. O deputado federal Pedro Lucas Fernandes participou da reunião da cúpula partidária a posição favorável do braço maranhense do partido.

Política experiente e bem-sucedida, Maura Jorge buscará reeleição em Lago da Pedra

A prefeita Maura Jorge bateu martelo e vai tentar a reeleição em Lago da Pedra. Se for reeleita, será o seu quarto mandato, o que a tornará um caso diferenciado na política maranhense. A convenção do PSDB que confirmará a sua candidatura a mais um manda de agosto.

Com uma carreira marcada por muitos sucessos e alguns fracassos, Maura Jorge é o que se pode definir como uma política plena. Nasceu numa família que dava as cartas em Lago da Pedra e seguiu os passos do pai e do irmão, Waldir Jorge, que foi prefeito de Lago da Pedra – foi um dos fundadores da Famem –, deputado estadual e estava em plena ascensão quando morreu num desastre aéreo. Maura Jorge incorporou o seu legado e seguiu em frente.

Ao longo da carreira, a prefeita de Lago da Pedra foi aliada de proa do Grupo Sarney e se posicionou na oposição nos dois governos Flávio Dino (PCdoB/PSB), com quem teve um embate verbal em dois carros de som no centro de Lago da Pedra. Foi candidata a governadora em 2018, não levou, mas saiu das urnas com o dobro dos votos do então senador Roberto Rocha. Depois, Maura Jorge embarcou na canoa bolsonarista, chegando a ser apontada por Jair Bolsonaro como a representante dele no Maranhão. Não deu certo. Ela continua posicionada à direita, mas ao que parece com a sua posição revisada. Tudo indica que enfrentará um candidato do PT.

Sua vivência a tornou um quadro político de peso. E vai para a luta pela reeleição com um desafio inusitado: sua filha, a médica Thayane Evangelista, casada com o deputado Neto Evangelista (UB), líder do Governo na Assembleia Legislativa, será candidata à Câmara Municipal de São Luís.

São Luís, 18 de Julho de 2024.

O deputado estadual Rafael Brito (PSB), que durante muitos anos foi identificado como Rafael Leitoa, lidera a corrida para a Prefeitura de Timon com 38,44% das intenções de voto, tendo a prefeita Dinair Veloso (PDT) em segundo lugar com 28,79%, e Henrique Júnior em terceiro com 17,47%, segundo pesquisa do IPPI Pesquisa e Consultoria. O levantamento encontrou ainda 8,65% que não souberam ou não quiseram responder, 5,99% de quem não votará em nenhum deles e 0,67% que votarão em branco ou anularão o voto. A pesquisa do IPPI ouviu 600 eleitores no período de 3 a 6 de julho, tem margem de erro de 4,46% para mais ou para menos, intervalo de confiança de 95% e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA-03117/2024.

A liderança de Rafael Brito na corrida pela Prefeitura timonense atende integralmente ao projeto político do governador Carlos Brandão de ter aliados em municípios estratégicos. Timon é hoje o terceiro maior município maranhense, com 175 mil habitantes, atrás apenas de São Luís e Imperatriz e que rivaliza com Caxias em influência no Leste maranhense. Já era previsto por políticos timonenses o favoritismo de Rafael Brito, mesmo estando ele em guerra aberta com o grupo no qual se fez político, liderado pelo ex-prefeito e ex-deputado estadual Chico Leitoa, um dos homens fortes do grupo pedetista liderado por Jackson Lago. O candidato socialista está no terceiro mandato de deputado estadual, consolidado na Assembleia Legislativa como um quadro de elevada qualidade técnica e política.

Com a desagregação progressiva do PDT, que vem encolhendo a cada eleição, o grupo Leitoa, agora liderado por Luciano Leitoa, que foi deputado estadual, deputado federal e prefeito reeleito de Timon, migrou para o PSB, no qual permaneceu por vários anos, até perder o controle da legenda para o então governador Flávio Dino em 2021. Em 2020, ainda no comando do PSB e controlando também o PDT, o grupo Leitoa brecou a candidatura do deputado Rafael à sucessão de Luciano Leitoa na Prefeitura de Timon, e conseguiu eleger a professora Dinair Veloso (PDT). Em 2022, o grupo se dividiu de vez, com os Leitoa migrando de volta para o PDT, apoiando a candidatura do senador Weverton Rocha para o Governo do Estado, enquanto Rafael Brito permaneceu no PSB como alinhado de proa do governador Carlos Brandão, de quem foi líder na Assembleia Legislativa até dois meses atrás, quando deixou o posto para se dedicar à campanha à Prefeitura de Timon.

Agora, com o apoio do PSB e de grande parte da aliança governista – já que, por uma articulação eficiente do senador Weverton Rocha em Brasília, o PT decidiu apoiar o projeto de reeleição da prefeita Dinair Veloso -, Rafael Brito inicia uma campanha bem articulada, com aliados firmes. Seu principal adversário, a prefeita Dinair Veloso tentará a reeleição apostando na sua obra de governo e cofiando que os seus aliados do grupo Leitoa ainda têm força política e eleitoral suficiente para continuar no comando político e administrativo do município. Ao encontrar Rafael Brito na liderança, a pesquisa do IPPI está indicando desfecho desfavorável à prefeita Dinar Velo e ao grupo Leitoa para essa eleição.

O fato é que, com larga experiência política, que começou na Juventude do PDT e tem formação em engenharia civil, o deputado Rafael Brito é o favorito na corrida em Timon. E com uma vantagem considerável, segundo a pesquisa. E provavelmente manterá esse favoritismo, mesmo tendo como adversários os Leitoa, que sabem tudo e algo mais sobre eleições em Timon, mas a quem ele conhece na palma da mão.

E com uma vantagem: dos três candidatos a prefeito confirmados até agora, o representante socialista na corrida exibe um dado considerável: ele é o menos rejeitado.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão vai à Índia, onde os Lençóis podem se tornar de Patrimônio da Humanidade

A 46ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, da ONU, que será realizada entre os dias 23 e 31 de julho, em Nova Deli, capital da Índia, decidirá o futuro dos Lençóis Maranhenses no cenário internacional. Isso porque a região maranhense disputa com outras o título de Patrimônio Natural da Humanidade, assim como São Luís recebeu da Unesco o reconhecimento como Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade.

Para acompanhar de perto a escolha e fazer um lobby saudável em defesa da espetacular região maranhense, o governador Carlos Brandão (PSB) viajará para Nova Deli liderando uma comitiva de nove pessoas, incluindo secretários e técnicos especializados. Carlos Brandão esteve em Paris em 2023, para entregar a documentação que sustenta a candidatura do Parque Nacional dos Lençóis ao título.

Na ausência do governador Carlos Brandão, que durará nove dias, o Governo do Estado será comandado pelo vice-governador Felipe Camarão (PT), no mais normal e rotineiro processo de substituição temporária. Para assumir, Felipe Camarão será temporariamente exonerado da Secretaria de Educação, devendo assumir em seu lugar o secretário-adjunto Anderson Lindoso.

Casas legislativas brasileiras entram hoje em recesso por 15 dias

O Poder Legislativo brasileiro, nas suas três esferas – Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais – entrarão hoje em recesso por 15 dias, devendo retomar suas atividades no primeiro dia de agosto, como manda a regra.

Nesse período, senadores, deputados federais e deputados estaduais mergulharão no interior dos seus estados para participar diretamente da corrida eleitoral dando suporte aos seus aliados na disputa prefeituras e cadeiras em Câmaras Municipais.

É um período decisivo para a classe político, pois o resultado das eleições municipais é sempre decisivo, uma vez que a vitória de aliados representa o sucesso de muitos nas eleições gerais de 2026, enquanto o fracasso pode representar o fim da carreira de um bom número de deputados estaduais e federais e senadores.

São Luís, 17 de Julho de 2024.

O novo Socorrão II vai se chamar “Hospital Doutor Jackson Kleper Lago”. A homenagem ao médico, líder político, prefeito de São Luís e governador do Maranhão Jackson Lago (PDT) está formalizada pela Lei Municipal nº 7.667, de 01 de julho de 2024, proposta pelo vereador Pavão Filho (PSB) e promulgada ontem pela Câmara Municipal da Capital. A promulgação desse edito se deu no bojo de um pacote no qual foram promulgadas 13 novas leis para a cidade, aprovadas pelos vereadores, mas vetadas pelo prefeito Eduardo Braide (PSD). Elas versam sobre temas diversos, como educação, saúde, meio ambiente e esporte, não alteram substancialmente a vida dos ludovicenses, mas uma ou outra mexe com temas sensíveis e, no caso das promulgadas ontem, são uma demonstração de que os vereadores decidiram não “engolir” a maioria dos vetos do prefeito Eduardo Braide, chamando para si a tarefa de legislar integralmente.

Legislador experiente e com uma soma considerável de mandatos municipais e estaduais, o vereador Pavão Filho, que migrou recentemente do PDT para o PSB em busca de sobrevivência eleitoral, emplacou outra lei no pacote dessa semana: a Lei de nº 7.567, de 09 de fevereiro de 2024, que obriga a Prefeitura de São Luís a implantar um sistema de ecobarreiras na rede hidrográfica do município para contenção de resíduos sólidos nos córregos, canais e rios, além de instalar cercas de proteção nas margens dos esgotos a céu aberto. Se é viável do ponto de vista financeiro e será feito, essa é outra história, mas que faz sentido, isso faz.

Também legisladora experimentada, com larga visão social, a vereadora Fátima Araújo (PCdoB) participa do pacote promulgado ontem com duas novas leis. A Lei de nº 7.567, de 09 de fevereiro de 2024, criando o Programa Adote uma Unidade de Educação Básica, cujo objetivo é atrair o interesse da sociedade civil para as escolas do município. Outra lei emplacada por Fátima Araújo foi a Lei de nº 7.598, de 29 de fevereiro de 2024, que institui o Prêmio Escola Atuante, que visa estimular a própria escola a trabalhar para melhorar o padrão de qualidade do ensino que oferece. Fátima Araújo marca um gol com a sua terceira lei nesse pacote, a de nº 7.603, de 29 de fevereiro de 2024, que cria a Semana Municipal do Legislativo nas Escolas Públicas, que assegura a estudantes da rede pública receber informações sobre o que são e como funcionam o Poder Legislativo e a administração pública do município.

A representante do PCdoB emplacou a Lei de nº 7.583, de 29 de fevereiro de 2024, que dispõe sobre o Programa Mais Saúde. Ordenou, pela Lei de nº 7.596, de 29 de fevereiro de 2024, casas lotéricas a oferecerem assento e sistema de senhas para usuários. E fechou a sua participação com a Lei nº 7.584, de 29 de fevereiro de 2024, que proíbe o uso de grampo em metal ou de ferro em embalagens de alimentação delivery, determinando a substituição por fitas adesivas.

No pacote de 13 leis promulgadas ontem há iniciativas que chamam a atenção pelo inusitado da proposta, como a Lei de nº 7.662, por meio da qual o vereador Professor Carlinhos (PDT) que incluiu no calendário oficial de festividades de São Luís o “Dia Municipal do Taekwdondista”, praticante de arte marcial de origem asiática, quase obscura que nada tem a ver com a cultura ludovicense.

Nascido e criado no meio esportivo, especialmente no futebol, o vereador Otávio Soeiro (PSB) emplacou a Lei de nº 7.611, de 09 de fevereiro de 2024, que institui a campanha de combate à importunação sexual nos estádios de futebol, ginásios esportivos e demais localidades em que se realizem atividades esportivas em São Luís. Otávio Soeiro, que é vereador de primeiro mandato, criou, por meio da Lei de nº 7.666, de 01 de julho de 2024, o Programa Municipal de Incentivo ao Empreendedorismo da Mulher Ludovicense, denominado “Elas Empreendedoras”. O jovem vereador também emplacou a Lei de nº 7.560, de 09 de fevereiro de 2024, criando o Projeto Cultural “Ponto de Cultura Fixo: Cultura Ativa”, e elege a Praça Nauro Machado – em frente à Câmara Municipal – como ponto permanente de manifestações culturais.

Nenhuma das 13 leis mudará a vida de São Luís, algumas fazem todo sentido e outras nem tanto. Mas o simples exercício de legislar valeu o esforço.

PONTO & CONTRAPONTO

Empresário esnoba convite da CPI e agora amarga convocação

 Depois de um intenso vai-não-vai, no qual jogou o que pôde para não comparecer à CPI da Câmara Municipal que investiga denúncia de irregularidades em contratos emergenciais na Prefeitura de São Luís, o empresário Antônio Calisto Vieira Neto, sócio-proprietário da empresa Construmaster, Construções e Locações, que andou denunciando tais supostas irregularidades, agora se encrencou de vez. Antes apenas “convidado” a comparecer à CPI, ele não atendeu ao convite e agora foi convocado.

Ao contrário do convite, cujo atendimento não é obrigatório, e no caso de aceita-lo, o convidado não é obrigado a responder a perguntas que julgue inadequadas, a convocação é outra conversa, pois o convocado pode até se calar, mas será investigado e, dependendo do que disser, pode sair como herói ou usando um par de algemas. Isso porque convocado de CPI não pode mentir.    

A conversão do convite em convocação do empresário Antônio Calisto foi um pedido do presidente da CPI, vereador Álvaro Pires (PSB), prontamente atendido pela maioria da Comissão. Ele argumentou que a justificativa do empreiteiro para não atender ao convite não foi convincente. “Esse empresário foi convidado para participar de uma audiência na data de hoje, mas nos enviou uma justificativa, que se encontra na Europa e que, por isso, não poderia comparecer para prestar depoimento. Com a sua ausência, a CPI achou por bem transformar o convite em convocação para que ele venha esclarecer essa grave acusação com o gestor maior desta cidade”, explicou o vereador presidente da CPI.

Antônio Calisto Vieira Neto agora terá de comparecer perante a comissão no dia 18 de julho, amanhã, para esclarecer as denúncias que fez em relação à participação da sua empresa na Concorrência nº 001/2023 da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp). Se comparecer, terá de responder às perguntas ou ficar calado e se complicar ainda mais. E se não comparecer, poderá até ser levado numa viatura policial.

Em resumo: o melhor é comparecer e dizer o que sabe e evitar um baita constrangimento.

Inclusão de Roseana em pesquisa vai mostrar o seu cacife em São Luís

A deputada federal Roseana Sarney foi incluída no questionário por meio do qual o instituto DataIlha medirá a corrida à Prefeitura de São Luís. É uma novidade que deve mostrar o cenário real da disputa que até agora é vista como um confronto polarizado entre o prefeito Eduardo Braide (PSD) e o deputado federal Duarte Jr. (PSB).

Jogada na “fogueira” pelo ex-senador Roberto Rocha (sem partido), que a vê com potencial para alterar o cenário da disputa no qual o prefeito Eduardo Braide é apontado como favorito, seguido do deputado Duarte Jr., Roseana Sarney ficou naturalmente envaidecida com a lembrança, mas avisou logo aos seus aliados entusiasmados que não tem interesse de entrar nessa briga correndo o risco de abalar ainda mais o seu cacife político se não aparecer bem.

A inclusão do seu nome no questionário da pesquisa Data Ilha, que deve ser divulgada nos próximos dias, poderá lhe massagear o ego, caso apareça bem, como um nome viável, ou não.

São Luís, 16 de Julho de 2024.

Com 11 pré-candidatos e com a novidade de poder resolver a eleição do próximo prefeito em um ou em dois turnos, Imperatriz poderá ser um expressivo referencial político e ideológico na corrida a prefeituras. Ali, segundo pesquisa Vox do Brasil, divulgada ontem pelo jornal O Progresso, se a eleição fosse agora, o deputado federal Josivaldo JP (PSD) iria para o segundo turno como o mais votado, com 29,36% das intenções de voto, tendo como concorrente o deputado estadual Rildo Amaral (PP), com 20,68%, ou seja, dez pontos atrás do líder. A suplente de deputada federal Mariana Carvalho (Republicanos) aparece bem em terceiro lugar com 14,90% rigorosamente empatada com Nilson Takashi (Novo) com 14,36%. Depois, surpresa das surpresas, surge o ex-deputado estadual Marco Aurélio (PCdoB) com minguados 4,81%, seguido de José Antônio (PDT) com 2,01%, Franciscano (PL) com 1,86% e Justino Filho (?) também com 1,36%. Somados os eleitores que querem votar em branco ou anular o voto e os indecisos somaram 3,10%.

O cenário rascunhado por essa pesquisa é avassaladoramente favorável à direita bolsonarista, que tem Josivaldo JP, Mariana Carvalho e Nilson Takashi como militantes e que somam nada menos que quase 60% dos votos. Esse segmento pode ficar mais forte ainda se as articulações para a formação de uma chapa unindo Josivaldo JP tendo Mariana Carvalho como vice. Grosso modo, eles somariam 45% das intenções de voto, um cacife excepcional num tabuleiro com 11 candidatos. Uma eventual aliança juntando Rildo Amaral e Marco Aurélio não somaria mais que 25% das intenções de voto. Ou seja, os candidatos de direita estão com a faca na mão e o queijo muito próximo de ser alcançado.

A parada em Imperatriz está resolvida? Claro que não, a começar pelo fato de que nada está amarrado em relação às chapas. Mas os números do Vox Brasil foi um tiro certeiro no projeto de candidatura de Rildo Amaral, que começou a corrida prévia liderando o páreo com boa vantagem. Ele viu Josivaldo JP se aproximar e não teve como reagir, perdeu pontos e no momento encontra-se seriamente ameaçado por Mariana Carvalho e Nilson Takashi. A pesquisa Vox Brasil diz que Rildo Amaral está apenas seis pontos percentuais à frente dos dois, situação que pode ser bem pior se levada em conta a margem de erro, que é de 4,6% para mais ou para menos.

Os números da Vox Brasil acenderam a luz de alerta máximo para Rildo Amaral e funcionaram como uma espécie de sinal vermelho que não pode permanecer aceso. Não apenas para o candidato, mas também para o ministro do Esporte André Fufuca, que aposta muitas fichas no candidato do PP, o qual, se eleito, será um reforço e tanto no seu projeto de chegar ao Senado em 2026. A situação do ex-deputado Marco Aurélio, que foi candidato forte em 2020, é simplesmente dramática, uma vez que é difícil entender por que um político da sua estatura recebe um recado tão duro de um eleitorado que sabe da sua desenvoltura e da sua competência.

Imperatriz, que é o maior e mais importante município maranhense depois de São Luís, repete Caxias, onde pesquisa recente revelou que o candidato de oposição, Paulo Marinho Jr. (PL), apareceu com larga vantagem sobre o candidato situacionista Gentil Neto (PP). Um caso mais grave, à medida que o prefeito Fábio Gentil, muito bem avaliado, é o seu patrono.

A pesquisa Vox Brasil certamente fará com que a pré-campanha de Rildo Amaral sofra uma guinada radical. Ele tem tempo, apoio político importante e conhece o terreno em que está pisando.

Em Tempo: A pesquisa Vox Brasil ouviu 644 eleitores entre os dias 3 e 5 de julho, tem margem de erro de 4,04% para mais ou para menos, intervalo de confiança de 95% e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA-05646/2024.

PONTO & CONTRAPONTO

Roberto Costa continua com dois terços das intenções de voto em Bacabal

O deputado Roberto Costa (MDB) segue como candidato a fenômeno na disputa pela Prefeitura de Bacabal, mesmo não tendo ele até agora dado uma declaração formal de que será candidato. Pesquisa do instituto Econométrica, divulgada ontem, informa que o parlamentar tem nada menos que 63% das intenções de voto, quando o segundo colocado, Marcos Miranda, tem 23,4%. Na sequência aparecem Plínio Oliveira com 3,3% e Jansen Penha com 0,5% das intenções de voto.

O prestígio de Roberto Costa em Bacabal não foi construído num passe de mágica. Ele atua no município desde antes de ser deputado estadual, quando auxiliava nas ações do então deputado, senador e governador João Alberto (MDB). Disputou a eleição de prefeito em 2016 com o então conhecido Zé Vieira e perdeu. Teve atuação marcante na eleição do prefeito Edvan Brandão (PSB).

Nos últimos quatro anos dedicou grande parte do seu tempo e seu mandato na solução das dificuldades de Bacabal, atacando problemas os mais diversos e fazendo-se presente na cidade sempre que a situação exigia. Tanto que, ao admitir sua candidatura, ganhou o apoio das correntes mais fortes do município, representadas pelos deputados Davi Brandão (MDB) e Florêncio Neto (PSB) e o aval do governador Carlos Brandão (PSB), de quem é um dos mais ativos aliado.

Roseana descarta Prefeitura de São Luís e quer renovar mandato de deputada federal

A deputada federal Roseana Sarney (MDB) gostou muito de ter sido “provocada” pelo ex-senador Roberto Rocha (sem partido) para que entrasse na corrida pela Prefeitura de São Luís. Mas, ao contrário do que o ex-senador esperava, emitiu alguns sinais avisando que não vai sair da sua zona de conforto político para entrar nessa desgastante maratona.

Uma fonte que conhece bem a ex-governadora diz que o fator que mais a afasta de um projeto dessa envergadura é o medo de uma derrota acachapante. Ela nunca assimilou totalmente as duas derrotas eleitorais que sofreu – a de 2006, quando disputou o Governo do Estado com Jackson Lago (PDT) e a de 2018, quando perdeu para Flávio Dino (PCdoB). E ficou muito desapontada em 2022, quando esperou mais de 200 mil votos na corrida para a Câmara Federal, tendo se elegido com votação medíocre para a sua estatura política – 97 mil votos.

Mas se não quer nem saber de disputar a eleição para ser prefeita de São Luís, a ex-governadora e ex-senadora vem tomando gosto pelo mandato de deputada federal. E nas conversas com seus aliados e amigos, já teria admitiu que vai tentar renovar o mandato em 2026.

São Luís, 14 de Julho de 2024.

Números de uma pesquisa DataM fizeram o chão político de Caxias tremer nos últimos dias. Eles trouxeram à tona a informação segundo a qual, se a eleição para prefeito fosse agora, o candidato de oposição, Paulo Marinho Jr. (PL), iria para as urnas com nada menos que 39% das intenções de voto, seguido do candidato situacionista, Gentil Neto (PSB) com 28,8%. Na sequência aparecem Lycia Waquim (PSDB), com 4,4% e Edmilson Sanches (?) com 1,1%. O levantamento encontrou 13,1% de eleitores dispostos a não votar em nenhum deles ou votar nulo ou branco, e 13,5% que não souberam ou não quiseram responder. A pesquisa ouviu 451 eleitores entre os dias 4 e 7 de julho, tem margem de erro de 4,6%, para mais ou para menos, intervalo de confiança de 95% e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA-07040/2024.

Foi uma pancada na campanha do candidato da aliança que juntou os grupos Gentil, liderado pelo prefeito Fábio Gentil (Republicanos), e Coutinho, comandado pela ex-deputada Cleide Coutinho. Até então, todas as pesquisas e avaliações informais sobre o cenário da disputa na Princesa do Sertão davam conta da liderança do engenheiro Gentil Neto. Os números do DataM invertem radicalmente o cenário, indicando que uma forte virada catapultou Paulo Marinho Jr. para a liderança do páreo eleitoral.

Para observadores atentos e experientes, não foi de todo uma surpresa. Em meados do mês passado, um movimento ousado rachou o grupo Coutinho ao meio com a indicação da ex-vereadora Thais Coutinho (PDT), filha de Fernando Coutinho, prefeito de Matões, e com o apoio da deputada Cláudia Coutinho (PDT), para vice de Paulo Marinho Jr.. Sob o impacto do racha, o comando do Grupo Coutinho reagiu indicando a ex-deputada Cleide Coutinho para vice de Gentil Neto. Aliados receberam a jogada com euforia, mas logo ficou claro que, por conta de vários fatores, entre eles a idade, o quadro seria mudado. E não deu outra: a ex-deputada Cleide Coutinho desistiu e indicou o cunhado Eugênio Coutinho para substituí-la como vice na chapa de Gentil Neto.

Nesse contexto, a escolha dos vices ajustou as chapas dos dois principais candidatos, as colocou em pé de igualdade formal e funcionou como sinal verde para a corrida ao voto. Paulo Marinho Jr. lidera uma frente que leva uma banda do Grupo Coutinho e conta com o apoio do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) e do senador Weverton Rocha (PDT). Por seu turno, Gentil Neto comanda uma aliança da qual participam uma banda do Grupo Coutinho, os deputados federais Amanda Gentil (PP) e Rubens Jr. (PT) e conta com o apoio do governador Carlos Brandão (PSB), o grande avalista e articulador dessa aliança.

 Quem conhece a política de Caxias sabe que qualquer previsão agora sobre o desfecho dessa eleição será precipitação pura. E o exemplo está em 2016, quando o atual prefeito Fábio Gentil, então vereador, contrariou as previsões e a própria lógica e venceu a eleição contra o prefeito Léo Coutinho, atropelando o projeto de poder do deputado estadual Humberto Coutinho, então no auge da sua força política. Essa pesquisa veio para balizar a corrida à Prefeitura de Caxias que, no duro, começa agora, à medida que não há mais o que definir em matéria de candidatura, nem com respeito a alianças partidárias. Vale ressaltar que a pesquisa encontrou 27% de indecisos, que podem definir o pleito, dependendo de como forem tratados.

Em campo estão dois grupos fortes e que sabem tudo sobre preferências e humores do eleitorado de Caxias. Ambos conhecem os pontos fortes e as vulnerabilidades do adversário. E nesse campo de batalha está em jogo, por exemplo, o futuro do prefeito Fábio Gentil, uma liderança regional consolidada e que tem voos mais altos planejados, mas que poderá sofrer um duro revés se a tendência revelada pela pesquisa DataM vier a se confirmar.

PONTO & CONTRAPONTO

Discurso de Ricardo Arruda provocou debate sério sobre Saúde no Maranhão

Um discurso do deputado Ricardo Arruda (MDB) sobre a situação da Saúde no Maranhão deu causa a um dos mais interessantes debates sobre o tema no plenário da Assembleia Legislativa nos últimos tempos.

Começou com o parlamentar emedebista fazendo uma avaliação do funcionamento do Sistema Estadual de Saúde, destacando os avanços recentes e chamando a atenção para o fato de que o que há de deficiência é consequência da falta de recursos. Ele observou que se trata de um problema de todos os estados, mas assinalou que no Maranhão, nos Governos Flávio Dino e Carlos Brandão a Saúde vem recebendo um tratamento diferenciado.

O problema do financiamento do Sistema estadual de Saúde envolveu no debate os deputados Carlos Lula (PSB), que foi secretário de Saúde nos Governos Dino, Rodrigo Lago, que acompanhou de perto o problema dos recursos para a Saúde no Governo Dino, e que confirmou que o financiamento é, de fato, o maior gargalo da área, que ampliou muito seus serviços no estado.

“O Maranhão é um dos estados que recebe menos recursos do Governo Federal para atender às necessidades de saúde. Nós continuamos com o problema do subfinanciamento do serviço de saúde para o estado e municípios maranhenses. Isso tem gerado a necessidade de um aporte muito grande por parte do Governo. Em 2023, a União repassou R$ 490 milhões para atender a saúde do Estado, sendo que o Governo do Estado teve que arcar com uma despesa de R$ 3,12 bilhões”, destacou Ricardo Arruda.

O parlamentar emedebista enfatizou que, apesar do subfinanciamento, o Governo Brandão tem conseguido manter o Sistema funcionando bem, ao contrário do que dizem vozes de oposição: “O Governo superou a expectativa que havia com relação à redução de filas, cirurgias eletivas, exames complementares, atendimentos especializados etc. Além disso, o Maranhão tem investido na atenção primária, para evitar que as pessoas adoeçam”, destacou.

Se os deputados fizessem pelo menos uma vez por semana um debate do nível do de quarta-feira sobre saúde, as mazelas do Maranhão seriam colocadas em pratos limpos.

Neto Evangelista não vai acompanhar seu partido no apoio a Duarte Jr.

O líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Neto Evangelista (União Brasil), não acompanhará a orientação do seu partido e não se engajará na campanha do deputado federal Duarte Jr. (PSB) à Prefeitura de São Luís. Essa posição foi revelada por ele próprio, ontem, ao bem informado blog do jornalista John Cutrim, dois dias após o comando nacional do UB anunciar o apoio candidato socialista.

O líder governista, que manteve o seu projeto de candidatura até a definição do seu partido em favor de Duarte Jr., informou ainda que não fará campanha para prefeito e que sua participação na corrida eleitoral na Capital será dedicada à candidatura da sua mulher, a médica Thayane Evangelista, à Câmara Municipal de São Luís.

Com a decisão, a campanha de Duarte Jr. deixa de contar com um apoio importante, à medida que o deputado Neto Evangelista tem base eleitoral em São Luís e conhece como poucos os caminhos do voto no município. Os dois políticos, porém, guardam diferenças pessoais e políticas que dificilmente serão superadas.

São Luís, 12 de Julho de 2024.