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Câmara de São Luís segue as regras e cassa Domingos Paz por quebra de decoro

Domingos Paz (acima) tentou se livrar, mas
viu seus colegas cassarem o seu mandato

O técnico em Edificações Domingos Paz não é mais vereador de São Luís, onde representava a Democracia Cristã (DC). Ele teve seu mandato cassado ontem, sob acusação de assédio e abuso sexual, o que equivale a quebra violenta do decoro parlamentar. A cassação se deu pelo voto de 24 dos 31 vereadores ludovicenses, sendo que ninguém votou contra a medida. Ainda como vereador, Domingos Paz participou da sessão, fez um discurso se defendendo e se dizendo inocente e, para surpresa dos colegas, tentou renunciar, com o objetivo de manter os direitos políticos. Tentou a manobra diante da certeza de que seria cassado, mas o jogo foi rechaçado pela Mesa Diretora, que manteve a pauta e autorizou a votação, que resultou no banimento de Domingos Paz da Câmara Municipal e da vida política por oito anos.

A cassação do vereador Domingos Paz é um caso que mostra como um parlamento deve funcionar numa situação como essas. A acusação de assédio e abuso sexual contra uma adolescente, na periferia de São Luís, que atingiu em cheio o vereador Domingos Paz, membro da Assembleia de Deus, foi feita pela vereadora Silvana Noely (PSB) há cerca de um ano. Na época, o vereador reagiu, demonstrando indignação e se dizendo vítima de um complô. As provas apresentadas pela vereadora denunciante, no entanto, se revelaram contundentes, deixando o vereador numa situação complicada. A vítima do abuso do vereador denunciou tudo à Polícia, que ampliou a investigação e descobriu que o Domingos Paz teria feito muito mais do que simplesmente abusar da sua vítima.

Diante das evidências, ampliadas pela investigação policial, e da fragilidade da defesa do vereador, a Mesa da Câmara Municipal, comandada pelo vereador Paulo Victor (PSB), acatou a denúncia e,  seguindo as regras, instalou uma Comissão Processante, integrada pelos vereadores Fátima Araújo (PCdoB), Edson Gaguinho (PP) e Chico Carvalho (PSDB), que foi escolhido presidente por ser um dos quadros mais experientes da Casa, com três mandatos de presidente no currículo e tem noção clara do que é decoro parlamentar. Foram meses de trabalho investigativo, tendo o vereador todos os seus direitos respeitados, incluindo o de defesa, o mais importante deles. O relatório apresentado pela Comissão Processante não deixou qualquer dúvida de que Domingos Paz feriu com muita gravidade o decoro parlamentar, tornando impossível a sua presença na Câmara Municipal.

Nesse período, Domingos Paz, com o auxílio de advogados, tentou de todas as maneiras boicotar o trabalho da Comissão Processante, que por conta de manobras teve seu trabalho retardado. O vereador usou todas as brechas regimentais e todos os recursos judiciais para entravar o processo de cassação, mas não funcionou. As evidências dos seus desvios morais e éticos falaram mais alto, consolidando no plenário da Câmara Municipal a convicção de que a cassação do seu mandato era irreversível.

Formado técnico em Edificações, portanto sem nível superior, Domingos Paz atuou politicamente na área Itaqui-Bacanga, tendo se elegido vereador de São Luís em 2020 com 3.930 votos, parte deles da comunidade evangélica, filiado ao Podemos, aproveitando a onda que levou o então deputado federal Eduardo Braide à Prefeitura de São Luís naquele ano. Ao longo de três anos e meio, foi um parlamentar sem maior expressão. Seu momento de maior notoriedade aconteceu em novembro do ano passado, quando ele, já enfrentando a acusação, foi à tribuna da Casa para denunciar que teve sua casa invadida por bandidos encapuçados, que levaram bens. A Polícia investigou a fundo o caso e nada descobriu sobre a tal invasão da residência do parlamentar no Anjo da Guarda.

Em sua defesa, Domingos Paz se disse acusado com mentiras e que era vítima de perseguição política. “Aqui não tem nada de opinião pública, aqui se tem um grupo orquestrado e fazendo trampolim para a campanha. Enquanto fazem injustiça, Deus fará justiça no dia 06 de outubro”, contra-atacou, sem, no entanto, convencer seus pares, que logo em seguida lhe tiraram o mandato. E durante sua fala, anunciou que estava renunciando ao mandato por meio do ofício nº 23/24, mas o presidente Paulo Victor recusou, por falta de amparo legal, frustrando a última manobra, destinada a preservar os direitos políticos.

A Câmara de São Luís fez o que todo parlamento sério faria num caso como esse. E sem vacilar no cumprimento das regras. E por essas regras o suplente Sá Marques passa a ser titular do parlamento municipal.

PONTO & CONTRAPONTO

PT indica Creuzamar como vice de Duarte Jr.

Creuzamar Pinho: apoiada por Felipe Camarão,
Duarte Jr. e Carlos Brandão para vaga de vice

Creuzamar Pinho é a substituta de Isabelle Passinho como candidata a vice-prefeita na chapa encabeçada pelo deputado federal Duarte Jr. (PSB). Ela foi escolhida, numa plenária do PT, ontem à noite, para preencher a vaga aberta com a saída de Isabelle Passinho, por motivo de saúde. O governador Carlos Brandão (PSB) e o vice-governador Felipe Camarão (PT) avalizaram a escolha e participaram do ato de confirmação, na sede do PT.

Ao contrário do que sempre faz nas suas plenárias, dessa vez o PT não discutiu a decisão, pois que Creuzamar Pinho era a candidata natural à vaga. Ela disputou a indicação com Isabelle Passinho, que foi a escolhida. A petista se preparava para tentar uma cadeira na Câmara Municipal, da qual é suplente, tendo recentemente passado quatro meses no exercício do mandato com o afastamento de Jonathan Soares (PT), titular do Coletivo Nós, formado por petistas. A decisão do PT mudou seus planos.

Se com Isabelle Passinho a campanha de Duarte Jr. enfatizaria o apoio aos deficientes, aos desamparados e aos problemas na área de saúde, com Creuzamar Pinho as propostas do candidato socialista enfocarão os problemas com o uso do solo urbano, da moradia, do transporte, de combate ao preconceito e apoio às áreas quilombolas ainda demarcadas na Capital do Maranhão.

Assistente social por formação, Creuzamar Pinho é o que se pode chamar de “militante raiz” do PT, com forte atuação também na área sindical, sendo, por exemplo, uma das articuladoras da Rede de Mulheres Negras do Maranhão. Durante seu período na Câmara de São Luís, ela fez pronunciamento fortes nessas áreas.

Há quem diga que a escolha de Creuzamar Pinho para vice vai envolver mais setores do PT na campanha do socialista Duarte Jr.. Faz sentido.

Paula Azevedo tem mandato cassado pelos vereadores de Paço do Lumiar

Paula Azevedo: mandato cassado por vereadores

Confirmada a previsão da Coluna de que não haveria retorno: Paula Azevedo não é mais prefeita de Paço do Lumiar. Afastada do cargo desde o dia 29 de abril, por decisão judicial, no curso de uma investigação de várias suspeitas de desvios milionários de recursos do município, Paula Azevedo foi cassada ontem pela Câmara Municipal luminense, por um placar indiscutível: 15 votos a favor da cassação e quatro contrários.

A sessão de cassação foi comandada pelo vereador Jorge Maru, que até semanas atrás era aliado da prefeita, sendo apontado como o nome que ela apoiaria na corrida à sua sucessão. Jorge Maru votou pela cassação da prefeita afastada, assim como vários vereadores que faziam parte da sua base de apoio.

O PCdoB, que vinha tentando salvar o mandato de Paula Azevedo, atuando com suporte na guerra judicial desencadeada com o afastamento da prefeita em maio, operou fortemente nos bastidores para evitar a cassação, mas nada conseguiu.

Com a cassação de Paula Azevedo, o vice-prefeito Inaldo Pereira (PSDB), que estava na condição de interino, agora se torna titular do cargo. Além de apoiar a cassação de Paula Azevedo, Inaldo Pereira  é cabo eleitoral assumido de Fred Campos (PSB), o candidato mais forte à Prefeitura de Paço do Lumiar.

São Luís, 10 de Agosto de 2024.

Mudança na Secid foi ato normal, mas a relação de Brandão com dinistas é crítica

Carlos Brandão ocupa legitimamente o espaço aberto
com a ida de Flávio Dino para o Supremo

O ato administrativo de mudança no comando da Secretaria das Cidades (Secid), com a saída de Joslene Rodrigues, mulher do deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), após nove anos no cargo – mais de dois períodos de governo -, foi açodadamente interpretado por alguns como o acirramento da crise na relação do grupo que seguia a liderança do então governador Flávio Dino (PSB). Mas o próprio Márcio Jerry colocou ponto final no caso, declarando, de alto e bom som, que Joslene Rodrigues deixou o cargo porque quis, sem qualquer pressão, e que a prova de que não houve problema foi a nomeação do jornalista Robson Paz para o cargo, por indicação do partido. “Se ela quisesse, permaneceria no cargo”, disse o presidente do braço maranhense do PCdoB, para reforçar o fato de que o governador Carlos Brandão (PSB) fez a troca atendendo a um pedido.

Certo, foi isso mesmo. Mas, independentemente da troca no comando da Secid, não há como negar a existência de um desgaste agudo e tenso na relação do governador Carlos Brandão e seus liderados com o grupo remanescente do dinismo, que perdeu referência e comando com a aposentadoria política do agora ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa convivência fadigou de tal maneira que nos bastidores já corre que a comunicação do governador com o ministro praticamente não existe.

A falta de interlocução vem permitindo a ocorrência de episódios estranhos e aparentemente sem sentido, como a desistência do vice-governador Felipe Camarão (PT) de assumir a coordenação da candidatura do deputado federal Duarte Jr. (PSB), após “consultar Brasília” depois de haver acertado os termos do seu afastamento da Secretaria de Estado da Educação. O recuo criou claro embaraço para o governador Carlos Brandão, que a partir de então tomou uma decisão: o que ficar acertado será cumprido, sem reversão “após consulta a Brasília”.

Claro está que, ao se deixar seduzir pela toga do Supremo, a ele entregue pelo presidente Lula da Silva (PT), obrigando-se a se afastar da política, na qual estava se tornando uma das mais importantes referências do País, Flávio Dino abriu, conscientemente, um enorme vazio no cenário político maranhense. E estava escrito nas estrelas que, no comando do Governo, agora sem sombra, com o aval da esmagadora maioria da Assembleia Legislativa, liderada por uma aliada fiel, a deputada Iracema Vale (PSB), e com um bom relacionamento com a bancada federal, o governador Carlos Brandão naturalmente agiria para ocupar esse espaço. E está ocupando o vazio sem trombetas e sem gestos ostensivos de hostilidade, e porque conhece como poucos quem é quem e quem é o quê no tabuleiro da política estadual.

A conclusão óbvia é que, como a política como prática é o jogo pelo poder, não há como cobrar do governador Carlos Brandão compromissos que perderam sentido quando o vazio político foi aberto no dia 20 de fevereiro de 2023, quando Flávio Dino renunciou ao mandato de senador para se tornar ministro da Suprema Corte. E o desdobramento na política local aconteceu como já era previsto: o governador não se deixou envolver por pequenas, mas expressivas, tramas – como o desgastante bloqueio temporário da nomeação do advogado Flávio Costa para o TCE, por exemplo. Mas tem deixado cada vez mais claro que, se a corda esticar para valer, ele ficará no cargo até o último dia do mandato, provavelmente dando posse a um governador a quem ajudou a eleger.

Na semana passada, ao participar de uma convenção em Icatu, o governador Carlos Brandão disse que ainda tem dois anos e meio de governo, ou seja, 30 meses. E como a desincompatibilização para disputar o Senado ocorrerá daqui a 18 meses, bloqueios antenados e políticos sedentos fizeram as contas e concluíram que Carlos Brandão estava mandando um recado de que pode ficar no cargo até o final do mandato. Em meio ao alvoroço que tomou de conta dos bastidores da política, esta Coluna perguntou ao governador se ele pensa, de fato, concluir seu mandato no cargo. Sua resposta foi esclarecedora:

– Vamos aguardar os acontecimentos.

PONTO & CONTRAPONTO

André Fufuca acompanha de Paris boas e más notícias sobre candidatos do PP

André Fufuca

Ao mesmo tempo em que curte as Olimpíadas de Paris, comandando a representação do Brasil nos Jogos, o ministro do Esporte, André Fufuca, administra notícias não muito alvissareiras, mas também com informações importantes sobre o peso do PP nessas eleições. Exemplo de notícia nada alvissareira é Imperatriz, enquanto informação positiva vem de Santa Inês.

O caso mais preocupante é do deputado Rildo Amaral, candidato do PP à Prefeitura de Imperatriz. Ele vinha medindo força com o candidato do PSD, deputado federal Josivaldo JP, e agora dizem que terá de se preocupar também com a candidata do Republicanos, a suplente de deputada federal Mariana Carvalho, que já estaria em terceiro lugar, turbinada pela declaração de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Já o caso do prefeito Felipe dos Pneus, candidato à reeleição em Santa Inês, tranquiliza o ministro, que deve disputar a senatória em 2026. Depois de uma série de problemas, Felipe dos Pneus acertou o rumo, virou o jogo e parece ter sua reeleição assegurada.

Se Domingos Paz não for julgado hoje, a Câmara Municipal terá de arquivar a denúncia

Domingos Paz deve ser cassado hoje

Ficou feio para a Câmara Municipal de São Luís adiar a votação do relatório da Comissão Processante que propõe a cassação do mandato do vereador Domingos Paz (Democracia Cristã), acusado de usar o poder do mandato do dinheiro para abusar sexualmente de mulheres indefesas pelo grau de pobreza.

O fato de 11 dos 31 vereadores não terem comparecido à sessão de ontem pareceu claramente uma manobra destinada a poupar o parlamentar. Mais do que o corporativismo sem sentido, a ausência causou a impressão de que os ausentes querem poupar o colega da degola, não dando importância ao fato de que a São Luís inteira está ciente do que aconteceu e que pode acertar contas com esse grupo nas urnas, em outubro.

Domingos Paz é ciente da sua própria culpa e do estrago que suas investidas sexuais fizeram na sua carreira, que já decidiu não mais concorrer à reeleição, colocando no seu lugar sua mulher na sua vaga partidária.

Vale registrar que os 20 vereadores que compareceram à sessão foram: Paulo Victor (presidente), Fátima Araújo, Ribeiro Neto, Álvaro Pires, Jhonatan Soares, Marcial Lima, Domingos Paz, Karla Sarney, Concita Pinto, Dr. Gutemberg, Pavão Filho, Andrey Monteiro, Edson Gaguinho, Silvana Noely, Octávio Soeiro, Nato Júnior, Raimundo Penha, Marquinhos Silva e Chico Carvalho.

Já os ausentes foram Francisco Chaguinhas (vice-presidente), Antônio Garcês, Astro de Ogum, Daniel Oliveira, George da Companhia do Som, Marcos Castro, Marlon Botão, Rosana da Saúde, Thiago Freitas, Tiririca do Maranhão, Umbelino Júnior e Zeca Medeiros.

Vele conferir os números e o resultado da sessão extraordinária de hoje, uma vez que, se o pedido de cassação não for julgado, o processo irá para o arquivo morto da Casa e Domingos Paz continuará como um “honrado” vereador de São Luís.

São Luís, 09 de Agosto de 2024.

Braide se manifesta e afirma que nada tem a ver com o caso do Clio vermelho

Eduardo Braide se manifesta
sobre o caso do Clio vermelho

“Quem não deve, não teme, pois sei que nada tenho a ver com esse episódio”. Foi essa a frase-chave pronunciada pelo prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), na declaração que fez em vídeo, ontem, a primeira em relação ao caso do Clio vermelho encontrado abandonado numa rua do Renascença com um R$ 1,1 milhão em espécie no porta-malas. Na sua manifestação, o prefeito da Capital afirma, categórico, querer tudo esclarecido pela Polícia.

De acordo com os primeiros passos da investigação policial, o veículo foi estacionado propositadamente no local por um ex-assessor dele quando deputado federal, e do irmão, deputado estadual Fernando Braide (PSD), e atual assessor da Prefeitura de São Luís, com o apoio logístico de outro assessor municipal, que conduzia um veículo registrado em nome de pessoa já falecida da família e que era usado por seu irmão, Antônio Braide, com quem, revelou, não fala há pelo menos três anos. Na sua mensagem, o prefeito diz esperar que a Polícia faça o seu trabalho, identifique os envolvidos e, se houver crime, que os culpados sejam devidamente punidos pela mão pesada da Justiça, doa em quem doer.

A manifestação do prefeito sobre o caso do Clio vermelho foi direta. Ele amarrou todos os pontos com a afirmação de que nada sabia a respeito do assunto até que ele veio à tona via imprensa. Garantiu que está fora da patacoada milionária, reafirmando que sua gestão não comporta esse tipo de coisa. No seu entendimento, trata-se agora de um caso da Polícia, que deve colocar tudo em pratos limpos e tomar as medidas necessárias para enquadrar devidamente os envolvidos, se crime houver.

O prefeito Eduardo Braide é um político inteligente, racional, que mede cuidadosamente cada passo que dá. À primeira vista, é difícil imaginar que ele tenha alguma coisa a ver com essa patacoada, ainda que os personagens, os instrumentos e o ambiente façam parte do seu entorno político-administrativo e familiar. E esse é o objetivo embutido na nota gravada e divulgada ontem em redes sociais. A manifestação vem a público quando ele próprio já teve tempo para averiguar e constatar que, por mais próxima que a opereta de mau gosto esteja do seu gabinete, ela não o inclui no seu roteiro. Daí a afirmação categórica de que “quem não deve, não teme”.

O prefeito Eduardo Braide sabe que nesse momento estão em jogo a sua reeleição – que parece um projeto viável, tanto que ele é o favorito em todas as pesquisas – e o seu objetivo depois da Prefeitura de São Luís, o Palácio dos Leões. Com a experiência acumulada de várias eleições e do peso de adversários, está consciente de que o Clio vermelho será tema da campanha eleitoral, o que já pode ser medido pelo espaço que vem ocupando nas redes sociais. Alguns dos seus adversários – como o presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Paulo Victor (PSB), que fez um discurso eufórico em que agradeceu a Deus, como se o Clio vermelho fosse uma dádiva – têm dado a medida do que vem por aí, tenha ou não o prefeito alguma coisa com o caso. Outros foram mais cautelosos, preferindo aguardar o resultado da investigação policial para ajustar o tom dos seus discursos. No geral, o que se diz nos bastidores é que o caso será explorado na campanha eleitoral.

Com a sua racionalidade, prefeito Eduardo Braide tem a clareza de que qualquer envolvimento com o Clio vermelho poderá ser desastroso para sua carreira. Sabe, portanto, que a declaração que divulgou ontem é uma garantia moral e ética de que, de fato, nada tem a ver com o caso. Agora é aguardar pelo desfecho da ação investigativa da Polícia, porque é assim que tem de ser. E como o caso agora é de natureza puramente policial, não cabe tentar vê-lo por outro viés. Qualquer afirmação ou conclusão fora da seara policial será mera ilação, sem qualquer valor.

Vale anotar, finalmente, que é nesse contexto que o prefeito Eduardo Braide está se manifestando sobre o caso.

PONTO & CONTRAPONTO

Iracema celebra a Lei Maria da Penha e conclama os homens a serem “aliados nessa luta”

Iracema Vale: discurso forte sobre a Lei maria da Penha

A presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB), deu ontem uma prova de que é, de fato, uma política antenada. Ela foi à tribuna para se manifestar sobre os 18 anos da Lei Maria da Penha, por meio da qual o Brasil ganhou o status de referência mundial no combate à violência contra as mulheres. E não foi uma fala qualquer. A parlamentar apontou a Lei Maria da Penha como “a grande aliada de todas as mulheres que passam por situações de violência no País”.  

Iracema Vale justificou sua manifestação enfática no aniversário da Lei Maria da Penha: “Eu, na condição de deputada estadual, mulher, presidente desta Casa, não podia deixar de me pronunciar numa data tão importante para as mulheres. É um marco histórico na luta contra a violência doméstica e de gênero no Brasil. Essa lei, que leva o nome de uma mulher corajosa, resiliente, Maria da Penha, representa um avanço na proteção dos direitos das mulheres e na promoção de uma sociedade mais justa e igualitária”.

Num discurso enfático, a parlamentar socialista chamou a atenção para o fato de que a Lei Maria da Penha, além de criar mecanismos para coibir a violência contra a mulher, também promove a conscientização e a educação da sociedade sobre a importância do respeito à igualdade de gênero.

E situou o problema da violência no Maranhão e os esforços contra esse problema: “Temos buscado fortalecer as políticas públicas de apoio e de proteção às mulheres. Aqui, quero elogiar a bancada feminina desta Casa, que tem feito muitas proposições nesse sentido, e agradecer aos homens que nos têm apoiado nas ações voltadas à garantia dos direitos para as mulheres do nosso estado”.

A presidente da Assembleia Legislativa homenageou as mulheres que enfrentam, “com muita coragem e determinação”, a violência de gênero: “Vocês são exemplos de resiliência e inspiração para todas nós. Aos homens, faço um apelo, sejam nossos aliados nesta luta. O combate à violência contra a mulher é uma responsabilidade de todos”.

Brandão muda comando da Secid: sai Joslene Rodrigues, entra Robson Paz

Carlos Brandão entre Robson Paz, que entra
e Joslene Rodrigues, que ai da Secid

O governador Carlos Brandão fez ontem uma mudança no seu secretariado. Demitiu Joslene Rodrigues do comando da Secretaria das Cidades (Secid) e nomeou para o cargo o jornalista Robson Paz.

O que poderia ser uma mudança de rotina na equipe ganhou tintura política pelo fato de Joslene Rodrigues ser esposa do deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), que foi por ela substituído nesse cargo ainda no Governo Flávio Dino.

Presidente estadual do PCdoB e o principal remanescente do grupo liderado pelo hoje ministro Flávio Dino (STF), Márcio Jerry encontra-se hoje no epicentro da crise que ameaça romper os laços que ainda ligam o governador Carlos Brandão ao grupo dinista. O foco mais evidente é a disputa entre Márcio Jerry e os Brandão pela Prefeitura de Colinas.

Mesmo tendo como motivação a tensa relação do deputado federal Márcio Jerry com o governador Carlos Brandão, a saída de Joslene Rodrigues do comando da Secid não foi traumática. Ao contrário, foi negociada e politicamente civilizada. Tanto que a pasta vai continuar com o PCdoB, representado pelo jornalista Robson Paz, que é ligado a Márcio Jerry e foi secretário de Comunicação Social no Governo Flávio Dino.

São Luís, 08 de Agosto de 2024.

Com candidatos definidos, começa de fato a guerra pelo voto municipal

Eduardo Braide e Duarte Jr. em São
Luís, Josivaldo JP e Rildo Amaral
em Imperatriz, Paulo marinho Jr.
e Gentil Neto em Caxias, Dinair
Veloso e Rafael Brito em Timon,
Zé Francisco e Chiquinho da FC
em Codó, Roberto Costa lidera em
Bacabal e André da Ralpnet está
na frente em Pinheiro

Faltam exatos 60 dias para as eleições. Dezenas de festas partidárias animaram as diferentes regiões do estado no final da semana que passou, de modo que os candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador nos 217 municípios maranhenses, a começar pelos de São Luís, estão definidos e homologados, autorizados, portanto, a pedir votos na ainda chamada pré-campanha, aguardando o sinal verde para a campanha propriamente dita, que começará no dia 16 de agosto, sendo que a propaganda no Rádio e na TV só será permitida a partir de 30 de agosto, e será encerrada às vésperas da corrida às urnas, no dia 6 de outubro. É uma operação gigantesca sob a responsabilidade da Justiça Eleitoral, um momento de poder absoluto do cidadão-eleitor, que tem a decisão por meio do voto, e a hora da verdade para a classe política, cujos próximos passos dependem do resultado das urnas.

Nesse jogo, todos os municípios são importantes, mas há casos em que o peso político é diferenciado e decisivo. São Luís, por exemplo, é o maior e mais importante colégio eleitoral do estado, mas no momento não é o mais influente, uma vez que se encontra sob o comando do prefeito Eduardo Braide (PSD), um político hábil em busca da reeleição, mas sem suporte partidário consistente. Tal situação poderia ser invertida com uma eventua eleição do deputado federal Duarte Jr. (PSB), que tem o apoio da aliança governista formada por uma dúzia de partidos.

As lideranças políticas estão de olho em municípios influentes, como Imperatriz, Caxias, Timon, Codó, São José de Ribamar, Bacabal, Balsas, Pedreiras, Pinheiro, Santa Inês e Barreirinhas, entre outros que de fato pesam no jogo do poder político do Maranhão, hoje ameaçado de ser atingido por uma crise que certamente virá se o grupo atualmente no poder vier a rachar.

Imperatriz, por exemplo, que estreia no seleto time dos municípios onde as eleições podem ser decididas em dois turnos, pode cair nas mãos do deputado federal Josivaldo JP (PSD), um político sem lastro partidário, mas que tem sabido usar eleitoreiramente o poder de fogo de um congressista por meio de emendas milionárias, isso associado a uma forte dose de carisma. Em Caxias, centro político efervescente, o embate será entre duas frentes, uma formada pela união do grupo Gentil com parte do grupo Coutinho e outra montada pelo grupo Marinho com parte do grupo Coutinho, desenhando um cenário político quase surreal, tornando imprevisível o desfecho da corrida às urnas.

As atenções estão também voltadas para Timon, onde a aliança governista lançou o deputado Rafael (PSB) para enfrentar a prefeita Dinair Veloso (PDT), ligada ao grupo Leitoa e candidata à reeleição, com o apoio do PT, que no caso vai na contramão da aliança partidária a que pertence. Em contraponto, Bacabal caminha para consolidar ali a aliança governista com a provável vitória do deputado Roberto Costa (MDB), um político em ascensão. E em Codó, onde o prefeito Zé Francisco (PSDB) luta para viabilizar sua reeleição, mas enfrenta o poder de fogo do empresário Chiquinho da FC, um espantoso e raro caso de petismo de direita.

Uma das disputas mais curiosas está em curso em Pinheiro, onde a senadora Ana Paula Lobato (PDT) terá seu prestígio testado na candidatura do empresário André da RalpNet (Podemos), que lidera nas pesquisas, mas que já começou a sentir o poder de fogo do prefeito Luciano Genésio (PP), que lançou o médico Kaio Hortegal (PP), e enfrenta ainda o cacife do suplente de deputado estadual João Batista Segundo (PRD). Vozes experientes da Baixada afirmam que a disputa está em aberto. Num outro viés, Barreirinhas, que ganhou nova estatura com a transformação dos Lençóis Maranhenses em Patrimônio Natural da Humanidade, parece disposta a abrir caminho para a nova geração com o favoritismo do engenheiro Vinícius Vale (MDB) em relação ao projeto de reeleição do prefeito Amílcar Rocha (PCdoB).

Esses e muitos outros casos indicam que as eleições municipais deste ano serão decisivas para o desenho político do Maranhão que será submetido às urnas nas eleições gerais de 2026.

PONTO & CONTRAPONTO

Pesquisas mostram cenários diferentes em Imperatriz e Pinheiro

A corrida pelo voto em Imperatriz e Pinheiro vem desafiando a integridade das pesquisas feitas para medir o poder de fogo dos candidatos a prefeito diante do eleitorado.

No caso de Imperatriz, de seis pesquisas realizadas do final do ano passado para cá, três mostraram o deputado Rildo Amaral (PP) na liderança, com vantagens variadas, e três informaram que a liderança está com o deputado federal Josivaldo JP (PSD), também com números bem diferentes. Ali se fala na “pesquisa de fulano” e na “pesquisa de sicrano”, como se isso fosse normal. Uma raposa Tocantina prevê que haverá segundo turno, mas que a verdade só virá com o resultado das urnas.

Em Pinheiro a situação é a mesma: um número expressivo de pesquisas que mostram cenários variados. Ali, porém, tem sido registrada uma informação constante: a liderança de André da RalpNet (Podemos), apenas com uma forte variação do percentual de vantagem. Mesmo assim, os cenários diferentes colocam enormes interrogações sobre os números divulgados.

O problema é que tais levantamentos são registrados na Justiça Eleitoral sem uma checagem severa dos dados apresentados.

Convenções de Diniz e Mulato acendem sinal de alerta para Júlio Matos em Ribamar

Acima a convenção gigante de Dudu Diniz, com a
presença do governador Carlos Brandão, e abaixo a
reunião de Guilherme Mulato em Ribamar

Apontado como líder disparado na corrida ao voto em São José de Ribamar, o prefeito Júlio Matos (Podemos), que busca a reeleição, viu acender o alerta amarelo no final da semana passada, final de prazo para a realização de convenções para a escolha de candidatos.

Duas convenções lhe chamaram a atenção, a do presidente da Câmara, vereador Dudu Diniz (PSB), que pretende chegar à Prefeitura, e a do vereador Guilherme Mulato (Novo), que aparecem nas pesquisas como os adversários mais próximos do prefeito.

Dudu Diniz foi confirmado candidato numa convenção gigante, com milhares de pessoas e a presença do governador Carlos Brandão (PSB), que foi ovacionado pela multidão, da presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB) e do ex-prefeito Luiz Fernando Silva, até aqui considerado um dos melhores prefeitos da história de São José de Ribamar. A deputada Iracema Vale (PSB) tem forte base eleitoral em São José de Ribamar e influenciou na escolha do candidato.

A convenção que confirmou a candidatura de Guilherme Mulato não teve o gigantismo da que confirmou Dudu Diniz, mas foi animada o suficiente para ganhar o sentido de mais um recado ao prefeito Júlio Matos.

A impressão geral é a de que o prefeito reúne as condições para se reeleger, mas há quem diga também que o jogo ali será duro.

São Luís, 07 de Agosto de 2024.

Nada de novo: São Luís tem oito candidatos a prefeito; sete já disputaram o cargo

Eduardo Braide, Duarte Jr., Wellington do Curso, Yglésio Moises, Franklin Douglas,
Saulo Arcangeli, Flávia Alves e Fábio Câmara disputam a Prefeitura de São Luís

Fechado o quadro de candidatos à Prefeitura de São Luís, quase todos disputaram em 2020. Sete aspirantes estão no jogo: o prefeito Eduardo Braide (PSD), o deputado federal Duarte Jr. (PSB), o deputado estadual Wellington do Curso (Novo), o deputado estadual Yglésio Moyses (PRTB), o jornalista e advogado Franklin Douglas (Federação PSOL/Rede), o ex-vereador Fábio Câmara (PDT) e a suplente de deputado federal Flávia Alves (Solidariedade), única mulher da lista. As pesquisas mostradas até aqui desenham uma corrida com dois blocos. O primeiro formado pelo prefeito Eduardo Braide e pelo deputado federal Duarte Jr., que estão isolados na dianteira, em patamar de dois dígitos, portanto numa polarização clara e aparentemente difícil de ser revertida. O segundo bloco é formado pelos demais candidatos, entre eles os “veteranos” dessa peleja, como Wellington do Curso, Yglésio Moyses, Franklin Douglas e Saulo Arcangeli, que navegam no lento campo de um dígito.

A polarização entre os candidatos Eduardo Braide e Duarte Jr. foi desenhada já nas primeiras pesquisas sobre a corrida ao Palácio de la Ravardière, realizadas ainda no ano passado. Foram quase uma dezena de levantamentos, e todos, sem exceção, apontaram Eduardo Braide e Duarte Jr. na dianteira. Político de direita democrática, longe do radicalismo e do bolsonarismo, o prefeito Eduardo Braide tem o apoio do MDB e do Republicanos e lidera com folga, ora indicando a realização de dois turnos, ora apontando para um desfecho favorável ao prefeito já no primeiro turno, como indicou a pesquisa mais recente, feita pelo Instituto Prever.  Situado ideologicamente no centro-esquerda, Duarte Jr. vai disputar com o apoio de 11 partidos e aparece sempre em segundo lugar, mas bem distante do terceiro colocado, numa indicação até aqui inequívoca de que, se houver segundo turno, o candidato do PSB será o adversário do candidato do PSD.

No segundo bloco mostrado pelas pesquisas, o candidato melhor situado tem sido o deputado Wellington do Curso, de direita, mas numa linha não muito clara, que concorre ao Palácio de la Ravardière pela terceira vez, sempre dedicando seus mandatos estaduais a mostrar os problemas de São Luís, onde está sua base. Atrás dele, às vezes próximo, às vezes nem tanto, está o deputado estadual Yglésio Moyses, que deixou o PSB e migrou para a direita conservadora, com traços radicais e muito identificada com o bolsonarismo, vai disputar pelo PRTB. Tem sido um crítico ácido do prefeito Eduardo Braide e do deputado federal Duarte Jr.. Político de centro, o ex-vereador Fábio Câmara, que em princípio se preparava para tentar voltar à Câmara Municipal, resolveu viabilizar sua candidatura a prefeito e esse projeto foi abraçado pelo comando do partido.

O candidato da Federação PSOL/Rede, que representa a esquerda mais dura, Franklin Douglas, já disputou a Prefeitura e tem um discurso recheado de severas críticas aos dois líderes da corrida, bem como a outros candidatos, criando a expectativa de que será um dos destaques da campanha. O mesmo caminho será trilhado pelo candidato do PSTU, Saulo Arcangeli, um veterano de eleições diversas – já foi até candidato a governador – e que não faz concessão a candidatos situados à sua direita. A candidata do Solidariedade, Flávia Alves, ganhou do seu partido a oportunidade de mostrar a que veio.

A corrida deste ano ao Palácio de la Ravardière será basicamente uma repetição de 2020.

PONTO & CONTRAPONTO

Dos oito candidatos a vice, cinco são mulheres e três têm vínculo com a Polícia Militar

Esmênia Miranda, Isabelle Passinho, Jaciara Costa, Aline Maria, Ana Paula, Alexandre Fábio,
Coronel Pereira e Marco Aurélio Ferreira são os candidatos a vice em São Luís

Dos oito candidatos a vice-prefeito de São Luís, nada menos que cinco são mulheres. Apenas três homens comporão chapas com candidatos a prefeito. No campo profissional, outra situação curiosa: três dos sete candidatos a vice-prefeito da Capital são vinculados à Polícia Militar. Além dos três policiais militares – duas mulheres e um homem –, integram o quadro de candidatos a vice-prefeito uma advogada, uma servidora pública, uma estudante de serviço social e um nutricionista.

O prefeito Eduardo Braide manteve sua vice Esmênia Miranda (PSD), que além de professora, foi oficial da Polícia Militar, carreira que deixou para ser candidata a vice-prefeita. Já o deputado federal Duarte Jr. tem como companheira de chapa a advogada Isabelle Passinho (PT), que também é militante social em favor de deficientes físicos.

O candidato Wellington do Curso foi aos quadros da Polícia Militar para escolher o seu vice: será a subtenente Ana Paula (Novo), que já tem 30 anos de corporação. O mesmo fez o candidato Yglésio Moyses, que terá como candidato a vice Coronel Pereira (PRTB), ex-comandante da Polícias Militar. O candidato do PDT, Fábio Câmara, foi buscar Marco Aurélio Ferreira, um pastor evangélico, ligado à Assembleia de Deus, para reforçar sua candidatura como companheiro de chapa.

O PSOL foi buscar nos seus próprios quadros a estudante de Serviço Social Aline Maria para ser vice do candidato Franklin Douglas. Por sua vez, o PSTU lançou chapa “puro sangue” tendo como vice a servidora pública Jaciara Costa.

O último candidato a vice em São Luís, lançado ontem, é o nutricionista Alexandre Fábio (Solidariedade) como companheiro de chapa da candidata Flávia Alves.  

Como é fácil observar, foram escolhas na medida certa de cada candidato.

Reação de Paulo Victor em relação ao Clio vermelho indica que o assunto vai render

Paulo Victor anunciou jogo duro
com Eduardo Braide

Previsto e confirmado: o escandaloso caso do Clio vermelho com o porta-malas abarrotado de dinheiro vivo (R$ 1,1 milhão em espécie) envolvendo o entorno do prefeito Eduardo Braide (PSD) foi o tema central da sessão de reabertura da Câmara Municipal de São Luís. E como foi cantado pela Coluna, o presidente da Casa, vereador Paulo Victor (PSB), adversário implacável do prefeito de São Luís, não deixou barato em fala ao longo da sessão.

O vereador-presidente lembrou as falas em que ele próprio acusou suposta existência de um esquema de corrupção na Prefeitura de São Luís: “Foi anunciado, inclusive, há quatro e três meses atrás, que o senhor Fernando Bride estava operacionalizando para a Prefeitura Municipal de São Luís. Deus é tão bom, é tão bom, é tão bom, absolutamente tão justo e honesto, que acaba de colocar um Clio na porta da sogra do irmão do prefeito Eduardo Bride. Já se sabe de onde é o dinheiro e onde vai chegar. Muita coisa ainda vai acontecer”.

E foi adiante: “Um carro pego com mais de um milhão de reais, onde um carro que é proveniente da mãe falecida do prefeito Eduardo Brade pegou um motorista. Sendo que esse motorista é o que leva a irmã do prefeito Eduardo Brade para a escola, justamente naquele carro e tudo será provado. A cidade de São Luís vai acompanhar pelos próximos dias uma dissolução de corrupção ativa por parte do prefeito Eduardo Brade, envolvendo construtoras, envolvendo fornecedores”.

E, como estava previsto, avisou que vem mais chumbo grosso por aí. Ou seja, sentenciou que o caso vai dominar o parlamento municipal e a campanha eleitoral de agora por diante.

São Luís, 06 de Agosto de 2024.

Clio vermelho tira Braide da zona de conforto e dá munição para adversários

Eduardo Braide: tirado da
zona de conforto

Depois do quadro desenhado por pesquisa recente, que apontou o prefeito Eduardo Braide (PSD) numa posição absolutamente confortável na busca da reeleição, e mostrou o deputado federal Duarte Jr. (PSB), seu adversário mais próximo, numa situação sem nenhum conforto, mais de vinte pontos percentuais atrás, a disputa para a Prefeitura de São Luís entrou, repentinamente e sem aviso, numa zona de turbulência que pode produzir cenários os mais diversos. E independentemente de qual venha ser o desfecho causado pelos novos fatos, está escrito nas estrelas que a campanha, que já prometia uma carga anormal de embates, provavelmente ganhará uma dose extra de tensão.

A principal causa desse rascunho em curso é um automóvel Clio vermelho, com mais de um milhão de reais em espécie no seu porta-malas, estacionado e abandonado na Rua das Andirobas, no Renascença, com todos os traços relacionados a pessoas da família Braide, tudo muito próximo, portanto, ao prefeito Eduardo Braide.

Com a experiência e a postura racional que demonstra, o prefeito de São Luís reagiu ao fato demitindo os dois assessores da Prefeitura envolvidos no caso. Seus irmãos, o deputado Fernando Braide, que tinha o motorista do Clio vermelho como assessor, e o empresário Antônio Braide, cujo Clio vermelho foi estacionado em frente ao endereço comercial da sua esposa, estão muito próximos da patacoada milionária e reagiram com equilíbrio, acionando advogados e colocando-se à disposição das autoridades policiais. Independentemente de quem seja o dinheiro, de onde ele saiu e qual seria o seu destino, isso agora é tarefa da Polícia Civil, que está investigando e certamente colocará tudo em pratos limpos.

Num plano mais aberto, o fato real é que o Clio vermelho já virou tema de campanha, colocando o prefeito Eduardo Braide na defensiva. Não há como ignorar o fato de que o episódio, ainda sem esclarecimentos, respostas nem desdobramentos, será mote para o discurso de adversários. E pelo que circulou nos bastidores da política no final da semana, a campanha do candidato Duarte Jr. vai começar a fazer perguntas sobre o já nacionalmente famoso Clio vermelho e os pacotes de dinheiro vivo que transportava, estrelas da edição de sexta-feira (02) do Jornal Nacional, da Rede Globo.

O prefeito Eduardo Braide vai ter de reunir toda a sua serenidade e inteligência política para evitar que os estilhaços da granada milionária instalada no porta-malas do Clio vermelho atinjam a sua imagem de político hábil e gestor competente. Afinal, qualquer avaliação isenta certamente concluirá que o Clio vermelho e a dinheirama foram um presente de campanha colocado de graça na mesa do candidato Duarte Jr.. Além disso, se frágeis suspeitas de irregularidades deram origem a uma ruidosa CPI na Câmara Municipal, imagine-se o que os vereadores adversários do prefeito Eduardo Braide, liderados pelo tonitruante presidente da Câmara Municipal vereador Paulo Victor (PSB), farão em relação ao rico Clio vermelho.

A última semana indicou com clareza que, mesmo não sendo diretamente envolvido com o Clio vermelho, salvo pelo fato de que demitiu os dois personagens de proa do caso, o prefeito Eduardo Braide foi tirado, repentinamente, da zona de conforto em que vinha navegando e colocado no campo de batalha. E o seu faro político de raposa certamente o está aconselhando a usar toda cautela possível na montagem de uma estratégia que blinde sua candidatura e evite a corrosão que a imagem de dinheiro vivo e suspeito nesse tipo de caso costuma atingir candidaturas promissoras.

(Basta, para isso, lembrar o cruel e irremediável estrago causado pela imagem dos R$ 1,3 milhão encontrados no escritório da empresa Lunus, que detonou impiedosa e irreversivelmente a promissora pré-candidatura da então governadora Roseana Sarney à presidência da República em 2002).

O prefeito Eduardo Braide tem credibilidade suficiente para enfrentar o que vem por aí. A questão é como o problema vem e como repercutirá no eleitorado.

PONTO & CONTRAPONTO

PL reage e exige que o partido saia da base de Duarte Jr. na corrida à Prefeitura

Duarte Jr.: problemas
com o apoio do PL

Mesmo enxergando uma luz no fim do túnel pelo retrovisor do Clio vermelho e sua carga milionária, o candidato Duarte Jr. (PSB) não está correndo sem percalços em direção ao Palácio de la Ravardiére. O problema mais recente é a nova posição do PL em relação à sua candidatura.

O partido presidido pelo ex-deputado federal Waldemar Costa Neto, mas tutelado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e sua turma de direita radical, havia acertado apoiar a candidatura do parlamentar socialista em São Luís, tendo inclusive participado da megaconvenção que o confirmou.

Acontece que há duas semanas, pressionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, a direção nacional do PL confirmou decisão anterior de proibir aliança do partido com agremiações de esquerda em qualquer situação e em qualquer lugar do País.

A decisão acertou em cheio a aliança eleitoral do PL com o candidato do PSB em São Luís e denunciada por bolsonaristas como uma afronta “aos princípios” do bolsonarismo, com o que Waldemar Costa Neto não concorda, mas não está disposto a medir força com Jair Bolsonaro dentro do partido.

O fato é que agora as lideranças do PL em São Luís, a começar pelo vereador Aldir Jr., que pode acabar apoiando a candidatura do prefeito Eduardo Braide ou, num lance imprevisto, a do deputado Yglésio Moyses (PRTB), neobolsonarista apaixonado.

O desfecho desse imbróglio ainda está a caminho.

Lula deve mediar fim da crise na base governista, mas Brandão não abre mão do seu poder

Lula da Silva deve atender a Felipe Camarão e
mediar entendimento com Carlos Brandão

É de expectativa na base governista em relação aos primeiros movimentos do governador Carlos Brandão (PSB) em relação à iniciativa do vice-governador Felipe Camarão (PT) de sugerir ao presidente Lula da Silva (PT) que atue como mediador para evitar o acirramento da tensão que pode levar a relação dos grupos ligados ao ministro Flávio Dino e ao chefe do Poder Executivo a um rompimento traumático e definitivo.

O encadeamento dos fatos que tencionaram a relação é óbvio. Começa ainda na montagem do novo Governo Brandão e passou por situações complicadas como a inacreditável ação que impediu a nomeação – na verdade retardou, porque ele vai ser nomeado mais cedo ou mais tarde – do advogado Flávio Costa para o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e outros melindres típicos da mudança de poder.

A questão é que com habilidade o governador Carlos Brandão criou um grupo forte e com poder de fogo para isolar o grupo ligado ao ministro Flávio Dino, tendo nas mãos os cordéis do processo sucessório, que, com o risco de rompimento, ameaça seriamente a candidatura do vice-governador à sucessão em 2026.

Interessado em ter um petista no comando do Maranhão a partir de abril de 2026 e reeleito em outubro daquele ano, o presidente Lula da Silva certamente aceitará fazer a mediação. Mas com certeza sabendo que o governador Carlos Brandão dificilmente fará concessões que resultem no desmonte integral do seu projeto de poder.

São Luís, 04 de Julho de 2024.

Imperatriz: pesquisa indica segundo turno entre Josivaldo JP e Rildo Amaral

Josivaldo JP lidera seguido de Rildo Amaral,
Nilson Takashi, Mariana Carvalho e Marco Aurélio

Se a eleição para a Prefeitura de Imperatriz, o segundo maior e mais importante colégio eleitoral do Maranhão, fosse realizada agora, os candidatos Josivaldo JP (PSD) e Rildo Amaral (PP) decidiriam em um segundo turno. Foi esse o rumo indicado pela pesquisa do Instituto Três Pesquisas, realizada no período de 18 a 20 de julho, e cujo levantamento estimulado revelou o seguinte: Josivaldo JP na liderança com 33,9%, seguido de Rildo Amaral com 22,2%, e de Nilson Takashi (Novo) com 10,3%, Mariana Carvalho (Republicanos) com 8,1%, Marco Aurélio (PCdoB) com 6,9%, Francisco Soares com 3,8%, Justino Filho com 3,6% e Zé Antônio (PDT) – que abandonou a disputa – com 3,4%. Os indecisos somaram 4,6%, e os insatisfeitos 3,2%.

Já havia indicações de que o deputado federal Josivaldo JP, que representa parte das forças conservadoras, incluídos militantes bolsonaristas, estava na liderança, com vantagem modesta, mas indicando uma tendência, esse levantamento o encontrou com uma vantagem larga, de 11 pontos percentuais, sobre o deputado estadual Rildo Amaral, que já esteve melhor posicionado em levantamentos anteriores. Houve momentos em que Rildo Amaral esteve na dianteira e em outros os dois foram localizados em verdadeiro e rigoroso empate técnico.

Os números dessa apuração sugerem que Josivaldo JP está se afastando de Rildo Amaral e consolidando uma vantagem que será muito difícil superar. Ao mesmo tempo, Rildo Amaral não dá sinais de ter fôlego para reagir e retomar a dianteira, na qual já esteve, segundo outras pesquisas. Além disso. Chama a atenção o desempenho do candidato do Novo, Nilson Takashi, que pela segunda vez aparece em terceiro lugar, com mais de dez pontos percentuais, enquanto Mariana Carvalho e Marco Aurélio nadam quase ombro a ombro no patamar de um dígito. E mais curioso ainda: três candidatos aparecem empatados na faixa dos três pontos percentuais.

Um dado a ser levado em conta é que praticamente não existem indecisos, assim como é muito baixo o percentual de eleitores que não votaria em nenhum dos candidatos, anularia o voto ou votaria em branco. Isso significa dizer que, para crescer, os candidatos terão de tirar votos dos adversários, o que tornará a disputa muito mais acirrada. No início da semana, Zé Antônio desistiu, liberando os 3,4% de intenções de voto que recebeu na pesquisa, feita antes da desistência.

Mesmo considerando que a corrida às urnas acontecerá daqui a 65 dias, e também o fato de que as disputas em Imperatriz são duras, com ataques e contra-ataques entre os candidatos, é rigorosamente improvável que algum alcance metade dos votos válidos mais um e vença no primeiro turno. Há, porém, uma nova realidade a ser levada em conta: os líderes da corrida não poderão esquecer que segundo turno se vence na base do acordo, convertendo adversário em aliado. Quem pretender vencer o segundo turno de uma eleição desprezando alianças corre o sério risco de ficar para trás.

Se o levantamento do Instituto Três Pesquisas traduziu a realidade da corrida eleitoral em Imperatriz, o recado mais duro que o eleitorado mandou foi dirigido ao deputado estadual Rildo Amaral: ele tem de arregaçar as mangas e avançar o que for possível para reverter esse cenário e preparar terreno para a segunda e decisiva rodada. Se não reagir com o vigor necessário, pode entregar o ouro ao deputado Josivaldo JP, cuja caminhada ganha consistência a cada pesquisa.

O caminho mais saudável para ganhar o eleitorado indeciso é convencê-lo com propostas, projetos e argumentos convincentes durante a campanha. Com a estatura de metrópole que já exibe, Imperatriz precisa de um prefeito que a veja como ela de fato é.

Em Tempo: Contratada pela Rádio e TV Difusora, a pesquisa do Instituto Três Pesquisas ouviu 504 eleitores no período de 18 a 20 de julho, tem margem de erro de quatro pontos percentuais para mais ou para menos, intervalo de confiança de 95% e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo nº MA-05526/2024.

PONTO & CONTRAPONTO

Duarte Jr. investe na relação direta com jovens da periferia

Duarte Jr.: ação direta
com o eleitorado

O candidato do PSB à Prefeitura de São Luís, deputado federal Duarte Jr. mergulhou de cabeça numa estratégia de campanha na qual acredita piamente: o contato direto com o eleitorado, a começar pelo segmento mais jovem. Na noite de segunda-feira, por exemplo, ele participou de uma roda de conversa com jovens do Sá Viana, uma das maiores comunidades da região Itaqui-Bacanga.

Atendendo a convite do Coletivo Povoada, um grupo que disputará vaga na Câmara Municipal, ele conversou com centenas de jovens da área, que lhe apresentaram uma série de demandas e discutiram iniciativas para nortear os milhares de jovens que vivem nas regiões periferias de São Luís. Ele participou da roda de conversa acompanhado da sua companheira de chapa, Isabelle Passinho (PT), que conhece bem a realidade colocada em discussão no encontro.

Com a disposição que lhe dá a sua juventude, o candidato do PSB investe o que pode no contato direto com o eleitorado, com o qual mantém também uma forte relação nas redes sociais.

Simplício Araújo volta à cena como candidato em Pedreiras

Simplício Araújo quando
foi deputado federal

Simplício Araújo se lançou candidato à Prefeitura de Pedreiras. Depois de perder o controle do Solidariedade, que comandou por anos no Maranhão, ele vai representar o Novo nesta corrida eleitoral.

Em que pesem as muitas contradições que marcaram a sua ação política até aqui, Simplício Araújo reúne as condições para elevar expressivamente o nível da campanha para a Prefeitura de uma das mais importantes cidades do Maranhão.

Condições para isso não lhe faltam. Basta lembrar que ele foi suplente de deputado federal, assumiu o mandato e realizou um trabalho forte, dando, inclusive, estatura ao Solidariedade. Além disso, teve papel importante no Governo Flávio Dino, do qual participou como Secretário de Indústria, Comércio e Serviços, pasta que colocou entre as mais ativas no seu período.

Na pandemia, Simplício Araújo ocupou amplo espaço nas ações ousadas e politicamente corretas do Governo Flávio Dino na aquisição de respiradores e na compra de vacinas.

Cometeu vários equívocos políticos, entre eles o de romper com o grupo e se lançar candidato a governador em 2022 sem nenhuma base para tanto, quando poderia disputar uma cadeira na Câmara Federal, onde teria condições até viabilizar um projeto mais ousado.

Mas disputar a Prefeitura de Pedreiras é um projeto que cabe exatamente no seu cacife político, podendo dar aos eleitores a certeza de que, se eleito, pode ser um gestor diferenciado.

São Luís, 01 de Agosto de 2024.

Pinheiro: pesquisa mostra cenário em mudança na corrida à Prefeitura

André da RalpNet lidera, mas Doutor Kaio
e João Bastista Segundo estão no páreo

As disputas por prefeituras costumam confirmar tendências no que diz respeito às preferências do eleitorado, mas também pregam peças alterando cenários nos quais se acreditava que seriam mantidos. A mais recente pesquisa que mediu a corrida à Prefeitura de Pinheiro, feita pelo Instituto Qualitativa, sinaliza que algo nesse sentido pode está em curso na disputa pelo comando da Princesa da Baixada. Seus números trouxeram à tona um cenário em que o favoritismo do candidato André da RalpNet (Podemos) encolheu fortemente, indicando que a briga pela Prefeitura de Pinheiro caminha para uma disputa acirrada e com desfecho imprevisível.

Ali, o levantamento aferiu que André da RalpNet tem 34,55% das intenções de voto, seguido de Doutor Kaio, que aparece com 22%, João Batista Segundo com 18,25%, Geraldo Jr. com 2,75%, e ainda Coronel Senilson (2%), Professor Dinas (1,75%), e Filho de Coqueiro (0,75%). Além disso, 12,75% não souberam ou não quiseram responder, enquanto 5,75% não votariam em nenhum ou anulariam o voto ou votariam em branco.

O quadro da corrida em Pinheiro está claro. André da RalpNet (Podemos) saiu na frente, com larga vantagem sobre João Batista Segundo e Geraldo Jr., atraindo o apoio entusiasmado da Federação Brasil Esperança (PT/PCdoB/PV), da senadora Ana Paula Lobato (PDT) e do deputado estadual Othelino Neto (Solidariedade), formando uma poderosa base de apoio. Mas esse embalo foi contido com o lançamento de Doutor Kaio (?) pelo prefeito Luciano Genésio (?), que parecia fragilizado, mas que está dando uma surpreendente demonstração de força, avisando que está politicamente vivo e que seu candidato pode virar esse jogo.

Os números da pesquisa do Instituto Qualitativa mostram com clareza a possibilidade de uma virada em Pinheiro. Um caminho seria uma aliança de Doutor Kaio com João Batista Segundo, cujos percentuais somados representam nada menos que 40% das intenções de voto, seis pontos a mais do que os 34,55% de André da RalpNet. Se a aliança juntar André da RalpNet com João Batista Segundo, a soma das intenções ultrapassaria 50%. Ou seja, tudo pode acontecer na cena política de Pinheiro e o resultado da eleição pode fortalecer ou fragilizar a senadora Ana Paula Lobato no seu berço político, ou o prefeito Luciano Genésio, que está mostrando que ainda tem fôlego e que pode fazer diferença na disputa.

Vale chamar a atenção para a etapa decisiva do jogo eleitoral que começa agora, com a definição das candidaturas e a campanha propriamente dita, que será deflagrada para valer em meados de agosto e durará 45 dias. No caso de Pinheiro, André da RalpNet tem, ao mesmo tempo, a situação mais confortável, mas também a mais delicada, porque saiu na frente turbinado, perdeu muita musculatura, e agora tem pela frente o desafio de manter o que lhe sobrou. Basta analisar o cenário utilizando a margem de erro de cinco pontos e encontrar-se-á combinação em que Doutor Kaio chegará muito próximo, mas também havendo outra em que a distância aumentará expressivamente.

Resumo da opereta pinheirense: ao contrário da impressão de imbatível que causou até pouco tempo atrás, André da RalpNet não tem sua vitória garantida, o mesmo acontecendo com Doutor Kaio e com João Batista Segundo. Mas há uma diferença entre eles: o favorito perde peso enquanto o segundo e o terceiro tendem a ganhar, o que torna a corrida sucessória em Pinheiro um caso especial em meio a tantos cenários, tantas tendências e tantos avanços e recuos.

Em Tempo: A pesquisa do Instituto Qualitativa ouviu 400 eleitores pinheirenses nos dias 24 e 25 de julho, tem margem de erro de cinco pontos percentuais, para mais ou para menos, intervalo de segurança de 95% e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA-09431/2024.

PONTO & CONTRAPONTO

Braide e Duarte Jr. se movem prevendo acordos para um segundo turno

Eduardo Braide e Duarte Jr. montam campanha
também pensando em dois turnos

Os comandos das campanhas do prefeito Eduardo Braide (PSD) e do deputado federal Duarte Jr. (PSB) já trabalham certos de que a disputa pela Prefeitura de São Luís está definitivamente polarizada, e montam as suas estratégias para identificar possíveis aliados a serem seduzidos para um segundo turno.

Os apoiadores de Eduardo Braide, que já temo apoio do MDB e do Republicanos, trabalham com a possibilidade de atrair o PDT na segunda rodada, caso o candidato do brizolismo não chegue ao chegue lá, como aconteceu em 2020.

Se a polarização se confirmar e houver segundo turno, os estrategistas de Duarte Jr. vão trabalhar para manter a base partidária da candidatura do socialista, avaliando também a possibilidade de atrair o deputado estadual, Wellington do Curso (Novo), caso ele não passe para o turno final.

Esses movimentos serão mais evidenciados ao longo da campanha.  

Paula Azevedo tenta reverter afastamento e voltar ao comando de Paço do Lumiar

Paula Azevedo se diz injustiçada
e quer voltar ao cargo

Com a ajuda do PCdoB, a prefeita afastada de Paço do Lumiar, Paula Azevedo, está utilizando todas as brechas judiciais possíveis para reverter o seu afastamento e reassumir o cargo. Ela pretende voltar a despachar no gabinete principal da prefeitura luminense antes das eleições.

Nas conversas reservadas, Paula Azevedo tem dito que não pretende se envolver com a corrida eleitoral, preferindo se dedicar à administração, com o objetivo de preparar a máquina municipal para passar ao seu sucessor, seja ele quem for.

Por sua vez, o prefeito interino, Inaldo Pereira (PSDB), está movendo céu e terra para permanecer no comando da máquina até o final da atual gestão, no dia 31 de dezembro, quando o novo prefeito assumirá. Ao contrário da prefeita afastada, ele está posicionado ao lado do candidato do PSB, Fred Campos, já visto por muitos como o próximo alcaide de Paço do Lumiar.

No meio político, com exceção de alguns aliados dela, a impressão dominante é a de que Paula Azevedo não mais retornará ao cargo.

São Luís, 31 de Julho de 2024.