Edivaldo Jr. e Eduardo Braide vão ter de fazer malabarismo para manter suas votações e “engordá-las”, com ou sem apoio

 

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Edivaldo Jr. e Eduardo Braide: quem levará os votos soltos?

Os bastidores da disputa do 2º turno para a Prefeitura de São estão vivendo movimentação intensa por causa do posicionamento dos candidatos que ficaram para trás em relação ao prefeito Edivaldo Jr. (PDT), que saiu das urnas com 239 mil votos (45,66) na corrida à reeleição, e ao deputado estadual Eduardo Braide (PMN), escolhido por 112 mil eleitores (21,33%). Braide ganhou ontem o aval da vereadora Rose Sales (PMB), que fez uma campanha decente e digna e recebeu 10,3 mil votos (1,9%), e deve receber hoje apoio da deputada federal Eliziane Gama (PPS), cuja votação foi de apenas 32,5 mil votos (6,19%). Ontem de manhã, em conversa informal na Assembleia Legislativa, Wellington do Curso (PP), terceiro colocado com 103.951 votos (19,8%), informou que dirá nesta quarta-feira com quem fechará, ou se não vai com ninguém. Aguarda-se ainda o posicionamento do vereador Fábio Câmara (PMDB), que foi brindado com 19.590 votos (3,36%). Somados, os votos recebidos pelos quatro principais adversários do prefeito Edivaldo Jr. totalizam 295 mil. Separando-se os 112 mil de Eduardo Braide, serão ainda respeitáveis 183 mil votos a serem disputados pelos dois candidatos, num indicativo de que a guerra será renhida, mas com clara vantagem inicial para o prefeito, porque dificilmente essa massa eleitoral migrará integralmente para o candidato do PMN.

Numa observação estritamente técnica, baseada na lógica, os números sugerem que Edivaldo Jr. encontra-se em situação bem mais confortável do que Eduardo Braide, que por outro lado tem a seu favor a condição de candidato sem maiores compromissos com quem quer que seja, o que lhe dá estímulo para fazer uma campanha no nível que pretender. E tanto um quanto o outro sabe que o voto dado a Wellington do Curso é, em geral, de um eleitor solto, descompromissado, que não se deixa controlar e não tem padrinho, e por isso seguirá o rumo que bem desejar, podendo ser atraído pelo afago do corpo a corpo e pelas verdades e compromissos que forem apresentados no horário eleitoral gratuito e nos debates que estão a caminho. São 190 mil votos que estão ao alcance dos dois candidatos, que para atraí-los precisarão, cada um, reforçar o seu discurso e convencer o eleitorado de que é o melhor para a cidade.

Num contexto de tensões e lavagem da roupa suja que sobraram do 1º turno, uma pergunta é feita com frequência em rodas de todos os níveis: o apoio de outros candidatos na segunda volta tem força para embalar o candidato apoiado? Pode ser, mas a experiência remete para a seara da cautela e da dúvida. Ninguém duvida, por exemplo, que o apoio da vereadora Rose Sales a Eduardo Braide é um fato político saudável. Mas qual será, de fato, o resultado eleitoral disso? Terá Rose Sales poder para transferir seus 10 mil votos para o candidato do PMN, ou ele próprio pode atraí-los? Essa equação vale para todos os candidatos, menos para os 32 mil de Eliziane Gama, que em sua maioria são votos de evangélicos, que tendem a migrar para Edivaldo Jr., que tem nesse segmento a sua principal base política e eleitoral. Será que os votos dados a Fábio Câmara obedecerão a um comando seu? Uma fatia, sim. Mas qual o tamanho dessa fatia? São indagações que precisam ser avaliadas num jogo tão complexo como é a relação do eleitorado com os candidatos.

Nesse contexto, a grande expectativa está, claro, relacionada com o exército de 103 mil eleitores que votou em Wellington do Curso. Isso porque ficou claro que esse é um voto flutuante, solto, sem amarras politicas, partidárias ideológicas, programáticas ou religiosas; é o eleitor sem rosto, sem grupo, sem idade, difícil, portanto, de localizar e seduzir, porque a opção inicial pelo candidato do PP revelou que esse eleitor está sem rumo em meio à crise e apostou na ideia de um protesto com esperança. Essa massa eleitoral maior do que a população de Santa Inês dificilmente obedecerá a um comando ou migrará integralmente.

Para liquidar a fatura, Edivaldo Jr. precisa confirmar os seus 239 mil votos e acrescentar mais 50 mil à sua conta. Braide, por sua vez, para se tornar prefeito precisa mobilizar seus 112 mil votos e mais a maioria esmagadora dos votos dos demais candidatos, o que não será tarefa fácil, embora não seja impossível, como ele próprio já de mostrou quando surpreendeu a todos, atropelou os demais adversários de Edivaldo Jr., tornou-se o contrapeso e desembarcou no 2º turno.  O candidato do PDT tem a seu favor aliados importantes, como o governador Flávio Dino (PCdoB), que, tudo indica, vai entrar de cabeça na campanha. O candidato do PMN terá a sua vontade e a sua competência política e ex-adversários para lhe ajudar a conquistar a fatia que precisa para ganhar o direito de envergar a faixa no dia 1º de janeiro.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Aberta a corrida para o comando da Famem
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Tema Cunha e Magno Bacelar: conversa sobre a presidência da Famem na próxima eleição

Os prefeitos eleitos ainda não foram proclamados pela Justiça Eleitoral, mas um grupo expressivos de vencedores já se movimentam em articulações para compor o comando da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem). Um exemplo foi uma conversa descontraída do prefeito reeleito de Tuntum, Tema Cunha (PSB), e Magno Bacelar (PV), que volta à Prefeitura de Chapadinha. Na efusiva troca de cumprimentos, Bacelar disparou, à queima-roupa: “Sei que você é candidato a presidente da Famem. Quero dizer logo aqui, para todos ouvirem, que estou do seu lado e vou trabalhar para que você assuma a nossa associação e leve para lá a sua experiência como prefeito de vários mandatos”. Pela reação, Tema confirmou que está na briga pela presidência e declarou-se entusiasmado com a manifestação de apoio do futuro colega.  A ideia, ao que parece, é fortalecer a entidade, que em outros tempos participou ativamente como instrumento de pressão em favor dos municípios, mas que nos últimos tempos, sob o comando do prefeito de São José de Ribamar, Gil Cutrim (PDT), perdeu muito do seu peso como o mais importante canal de expressão dos prefeitos do Maranhão.

Guerra verbal entre mosqueteiros da oposição e da situação na AL
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Edilázio Jr., Adriano Sarney e Andrea Murad no embate duro no plenário da Assembleia legisativacom Bira do Pindaré, Othelino Neto e Marcos Caldas

Três mosqueteiros da oposição e três da seara governista têm se batido no plenário da Assembleia Legislativa. Os deputados Edilázio Jr. (PV), Adriano Sarney (PV) e Andrea Murad (PMDB) tem disparado duras críticas ao governador Flávio Dino, que acusam de ter usado a máquina do Estado e a Polícia para intimidar adversários no interior durante a campanha eleitoral. Com discursos cada vez mais fortes, Edilázio Jr. e Adriano Sarney tem tentado pintar o Governo Flávio Dino como uma “ditadura comunista” na linha da monstruosidade stalinista. Já Andrea Murad, indignada pela derrota da prefeita Tereza Murad (PMDB) para Luiz da Amovelar Filho (PCdoB), pinta o governador como um “tirano que está agindo como Hitler e acabando com o Maranhão”. Além de citar casos em que, segundo eles, oposicionistas sofreram pressões e ameaças do Governo, afirmam que o governador “foi derrotado”. O problema é que no contraponto, feito pelo deputado Bira do Pindaré (PSB), Othelino Filho (PCdoB) e Marcos Caldas (PSDB) devolvem a pancadaria com discurso também duros, nos quais a firmam que os três oposicionistas tentam manter o sarneysismo de pé, que são “porta-vozes da oligarquia” e que o que está em curso no Maranhão “é um tempo novo, de democracia, e que não existe mais lugar para a oligarquia”. Bira do Pindaré e Othelino Neto são duros, mas se mantêm no limite da ética, ao passo que Marcos Caldas tem passado ao largo desse limite e ataca a bancada oposicionista com pancadas pessoais, como fez ontem, quando iniciou seu discurso chamando o deputado Adriano Sarney de “Príncipezinho da oligarquia”. Ninguém duvida de que essa troca de bordoadas verbais vai continuar.

 

São Luis, 04 de Outubro de 2016.

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