Em meio à calmaria que começa a tomar conta de Brasília por causa do recesso do Congresso Nacional, as bolsas de especulação já passam a funcionar a todo vapor no Planalto Central. E nesse ambiente, o ministro Flávio Dino, da Justiça e Segurança Pública, embalado pela estatura política que alcançou dentro e fora do Governo, voltou a ser alvo de uma especulação já surrada, mas que agora ganha mais força à medida que o seu desfecho se aproxima. Nesse momento, ele está sendo apontado como o nome mais forte para a vaga que será aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) com a aposentadoria da ministra Rosa Weber, em outubro. As equações que envolvem seu nome vão desde o reconhecimento do seu indiscutível preparo jurídico para o cargo de ministro do STF até suposta torcida por parte de presidenciáveis petistas que já o estariam vendo como nome forte no tabuleiro da sucessão do presidente Lula da Silva (PT), em 2026. O disse-não-disse sobre o assunto, que invadiu gabinetes e redações na Capital da República e ganhou todos os canais da mídia eletrônica, levou Flávio Dino a mandar um recado curto e seco sobre o assunto: “Não existe nada sobre isso!”
Por mais enfática que tenha sido sua reação à ciranda especulativa quanto ao seu futuro imediato, o ministro Flávio Dino sabe que ela só será intensificada até o momento em que o presidente Lula da Silva anunciar sua escolha. E que, por mais que ele diga e haja em sentido contrário, muitos o veem “em campanha” para a vaga a ser aberta por Rosa Weber. Quem conhece os meandros de Brasília e as reentrâncias políticas que levam ao Palácio do Planalto avalia que, pelas razões que são óbvias, o presidente Lula da Silva simpatiza com a ideia de nomear Flávio Dino para a Suprema Corte. Mas escolhê-lo e indica-lo é outra história, muito diferente, embora essa seja uma hipótese que não dá ainda para descartar.
Para começar, até onde é sabido, o presidente Lula da Silva está plenamente satisfeito com o desempenho do senador maranhense licenciado (PSB) no Ministério da Justiça e Segurança Pública. Tirá-lo agora da pasta quebraria um roteiro montado no final do ano passado e colocado em prática em janeiro, que inclui enormes desafios, como o propósito de despolitizar a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, impor um controle rígido à circulação de armas no País, colocar as plataformas digitais nos eixos, dá combate eficiente ao garimpo ilegal e ao tráfico de ouro, e avançar no já deflagrado programa de apoio aos estados na área de segurança pública, para citar alguns exemplos. É unânime nas bases governistas e fora delas, a avaliação de que o presidente da República teria dificuldade para encontrar um substituto à altura do senador maranhense.
Da mesma maneira, o presidente Lula da Silva perderia o auxiliar politicamente mais combativo no enfrentamento à banda mais extremada e radical da oposição bolsonarista, que acusa o golpe todas as vezes em que confronta o atual ministro da Justiça e Segurança Pública. Flávio Dino enquadrou essa fatia do Congresso Nacional nas audiências às quais compareceu na Câmara Federal e no Senado, mostrando ao País a inconsistência dessa falange parlamentar com manifestações verbais fulminantes e decisivas. E nessa seara, o ministro da Justiça e Segurança Pública tem sido ativo, dando a resposta política mais acertada a cada ataque falangista. Poucos membros do Governo têm atuação política tão intensa. E isso é argumento suficiente para o presidente levar em conta se Flávio Dino estiver no seu plano a vaga do Supremo.
Não será uma decisão fácil, se o presidente da República estiver avaliando a possibilidade de nomear o ministro Flávio Dino para Suprema Corte.
PONTO & CONTRAPONTO
Edivaldo Jr. vai entrar no Podemos disposto a disputar de novo a Prefeitura de São Luís
Se vier, de fato, assinar a ficha de filiação no Podemos, como previu o presidente regional do partido, deputado federal Fábio Macedo, ao jornalista John Cutrim, o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. reunirá as condições formais para ser candidato a um terceiro mandato na Prefeitura de São Luís.
O presidente do Podemos disse que as negociações estão cerca de “90 por cento” concluídas E como a resposta de Fábio Macedo foi dada na quarta-feira, pode ser que o acordo já tenha sido fechado.
Refeito do tropeço monumental que sofreu em 2022, quando teimou em candidatar-se ao Governo do Estado, Edivaldo Holanda Jr. voltou à cena política há três semanas, quando apareceu em terceiro lugar numa pesquisa liderada pelo prefeito Eduardo Braide (PSD), tendo em segundo o deputado federal Duarte Jr.. Em seguida participou de uma festa na residência do deputado licenciado Othelino Neto (PCdoB), atual secretário-representante do Governo do Estado em Brasília. Agora, a informação é a de que ele está ingressando no Podemos.
Se formalizar seu ingresso no Podemos, dificilmente deixará de ser candidato a prefeito, pois aposta que os oito anos que passou no cargo lhe deram força política eleitoral para ser “o cara” nessa corrida.
Há quem pense diferente, mas em política as coisas costumam surpreender.
Brandão vai decidir sobre o futuro das escolas cívico-militares, detonadas por Lula
Está nas mãos do governador Carlos Brandão (PSB) a decisão de manter ou não as escolas cívico-militares em funcionamento no Maranhão, depois que o presidente Lula da Silva (PT) anunciou o fim do programa cívico-militar que vinha sendo bancado pelo Governo Federal.
O Palácio dos Leões ainda não se manifestou a respeito do assunto, mas fontes do Governo andaram sugerindo que os colégios militares serão mantidos. O que será mandado para o espaço serão as escolas cívico-militares cujo programa tem natureza doutrinadora, implantado pelo Governo passado.
Os colégios militares, que têm outra natureza, continuarão como sempre o foram: mantidos pelo Governo do Estado.
São Luís, 14 de Julho de 2023.