Othelino Neto ganha musculatura política e já é favorito para a presidência da Assembleia

 

Othelino Neto recebeu ontem o apoio do deputado eleito Carlos Lula, o 3º mais votado

Não há dúvida de que o ex-governador Flávio Dino (PSB), eleito senador com votação recorde, foi o grande vencedor das eleições no Maranhão, e que, depois dele, o dono da vitória mais contundente foi o governador Carlos Brandão (PSB), reeleito no 1º turno. Há outros nomes importantes saídos das urnas com conquistas respeitáveis, mas nenhum deles alcançou o cacife eleitoral e político do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB). Além da votação robusta (84 mil votos) que lhe deu a reeleição, ele viu sua mulher Ana Paula Lobato (PSB), vice-prefeita de Pinheiro, ser eleita para a primeira suplência de senador na chapa de Flávio Dino, cuja campanha coordenou com sucesso no campo político. Saiu, portanto, das urnas eleitoralmente credenciado e politicamente cacifado para pleitear novo mandato presidencial no Poder Legislativo, num processo de articulação iniciado horas depois de a Justiça Eleitoral divulgar a relação dos eleitos.

Todos os sintomas evidenciados no meio político nas últimas horas indicam que o deputado Othelino Neto se candidatará a um novo mandato no comando do Poder Legislativo, e com amplas chances de ser eleito. Essa inclinação já começa a ser percebida com a manifestação, até ontem, dos deputados Mical Damasceno (PSD), Júlio Mendonça (PCdoB), Florêncio Neto (PSB), Rildo Amaral (PP) e Carlos Lula (PSB) favoráveis à sua candidatura. Nos bastidores, a “central de especulações” sugere que ele rapidamente conseguirá maioria, à medida que até agora não apareceu nenhum deputado anunciando disposição para disputar a presidência. Nesse ambiente, fala-se somente que o deputado Arnaldo Melo (PP), que foi eleito para o oitavo mandato parlamentar e já foi presidente por dois mandatos – tendo concluído o mandato de Roseana Sarney como governador em 2014 – estaria pensando em se candidatar.

O deputado Othelino Neto conhece como poucos esse campo de disputas, onde desembarcou em 2015, e o fez como vice-presidente na chapa liderada pelo deputado Humberto Coutinho (PDT), o que lhe permitiu assumir a presidência com a morte do então presidente em janeiro de 2018. Nesses quatro anos, surpreendeu meio mundo por sua capacidade de articulação, a começar pelo fato de que se elegeu com um ano de antecedência para o mandato que ainda cumpre. Pode também optar por deixar para disputar a presidência em 2025, para encerrar esse mandato parlamentar no comando da Casa, o que seria uma operação de alto risco político.

Além do peso político que ganhou nos últimos tempos, o deputado Othelino Neto reúne trunfos que dão substância ao seu favoritismo. Um deles é tratar todos os deputados como iguais, independentemente de cor partidária e posicionamento político, atendendo às suas demandas na medida do possível. Na mesma linha ele tem articulado para mediar conflitos na Casa, funcionando como mediador de conflitos e interlocutor de contrários, fazendo ponte para que os confrontos sejam evitados na Assembleia Legislativa e fora dela.

O presidente da Assembleia Legislativa foi ontem à tribuna e fez um balanço das eleições e da participação dele no processo. Saudou enfaticamente a reeleição do governador Carlos Brandão, de quem destacou a capacidade de aglutinação, e a eleição maiúscula do ex-governador Flávio Dino, sobre quem disse o seguinte: “Faço um cumprimento também especial a ele, que teve uma expressiva votação, o que demonstra o carinho que o povo do Maranhão tem com ele pela forma como se dedicou, durante sete anos e três meses, a cuidar de cada maranhense”.

E depois de ter atuado como coordenador político da campanha do senador eleito Flávio Dino, o presidente Othelino Neto anunciou que será “um militante” na campanha do presidente Lula da Silva (PT) na segunda e última etapa da disputa presidencial, manifestando convicção de que o ex-presidente voltará ao comando do País.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Cláudia Coutinho tem o desafio de evitar o fim do Grupo Coutinho em Caxias

Cláudia Coutinho vai suceder Cleide Coutinho na Assembleia Legislativa

A modesta votação (37.435 votos) que elegeu a primeira-dama de Matões, Cláudia Coutinho (PDT), para a Assembleia Legislativa, abriu uma forte discussão sobre o futuro do Grupo Coutinho em Caxias e sua influência no Leste do estado. Em 2018, já sem a presença do seu líder maior, deputado Humberto Coutinho, Cleide Coutinho (PDT), sua mulher e herdeira política, foi eleita com mais de 80 mil votos – só perdendo para Detinha (PL), que teve mais de 90 mil votos. Agora, sem a Prefeitura de Caxias, e sem Ferdinando Coutinho na Prefeitura de Matões a partir de 2025 e sem um líder com força para salvar o que ainda tem de prestígio na Princesa do Sertão, o Grupo Coutinho tem pela frente um futuro nebuloso. Assim, além da obrigação de realizar um bom mandato na Assembleia Legislativa, a deputada eleita Cláudia Coutinho tem o desafio monumental de atuar como líder para manter o Grupo de pé. Uma fonte ligada a ela disse à Coluna que uma das tarefas de Cláudia Coutinho será realizar a migração política de Ferdinando Coutinho para Caxias, para assumir o comando do braço político dos Coutinho.

São Luís, 05 de Outubro de 2022.

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