Arquivos mensais: abril 2018
Weverton Rocha ganha força com Ciro Gomes cotado para ser o candidato das esquerdas a presidente
A saída do ex-presidente Lula da Silva da cena política, impedido que está de ser candidato a voltar ao Palácio do Planalto, não terá maior alteração na disputa para o Governo do Estado, mas poderá turbinar fortemente a candidatura do deputado federal Weverton Rocha (PDT) ao Senado. E a explicação é simples: sem Lula, o nome mais forte, mais organizado e mais aberto das esquerdas para à presidência da República é sem dúvida o candidato do PDT, ex-ministro Ciro Gomes. Com Lula na corrida presidencial, o PT tentaria até o final impor o nome para a segunda vaga de candidata senador na chapa liderada pelo governador Flávio Dino (PCdoB). Agora, sem Lula, o PT perde muito do seu cacife político, ficando sem condições de manter o espaço político que ocupa na aliança dinista. Nesse contexto, se Ciro Gomes vier a ser o candidato das esquerdas, ou pelo menos de parte delas, o PDT aumentará significativamente o já amplo espaço que ocupa na aliança.
Herdeiro do espólio político do ex-governador Jackson Lago e hoje chefe incontestável do PDT do Maranhão, sendo também um dos os seus mais expressivos líderes no Congresso Nacional, e ainda um dos mais próximos e influentes integrantes da cúpula nacional do partido, o deputado Weverton Rocha criou e consolidou uma posição destacada no movimento liderado pelo governador Flávio Dino. Esse cacife assegurou-lhe claramente a primeira vaga de candidato a senador desse campo, definição que não foi sequer discutida, já que se enquadrava perfeitamente no critério estabelecido pelo governador para viabilizar candidaturas ao Senado: suporte partidário e viabilidade eleitoral. Weverton Rocha viabilizou uma sólida base partidária para ser candidato, e agora está em busca da viabilidade eleitoral.
No campo da corrida presidencial, o chefe do PDT do Maranhão sem se manteve coerente desde o primeiro momento. Defendeu com clareza que, mesmo na condição de aliado preferencial do PT, o PDT deveria lançar candidato próprio a presidente, tendo sido, nesse particular, um dos incentivadores da candidatura do ex-ministro Ciro Gomes. Weverton Rocha sempre foi partidário de uma aliança do PDT com o PT, desde que o seu partido não se tornasse um adendo petista. Ou seja: aliança, sim, mas com independência. Foi essa linha que adotou no primeiro mandato, como um dos defensores ativos do Governo da presidente Dilma Rousseff (PT), tendo atuado também na linha de frente da sua defesa no processo de impeachment. Com a queda de Dilma Rousseff, Weverton Rocha liderou o PDT numa dura e implacável oposição ao Governo do presidente Michel Temer (MDB).
Não existe ainda, é claro, uma posição por parte do governador Flávio Dino em relação à corrida presidencial, e deverá aguardar uma definição do PT, que deve lançar um candidato em substituição a Lula – provavelmente o ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Mas não há como ignorar uma tendência natural no sentido de que ele venha a apoiar a candidatura de Ciro Gomes, principalmente se o ex-ministro vier a se viabilizar como representante da fatia maior das esquerdas na corrida presidencial. É evidente que nesse contexto, por coerência partidária, o governador se posicionará inicialmente pela candidata do seu partido, o PCdoB, a deputada gaúcha Manuela D`Ávila, mas no tabuleiro dos acordos, não será surpresa se o PCdoB abrir mão da sua candidatura presidencial para integrar uma grande frente de esquerda.
Nesse cenário, por conta do cacife do PDT, o deputado federal Weverton Rocha terá posição confortável, se não privilegiada, por conta da liderança que exerce no PDT estadual e na posição que ocupa no comando nacional do partido. E se, de fato, Ciro Gomes vier a se tornar o nome das esquerdas na corrida presidencial, Weverton Rocha terá papel proeminente nesse projeto, e assim aumentará significativamente suas chances como candidato a senador, e como nome de peso no PDT nacional.
PONTO & CONTRAPONTO
Troca-troca de partido é intensificado com a aproximação do fechamento da janela partidária
O dia ontem foi de intensa movimentação nos bastidores dos partidos políticos por conta dos últimos momentos da janela partidária, que será fechada hoje, às 23 horas e 59 minutos. Criada no último arremedo de reforma política feito pelo Congresso Nacional, a janela permite que políticos com mandato e que estivessem vinculados a partidos, possam migrar para outras agremiações. Um exemplo: o deputado federal José Reinaldo Tavares deixou o PSB e se filiou ao PSDB, podendo ser candidato a senador pelo novo partido. Outro exemplo: o deputado estadual Neto Evangelista deixou o PSDB e se filiou ao DEM, podendo concorrer à reeleição por esta agremiação. Nas últimas semanas, algumas dezenas de políticos mudaram de partido. Na Assembleia Legislativa foram vários os depurados que migraram para outras agremiações, mudando expressivamente a composição partidária do plenário. Durante este sábado, a movimentação deve ser intensificada, com a definição, por exemplo, do deputado Wellington do Curso, que deixou o PP, mas até ontem não havia decidido em qual partido se filiará, decisão que deve tomar hoje, sob pena de ficar de fora das eleições.
Depois de falar em Harvard e criticar Moro, Flávio Dino retorna ao Brasil neste Domingo
O governador Flávio Dino retornará ao Brasil e ao Maranhão neste domingo. Neste sábado, ele será palestrante no prestigiado MIT (Massachusetts Institute of Technology). onde falará sobre Reforma Política, ao lado do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal e ex-ministro da Justiça Nelson Jobim. Flávio Dino se encontra em Boston, nos Estados Unidos, desde o inicio da semana, para cumprir uma série de compromissos, sendo o principal fazer uma palestra na Universidade de Harvard, uma das instituições de ensino universitário mais prestigiadas do planeta. De Boston, o governador acompanhou atenta e ativamente o desenrolar do drama do ex-presidente Lula da Silva, a quem defende de maneira enfática, sendo um crítico dos procedimentos do juiz federal Sérgio Moro no processo em que condenou o líder petista. Vale lembrar que na quarta-feira o governador criticou com firmeza as declarações do comandante do Exército, general Vilas Boas, tentando influenciar o julgamento do habeas corpus impetrado no Supremo Tribunal Federal contra a prisão do ex-presidente Lula da Silva. Na quinta-feira, Flávio Dino criticou a ordem de prisão expedida por Sérgio Moro contra o ex-presidente. Ao retornar dos EUA neste domingo, o governador Flávio Dino deverá intensificar sua ação política.
São Luís, 07 de Abril de 2018.
Prisão de Lula: Flávio Dino vê parcialidade de Moro e diz que é “desserviço à Nação”; Othelino Neto enxerga “injustiça”
Tanto quanto o resultado apertado do controvertido julgamento pelo qual o Supremo Tribunal Federal negou habeas corpus que pedia liminarmente o impedimento da prisão do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) até o esgotamento de recursos, a prisão do líder petista, decretada ontem pelo juiz Sérgio Moro, estremeceu o Brasil e ecoou fortemente no mundo inteiro. Esse eco foi especialmente forte em Boston (EUA), onde alcançou e indignou o governador Flávio Dino (PCdoB), que realizará, hoje, na Universidade de Harvard, palestra sobre as ações do seu Governo; e também na Assembleia Legislativa do Maranhão, onde surpreendeu e revoltou o presidente Othelino Neto (PCdoB). De Boston, o governador Flávio Dino reagiu duro, observando que nas circunstâncias em que foi determinada, a prisão do ex-presidente só pode ter sido fruto de “ansiedade ou parcialidade”, ou dos “dois erros simultaneamente”. Em São Luís, o presidente do Poder Legislativo, também crítico do processo contra Lula da Silva, classificou a prisão de “injusta”, que só serviu para “conflagrar ainda mais a Nação”.
Tão logo soube que o juiz Sérgio Moro havia decretado a prisão de Lula da Silva, o governador Flávio Dino usou o twitter para ratificar enfaticamente a sua posição de crítico duro de alguns aspectos da Operação Lava Jato – que defende no geral -, especialmente no que respeita ao tratamento que o magistrado vem dispensando ao ex-presidente. Com a autoridade de ex-juiz federal e de chefe muito bem avaliado de um dos Estados da Federação – e ainda de aprovado em primeiro lugar no mesmo concurso que levou Sérgio Moro à magistratura –, Flávio Dino disparou três posts criticando com firmeza a decisão do chefe da Lava Jato, sem citar-lhe o nome:
O primeiro: “Prisão antes mesmo de esgotados recursos em 2ª instância e antes de finalizado o debate constitucional só se explica por ansiedade ou parcialidade. Ou os dois erros simultaneamente”.
O segundo: “O juiz acha que recurso é uma “patologia a ser varrida”. Então resolve ele mesmo “varrer”. Ocorre que ele não tem essa competência constitucional, pois ele não foi eleito membro do Congresso Nacional, nem é ministro do Supremo”.
O terceiro: “Cabe ao Judiciário tentar pacificar a sociedade e não jogar lenha na fogueira das paixões políticas. É um desserviço à Nação e à união entre os brasileiros agir de modo precipitado por antipatias ou vaidades pessoais”.
Com a manifestação, o governador do Maranhão reafirmou sua convicção de que Lula da Silva está sendo tratado com parcialidade, e a suspeita de que esta tem forte viés político, que tem como foco impedir a candidatura do ex-presidente ao Palácio do Planalto. Com a autoridade de quem não tem contas a acertar com a Justiça, o governador ratifica também a certeza de que em relação a Lula da Silva o juiz Sérgio Moro vem ostensivamente extrapolando os limites da sua competência, desrespeitando as regras e colocando em risco a natureza imparcial da Justiça. Na sua reação o governador alerta para o risco imposto ao estado democrático de direito, a exemplo do que fez quando criticou com firmeza as declarações extemporâneas do comandante do Exército, general Vilas Boas, feitas claramente com a intenção de influenciar o julgamento do habeas corpus pelo Supremo.
Em São Luís, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto, externou um misto de tristeza e indignação com a decretação da prisão do ex-presidente Lula da Silva. “Além de injusta, essa prisão faz com que a Nação brasileira, que já está dividida, fique ainda mais conflagrada – a própria divisão do Supremo Tribunal Federal reflete a divisão do povo brasileiro neste momento”, declarou. Othelino Neto avaliou que em meio a esse clima de tensão, “as pessoas, que já estavam com pouca paciência para com as diferenças, poderão se tornar intolerantes, o que é muito ruim para o Brasil”.
O deputado Othelino Neto teme que a retirada forçada do líder petista da corrida o presidencial poderá mergulhar o Brasil num desastre político. “Qual será o efeito disso na eleição presidencial? Que resultado os brasileiros podem esperar disso? Será que em vez de um líder como Lula, os brasileiros não sejam surpreendidos com a eleição deum Bolsonaro da vida, um sujeito que não respeita a democracia, que não respeita o cidadão, que não respeita a família, que não respeita as mulheres e não respeita as diferenças existentes na sociedade brasileira? – indagou o presidente da Assembleia Legislativa. Ao mesmo tempo, o chefe do Poder Legislativo observou que o risco de um desfecho trágico na corrida presidencial não afeta a eleição para o Governo do Estado: “Aqui o quadro já está definido, com o campo liderado pelo governador Flávio Dino, que caminha para a reeleição. E o campo do Grupo Sarney, que representa Michel Temer no Maranhão”.
O chefe do Poder Legislativo aposta que as regras democráticas e as instituições brasileiras, apesar de jovens, já se consolidaram o suficiente para suportar esses ataques: “Acho que com a prisão do ex-presidente Lula estão ferindo o estado democrático de direito com golpes disfarçados de legalidade, como aconteceu também como a presidente Dilma Rousseff. Mas apesar de tudo o Brasil vai sair disso muito melhor”.
PONTO & CONTRAPONTO
Entrada de José Reinaldo no PSDB praticamente define a corrida às duas cadeiras no Senado
A conversão do ex-governador e deputado federal José Reinaldo Tavares no PSDB praticamente desenhou o quadro da corrida para as duas cadeiras no Senado, confirmando também que essa será a mais dura das disputas eleitorais deste ano no Maranhão. O desfecho da corrida dele por um partido revelou a elasticidade dos movimentos que a política comporta, confirmando que na política do Maranhão “até boi voa, e de asa quebrada”, como costumava dizer o ex-governador Luis Rocha, ele também convertido ao tucanato no final da sua rica e intensa carreira. Além de definir a chapa majoritária do PSDB, onde fará dobradinha com o senador Roberto Rocha, candidato ao Governo do Estado, o fim da via crucis partidária de José Reinaldo também contribuiu para rascunhar o cenário da disputa senatorial no Maranhão. Além da dele pelo PSDB – que poderá lançar outro nome para compor a chapa -, estão acertadas as candidaturas do deputado federal Sarney Filho (PV) e do senador Edison Lobão (MDB) pelo Grupo Sarney, a do deputado federal Weverton Rocha (PDT) pela aliança do governador Flávio Dino (PCdoB), devendo a segunda vaga ficar com a deputada federal Eliziane Gama (PPS). Há pelo menos uma dezena de ensaios de candidaturas senatoriais em andamento – o do deputado estadual Alexandre Almeida (PSD), por exemplo -, mas não passam disso, por enquanto.
Márcio Jerry deixa Governo, reassume o PCdoB e entra de cabeça na guerra por cadeira na Câmara Federal
Após uma jornada de quase três anos e meio acumulando as áreas de Comunicação e Articulação Política como o mais ativo e influente membro da equipe de ponta do governador Flávio Dino, o jornalista Márcio Jerry voltou ontem à planície das lutas políticas ao reassumir o comando integral do braço do PCdoB no Maranhão e se voltar de vez a sua candidatura a uma cadeira na Câmara Federal. A despedida da condição de chefe Secretaria de Estado de Comunicação e Assuntos Políticos (Secap),
Em publicação nas redes sociais, Márcio Jerry, que vem de uma longa e intensa militância iniciada no movimento estudantil secundarista, tendo forte atuação nos movimentos sociais, destacou que é o respeito à biografia o fio condutor da missão que se iniciará. “Sigo fazendo fora do Governo do Estado aquilo que tem sido a minha vida desde a adolescência: lutar por direitos para todos, por oportunidades para todos, por justiça social”, escreveu. “Estou desde ontem integralmente dedicado à tarefa de presidir o PCdoB Maranhão, cumprindo uma agenda de defesa permanente do governo Flávio Dino e de construção de uma nova vitória do povo maranhense em outubro próximo”, declarou. E concluiu: “Viva o governo Flávio Dino, viva o Maranhão”.
São Luís, 06 de Abril de 2018.
Lula vai ser preso, mas poderá se candidatar e influenciar decisivamente a corrida eleitoral de outubro
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de negar habeas corpus ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu caminho para que o líder petista seja preso nas próximas semanas, para cumprir pena de 12 anos dois dois meses, em regime fechado, acusado de ter recebido um triplex em Guarujá como propina. Porém, mesmo preso, o ex-presidente terá forte influência na corrida eleitoral deste ano, a começar pelo fato de que, ao contrário do que alguns estão alardeando, ele poderá se candidatar a presidente da República. Ainda que confinado numa prisão e enquadrado na Lei da Ficha Limpa, portanto inelegível, Lula da Silva poderá se candidatar e realizar atos de campanha em situação especial e participar da propaganda eleitoral. O fato é que existem na legislação penal e nas regras eleitorais brechas que permitem essa situação, das quais o ex-presidente poderá lançar mão influenciar, de maneira decisiva, nos rumos da corrida ao Palácio do Planalto e para os Governos estaduais. Lula da Silva, porém, não poderá participar das eleições, podendo manter sua condição de candidato até o dia 17 de setembro, vinte dias antes das eleições, prazo limite para que a Justiça Eleitoral invalide o seu registro de candidatura e obrigue o PT a substituí-lo como candidato.
Nesse contexto, o Maranhão é um dos estados onde a influência política do ex-presidente é muito forte, tendo as pesquisas realizadas até agora revelado que larga maioria do eleitorado maranhense o tem como primeira opção de voto. E mesmo que, por conta da prisão e, agora, da certeza de que ele poderá se candidatar e realizar atos de campanha, mas não participará da eleição presidencial, o prestígio do ex-presidente deverá ser mantido em alta. A grande maioria dos seus simpatizantes é formada pelas classes menos favorecidas e que foram favorecidos nos seus dois períodos de Governo com uma forte política de distribuição de renda por meio de programas sociais, como o Bolsa Família, por exemplo. Poderá, portanto, influenciar fortemente nas escolhas dessa massa eleitoral, principalmente para presidente da República e para governador do Estado.
Abandonado pelo Grupo Sarney, que desfez a aliança com o PT para se engajar na linha de frente do movimento pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), Lula se voltou para seu aliado natural no Maranhão, o governador Flávio Dino, a quem apontou como “uma das melhores coisas que aconteceram no Brasil nos últimos tempos”. Isso porque, mesmo tendo amargado a aliança de Lula e de parte do PT com o Grupo Sarney, com o apoio rasgado do ex-presidente ao candidato Lobão Filho (PMDB) em 2014, Flávio Dino apostou que a identificação ideológica e a afinidade política levariam o ex-presidente e o PT a juntar forças com o PCdoB no estado. A relação foi refeita e consolidada quando o governador Flávio Dino se tornou uma das vozes mais destacadas e enfáticas contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que classificou de “golpe”. De lá para cá, Lula da Silva e Flávio Dino estreitaram a relação num processo político que culminou no grande ato, realizado em frente ao Palácio dos Leões para marcar o encerramento da peregrinação do ex-presidente pelo Nordeste. Naquela noite, Flávio Dino declarou apoio irreversível e incondicional à candidatura de Lula da Silva a presidente, que por sua vez avisou ao mundo sobre seu apoio integral ao projeto de reeleição do governador.
O apoio de Flávio Dino a Lula da Silva vem se mantendo ostensivo. Tanto que, mesmo nos Estados Unidos, para proferir palestra na Universidade de Harvard, de longe o mais importante centro da inteligência norte americana, o governador do Maranhão usou redes sociais para dar sustentação política ao ex-presidente.
A hipótese de ter uma campanha do PT com Lula preso é, então, possível. Mas a Lei Eleitoral também estabelece que os partidos políticos tenham até 20 dias antes das eleições para substituírem as suas candidaturas. Caso o STF entenda que Lula está inelegível – e é fatalmente o que acontecerá com a confirmação da condenação, o PT não poderá mais substituí-lo após 17 de setembro, e aí será excluído da corrida presidencial. Independentemente desse complicado jogo de xadrez em que se misturam habilidade política e regras eleitorais, o governador Flávio Dino permanecerá ao lado do ex-presidente Lula da Silva. E a base da motivação do governador é a condenação do ex-presidente pelo juiz chefe da Lava Jato, Sérgio Moro, que na avaliação de Flávio Dino, cometeu uma aberração jurídica, alegando que Lula da Silva foi condenado sem provas.
Ao negar-lhe o habeas corpus, o Supremo bateu martelo: Lula da Silva será preso. A decisão limitará drasticamente seus movimentos políticos, mas evitará que jogue o peso da sua influência na campanha eleitoral no Brasil inteiro, com enfoque especial no Maranhão.
PONTO & CONTRAPONTO
Flávio Dino reage com firmeza e coerência a declarações descabidas do comandante do Exército
Ao reagir com duras críticas às declarações extemporâneas e imprudentes do comandante do Exército, general Vilas Boas, que tentou colocar o dedo das Forças Armadas na crise política em curso no Brasil, agravada pelo julgamento do ex-presidente Lula da Silva, o governador Flávio Dino surpreendeu mais uma vez o País. Além de um posicionamento político absolutamente cabível no contexto em que foi feito, o governador do Maranhão o protagonizou um ato de coragem política, contribuindo assim para desmistificar a ideia antidemocrática de que fanfarra verbal de general intimida a sociedade civil.
Avançando nas suas prerrogativas constitucionais de servidor público responsável pela segurança nacional, subordinado ao ministro da Defesa e ao presidente da República, não lhe cabendo interferir em questões políticas e jurídicas, o general Vilas Boas decidiu mostrar numa nas redes sociais respondendo uma pergunta que não lhe foi feita: “Asseguro à Nação que o Exército brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”. E avançando ainda mais no desrespeito aos limites da sua função de comandante do Exército, indagou: “Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do país e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?”.
Diante da ousadia funcional do general e das tímidas reações a elas por parte dos representantes da sociedade no parlamento, o governador entrou em campo para, com a autoridade de quem responde por uma unidade polpitica da Federação, enquadrar o militar e defender a ordem constitucional. E o fez em dois posts.
No primeiro, disse: “Em nenhuma democracia do Planeta um comandante de Exército de pronuncia nesse tom às vésperas do julgamento importante pela Suprema Corte. Obviamente ultrapassa a missão institucional das Forças Armadas, que não estão acima dos três Poderes constitucionais”.
E no segundo, foi ainda mais categórico: “No Estado de Direito, cada um tem seu papel institucional. Ao comandante do Exército não cabe interpretar a Constituição nem dizer o que é impunidade. Para isso existem os três Poderes, especialmente o Supremo Tribunal Federal”.
Com a sua postura, o governador do Maranhão lembrou ao general e, por via de desdobramento, a outros desavisados, que o Brasil de agora não é mais o Brasil de meio século atrás, sem instituições sólidas, portanto sujeito a aventuras fardadas. O Brasil de agora é um País que, ainda que violentamente desigual, tem uma Constituição democrática e está construindo e consolidando as instituições nela desenhadas.
Othelino neto recebe visita de Rodrigo Lago, o novo chefe da Casa Civil
O Poder Legislativo e o Poder Executivo do Maranhão manterão relações republicanas e harmônicas, respeitando, é claro, a autonomia de cada um. Foi esse entendimento que prevaleceu na primeira visita do novo chefe da Casa Civil, Rodrigo Lago, ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto, realizada ontem, no início da tarde. Rodrigo Lago foi convocado pelo governador Flávio Dino para ocupar a Casa Civil em substituição a Marcelo Tavares (PSB), que deixou o cargo para se candidatar a uma cadeira na Assembleia Legislativa. A visita foi acompanhada pelo deputado Rogério Cafeteira, que exerce a liderança do Governo na Assembleia Legislativa.
Como é sabido, o chefe da Casa Civil é o elo entre o Governo e a sociedade, aí incluídos as instituições, em especial os Poderes Legislativo e Judiciário, as instituições federais, estaduais e municipais, os partidos políticos e as organizações da sociedade civil. O chefe da Casa Civil é porta-voz do governador do Estado junto a essas instituições, em especial com o Legislativo e o Judiciário. Daí a importância de uma visita como a de ontem por um secretário que está assumindo o que, na visão de muitos, é o mais importante do conjunto de auxiliares do chefe do Poder Executivo.
– Sem dúvida, uma visita importante para que continuemos com esta boa relação. São constantes os projetos de leis que chegam do Poder Executivo, tendo como interlocutor o chefe da Casa Civil. “Além dos projetos de leis, há outros assuntos importantes para o Estado e, com este diálogo aberto, quem ganha é o Maranhão”, afirmou o presidente Othelino Neto.
Rodrigo Lago, que antes de assumir a Casa Civil comandou a Secretaria de Transparência e Controle do Governo do Estado, afirmou que uma das competências da pasta é fazer a interlocução do Executivo com os demais Poderes. “O Governo do Estado já tem uma relação profícua, sólida, aberta e transparente com a Assembleia Legislativa. Então, viemos dar esse abraço no presidente da Assembleia e também em todos os deputados, transmitindo a mensagem de que o governo continua com a mesma relação, sólida e transparente, para que haja, efetivamente, um diálogo entre os poderes Executivo e Legislativo, visando ao bem-estar da população”, disse Rodrigo Lago.
O líder governista Rogério Cafeteira elogiou o trabalho executado por Rodrigo Lago. “Eu fiz questão de estar presente para receber o chefe da Casa Civil, que tem todos os predicados para exercer a função. Eu tenho certeza de que ele fará um grande trabalho à frente da nova pasta e aqui estamos para dar o apoio necessário para que todos trabalhem em sintonia”, declarou.
São Luís, 05 de Abril de 2018.
Na cadeia ou livre para ser candidato a presidente, Lula terá peso importante na corrida pelo poder no Maranhão
O Brasil saberá hoje se o ex-líder operário, fundador do PT e ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva seguirá sua trajetória de mais importante personalidade política produzida pelo conturbado ambiente político brasileiro das últimas décadas, que apesar do purgatório em que foi colocado, segue como líder absoluto das intenções de voto para presidente da República, ou será empurrado para o inferno de uma prisão no Paraná, na esteira trepidante de um processo polêmico em que é acusado de corrupção, que armazena indícios, mas nenhuma prova. A decisão está nas mãos do Supremo Tribunal Federal, cujos 11 ministros integrantes estão divididos, devendo a votação resultar num 6 a 5, a favor ou contra o ex-presidente, o que tornará seu caso ainda mais controverso.
Não há qualquer sombra de dúvida de que o desfecho do Caso Lula terá influência decisiva na corrida ao Palácio do Planalto e, por via de desdobramento e de consequência, influenciará também o embate pelo poder nos estados. Candidato a presidente com liberdade total ou relativa ou na condição condenado atrás das grades, o maior mito da esquerda brasileira será presença forte na campanha eleitoral do Maranhão. Se for candidato a presidente, poderá receber até 80% dos votos dos mais de quatro milhões de eleitores maranhenses. E se durante a campanha estiver preso, sua voz a favor de um candidato poderá ter peso decisivo no desfecho da corrida às urnas.
Os movimentos de Lula no cenário político maranhense indicam com clareza que, se for candidato, seu palanque será o do governador Flávio Dino (PCdoB), que apesar de todos os reveses que sofreu em relação ao PT nas eleições em que disputou o Governo do Estado, se transformou no mais ativo e credenciado defensor do ex-presidente no seu calvário policial e judicial. Salvo Odívio Neto, candidato do PSOL, nenhum dos outros candidatos ao Palácio dos Leões reúne hoje condições pessoais e políticas para estabelecer uma aliança com o ex-presidente, e isso inclui a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), de quem Lula foi aliado entre 2002 e 2014.
O governador Flávio Dino manteve absoluta coerência política e partidária, passou uma borracha na sua conturbada relação com o PT até 2014, remendou os desgastes e reatou uma convivência que vem se transformando numa aliança sólida, que, por incrível que pareça, só enfrenta problemas por causa de uma turma que comanda o braço maranhense do PT. A posição do governador Flávio Dino, que envolve identidade política, afinidade ideológica e, claro, uma dose de pragmatismo, se encaixa perfeitamente no complicado e imprevisível cenário em que o líder petista se movimenta. O líder maranhense surpreendeu o Brasil pela maneira contundente com que defendeu a presidente Dilma Rousseff (PT) no processo de impeachment, e depois como se posicionou ao lado do ex-presidente Lula desde que as denúncias contra ele começaram a ganhar um rumo, mais ou menos quando Lula começou a ser abandonado pelo Grupo Sarney. A expectativa, portanto, é que Lula e Flávio Dino permaneçam aliados até as eleições.
E não há outro caminho. Roseana Sarney deverá armar palanque para o candidato do MDB, seja ele o presidente Michel Temer, algo que se torna cada dia mais improvável, seja o banqueiro aposentado e agora ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que se filiou ontem ao MDB com o objetivo de ser o candidato do partido a presidente. O senador Roberto Rocha será o braço avançado no Maranhão do candidato tucanos Geraldo Alckmin, hoje o mais ranheta adversário do fundador do PT. Se for candidato a governador, o deputado estadual Eduardo Braide (PMN) seguirá uma linha de centro-direita, muito distante, portanto, do ex-presidente. E a ex-prefeita Maura Jorge (Podemos), que briga pelo poste de represente de do deputado Jair Bolsonaro (PSD) no Maranhão, se treme só de ouvir falar em Lula.
A algumas horas do desfecho do Caso Lula e a exatos 186 dias das eleições, é esse o quadro político em que o ex-presidente se insere no Maranhão.
PONTO & CONTRAPONTOS
Sarney Filho consolida sua candidatura ao Senado definindo os dois candidatos a suplentes
O deputado federal Sarney Filho (PV), que deve deixar o Ministério do Meio Ambiente nesta até sexta-feira, parece decidido a continuar sendo o primeiro no seu grupo a tomar decisões relativas à sua candidatura ao Senado. Foi o primeiro a anunciar que seria candidato “irreversível”. Agora, fechou uma articulação que consolida de vez sua candidatura: definiu os dois candidatos a suplentes: João Manoel Souza e Clóvis Fecury, ambos do MDB.
João Manoel Souza tem 45 anos, é advogado, professor de matemática e escritor, já tendo publicado várias obras. João Manoel é também um conceituado pastor evangélico e estudioso da política, que está no seu DNA por influência do seu pai, o ex-governador e atual senador João Alberto, um dos políticos mais bem sucedidos dos últimos tempos no Maranhão, que resolveu se afastar das disputas eleitorais.
Clóvis Fecury é engenheiro civil e empresário da área de educação – é um dos proprietários do Uniceuma -, filho do ex-prefeito de São Luís, ex-deputado federal e ex-senador Mauro Fecury, já foi deputado federal, presidiu o DEM no Maranhão e atualmente é o 1º suplente do senador João Alberto.
A escolha de João Manoel Souza e Clóvis Fecury como candidatos a suplentes é fruto de uma ampla articulação feita dentro do Grupo Sarney . Os dois nomes serão anunciados oficialmente por Sarney Filho tão logo ele deixe o Ministério do Meio Ambiente e reassumir seu mandato na Câmara Federal.
Zé Inácio expõe o racha dentro do PT ao defender a filiação de Waldir Maranhão ao partido
O contundente discurso do deputado Zé Inácio (PT) em defesa do ingresso do deputado federal Waldir Maranhão (Avante) no partido fez duas revelações que expõem o surpreendente grau de divergências que estremecem o braço da agremiação no Maranhão. A primeira é que o parlamentar decidiu enfrentar publicamente o presidente regional, Augusto Lobato, e o dirigente do partido em São Luís, vereador Honorato Fernandes, que já disseram publicamente que não aceitam de jeito nenhum Waldir Maranhão como filiado em PT e muito menos como candidato do partido ao Senado na chapa a ser liderada pelo governador Flávio Dino. A outra revelação feita por Zé Inácio em seu discurso é que uma banda do partido acha que tem uma dívida a saldar com Waldir Maranhão: “O deputado Waldir decide filiar-se ao PT no momento em que o País enfrenta uma grave crise econômica, política e social, em que a democracia é ameaçada constantemente e direitos conquistados a duras penas pelo povo são aniquilados por um Governo ilegítimo, por um governo golpista. O deputado, inclusive, tentou evitar o golpe quando se posicionou contra o impeachment e a favor da presidenta Dilma quando exercia a presidência da Câmara”.
Zé Inácio também esclareceu com precisão a posição da ala petista que representa em relação à montagem da chapa majoritária pelo governador Flávio Dino; “O governador tem e terá o meu apoio para concorrer à reeleição, mas não podemos abrir mão desse debate político e dizer que o PT tem força suficiente para contribuir fortemente para sua reeleição, tendo um nome que possa vir a ser o deputado Waldir Maranhão na chapa majoritária. Com o apoio do governador e de Lula, ele passa a ser um dos candidatos mais competitivos ao Senado, por isso que, talvez, alguns temam a ida dele para o PT”.
Não é bem o que pensam os aliados mais próximos do governador Flávio Dino, que não se mostram resistentes ao deputado, mas também não estão dispostos a brigar pela sua candidatura na chapa, preferindo apostar na da deputada federal Eliziane Gama (PPS).
São Luís, 04 de Abril de 2018.
Flávio Dino empossa novos secretários e avisa: “O Governo é o mesmo, e o foco principal permanece o mesmo”
“Nós estamos fazendo a troca de pessoas, mas o foco principal permanece o mesmo. O governo é o mesmo, o caminho administrativo é o mesmo”. Com essas palavras, que funcionaram ao mesmo tempo com informação e orientação, o governador Flávio Dino (PCdoB) deu posse, em ato solene, a sete novos secretários de Estado, dois presidentes de agências governamentais, o diretor do Viva/Procon e presidente da Comissão Central de Licitação. As mudanças se deram porque os titulares desses postos decidiram se desincompatibilizar para enfrentar as urnas nas eleições de Outubro. O ato de posse consumou o mais tranquilo processo de mudança coletiva na estrutura de Governo nos últimos tempos, a começar pelo fato de que o governador recorreu a soluções “caseiras” para preencher as vagas abertas no secretariado e agências, promovendo adjuntos, não dando margem a pressões político-partidárias por cargos. Além disso, assegurou que todos os programas de Governo em andamento não sofrerão alterações, o que, segundo a previsão do governador, garante a continuidade das ações.
A troca de comando em 11 dos mais importantes órgãos da estrutura administrativa do Governo, a começar pela Casa Civil, evidencia com clareza que o governador Flávio Dino realiza, de fato, a mais ampla e arrojada mudança política no Maranhão nos últimos tempos. E a maior evidência é que o Governo vem atuando de maneira uniforme, relacionando-se com políticos e empresários dentro de padrões civilizados, mas que não têm permitido a negociação de concessões não republicanas. Nos 51 meses de existência do atual Governo, houve, aqui e ali, reclamações pelo “uso político” da máquina pelos secretários-candidatos, mas nenhum registro de escorregões de conduta nem denúncia de desvio de dinheiro público. Não houve também anotações consistentes apontando sinais exteriores de riqueza exibidos por este ou aquele secretário de Estado, o que sugere uniformidade também na conduta da equipe de Governo.
Os auxiliares que deixaram seus cargos para encarar as urnas são políticos militantes, a maioria deles nascida nos embates do movimento estudantil e que teve intensa participação no movimento que os levou ao poder sob a liderança do governador Flávio Dino. Estão, portanto, plenamente legitimados. O exemplo mais expressivo dessa legitimação política é o ex-secretário de Comunicação e Articulação Política, Márcio Jerry, um político forjado no movimento estudantil e que deu segmento ao seu projeto como militante ativo e destacado na seara partidária de esquerda, o que lhe valeu alcançar a presidência regional do PCdoB, posto do qual atuou como um dos principais articuladores da inovadora campanha de 2014, o que lhe valeu a condição de mais destacado e influente auxiliar do governador Flávio Dino. Com essas credenciais, deixou o secretariado legitimado para encarar o grande desafio das urnas e nele carimbar passaporte para a Câmara Federal.
Os demais desincompatibilizados cumpriram a contendo suas tarefas no Governo. Colocaram em prática os programas anunciados na campanha pelo candidato Flávio Dino, enfrentaram os desdobramentos da crise nacional nas suas áreas de atuação e, segundo os dados estatísticos apresentados pelo Governo e ratificados por outras fontes, não obraram milagres, mas produziram, em maior ou menor grau, resultados previstos pelo Governo. Não será surpresa, portanto, se saírem das urnas reconhecidos pelo eleitorado. Um desfecho natural de um processo reafirmado pelo governador Flávio Dino: “Mantemos a orientação política e administrativa do Governo, no sentido do desenvolvimento com justiça social, muita eficiência e muita seriedade na aplicação do dinheiro público. E por isso mesmo adotamos o critério de continuidade das ações”.
Em Tempo: Foram empossados ontem os titulares das Secretarias de Estado de Comunicação Social e Articulação Política (Secap), Ednaldo Neves; de Agricultura Familiar (SAF), Júlio César Mendonça Corrêa ; de Estado de Desenvolvimento Social (Sedes), Francisco de Oliveira Jr.; de Indústria e Comércio (Seinc), Expedito Jr.; do Trabalho e Renda Solidária (Setres), Silvio Conceição Pinheiros; de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Sagrima), José Edjahilson Bezerra de Souza; da Casa Civil, Rodrigo Lago; da Agência Metropolitana do Estado do Maranhão (Agem) Lívio Jonas Mendonça Corra; da Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural do Maranhão (Agerp), Loroana Santana; do VIVA/Procon, Beatriz Taveira Barros; e da Comissão Central de Licitação (CCL), Luis Carlos Oliveira Filho. Na semana passada, o Comando da Polícia Militar foi assumido pelo coronel Jorge Luongo.
PONTO & CONTRAPONTO
Tucanos reagem mal à nota de José Reinaldo e podem rever convite para que ele ingresse no PSDB
Se à primeira vista foi interpretada por muitos como a solução para o futuro político do ex-governador e deputado federal José Reinaldo Tavares, a nota que ele divulgou anunciando sua decisão de ingressar PSDB causou mais mal-estar do que animação no ninho dos tucanos. O presidente do partido, senador Roberto Rocha, não comentou o teor da nota, mas o secretário geral, Sebastião Madeira, ex-prefeito de Imperatriz, reagiu de maneira dura e contundente. Eles têm razões de fato para estar incomodados. Na sua nota, José Reinaldo deixa a impressão de que foi ungido pelo governador paulista Geraldo Alckmin, quando na verdade foi uma operação avalizada por Roberto Rocha e Sebastião Madeira. O ponto mais nervoso foi a declaração do ex-governador de que vai trabalhar pelo candidato presidencial Geraldo Alckmin nos palanques de Roberto Rocha e de Eduardo Braide (PMN), que, segundo acredita, será também candidato ao Governo do Estado. O senador Roberto Rocha não gostou nem um pouco do teor da nota, mas por enquanto preferiu se manter em silêncio. Já o ex-prefeito de Imperatriz reagiu indignado e foi claro: José Reinaldo Tavares entrará no PSDB a convite dele, Sebastião Madeira, e de Roberto Rocha, com o aval de Geraldo Alckmin. E a única condição, não formalizada, mas evidente, foi a de que se engaje na campanha de Roberto Rocha para o Governo do Estado, como Rocha e Madeira se engajarão na dele para o Senado. E mais: esse projeto está diretamente associado à candidatura de Geraldo Alckmin à presidência da República, que terá no Maranhão o palanque do PSDB. Se outro candidato a governador, no caso Eduardo Braide, quiser apoiá-lo, que o faça integrando o movimento liderado pelos tucanos, e não pela via contrária. José Reinaldo deve se manifestar a qualquer momento a respeito da reação dos chefes tucanos. Se contemporizar e declarar apoio incondicional a Roberto rocha, terá como resposta a declaração de apoio incondicional de Rocha e de Madeira. Mas se insistir da tese dos “dois palanques”, poderá ser desconvidado a ingressar no PSDB e, assim, perder a melhor situação para ser candidato ao Senado.
Declarações de Augusto Lobato praticamente fecharam as portas do PT para Waldir Maranhão
As declarações do presidente regional do partido, Augusto Lobato, dadas após uma reunião em Brasília com a presidente nacional, senadora Gleise Hoffman, parecem haver mandado para o espaço a possibilidade de o deputado federal Waldir Maranhão ingressar no PT e ser indicado pelo partido para a a segunda vaga de candidato a senador na chapa do governador Flávio Dino. Augusto Lobato ratificou o posicionamento do presidente do partido em São Luís, vereador Honorato Fernandes, que descartou, com palavras duras, a presença de Waldir Maranhão nos quadros do partido. Os que admitem o ingresso de Waldir Maranhão no partido. Com a reação contrária em cadeia, a pressão feita por caciques nacionais do partido a favor do deputado foram amenizadas. Eles foram alertados de que ficará muito ruim para o braço maranhense do PT se o comando nacional repetir o uso da força, como fez em 2010, obrigando o partido a se enfileirar na coligação comandada pelo Grupo Sarney, atropelando decisão tomada em congresso estadual em favor de aliança em torno do então deputado federal Flávio Dino, candidato ao Governo do Estado. Nesse contexto, Waldir Maranhão mergulha numa situação crítica, à medida que suas possibilidades partidárias serão reduzidas quase a zero. No comando nacional há algumas vozes que pretendem convencer os dirigentes locais de aceitá-lo no partido e permitir que ele seja candidato à reeleição. A equação contraria muita gente, mas poderá ser uma sápida honrosa, inclusive tirando a sombra do parlamentar do projeto eleitoral liderado pelo governador Flávio Dino. Waldir tem até a noite de sábado (7) para resolver o seu futuro político.
São Luís, 03 de Abril de 2018.
José Reinaldo entra no PSDB, fará dobradinha com Rocha e avisa que embalará Alckmin também no palanque de Braide
Esta edição deveria ter sido publicada ao meio-dia de Domingo, 1º de Março, mas por um problema no sistema de agendamento do computador, o texto não entrou em rede.
O ex-governador e atual deputado federal José Reinaldo Tavares finalmente definiu o caminho partidário pelo qual tentará chegar ao Senado, ao anunciar sua decisão de se filiar ao PSDB, convertendo-se, portanto, ao liberalismo tucano. Em nota publicada na manhã de sábado (31/03), ele anuncia o desfecho da sua via crucis partidária, relata que a escolha foi fruto de negociações com o governador de São Paulo e candidato tucano a presidente da República Geraldo Alckmin, conta que superou suas quase insuperáveis diferenças com o senador Roberto Rocha – presidente e candidato do PSDB ao Governo do Estado -, e informa que vai trabalhar para que o presidenciável tucano tenha dois palanques no Maranhão: o de Roberto Rocha e o do provável candidato do PMN, deputado estadual Eduardo Braide. “O governador Alckmin terá, como em São Paulo, dois palanques no Maranhão, um, do seu partido, o PSDB, que terá como candidato a governador Roberto Rocha e o palanque de Eduardo Braide, futuro candidato ao Governo do Maranhão”, informa na sua nota, a título de esclarecimento. E também relaciona uma série de “compromissos” assumidos por Geraldo Alckmin, caos os dois venham a ser eleitos.
O desembarque de José Reinaldo no PSDB é o desfecho de um longo processo que o levou romper com o governador Flávio Dino. Ele tinha essa solução – que fora desdenhada em conversas com o governador paulista desde o ano passado -, mas estava decidido a só usá-la depois de esgotar todas as demais alternativas. O ex-governador, porém, pretendia ter um partido expressivo sob seu controle, mirou no DEM, mas perdeu o “timing”, já que o deputado federal Juscelino Filho chegou primeiro e levou o partido para a aliança liderada pelo governador. Ao mesmo tempo, entrou firme no ainda impreciso e improvável projeto por meio qual o deputado estadual Eduardo Braide pretende chegar ao Palácio dos Leões. Mas sem suporte partidário, teve de recuar.
No arraial dos tucanos, o ex-governador sabe que não terá o controle do partido, que está sendo firmemente comandado pelo senador Roberto Rocha, “filho pródigo” que voltou à casa paterna depois de um longo período de insatisfação reprimida no PSB, e do ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, tucano de proa e principal avalista dessa equação. Isso significa dizer que, por mais independência que venha a ter como candidato a senador, o comando estadual do PSDB espera que ele se engaje efetivamente na campanha de Roberto Rocha ao Governo do Estado, como anuncia que se empenhará na tarefa de propagar no eleitorado maranhense a candidatura de Geraldo Alckmin a presidente da República.
O ponto aparentemente contraditório do acerto que está levando José Reinaldo para o PSDB é o anúncio de que ele vai defender a candidatura presidencial de Geraldo Alckmin também no palanque de Eduardo Braide, que apresenta como “futuro candidato” a governador, “também com o apoio de Alckmin”. Justifica a presença nos dois palanques com o fato de que em São Paulo Geraldo Alckmin terá o apoio do candidato tucano ao Governo do Estado, João Dória, e do atual vice-governador, Márcio França (PSB), que assumirá o Governo de São Paulo nesta semana e será candidato à reeleição. Os dois cenários são completamente diferentes e as relações são mais complexas. É politicamente compreensível que dois candidatos a governador num mesmo estado apoiem um mesmo candidato a presidente da República. Mas é difícil entender que um candidato a senador é um candidato a senador de um partido que tem candidato a governador venha a frequentar o palanque do candidato a governador de outro partido a pretexto de reforçar a campanha do candidato a presidente. Se essa equação prosperar sem traumas, o Maranhão será palco de uma situação política sem precedentes.
Por fim, a definição partidária do ex-governador fecha o quadro de candidatos viáveis às duas vagas no Senado. Agora sem mais considerar o “fator” José Reinaldo, o governador Flávio Dino (PCdoB) deverá emplacar a deputada federal Eliziane Gama (PPS) na segunda vaga de candidatos ao Senado na sua chapa, ao lado do deputado federal Weverton Rocha (PDT), enquanto o Grupo Sarney dá todos os indicativos de que a chapa que terá a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) na cabeça disputará as vagas senatoriais com o deputado federal Sarney Filho (PV) e o senador Edison Lobão (MDB), e o PSOL deve confirmar Luis Noleto. Outros candidatos ainda podem emergir, como um segundo nome do PSDB, podendo também o PT tentar bancar a candidatura do deputado federal Waldir Maranhão por uma via transversa.
PONTO & CONTRAPONTO
Se Sarney tentar “puxar” o DEM e o PP para Roseana, vai enfrentar dura resistência de Juscelino Filho e André Fufuca
Não será surpresa se articulações promovidas pelo ex-presidente José Sarney (MDB) vieram a criar embaraços para o DEM e para o PP no Maranhão. Os dois partidos se fortaleceram e decidiram integrar a aliança partidária liderada pelo governador Flávio Dino. É notório que no plano nacional o DEM tem ligações muito fortes com o Grupo Sarney, e não está de todo descartada a possibilidade de o ex-presidente usar sua influência junto ao presidente da legenda, ACM Neto, prefeito de Salvador, e ao deputado federal fluminense Rodrigo Mais, presidente da Câmara Federal e candidato do DEM ao Palácio do Planalto. Se realmente, estimulador por José Sarney, o comando nacional do DEM vier a pressionar o braço maranhense do partido para se afastar do governador Flávio Dino e embarcar no projeto eleitoral da ex-governadora Roseana Sarney (MDB), encontrará uma fortíssima resistência, já que o partido foi turbinado com a filiação de nomes destacados da base dinistas, como os deputados estaduais Rogério Cafeteira, Neto Evangelista, Cabo Campos e Stênio Rezende, mantendo ainda o deputado Antônio Pereira, único sarneysista do grupo, mas que mantém boa relação com o Palácio dos Leões. Em relação ao PP, mesmo levando em conta o fato de que o presidente nacional do PP, o senador piauiense Ciro Nogueira, mantém relações próximas com o Grupo Sarney, o comandante do partido no Maranhão, deputado federal André Fufuca, que é o 1º vice-presidente da Câmara Federal descarta a influência de José Sarney e garante que o partido está firme na aliança liderada por Flávio Dino. A verdade é que, se os rumores tiverem fundo de verdade e o ex-presidente José Sarney realmente pretende mudar a posição do DEM e do PP no Maranhão, enfrentará resistência dura e tenaz dos deputados Juscelino Rezende e André Fufuca, dois dos mais hábeis e bem sucedidos quadros da novíssima geração de políticos maranhenses.
Programada para fechar no sábado, janela partidária poderá ser usada por alguns insatisfeitos
A semana será decisiva para quem pretende disputar votos em outubro, está insatisfeito com seu partido e precisa resolver essa pendência. Uma das maiores jogadas de conveniência política dos últimos tempos e aberta no dia 7 de Março, a janela que permite a mudança de partido será fechada à meia-noite do dia 7 de Abril, próximo sábado. A rigor, os políticos de peso que tinham essa pendência, a sanaram dentro do prazo. Além do ex-governador José Reinaldo Tavares, que acertou seu ingresso no PSDB, alguns exemplos: a ex-deputada Cleide Coutinho deixou o PSB e se filiou ao PDT, o vice-governador Carlos Brandão deixou o PSDB contra a vontade e se filiou ao PRB, o ex-deputado Ricardo Murad deixou o PMDB e ingressou no PTN; deputados estaduais também “pularam“ a janela partidária: Rogério Cafeteira deixou o PSB e ingressou no DEM, Neto Evangelista trocou o PSDB pelo DEM e Sérgio Frota saiu do PSDB e entrou no PR. Outras migrações poderão acontecer até o fechamento da janela, no próximo sábado.
São Luís, 01 de Abril de 2018.